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PADRE JOÃO BATISTA REUS. SJ.

 

Eis um breve relato de algumas visões do padre Reus, com relação à maravilhosa realidade sobrenatural da Santa Missa.

 

Este sacerdote teve, a graça de ver sem véu o que acontece de sobrenatural durante a celebração da Santa Missa (O SANTO SACRIFÍCIO), celebrada por qualquer Sacerdote ordenado. A Santa Missa um mar de graças; o Sacerdote , outro Cristo.

 

Deus escolheu este sacerdote para mostrar a todos os sacerdotes e a todo povo cristão, quanto Deus os ama e espera ser correspondido.

 

O padre Reus viu tudo o que acontece de maneira invisível (mística) em cada ato  de qualquer sacerdote ordenado ao celebrar os Santos Mistérios. Mesmo que nossos olhos humanos não vejam, mas acontece tudo real e vivo necessário a nossa salvação.

 

No seu diário em 22 de Julho de 1938 escreveu:

 

N° 2310 - ...“Minha vida tem uma única finalidade: mostrar como o divino amigo dos sacerdotes ama os seus ministros e os encera em seu coração”. Deles espera amor ardente.

 

As Visões e êxtases do Padre João Batista Reus.

 

> A Biografia do Padre Reus.

 

> O Padre provincial aprova os fenômenos Místicos.

> Jesus junto ao Sacerdote no Sacramento da Confissão.

> Jesus presente na Benção dada pelo Sacerdote.

> Na Ação de Graças do Sacerdote, sobe ao céu chamas de fogo de amor.

> O Altar do Sacrifício em chamas, para o oferecimento da Vítima.

> As Palavras do Sacerdote durante a Santa Missa.

> A Santíssima TRINDADE dá a benção junto com o Sacerdote.

> A CONSAGRAÇÃO  é a morte Sacrificial do SENHOR.

> Na Santa Missa o Sangue é derramado para a salvação de muitos.

> A Hóstia em grande esplendor.

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Nascimento e Adolescência do Padre Reus na Alemanha.

 

Desde a infância o demônio me perseguia.

 

A aldeia de Pottenstein na região da Bavária (Alemanha), possui uma altitude que varia entre 350 à 450 metros acima do nível do mar e sua população atual é de cerca de 1500 habitantes. Nacionalmente é conhecida como um excelente centro de recursos climáticos para tratamentos de saúde. Pottenstein, assim chamada “Suíça de Francônia”, foi o lugar de nascimento de João Batista Reus. Seus pais, João Reus e Ana Margarida Hengl, moravam na rua principal, nº65. Nessa casa está uma placa com a inscrição: “Nesta casa nasceu o Padre João Batista Reus, SJ., em 10 de julho de 1868”.

 

Cercada de altos penhascos, fica próxima ao ponto de união dos vales Weihersbach e Haselbrunn e está situada aos pés de um velho castelo cuja história desempenhou um importante papel para a região. Santa Isabel da Áustria morou entre suas paredes de 1228 à 1229. Ainda hoje muitos prédios ostentam com orgulho o nome da santa católica e na praça da aldeia existe uma estátua em sua homenagem.

 

Foi ali, na pequena Pottenstein, cercado de história e religiosidade nasceu um menino que foi batizado com o nome de um dos mais importantes profetas bíblicos: João Batista. Sobre esse dia tão importante para sua vida de fé cristã, o Padre Reus escreveu mais tarde: “Na medida em que avanço em anos, avalio melhor a graça da fé e agradeço-a à bondade divina...”

 

O ambiente familiar de João Batista era propicio para o desenvolvimento de uma vida cristã autêntica. O pai, João Reus, procurava educar os filhos para o fiel cumprimento dos seus deveres e ele mesmo era exemplo de uma fé vigorosa e de um genuíno testemunho cristão.  

 

Dotados de sólida educação moral e religiosa, fato que iría mais tarde refletir-se na educação do garoto, os Reus em nenhum momento deixaram-se abater pela situação financeira difícil por que passavam e pelo volume de dívidas que haviam acumulado nos últimos anos.

 

Ao contrário, o nascimento foi motivo de comemoração e alegria no seio familiar.

 

João Batista Reus seria o oitavo filho de uma família de 11 irmãos.

 

Sem desanimar com as dificuldades financeiras, enquanto a mãe Anne convalescia do parto, o pai João, um açougueiro humilde e otimista, continuava seu trabalho árduo e difícil na pequena gleba de terras que a família possuía nos arredores de Pottenstein.
 

O tempo passou e o pequeno Batista acostumou-se com uma infância alegre e despreocupada, brincando na neve e fazendo peraltices e estripulias com um pequeno grupo de amiguinhos que lhe acompanhavam de manhã à noite.

 

Um dia sua mãe estava orando acompanhada do caçula Francisco e pediu em voz alta que Deus iluminasse João Batista e abrisse seu coração para as coisas da Igreja, ao que prontamente o pequeno Francisco prontamente respondeu:

 

- Mas o João também deve colaborar com a nossa oração, mãe!

 

Francisco sabia que João Batista estava muito mais preocupado com a criação dos gansos que o pai colocou sob sua responsabilidade, do que pensar em servir a Igreja. Quando não estava brincando com os irmãos e o grupo de amigos, João Batista dividia seu tempo entre o cuidado com os gansos e os deveres da escola.

 

Antes de completar os 12 anos, a quatro de abril de 1880, no domingo da Páscoa, fez sua primeira comunhão. Embora bem preparado para o acontecimento, pareceu-lhe estranho que tivesse pensamentos não muito piedosos, que o deixaram molestado. Pelo fim de sua vida, recordava:

 

“Parece-me ser uma realidade: já desde a infância, o demônio me perseguia”...(27.10.46).

        

 Embora não fosse muito dotado, João Batista gostava de estudar. Possuía grande facilidade para línguas. Além das disciplinas regulares, interessava-se pelo italiano, hebraico, aramaico e árabe. Dedicava-se também à taquigrafia, ao desenho, ao canto. E gostava de tocar cítara.

 

Já nos primeiros meses de escola a vocação religiosa do jovem João Batista Reus começou a manifestar-se através de seu desejo diário de ir rezar na Igreja de São Martinho, perto do ginásio onde estudava. Todas as manhãs antes da aula ele entrava na igreja com passos firmes e resolutos para fazer as orações do dia.

 

Cultivava um amor especial à Virgem Maria. Todos os sábados freqüentava a igreja da Mãe de Deus, situada num ponto mais elevado da cidade. Sua maior alegria era subir a colina de Pottenstein para freqüentar a Igreja dedicada à Virgem Maria. Nestas ocasiões costumava pedir que seu destino fosse o de transformar-se em um pobre sacerdote. Quando dezenas de anos mais tarde teve a oportunidade de escrever suas memórias, fez constar a seguinte passagem a respeito destes pedidos:

 

— “A Virgem Maria tomou esse meu pedido ao pé da letra e me alcançou a graça de vir a ser, por sua intercessão, um pobre jesuíta. Quanta alegria proporcionou-me mais tarde o completo cumprimento deste meu desejo. É admirável como a Mãe sabe superar de longe todo o raciocínio humano. Graças lhe sejam dadas por toda a eternidade”.

 

 

A experiência militar

 

Apesar de ser um estudante de teologia com visível vocação religiosa, no final da adolescência ao concluir o curso ginasial apresentou-se para servir ao exército. Como o serviço militar era obrigatório, a única concessão feita aos novos recrutas era de que aqueles que tivessem completado a 6ª série, como ele o fizera, poderiam ter seu tempo de serviço militar reduzido. Ainda assim todos deveriam dedicar pelo menos um ano de suas vidas à carreira militar.

 

Resolvido a seguir o destino que sua mente há muito já havia traçado João Baptista Reus fez uma coisa antes de ingressar nas fileiras do exército: matriculou-se primeiramente no Seminário de Bamberg e só depois partiu para ingressar nas fileiras militares.

 

Durante os primeiros tempos em que esteve na caserna muitos de seus amigos chegaram a imaginar que sua vocação sacerdotal tivesse desaparecido. Era tamanha sua força de vontade e tão sinceros e dedicados seus esforços em cumprir as tarefas que lhe eram determinadas, que a maioria dos colegas tinham quase certeza que estava sendo formado ali um futuro profissional das armas e não um homem dedicado a Deus.

 

E João Batista de uma certa forma até contribuía para que todos pensassem daquela forma, pois a cada dia esforçava-se mais em seus deveres de militar. Tamanho era seu empenho pessoal que logo foi promovido a cabo; não demorou muito já era sargento e pouco depois prestou exames para o oficialato. Neste curto período  de tempo até mesmo seus superiores e amigos mais próximos não duvidavam mais que o futuro do rapaz seria no exército, do contrário não teria prestado exames para o oficialato.

