O Santo do Dia.

 

14 de outubro.

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São João Ogilvie, Mártir

(+ Glasglow, 1615)

 

Nobre escocês natural de Drum, foi educado no calvinismo. Tendo conhecido em Louvain, na Bélgica, o Padre Comélio a Lapide, famoso exegela da Companhia de Jesus, foi por ele convertido à religião católi­ca. Tornou-se também jesuíta, foi ordenado sacerdote e retomou co­rajosamente a sua terra natal, para ali dar assistência aos católicos per­seguidos e postos fora da lei.

 

De­pois de exercer, durante 18 meses, seu perigoso ministério, e ter con­seguido converter para a verdadeira Religião a muitos hereges, um trai­dor o denunciou ao arcebispo pro­testante de Glasgow, Aprisionado, sofreu torturas prolongadas: duran­te oito dias e nove noites, não pôde dormir, porque tinha o corpo conti­nuamente perfurado por agulhas e estiletes.

 

Foi afinal condenado à morte e enforcado, aos 36 anos de idade. Momentos antes de morrer, graças a uma armadilha verbal que montou para um pastor protestante que estava presente à execução, con­seguiu que este declarasse formal­mente que sua condenação era ex­clusivamente devida ao fato de ele ser católico. Essa declaração toma­va indubitável o martírio, e São João Ogilvie morreu satisfeito, dizendo: "Daria mais cem vidas, de boa von­tade, se as tivesse".

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São Calisto I, Papa
+222

 

"Todo pecado pode ser perdoado pela Igreja, cumpridas as devidas penitências." A frase conclusiva é do papa Calisto I, ao se posicionar no combate às idéias heréticas, surgidas dentro do clero, que iam contra a Igreja.
 

Calisto entendia muito bem de penitência. Na Roma do século II, ele nasceu num bairro pobre e foi escravo. Depois, liberto, sua sina de sofrimento continuou. Trabalhando para um comerciante, fracassou nos negócios e foi obrigado a indenizar o patrão, mas decidiu fugir, indo refugiar-se em Portugal. Encontrado, foi deportado para a ilha da Sardenha e punido com trabalhos forçados. Porém foi nessa prisão que sua vida se iluminou.
 

Nas minas da Sardenha, ele tinha contato direto com os cristãos que também cumpriam penas por causa da sua religião. Ao vê-los heroicamente suportando o desterro, a humilhação e as torturas sem nunca perder a fé e a esperança em Cristo, Calisto se converteu.
 

Depois de alguns anos, os cristãos foram indultados e Calisto retornou à vida livre, indo estabelecer-se na cidade de Anzio, onde adquiriu reconhecimento dos cristãos, como diácono. Quando o papa Zeferino assumiu o governo da Igreja, chamou o diácono para trabalhar com ele. Deu a Calisto várias missões executadas com sucesso. Depois o nomeou responsável pelos cemitérios da Igreja.
 

Chamados de catacumbas, esses cemitérios subterrâneos da via Ápia, em Roma, tiveram importância vital para os cristãos. Além de ali enterrarem seus mortos, as catacumbas serviam, também, para cerimônias e cultos, principalmente durante os períodos de perseguição. Calisto começou suas escavações, organizou-as e valorizou-as.
 

Nelas mandou construir uma capela, chamada Cripta dos Papas, onde estão enterrados quarenta e seis pontífices e cerca de duzentos mil mártires das perseguições contra os cristãos.
 

Com a morte do papa Zózimo, o clero e o povo elegeram Calisto para substituí-lo, mas ele sofreu muita oposição por causa de sua origem humilde de escravo. Hipólito, um dos grandes teólogos do catolicismo e pensadores da época, era o principal deles. Hipólito tinha um entendimento diferente sobre a Santíssima Trindade e desejava que determinados pecados não fossem perdoados. Entretanto o papa Calisto I manteve-se firme na defesa da Igreja, rompendo com Hipólito e seus seguidores, respondendo a questão com aquela frase conclusiva. Anos depois, Hipólito reconciliar-se-ia com a Igreja, tornado-se mártir da Igreja por não negar sua fé em Cristo.
 

O papa Calisto I governou por seis anos. Nesse período, concluiu o trabalho nas catacumbas romanas, conhecidas, hoje, como as catacumbas de são Calisto. Em 222, ele se tornou vítima da perseguição, foi espancado e, quase morto, jogado em um poço. No local, agora, acha-se a igreja de Santa Maria, em Trastevere, que guarda o seu corpo, em Roma.

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São Burchardo
+753

 

Burchardo nasceu na Inglaterra. Educado desde a infância no cristianismo, na juventude tornou-se um monge beneditino. Em 735, quis realizar o antigo sonho de tornar-se missionário e partiu como voluntário para a Alemanha, indo juntar-se, ao agora santo, bispo Bonifácio, que chefiava os trabalhos de evangelização junto àquela população ainda pagã. Fez uma longa estadia no Mosteiro de Fritzlar, fundado por Bonifácio, até que foi destinado para levar a Palavra de Deus aos habitantes da Turíngia.
 

Alto e forte, inteligente e piedoso, logo se tornou um missionário destacado. Em pouco tempo, a população pagã, que cultuava entidades como os deuses Odin e Freia, passou a encher as poucas igrejas existentes. Burchardo, então, passou a construir novos templos em ritmo acelerado. Tanto assim que, próximo ao ano 742, o próprio bispo Bonifácio instituiu a diocese de Wurzburg, para a Turíngia Meridional e para a Francônia Oriental, consagrando Burchardo primeiro bispo.
 

Mais tarde, o próprio rei Pepino, o Breve, seguido pelos herdeiros, dotou essa diocese com numerosos benefícios, que até mesmo foi elevada à condição de ducado, com jurisprudência sobre as que estavam subordinadas a ela. Tal mérito se deve, especialmente, a Burchardo, cuja fama de santidade era voz corrente entre os habitantes.
 

Mesmo assim, nada foi fácil no seu trabalho, sendo muito perseguido e caluniado. Participou de dois importantes concílios: em 743, o dos bispos germânicos e, em 747, o dos francos. Também construiu o importante Mosteiro beneditino de Santo André, em Wurzburg. Após doze anos de incansável apostolado na diocese, o povo já era todo cristão. Em 753, Burchardo serenamente morreu, sendo sepultado na igreja da cidade.
 

Num dia 14 de outubro, entre os anos 984 e 990, o então bispo Hugo promoveu o solene translado de suas relíquias para a capela do Mosteiro de Santo André. A data passou a ser a da tradicional celebração de são Burchardo, sendo também adotada pela Igreja quando autorizou o seu culto, no século XII.