 

Como o cargo de oficial militar era incompatível com o de sacerdote o fato de ter prestado exames e promovido a oficial deixava antever ate mesmo para seus familiares que o jovem nascido em Pottenstein havia despertado para uma nova vocação profissional.

 

Todos, no entanto estavam enganados. O ânimo do jovem alemão em nenhum momento tinha arrefecido. Em outubro de 1890 João Baptista renunciou ao oficialato, deu baixa e em seguida ingressou no Seminário de Bamberg.

 

 

O jovem seminarista

 

João Batista nutria um grande desejo de ser sacerdote. Mas não simpatizava com a vida de seminário.

 

Em sua autobiografia, João Batista escreve:

 

Não posso! Não posso! – Qual terá sido a origem dessa insistente relutância? Quer-me parecer que era o demônio, pois desapareceu com o meu ingresso no Seminário...” (Autob. 20ss).

 

A mesma decisão e força de vontade demonstrada durante a carreira militar repetiram-se em Bamberg e enquanto estudava teologia o jovem Reus com a mesma tenacidade lia tudo que encontrava a respeito da vida de Santo Ignácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus.

 

No Seminário, teve oportunidade de fazer de imediato o seu primeiro retiro espiritual inaciano, de três dias. Foi uma nova experiência para a sua vida, que ele descreveu assim: “Comecei vida nova. A mudança operada em mim foi como a passagem da noite para o dia.” Seu propósito, no final do retiro era: “Ser puro como um anjo.” Esta norma passou a polarizar todas as suas aspirações. Buscava forças no amor de Cristo, em especial ao Deus Menino do Presépio, para o cumprimento de seu propósito. Mais tarde anotou em seu diário:

 

“A amável Mãe de Deus, insipirou-me a princípio grande amor a seu Divino Filho... Uma grande confiança e íntimo amor ao Menino Jesus tomavam posse do meu jovem coração.

 

Em setembro de 1892 fez uma viagem até Exaeten, na Holanda e lá teve certeza que sua vida religiosa aconteceria entre os jesuítas. Apesar de seu desejo intenso de ingressar imediatamente naquela ordem, não foi ainda desta vez que ocorreu seu ingresso.

 

Aconselhado a ordenar-se sacerdote em sua diocese, retornou da Holanda e foi para Bamberg onde continuou seus estudos por mais um ano.

 

Nas férias, no segundo domingo depois da Páscoa, fez uma bela homilia sobre o seu tema predileto: o Santíssimo Sacramento, com satisfação geral dos presentes. O jovem diácono era estimado por todos, tanto por sua personalidade como por seu caráter jovial. Não costumava fazer distinção entre as pessoas. Apenas demonstrava especial amor aos pobres.

        

        

A Ordenação Sacerdotal.

 

Como preparação imediata ao sacerdócio, fez um retiro espiritual, anotando posteriormente em sua autobiografia: “Chegaram os dias do retiro antes da ordenação. Manifestou-se então com toda a veemência o fogo do amor ao Redentor... Quero amar-Vos de coração com amor íntimo, cálido e abrasador, com o mais puro e santo amor de Deus...” (Autob.39). O propósito do retiro foi: “Meu Deus, quero amar-Vos cordial e intimamente, com entrega total de todo meu ser!”

 

Foi ordenado sacerdote, dia 30 de julho de 1893, na Catedral de Bamberg, juntamente com outros 16 diáconos. No mesmo dia viajou com seu pai, que assistiu à ordenação, para a sua terra natal. Dia 31, festa de Santo Inácio de Loyola, celebrou a sua primeira missa na Matriz de Pottenstein, com grande participação de seus conterrâneos.

 

Inicialmente imaginou que poderia ingressar imediatamente na ordem dos jesuítas, mas os fatos não aconteceram como ele queria. Só após muita insistência junto a seus superiores conseguiu quatro anos depois fazer seus primeiros votos perpétuos na Ordem Jesuítica. Três anos depois foi enviado para o Brasil.

 

Nutria amor especial aos pobres. Vai neles o próprio Cristo. Tudo o que recebia de presente, João Batista o levava às escondidas aos doentes e necessitados.

        

Heróico na oração e na penitência, buscava reparar as muitas ofensas ao Sagrado Coração de Jesus e as irreverências à sua Mãe do Céu. Celebrava mensalmente uma santa missa em honra do Coração de Jesus e outra em honra do Coração Imaculado de Maria.

        

Padre Reus não conhecia meias medidas, Impelido pelo amor e pelo desejo de reparação, visitava a igreja muitas vezes durante o dia e também a noite. Vivia a fé na presença de Cristo no SS. Sacramento. Naquele tempo recebeu a primeira graça mística de que conseguiu lembra-se, sentindo vivamente a presença de Deus. Anotou em sua autobiografia:

 

“Repentinamente me sobre veio a proximidade de Deus, como se entrasse n’Ele, submergido em dulcíssima paz interior. Era um sentir a Deus na sua influência sobre a alma.”    

        

Somente 20 anos mais tarde reconheceu claramente que nessa ocasião recebera a primeira graça mística. Ele jamais aspirava esse tipo de graças especiais e até sentia certa repugnância contra eles.

        

Padre Reus sacrificava-se e fazia muitas mortificações para assemelhar-se mais ao Divino Mestre, Jesus Cristo. Sabia da importância de nunca relaxar na luta contra o mal.

 

Oferecia a sua natural sensibilidade, a sua tendência para a auto-afirmação, autoglorificação e egoísmo.

 

Aceitava-se a si mesmo como era e suportava as reações dos outros perante sua atitudes pouco sociais, sua tendência para certa estreiteza e severidade, que chegavam a provocar a antipatia de alguns. Mas também o Padre Reus teve suas dificuldades e confessa ter sentido ‘antipatia insuperável’ para com um superior.

        

Humilhante foi para ele o não ter passado no exame para a jurisdição, isto é, a licença de ouvir confissões, apesar de se ter preparado cuidadosamente. Teve que repetir o exame e também no exame final de Teologia não foi muito brilhante. “Deus não me deu inteligência pronta e memória fácil como a outros, mas fez tudo muito bem feito!” – confessa ele humildemente.

 

Os confrades, percebendo que o Padre Reus era um tanto “diferente dos outros”, julgavam-se com o direito de lhe “pregar alguma peça”. Achavam-no demasiadamente sério e rigoroso para consigo mesmo. Mas ele não deixava perceber o quanto isto lhe doía e tomava essas brincadeiras como oportunidades para praticar a virtude.

 

 

O Padre Reus no Brasil.

 

Depois de um longo tempo de preparação em que empregou todas as suas forças no auxilio aos pobres, doentes e necessitados, o padre Reus foi enviado ao Brasil onde chegou acompanhado de outros quatro colegas de batina.

 

Em 15.09.1900 Com o coração pulsando e a fisionomia aberta num grande sorriso, Pe. João Batista Reus desembarcou no porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, estado brasileiro situado no extremo sul do país, viajando através do vapor “Rosário”.

 

Quando seus pés tocaram o solo brasileiro estava com 34 anos de idade e um desejo cada vez mais intenso de ajudar seus semelhantes. Nos primeiros 11 anos de Brasil dedicou-se ao apostolado na cidade de Rio Grande.

 

São interessantes as suas notas a respeito do estado religioso dessa cidade. Muita ignorância, incitações contra o clero e a religião. Os poucos católicos muitas vezes não possuíam firmeza suficiente para se colocarem decididamente ao lado de seus pastores.

 

Recordando-se daquele tempo, Padre Reus escreve mais tarde:

 

“Na minha vida espiritual fazia o que a regra prescreve. Chamou-me atenção o fato de sentir por momentos vivamente a presença de Deus durante a meditação. Parece-me que Ele descia sobre mim e sobre mim descansava, de modo que o sentia perto de mim. Mas eu não sabia o que isto significava... Certa vez, até quando fui chamado à sala de visitas, experimentei a presença de Jesus como uma pessoa que estivesse a meu lado, mesmo enquanto conversava com as pessoas”. Parece que naquele momento o próprio Padre Reus nem suspeitava que se tratava de graça mística, pois ele nem se preocupava com essas coisas.

 

Um ano depois, em 1912 foi removido para a capital do Estado, Porto Alegre e nomeado professor num dos colégios mais tradicionais da cidade, o Colégio Anchieta.

 

Este ano é marcado por receber grandes graças místicas, apesar de Padre Reus ser um sacerdote simples e modesto. Ele nunca aspirava ao extraordinário, tais como graças místicas ou carismas especiais. Até evitara “como peste” a leitura de livros sobre tais assuntos. Muitas vezes confessava que em vista de toda a educação recebida e de seu natural sóbrio, não queria saber nada de místico, procurando evitar tudo o que estivesse fora do comum. Apenas queria ser um sacerdote fiel e jesuíta zeloso no cumprimento de seus deveres.

        

Em fins de agosto teve experiências místicas que o surpreenderam:

 

“Durante o exame de consciência, a 26 de agosto sobreveio-me tal fogo abrasador que só consegui aliviar meu coração com suspiros fortes. Repentinamente aumentou de tal maneira esta onda de amor, vindas do alto, que não conseguia mais suportá-la”. Parecendo-lhe tudo isso muito estranho, procurou o superior da Missão, padre Zartmann, homem muito sério e prudente. Após minucioso exame disse-lhe que a coisa vem realmente de Deus!”

        

No dia sete de setembro recebeu uma graça mística muito rara: as santas Chagas ou estigmas de Cristo. Na noite de seis para sete de setembro, acordou várias vezes e sentiu cada vez mais a presença do Salvador. Durante a meditação da manhã percebeu sensivelmente como Cristo olhava para ele. É o próprio Padre Reus que conta:

 

“De repente sobreveio-me um amor fortíssimo e inflamou-me todo o corpo, de modo que parecia estar em chamas. Senti-me puxando para cima, de modo que os meus braços ficaram distendidos. Violenta labareda de fogo precipitou-se do alto e eu senti como algumas setas penetravam em meu coração. Julguei que fosse imaginação minha e me esforcei por rejeitar toda ilusão, mas de nada adiantaram os meus esforços. Percebi, então, cinco raios de luz, vindos em direção das cinco partes do meu corpo, nas quais no Vosso Corpo ressuscitado, ó Jesus, guardais as santas chagas. Foi uma verdadeira luta. Embora nada percebesse com meus olhos corporais, a visão era tão clara que não podia duvidar ter recebido em minha alma a impressão das Vossas cinco Chagas”.

        

Os estigmas permaneceram invisíveis, fato também verificado em outras almas agraciadas. Mas o Padre Reus sentiu-se toda a vida e às vezes tão fortemente que se contorcia de dor. Foi certamente a melhor resposta para as suas dúvidas, no sentido de que pudesse ser vitima da imaginação ou da ilusão.

        

A partir de então recebe quotidianamente graças excepcionais durante os exercícios de piedade, principalmente durante a celebração da santa missa. Anjos e Santos lhe apareciam diversas vezes.

 

Neste mesmo ano seu estado de saúde começou apontar os primeiros problemas de uma longa e sofrida enfermidade.

 

Sua passagem pelo colégio Anchieta já mostrava o sacerdote maduro, de fisionomia austera e olhares distantes que embora mantivesse a mesma determinação férrea, havia deixado em Bamberg grande parte de seu vigor físico.

 

Apesar de seus deveres profissionais serem ligados à pedagogia e à administração das tarefas escolares, nunca deixou de ser um religioso apaixonado, devotado e fervoroso.

 

 

Pároco em São Leopoldo - RS.

 

No ano de 1913 foi nomeado pároco da cidade de São Leopoldo-RS, centro de colonização alemã, lugar onde ficaria o resto de sua existência. Ali foi diretor e conselheiro espiritual no Seminário Maior de São Leopoldo e do Colégio Cristo Rei.

 

Continuando seu trabalho de ajuda aos pobres e necessitados que havia iniciado na Alemanha, fundou a Liga Operaria Católica com o objetivo de continuar ajudando os pobres, coisa que procurou fazer enquanto foi vivo.

 

O Padre Reus sentia a dura realidade da vida, como ele mesmo confessa: “Não sei o que é: cada sacrifício ainda que pequeno, me custa, repugna o meu natural, a ponto de pedir continuamente novas forças para vencer”. No entanto o padre Reus ousou dizer ao se Deus: “Apesar de tudo ninguém Vos amará mais do que eu”.  

 

 

Professor no Seminário Menor

 

O Padre Reus desejava ser missionário popular, mas Deus lhe preparava outra missão: professor no curso ginasial do Seminário Menor de São Leopoldo, que foi o principal campo de suas atividades.

 

Foi professor de Religião (16 anos), de Latim (15 anos), de Historia (16). Lecionou também Português, e, temporariamente, Francês e Geografia.

 

A nova tarefa era um sacrifício para ele, já que não possuía os dotes de “professor nato”. Mas, o amor ao seu Mestre o fez dedicar-se ao magistério com toda energia, e acabou gostando.

        

A respeito das aulas de Religião, um antigo aluno confessa o seguinte:

 

“Suas palavras, cheias de unção, revelavam íntima familiaridade com as coisas de Deus. Quantas vezes, depois da aula, eu ia à capela, para agradecer a graça de ser aluno de um santo. Certo dia nos leu a Mensagem do Coração de Jesus aos sacerdotes. Não posso esquecer essa leitura, principalmente a passagem que fala da Bem-aventurada Virgem.” Ela, minha Mãe, é também a mãe do sacerdote”. Aí sua voz assumiu um tom de unção que me penetrou na alma. Era sabido que, se falava da Virgem Maria, o fazia de fisionomia iluminada e sorridente. A Mãe de Deus e o Sagrado Coração de Jesus eram os seus temas preferidos”.

        

Outro ex-aluno se refere ao Padre Reus da seguinte maneira:

 

“Como professor, o Padre Reus era sério e sabia manter a disciplina. Nós o respeitávamos como padre muito religioso e devoto”.

        

Padre Reus não só se esmerava na instrução religiosa dos seus alunos, mas procurava formar personalidades. Insistia na ordem, pontualidade, atenção e aplicação. Ele próprio procurava dar o exemplo para isso. Até pelos seminaristas menores era considerado como o “padre santo”, que rezava muitas vezes na galeria do Seminário, sem se distrair com o barulho, durante os jogos no pátio.

 

Durante sua vida escreveu diversos livros religiosos em português, espanhol, alemão e italiano.

 

 

Grande homem de oração – homem de Deus.

 

Antes o coração se rasgue em mil pedaços do que admitir qualquer violação da obediência.

        

Aqueles que conheciam e conviveram com o Padre Reus reconhecerem que ele era um homem de muita oração. O padre Cândido Santini, SJ. (falecido) conviveu 25 anos com o Servo de Deus. É dele este depoimento:

 

“O Servo de Deus nos deixou a impressão indelével de que era um homem de Deus, imerso em oração, vivendo sempre na presença do Senhor. Milhares de jaculatórias, que diariamente saíam dos seus lábios, as freqüentíssimas comunhões espirituais, as meditações e confissões diárias, as adorações noturnas semanais, as visitas ao Santíssimo, que fazia de hora em hora, os três terços diários e o Breviário, que rezava de joelhos diante do Santíssimo e da imagem da Virgem Imaculada, a devoção da Via-Sacra, que percorria três vezes por dia, todas as santas missas, a que assistia, antes ou depois de ter celebrado a sua, a reta intenção, com que transformava toda a sua vida em oração... tudo isto nos diz claramente que o Padre Reus viveu deveras uma vida de oração intensíssima”.

 

O Padre Reus sabia que o fim último de todo exercício de piedade é aumentar a união da alma com seu Deus. E esta união ele a procurava, não só para a glória de Deus e santificação da própria alma, mas antes de tudo visava a salvação de muitas almas. E este apostolado em favor próximo chegava a ser heróico.

       

Pedia constantemente ao Senhor:

 

“Senhor, fazei que eu morra para mim mesmo e vivia somente para Vós, a fim de salvar quantas almas for possível salvar”.

 

Sua vida se tornou um constante morrer a si mesmo, para ser mais e mais imbuído de Deus.

 

Sua jaculatória preferida era repetir os santos nomes de Jesus, Maria, José. Repetia constantemente esses nomes no decorrer do dia e principalmente durante as longas noites de insônia.

 

O Padre Reus também acreditava na força da oração e por isso rezava com muita fé e confiança. Vários fatos de sua vida demonstram que a oração confiante lhe ajudou a resolver coisas concretas. Um desses fatos aconteceu no outono de 1935, quando terríveis temporais com trovoadas por três vezes ameaçavam grandes prejuízos. Ele se pôr de joelhos a rezar de braços estendidos, implorando a proteção de Deus. Em pouco tempo a calma voltou, e não se registraram os danos que em outras ocasiões resultavam em centenas de vidraças despedaçadas”.

 

 

Suas grandes devoções

 

O Padre Reus nutria um grande amor a Jesus Eucarístico e, em conseqüência, amava profundamente o Sagrado Coração de Jesus, presente na Eucaristia. Assistia a todas as santas missas que eram celebradas na capela do Seminário e alhures, sempre que o tempo lhe permitia.

        

Padre Reus tinha também uma grande devoção para com a Mãe de Deus, devoção que lhe foi implantada na alam pela sua própria mãe, desde a tenra infância. Promovia, onde era possível, a Confraria de Nossa Senhora do Carmo e reza do terço diário. Nos primeiros dias da sua estada em Rio Grande fez voto de promover, na medida do possível, também a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Para tanto aproveitou as aulas, as palestras particulares e muitas outras oportunidades. Escreveu um folheto sobre o Sábado de desagravo, que em várias edições alcançou centenas de milhares de exemplares. Repetia incessantemente a jaculatória: “Doce Coração de Maria, sede minha salvação”.

        

Era ainda devoto de Nossa Senhora Medianeira, pois numa visão contemplou Maria Santíssima como Medianeira de Todas as Graças. Dedicou as mais belas palavras de sua vida a essa devoção. “Foi a querida Mãe de Deus que me deu tudo! Pareço-me a mim mesmo como um dos santuários da Santíssima Virgem, onde as paredes estão recobertas de ex-votos, com a mesma frase: Maria ajudou...”

        

Como que em decorrência da devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria, o Padre Reus foi também devoto do Patriarca São José. Uma das provas dessa devoção está no fato de o Padre Reus se ter empenhado, profundamente, para que a festa do Patrocínio de São José fosse celebrada anualmente com toda a solenidade.

        

Além dessas devoções especiais, o Padre Reus possuía devoção particular aos santos anjos, aos santos, seus grandes amigos celestes, ao Menino Jesus, a seu padroeiro São João Batista e a Santo Inácio de Loyola, fundador de Companhia de Jesus.

 

 

Vida de penitência e de sacrifício

 

Seria suspeita a vida de oração e de piedade numa pessoa que fugisse do sacrifício e da cruz.

 

Padre Reus amou sincera e generosamente a cruz e tinha verdadeira fome e sede de sacrifícios. Aceitava resignadamente os desprezos, as humilhações que feriam profundamente sua extrema susceptibilidade. Flagelava-se diariamente antes de se recolher à noite; cingia-se freqüentemente com um cilício de ferro, dormia sobre duas tabuas, escondidas debaixo do lençol, jejuava quase sem interrupção e dominava os sentidos e a natural curiosidade de maneira edificante. Mas o maior sacrifício foi sem dúvida, a renúncia à sua vontade e sua perfeita e constante subordinação à vontade dos superiores.

        

Verdadeira tormenta agitou-lhe a alma, quando soube ser desejo da Ordem que os súditos abrissem suas consciências não só ao superior provincial, mas também ao superior da Comunidade. “Parecia-me então mais fácil confessar pecados graves – se os tivesse – do que revelar as graças místicas”. Mas, como tinha prometido ao Senhor procurar fazer sempre o mais perfeito, foi fiel também neste particular.

        

Grande provação para o Padre Reus era a gradativa perda da visão, que poderia transformar-se em cegueira completa. Eis seu desabafo pessoal: “Estive pronto para aceitar mais esta cruz além das demais, se assim fosse do agrado do Sagrado Coração. Salve Cruz preciosa! Eu sabia muito bem dos pesados sacrifícios que a cegueira me traria: a completa dependência dos outros; talvez a total impossibilidade de celebrar a santa missa, se não conseguisse decorar com a necessária segurança as orações, e renúncia completa ao trabalho no livro de Liturgia; tudo isso aceito-o de boa vontade, contanto que se cumpra  a vontade do Senhor; Aceito tudo das mãos de Deus e de Maria Santíssima.”

        

Deus, porém, se contentou com a boa vontade de Seu Servo, preservando-o da cegueira. Mas a surdez, própria da velhice, não lhe foi poupada. Era preciso falar muito alto para que ele compreendesse o que se dizia. Apesar disso, escreveu ao seu amigo padre Miguel Schmintt, pároco em Pottenstein, em 1947: “... descontados os achaques da velhice, vou muito bem. Em todo o caso sinto-me muito feliz com minha sorte, pois me veio do Coração de Jesus”.

 

 

A palavra dos superiores

 

Padre Reus abria sua alma aos padres provinciais, como também aos reitores do Seminário, em São Leopoldo. Todos o elogiam. O padre Ferinand Baumann, seu consciencioso biógrafo, que o conhecia pessoalmente, relata o seguinte:

 

“Todos viram no Padre Reus um homem serio, razoabilíssimo, firme nas suas atitudes, de mentalidade crítica, enérgico, livre de sentimentalismo e exaltação. Todos conheciam sua veracidade inabalável e sabiam que se devia dar crédito incondicional ao que dizia. Os superiores conheciam suas virtudes heróicas: penitências e mortificações extraordinárias, adorações noturnas, permanente e notório recolhimento e autocontrole. Não poderia ter praticado tudo isso sem ser misticamente agraciado”.

        

Sem subterfúgios, Padre Reus relata as angústias sofridas por causa das vivências místicas, como também as lutas e preces para obter o discernimento dos espíritos, ou seja, a faculdade de distinguir o genuíno do falso.

        

Aliás, em todas as visões e demais fenômenos místicos, permanece sempre a dificuldade de se saber, com certeza, o que na contemplação dos mistérios procede imediatamente de Deus e o que o homem, impelido por Deus, acrescenta da sua parte. Daí o rigoroso exame por parte da Igreja.

        

Como prova convincente da autenticidade de suas visões, o Padre Reus declara:

 

“... não dependem de mim. Sobrevêm freqüentemente, em dias comuns, e não nas festas comemorativas (por exemplo Sexta-feira Santa), quando a alma está repleta do mistério do dia. Também não me é possível modificar algo nas visões, circunstâncias mencionada também por Santa Teresa”.

       

Por outro lado, o Padre Reus não desejava o extraordinário. Rezava e pedia ao seu Senhor e Deus: “Sabeis que não procuro coisas extraordinárias, admito-as, unicamente, porque Vós mas enviais”. E procurou corresponder a essas graças extraordinárias que Deus lhe concedeu, sabendo que é o caminho mais eficaz de alcançar a santidade mais rapidamente e em grau mais elevado.

        

Na mesma ocasião escreveu ainda: “Embora anele estar convosco, ó amantíssimo Jesus, quero viver para dilatar o domínio do Vosso Coração nos corações daqueles que remistes com o Vosso preciosíssimo sangue”.

        

 

 

A morte do Padre Reus.

 

O Padre Reus sofreu muito nos anos que antecederam sua morte. No entanto, apesar de doente sempre procurava louvar e agradecer a Deus em suas orações diárias.

 

Alguns meses antes de sua morte, alternando dias de sofrimento no leito com poucas horas de descanso físico, pois continuava a escrever sua autobiografia.

 

Em 01/01/47, seis meses antes de falecer, escreveu:

 

"Senhor, agradeço-Vos a graça de me terdes dado chegar a esta idade! Obrigado também pelos sofrimentos e incômodos inerentes à idade senil."

 

Os primeiros sintomas de seu sofrimento físico já datavam de 1912 quando foi examinado por um médico e constatou-se que começava a apresentar sintomas de hidropisia.

 

Oito anos mais tarde, em 1920 além da hidropisia que não cessava, foi vítima de diabetes e problemas renais além das constantes e incômodas dores de cabeça que pareciam crônicas.

 

Não bastasse todos estes males, o Padre Reus por várias vezes teve problemas de pele, bronquite e asma.

 

Apesar de sua extraordinária força de vontade em continuar vivendo, um ano antes de sua morte apareceram os primeiros problemas cardíacos que permaneceriam a atormentá-lo até o final.

 

Em 1947, aos 79 anos, seu estado de saúde alternava momentos de melhora com repentinos e constantes agravamentos. Em 04 de abril daquele ano, uma Sexta-Feira Santa, foi sacramentado e seguiram-se alguns dias de recuperação. Mas foram breves e fugazes. Logo em seguida seu estado ficou mais crítico.

 

No dia 10 de junho, dois meses após o sacramento, rezou sua última Missa.

 

Esse dia tão ardentemente desejado veio a ser o seu Dia do Nascimento para o Céu, após pouco mais de 79 anos de idade, 54 de sacerdócio e 53 de vida religiosa na Companhia de Jesus, em 21 de julho de 1947.

 

O padre João Batista Reus está sepultado no cemitério dos jesuítas em São Leopoldo, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil.

 

Não demorou muito para que o povo começasse a contar historias a respeito de ajudas recebidas depois de orações serem dirigidas à memória do padre. Os dias foram passando e cada vez aumentava mais o numero de pessoas que se diziam auxiliadas pelo Padre Reus.

 

Iniciaram as romarias e procissões ao seu túmulo .

PADRE JOÃO BATISTA REUS II.jpg

O Processo de Canonização

 

Seu processo de beatificação, iniciado em 1953, sofreu uma pausa em 74. Em parte devido à resistência do cardeal Vicente Scherer, que enviou uma carta ao Papa Paulo VI desaconselhando a santificação. Mais tarde, dom Vicente mudou de idéia e acabou apoiando a carta que 26 bispos gaúchos escreveram em 1993, pedindo pela beatificação de Reus.

 

Mensalmente, os postuladores da causa no Brasil recebem cerca de 150 cartas com relatos de graças e milagres alcançados.” (JORNAL DO BRASIL - Domingo, 7 de Abril de 1996, José Mitchell, de Porto Alegre)

 

O processo para Beatificação e Canonização do padre João Batista Reus foi iniciado em 25 de julho de 1953 e terminado a 13.11.1958 em Porto Alegre.

 

Em 1958 todos os documentos relativos ao processo foram entregues em Roma onde prossegue os trâmites exigidos pelas autoridades religiosas.

 

Em 24 de setembro de 2003 a edição nº 4.853 do jornal “Correio Riograndense”, de Caxias do Sul, trazia a seguinte nota:

 

Causa Padre Reus ganha novo impulso. Novo tribunal vai dar continuidade à causa de beatificação do jesuíta.

 

A causa de beatificação do Padre João Baptista Reus vive um novo e importante momento. Em julho deste ano foi constituído o Tribunal Eclesiástico para o “Processo Supletivo sobre a continuidade da fama de santidade do Pe. João Baptista Reus”. Dom Osvino José Both, bispo de Novo Hamburgo, presidiu a sessão de instalação.

 

Segundo o postulador geral de Roma, padre Paolo Molinari, sj, o “processo supletivo” significa um novo processo que deve completar aquele realizado nos anos 1954-1958, pela arquidiocese de Porto Alegre.

 

O novo Tribunal deve suprir o que falta, isto é, a prova de que a fama de santidade de Pe. Reus continuou deste o tempo do primeiro processo até os dias atuais. Como São Leopoldo pertence agora à jurisdição da diocese de Novo Hamburgo, dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre, transferiu o respectivo processo para essa diocese, em janeiro de 2003.

 

A Vida Mística do Padre Reus.

 

A vida mística consiste nas relações espirituais da criatura com seu Criador, de caráter mais íntimo do que o comum, e que se manifesta de muitas maneiras, sobretudo com êxtase, arroubos, aparições, revelações de caráter particular, etc. Nesta união mais íntima com Deus a alma chega a conhecer coisas divinas, não só pela luz da fé, mas também pela experiência pessoal.

 

Além do conhecimento mais perfeito das coisas divinas, a alma mística sente maior aproximação de Deus, participando com maior intensidade da vida divina e progredindo mais rápido e solidamente no caminho da perfeição.

        

Essa íntima familiaridade da alma com Deus provoca necessariamente maiores frutos espirituais. Por exemplo o desapego completo das coisas terrenas, considerando-as vãs e efêmeras e um amor mais generoso a Deus, como suprema e perene realidade.

 

 Por outro lado, as graças mais ou menos extraordinárias, próprias de vida mística, não dispensam a criatura da cooperação pessoal, generosa e constante, que se concretiza na prática das virtudes.

 

Quanto à vida mística do Padre Reus, sabe-se da existência de fenômenos místicos, narrados por ele mesmo no seu Diário espiritual e na Autobiografia. Esses escritos fazem parte integrante do Processo Informativo que se encontra em Roma desde dezembro de 1958. O exame da legitimidade dos fenômenos próprios da vida mística está reservado a Igreja, que é Mestra prudentíssima da vida espiritual.

        

Em sua Autobiografia o Padre Reus relata muitas êxtases, visões e aparições, principalmente durante a celebração da Santa Missa, e outras comunicações espirituais.

 

Por outro lado, se esses fenômenos foram ou não reais, é questão secundária. O importante é que neles não haja algo contra a fé e os bons costumes. É precisamente na prática constante das virtudes heróicas que se baseia a santidade e se justifica a beatificação dos Servos de Deus.        

        

Verdadeiros ou não, esses fenômenos na vida do Padre Reus, quase diários nos últimos decênios, eram para ele estímulo poderoso e constante para progredir nas virtudes e na generosidade para com Deus.

 

“Quero trabalhar com o auxílio da Vossa onipotente graça, a fim de me santificar para Vós. Os grandes Dons, que Vós houvestes por bem despender com a Vossa indigna criatura, não me fazem santo. Mas devem ser um aguilhão a ferir-me constantemente, levando-me a morrer para mim,  a fim de que viva para Vós, vítima do Vosso amor”- assim escrevia o Padre Reus a quatro de fevereiro de 1929.

 

 

A autobiografia do Padre João Batista Réus.

 

Por obediência a seus superiores que o viam narrar oralmente dezenas de graças místicas, foi compelido a escrever sua autobiografia onde narra de um modo claro e equilibrado todas as visões e êxtases de que foi alvo, embora jamais se julgasse digno de qualquer destas manifestações.

 

O Padre Reus fez tudo o que a prudência humana exige para não ser vítima de ilusões e enganos. Recorreu, sobretudo, ao meio infalível da obediência, comunicando aos Superiores humildemente tudo o que se passava em sua alma. Em obediência expressa aos Supervisores escreveu a Autobiografia. No seu Diário espiritual, escrito depois, registrou esta decisão: “Antes o coração se rasgue em mil pedaços do que admitir qualquer violação da obediência.” E a sinceridade, com que executou a ordem da obediência, aparece na seguinte frase: “Antes quisera morrer do que escrever alguma coisa que eu não tivesse percebido”.

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As visões Sobrenaturais

reveladas ao Padre Reus e

que acontece em cada Santa Missa.

(Retiradas do seu diário.)

 

1. O padre provincial aprova os fenômenos Místicos.

 

1392 – 11 de março de 1933. Pouco antes da Comunhão, na ação de graças, fiquei todo em chamas, da cabeça aos pés. Não vi as chamas apenas no coração, mas também saindo do peito. Hoje de manhã, logo ao levantar-me, ofereci o meu coração em chamas ao Sagrado Coração de Jesus como se fosse um coração nupcial 48.

 

48 - Referência ao Cântico dos Cânticos da Sagrada Escritura. A partir desse dia, começa a ilustrar o texto dos relatórios dos fenômenos místicos com desenhos, feitos a bico de pena. Ao todo são 1.184. São considerados uma raridade em obras místicas.

 

 

2. O Fogo da Cruz.

 

1736 – 1º de abril de 1936. O fogo da cruz, de ontem, ainda ardeu hoje, durante a visita das 9h, e continua ardendo. À tarde, pelas 2h, como de costume, rezei o breviário na capela. Por causa do ardor, descobri o peito na altura do coração e, assim, terminei de rezar o breviário. Às 6h, visita (quarta-feira, na semana da Paixão). A cruz do fogo, que ainda vejo em mim, expandiu-se nas quatro partes do coração, colocando todo o meu perfil numa grande cruz de fogo. Assim, fiquei, por pouco tempo, em pé, diante do Santíssimo, de braços erguidos. À noite, veio-me o pensamento se é essa a cruz que o Amado Salvador me concede, a meu pedido diário, de morrer por Ele na cruz?

O Fogo da Cruz.PNG

1744 – 9 de abril de 1936. Quinta-Feira Santa. Às 11h fiz visita ao Santíssimo Sacramento. De repente, irrompeu o ardor de amor. Tive que levantar-me e estender os braços. Nisso, vi uma poderosa chama expandir-se desde o interior e, em vez da cruz simples, envolveu-me totalmente. Depois a chama se modificou e da cruz de fogo saíam chamas de fogo ondulantes para o alto. Torci-me de um lado para o outro, a fim de me livrar delas. Em vão. À 1h45min, eu estava na capela doméstica. Vi a pequena cruz de chamas em mim, mas não percebi nenhum ardor diante da grande cruz. Acrescento isso, para demonstrar que essas coisas não dependem de mim. Também ontem, durante a visita, pensava que o ardor que já sentia, poderia novamente levar à grande cruz do fogo. Apesar dessa minha lembrança, ela não se manifestou.

fiz visita ao Santíssimo Sacramento.PNG

3. Sagrado coração de Jesus; o sol da minha vida.

 

1784 – 20 de julho de 1936. Quando, durante a oração da terça, cheguei à palavra “sol”, vi meu coração no meio de um sol. Resisti. Em vão. Rezo o breviário desde 1892. Jamais imaginei algo semelhante. Não posso suprimir isso. Preciso escrevê-lo. Que seja em honra do Sagrado Coração de Jesus, o sol de minha vida.

 

Sagrado coração de Jesus; o sol da minha vida.PNG

1785 – 21 de julho de 1936. Ontem à tarde, estive deitado, doente. Vi, de repente, como o sol, em que se encontrava meu coração, aumentou e me cercou totalmente. Disse para mim mesmo: Cuidarei de não dar valor a isso. Mas era mais fácil dizê-lo do que fazê-lo. Vi-me cercado pelo sol, às vezes mais claro, outras menos. Também hoje de manhã, percebi que não poderia evitar isto. Durante a Missa, aconteceu a mesma coisa. Mas, de modo especial, quando coloquei o paramento para distribuir a Comunhão aos seminaristas. Isso eu também tive que desenhar. Sou realmente escravo do Sagrado Coração de Jesus. Devo fazer o que ele quer.

 

paramento para distribuir a Comunhão aos seminaristas.PNG

 4. Vi-me no Sagrado Coração de Jesus.

 

 1786 – 22 de julho de 1936. Dulcíssimo Coração de Jesus. Ontem à tarde, enquanto rezava o breviário na capela, vi, em vez do sol, o Sagrado Coração de Jesus, que me cercava. Já há muitos anos que era incluído no Sagrado Coração de Jesus. Mas agora se acrescentava uma diferença. Vi-me no Sagrado Coração de Jesus como num mar de chamas e, isso, na santa Missa e depois dela. Talvez a razão disso seja meu comportamento na Comunhão. Como vejo meu coração em chamas ardentes, digo ao amável Salvador: Vem Tu para esse ardor de chamas. Ou também: Tu vês como Te amo. Pois Tu mesmo estás no meio desse ardor. Ontem recebi a solução do grande problema da Ir. Antônia. A Ir. X fez uma declaração, justificando, assim, meu procedimento. Minha confiança na bondade do Sagrado Coração de Jesus se tornou ainda maior. Durante meses, prolongou-se a luta sobre a veracidade das revelações da Irmã Antônia. Não queriam admiti-las como possíveis. O desfecho confirma que o assunto não só é possível, mas corresponde à realidade, exatamente como afirmavam as revelações.

Vi-me no Sagrado Coração de Jesus.PNG

1849 – 23 de janeiro de 1937. Quando fui da sacristia ao altar, vi-me como uma única chama de fogo. Igualmente, não tive paz, enquanto não tinha escrito e feito o desenho. Que tudo seja para a maior glória do Sagrado Coração de Jesus, fonte dessas graças. Ele as dá para mim segundo sua vontade, não porque eu as tenha merecido de alguma forma. Infelizmente. Mas, se servir para glorificá-lo, tudo bem.

 

Quando fui da sacristia ao altar, vi-me como uma única chama de fogo..PNG

5. Na Santa Hóstia, a Face do Salvador.

 

 1866 – 21 de março de 1937. Comunhão. Expansis – oração com as mãos estendidas para o alto por bastante tempo. Depois da Consagração da santa Hóstia, vi na mesma o santo rosto do amável Salvador. Também, há pouco tempo, vi, de repente, na santa Hóstia, o seu santo rosto. Mas não dei importância, embora me chamasse muito a atenção. Hoje, no entanto, parece excluída qualquer dúvida. Também tive que fazer o desenho. Não adianta resistir. Mas o desenho é um tanto inexato, na medida em que o rosto ocupava um espaço um pouco maior. Mas, no geral, está exato. Também na Comunhão, vi o rosto santo.

vi na mesma o santo rosto do amável Salvador.PNG

6. Medianeira de Todas as Graças. 

 

1899 – 5 de junho de 1937. A comunhão tocou como fogo ardente o meu coração. A visão que, ontem, me havia causado dúvidas, está hoje quase continuamente visível: meu coração unido ao Sagrado Coração de Jesus, com chamas irrompendo para o alto. Portanto, também ontem foi verdadeira. Quando, hoje, vestia os paramentos na sacristia, para ajudar a distribuir a Comunhão na Missa dos alunos, pedi ao amável Salvador, como costume fazê-lo, que Ele me vestisse na sua pureza, para que eu fosse menos indigno de distribuir os santos mistérios. Tinha acabado de vestir a alva e fechava o cordão na frente, puxando os paramentos para arrumá-los um pouco mais, quando, de repente, a amável Mãe de Deus estava à minha frente, ajudando-me com suas próprias mãos. Ela procedia como faz, por exemplo, uma mãe para com seu filho, que se vestiu e a quem, de pé diante dele, ela ainda ajeita um ou outro pormenor. Tudo foi questão de um momento. Ela mostrou-se, portanto, como a Medianeira das graças. Nesse momento eu nem tinha pensando nela, e não alimentaria tal pretensão.

 

1924 – 21 de julho de 1937. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 17 de julho, até ficar como cerca derretida. Na hora da Comunhão, manifestou-se forte ardor, mas internamente, de forma não visível. Ao dar a última bênção, vi, de repente, saírem chamas de fogo da minha mão que abençoava. Tive que fazer o desenho. O Sagrado Coração de Jesus me pede, de modo que não posso resistir.

 

Ao dar a última bênção, vi, de repente, saírem chamas de fogo da minha mão que abençoava.PNG

1925 – 22 de julho de 1937. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 17 de julho, até ficar como cera derretida. Na comunhão, manifestou-se forte ardor. Na última benção, lembrei-me das chamas que eu vi ontem. Hoje, não vi nada. Mas depois da Missa, vi sair do meu coração uma longa chama abrindo-se para o lado como uma língua de fogo; finalmente, vi meu coração em chamas e, sobre ele, uma cruz de fogo. O que significaria isto? Certamente a regra 11 Insignibus et vestibus Domini indui. Victina tuis amoris! – Vesti as insígnias e as vestes do Senhor. Vítima do teu amor! À tarde, na visita ao Santíssimo, vi meu coração em meio a uma grande chama. O Sagrado Coração assim o quer e pede que eu faça o desenho. Desejo não iludir a mim mesmo. Mas o que vou fazer?

 

Vesti as insígnias e as vestes do Senhor. Vítima do teu amor!.PNG

2249 – 21 de maio de 1938. Dulcíssimo Coração de Jesus. Idem, como no dia 2.5. Como no dia anterior, estive em fogo. Ao afastar-me do altar, fiquei em fogo. Durante a Ação de Graças, vi brotar novamente chamas do fundo do meu coração. E se transformou num outro mar de fogo. Vi em meu interior o fogo intenso do amor, como um imenso ardor solar, da mesma forma, como ele se apresenta na realidade, em constantes ondas, incandescência e borbulhar; no meio desta bola de fogo, o meu coração todo impregnado desse ardor. Eu escrevo e desenho o que e como o Divino Salvador quer.

 

Durante a Ação de Graças, vi brotar novamente chamas do fundo do meu coração.PNG

#2252 – 24 de maio de 1938. Dulcíssimo Coração de Jesus. Idem, como no dia 2.5. Ouvi as palavras da Consagração. Durante uma confissão, em meu quarto, vi a mão luminosa do Divino Salvador em minha mão, que se ergueu e deu a bênção comigo. Ouvi as palavras da absolvição, que Ele pronunciou em mim e comigo. Logo a seguir, vieram dois outros penitentes, com os quais se repetiu a mesma coisa, com alguns detalhes a mais. Com o terceiro, isso se manifestou de maneira mais expressiva. Ouvi toda a oração do Misereatur até o fim, pronunciada pelo Divino Salvador em mim e comigo. Vi também sua santa mão luminosa em minha mão, dando a bênção. Vi como da minha mão, principalmente da chaga da mão, saíam chamas de fogo sobre o penitente e como, na oração Ego te absolvo – eu te absolvo, saía uma chama de fogo da minha boca sobre o coirmão penitente60. Eu tive que me esforçar para dominar o meu próprio ardor, que irrompeu do meu interior quando o coirmão se afastou. Eu estava certo de que, após as visões dos últimos dias, não viria mais nada, ao menos não agora. De repente, sobreveio nova manifestação de ardor. O que eu posso fazer? Devo fazer o desenho. Ele o quer.

 

60 Vários penitentes perceberam que o Pe. Reus alterava a voz, quando dava a absolvição. A causa estava nesse fenômeno místico e na emoção do confessor, que se julgava indigno de tão grandes graças.

Ouvi as palavras da absolvição, que Ele pronunciou em mim e comigo.PNG

2253 – 25 de maio de 1938. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo do dia 2.5. Como no dia anterior, estive em fogo. Já por duas vezes, o Divino Salvador esteve junto à minha saudação de amor, que Ele, como esposo de minha alma, recebia em primeiro lugar. Ele também não me deixa descansar, enquanto eu não tenho anotado as demonstrações do seu amor.

 

 2254 – 26 de maio de 1938. Dulcíssimo Coração de Jesus. Idem, no dia 2.5. Estive em fogo como no dia anterior. Durante a madrugada, o Divino Salvador esteve novamente junto à minha cama. Na Comunhão, fiquei de braços estendidos, em silêncio, por longo tempo. Mais de 24 horas resisti a fazer o desenho representando o divino Salvador parado junto à minha cama. Opunha como argumentos, a minha impotência, a minha inutilidade, a minha estranheza. Tudo em vão. Sempre e sempre de novo e de maneira mais suave, mas irresistível, vime forçando a ceder. Eu o faço, porque não posso mais duvidar da veracidade. Ele mesmo é quem me ordena. Por quê? Não o compreendo. Só uma ou outra vez pareceu-me que me dizia: “Queres, então, menosprezar a minha graça”? Nestes dias, sobreveio-me novamente o ardor, durante a bênção do Santíssimo. Começou no início da exposição do Santíssimo e terminou no final da mesma. Também na igreja paroquial, eu vi, durante a absolvição, como uma chama de fogo saía da minha boca sobre o penitente.

durante a absolvição, como uma chama de fogo saía da minha boca sobre o penitente..PNG

2255 – 28 de maio de 1938. Dulcíssimo Coração de Jesus. Idem, como no dia 2.5. Enquanto ouvia as confissões na igreja paroquial, vi durante a absolvição uma chama saindo de mim e indo sobre o penitente. Uma, na palavra Patris - Pai, uma segunda, na palavra Filii - Filho e uma terceira, na palavra Spiritus Sancti – Espírito Santo. Isto mostra claramente que no Sacramento da Penitência, a Santíssima Trindade toma parte ativa. Este desenho eu fiz, porque eu devo. Hoje tive, novamente, dor de cabeça.

Sacramento da Penitência, a Santíssima Trindade toma parte ativa.PNG

2257 – 30 de maio de 1938. Dulcíssimo Coração de Jesus. Idem, no dia 2.5. Depois do Pai Nosso, vi saírem da santa Hóstia raios ofuscantes, de modo que o meu rosto me pareceu todo iluminado. Fechei os olhos seguidas vezes, para assegurar-me de que não era ilusão, talvez também porque eu não conseguia suportar a luz ofuscante. Como cometi, por causa disso, um pequeno erro litúrgico, contra as rubricas, concentrei toda a minha atenção para não mais observar os raios. O desenho eu tive que fazer, conforme sua santa vontade.

vi saírem da santa Hóstia raios ofuscantes.PNG

2258 – 31 de maio de 1938. Dulcíssimo Coração de Jesus. Idem, como no dia 2.5. Quando, na hora do Ofertório, fiz o sinal da cruz sobre as ofertas, vi saírem da minha mão raios sobre o cálice. O mesmo vi, novamente, logo antes da Consagração. Ouvi com toda a clareza as palavras, que o Divino Salvador disse, em mim e juntamente comigo. Vi sua mão luminosa em minha mão e senti o seu braço ao levantar o cálice. Na absolvição, durante a confissão, vi uma chama de fogo saindo da minha mão e passando para o penitente, ao pronunciar as palavras “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Eu devo escrever isso. Meu Jesus, tem piedade de mim. Eu não sei como isso terminará. Quando caí no chão, no meu quarto, devido ao ardor de amor, senti outra vez, e de maneira dolorosa, principalmente a chaga do coração.

na hora do Ofertório, fiz o sinal da cruz sobre as ofertas, vi saírem da minha mão raios sobre o cálice..PNG

#2259 – 1º de junho de 1938. Dulcíssimo Coração de Jesus. Idem, no dia 2.5. Quando, no término da distribuição da Comunhão, antes da Missa, dei a bênção, vi saírem chamas da minha mão. Como no dia anterior, estive em fogo. Na Ação de Graças, vi fogo ardendo de diversas maneiras. Uma parte principal consistia nas chamas ao redor de um coração de fogo. Eu desenho isso, porque devo. Durante a celebração de um batismo, vi fogo saindo da minha mão, ao impô-la sobre a cabecinha da criança. O amável Salvador quer que eu faça o desenho, embora eu tenha tido um pouco de resistência.

Durante a celebração de um batismo, vi fogo saindo da minha mão, ao impô-la sobre a cabecinha da criança.PNG
vi saírem chamas da minha mão.PNG

2260 – 2 de junho de 1938. Dulcíssimo Coração de Jesus. Idem, como no dia 2.5. Durante a distribuição da Comunhão, antes da Missa, quando eu trazia a santa Hóstia na mão, vi, de repente, um sol se formando ao redor da santa Hóstia. Aumentava rapidamente, até alcançar o cibório. No Ofertório do pão, erguerem-se chamas de ambas as mãos, que seguravam a patena. Ao fazer o sinal da cruz, depois da Consagração, vi, igualmente, saírem chamas de minhas mãos em direção ao cálice. Eu jamais teria pensado numa coisa dessas. Afinal, a fonte da bênção é Jesus, pessoalmente presente. Mas na reflexão, já que não posso negar as chamas nem as posso silenciar, tive que aceitar a autenticidade. A bênção, abstraindo-se de qualquer outro significado, vale, neste caso, não só porque ela pertence ao corpo sacramental, mas também por força do corpo místico de Cristo, e, para os que crêem, tem seu significado virtutem crucis – em virtude da cruz, como diz S. Tomás. Esta visão, que me deixou desconfiado, serve justamente como prova de que minha fantasia não é fonte de tudo isso. Eu vi, além disso, a mão luminosa do Divino Salvador, não só na Consagração, mas também quando, depois da Comunhão, purificava o cálice. Quando me confessei, vi como da mão do confessor saíam chamas sobre mim. À tarde, tive que me deitar por causa da dor de cabeça. Depois de mais ou menos 25 minutos de paciente entrega, senti, repentinamente, tão forte ardor de amor, que tive que abrir a batina na altura do coração. Depois, doía-me a chaga do coração de tal maneira, que eu gritei um prolongado Ai! Uma segunda vez, sobreveio esta dor repentina e mais uma vez eu gritei e pressionei o local onde sentia a chaga. Pela primeira vez eu irrompi em tal grito de dor.

 

Eu vi, além disso, a mão luminosa do Divino Salvador, não só na Consagração, mas também quando, depois da Comunhão, purificava o cálice.PNG

2261 – 3 de junho de 1938. Dulcíssimo Coração de Jesus. Idem, no dia 2.5. Na Comunhão, expantis – oração de braços abertos, mas por breve tempo. Ao rezar o Glória e o Credo, vi sair de minha boca cada palavra como chamas de fogo, que se elevam para as alturas diante da face de Deus. Fiz o desenho, só porque o Divino Salvador o queria. Ao ouvir confissões na igreja paroquial, vi repetidas vezes, ao fazer o sinal da cruz, durante a absolvição sacramental, como saía uma intensa chama de fogo da minha mão, abençoando o penitente. Eu queria omitir isso. Mas não há paz, enquanto não estiver escrito e desenhado. Ele mesmo o quer.

vi sair de minha boca cada palavra como chamas de fogo, que se elevam para as alturas diante da face de Deus..PNG
ao fazer o sinal da cruz, durante a absolvição sacramental, como saía uma intensa chama de fogo da minha mão, abençoando o penitente.PNG

7. Vulcão de Chamas

  

2262 – 4 de junho de 1938. Vigília de Pentecostes. Dulcíssimo Coração de Jesus. Idem, como no dia 2.5. No meio do fogo, e com o coração em fogo, eu me dirigi para o altar. Qualquer tentativa de resistência levava ao efeito contrário, isto é, o ardor se inflamava ainda mais. Como de costume, distribuí a Comunhão antes da Missa. Então, eu vi sair da santa Hóstia uma chama ardente, e eu distribuía esta Hóstia em chamas aos que recebiam a Comunhão. Eu tentava, desfazer-me desta visão. Em vão. Na elevação do Santíssimo Sangue, vi chamas brotarem o cálice. Durante a leitura de ambos os evangelhos, vi, numa parte expressiva das palavras, as mesmas saírem como chamas da minha boca e elevarem-se para o alto. Na Ação de Graças, todo o meu interior era, de novo, um ardente e ativo vulcão de chamas de amor e de ondas de amor, que brotavam do mais profundo abismo do meu coração e se sucediam ininterruptamente.

 

Então, eu vi sair da santa Hóstia uma chama ardente, e eu distribuía esta Hóstia em chamas aos que recebiam a Comunhão..PNG

#2264 – 6 de junho de 1938. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo do dia 2.5. Como no dia anterior, estive em fogo. Na Ação de Graças, vi meu coração como um vulcão chamejante, de modo que ofereci ao Divino Salvador meu amor pareciam-me, não como pequenas chamas, mas como grandes ondas de chamas, nuvens de amor, que saíam do meu coração e subiam um após outra. Era como uma erupção vulcânica, que para mim é coisa impossível de imaginar. Eu jamais teria chegado a tal idéia e nunca teria ousado apresentar ao meu Deus e Senhor, no momento mais sagrado, uma coisa destas. Também recebi outras graças. Durante um batismo, ouvi como o Divino Salvador pronunciou a oração, em mim e comigo.

 

O ardor do amor persistiu até eu guardar o Santíssimo no sacrário.

vi meu coração como um vulcão chamejante, de modo que ofereci ao Divino Salvador meu amor pareciam-me, não como pequenas chamas, mas como grandes ondas de chamas, nuvens de amor,.PNG

2278 – Nas orações antes da Comunhão, vi meus anseios saindo da minha boca e transformar-se na santa Hóstia, quanto consigo me lembrar, em forma de chamas de amor. Depois da Comunhão, expansis – oração de braços abertosviolento ardor de amor, e eu fiquei com o corpo em movimentoAo tomar o Santíssimo Sangue, vi todo o meu corpo transformando em fogo. Na Ação de Graças, ardor, fogo, chamas muito intensas do fundo do meu coração. Então fui para a igreja paroquial, a fim de ouvir confissões. Ao ouvir um determinado pecado, veio-me mais ou menos esta palavraNós somos uma raça miserável. Senti profunda compaixão. Como o Divino Salvador é ofendido! De repente, as lágrimas caíram de meus olhos, lágrimas de amor cordial, de íntima compaixão e sincera tristeza. Por isso, tive de interromper momentaneamente as confissões para enxugar as lágrimas. Na meditação da manhã, vi, novamente, meus atos de amor subirem como sóis de fogo. O mesmo na Ação de Graças, mas durante pouco tempo.

 

Salvador. Ele fará tudo corretamente. Na Ação de Graças, ardor, amor vulcânico, mas durante breve tempo.

vi meus anseios saindo da minha boca e transformar-se na santa Hóstia.PNG

2284 – 25 de junho de 1938. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo do dia 2.5. Quando, no começo da Missa, distribuía a Comunhão, vi subir da pequena Hóstia que eu segurava na mão, outra chama em meio a uma chama maior, que provinha do cibório. Olhei bem, porque depois me viriam dúvidas. No entanto, não restava dúvida, a chama ardia. Estive em fogo como no dia anterior. Nas orações, as palavras eram como fogo e sóis fogo. Resisti, para não ficar distraído. Não adiantou nada. As chamas estavam presentes. Também outras graças se repetiram. Na Ação de Graças, um vulcão de amor, ardor, sóis de fogo.

vi subir da pequena Hóstia que eu segurava na mão, outra chama em meio a uma chama maior, que provinha do cibório.PNG

#2286 – 27 de junho de 1938. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo dia 2.5. De manhã, quando fui à capela, vi o altar em chamas. Uma chama avançava com força e saía da pedra do altar. Olhei com atenção. Como no dia anterior, estive em fogo. Durante a santa Missa, houve repetições de fenômenos, dos sóis de fogo que, nas palavras de algumas orações, projetavam-se para o alto. Na Ação de Graças, tudo em fogo, vulcão de amor. Nisso, manifestaram-se novamente os sóis de fogo, que brotavam do meu coração, acompanhados de chamas de fogo. Certa vez, vi, como sinal da presença de Jesus em mim, a santa Hóstia em meu coração rodeada de chamas. Devo escrever isso e fazer o desenho. Jesus, tem de piedade de mim. Eu seria completamente incapaz de inventar variedade de fatos.

vi o altar em chamas. Uma chama avançava com força e saía da pedra do altar..PNG
Certa vez, vi, como sinal da presença de Jesus em mim, a santa Hóstia em meu coração rodeada de chamas.PNG

2291 – 2 de julho de 1938. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo dia 2.5. Como no dia anterior, estive em fogo. Durante a santa Missa, vi as palavras em diversas partes, por exemplo, na oração ao pé do altar, como sóis de fogo que saíam da minha boca. Na Ação de Graças, vulcão de amor. Novamente, vi sóis de fogo, bem maiores do que a área do meu coração. São os atos de amor. Também vi a oração do breviário, em forma de sóis de fogo, sair da minha boca. Em oposição às blasfêmias, pelas quais a Divina Majestade de Deus e o Sagrado Coração de Jesus são tão profundamente ofendidos e entristecidos, consolam o Divino Salvador as divinas palavras do breviário, glorificam a infinita grandeza e majestade de Deus. Depois, vi, também, outras orações subirem de maneira idêntica da minha boca para Deus. Creio que isto é menos do que aquilo que eu vi. Eu confio na infinita bondade do Sagrado Coração de Jesus, que não me tornarei vítima de uma ilusão.

Também vi a oração do breviário, em forma de sóis de fogo, sair da minha boca.PNG

2484 – 4º dia. 12 de janeiro de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo do dia 1.1. Circuncisão.

 

O santo nome de Jesus é minha felicidade, minha alegria e minha salvação. No ano passado e já antes, sofri muito com o imenso calor do verão, devido às erupções dolorosas da pele, causadas pelo suor. Foram tão intensas que tive de recorrer ao médico. Como naquela ocasião, ao consultar o médico, não sofria disso, respondeu que esperasse até sentir novamente.

 

Havia diversas espécies. Este ano, o amado Salvador tomou em suas mãos este problema de saúde. Spera in eo, et Ipse faciet – espera nele e Ele providenciará. Apesar do calor e do suor, não sofri deste mal. Qual será a sua origem? Indaguei se não havia comigo algo fora do comum. Constatei que deviam ser as uvas. Este ano comecei a comer uvas por causa da saúde. Havia anos que as evitava por amor à penitência. Fiz a prova. Pequeninos sinais de vermelhão desapareceram numa noite, depois de ter comido um pouco de uvas. Aí, veio-me a idéia: a devoção ao Coração de Jesus, principalmente a Comunhão, é um meio tão simples para tirar os males da alma e para livrar-nos de más inclinações.

 

Na santa Missa, tive três ou quatro êxtases de amor. Logo no começo da santa Missa, ao rezar o Salmo de Entrada do pé do altar, vi, ao pronunciar as palavras Emmitte lucem tuam – envia a tua luzrepentina e rapidamente, um raio de luz, vindo do altar sobre mim. Sem dúvida, estas palavras da Luz Eterna são dadas ao coração do sacerdote para trazer luz. Ele deve pedir, logo no início da santa Missa, a luz divina para que, em espírito de fé, realize sua tarefa divina.

 

Na Consagração, êxtases de amor, como também na Comunhão. Novamente senti, primeiro, o doloroso fogo de amor, que passou para um calmo ardor de amor. Cobri o cálice e, no momento em que dobrava o corporal, repentinamente senti o ardor de amor. O coração queimava tanto, que eu pressionava a mão esquerda no peito e, devido ao ardor, me inclinava para trás, com a mão direita na testa. Nesta posição, vi o amado Salvador junto de mim e como Ele me abraçava com seu braço esquerdo. Isso durou bastante tempo.

 

Hoje, Laeva eius sub capite meo – a mão esquerda sobre a minha cabeça; uns dias antes na cruz, Dextera eius amplexabitur me – O braço direito me abraçava.

 

Completei a purificação do cálice e veio, tanto quanto posso lembrar-me, um novo êxtase de amor. Este amor ilimitado do Sagrado Coração de Jesus me causa uma forte impressão. Logo no início da ação de graças, eu disse: O que vou oferecer em troca deste amor?

 

Nisso, vieram as lágrimas, como sempre quando estou desamparado e sem saber o que fazer. Repetia: Eu não tenho nada, nada, nada, nada. O desenho corresponde à realidade. Somente, nesta posição, eu estive um pouco mais virado para o altar. Eu tive que fazer o desenho. O amado Salvador deve ter seus santos motivos. Que eu ilimitado amor se evidencie em tudo.

a devoção ao Coração de Jesus, principalmente a Comunhão, é um meio tão simples para tirar os males da alma e para livrar-nos de más inclinações.PNG

2496 – 7º dia – Última Ceia. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo do dia 1.1. Fazei isto em memória de mim.

 

Faço isso todos os dias, revestido com poderes divinos para a oblação celeste. Celeste, porque é de lá o Cordeiro do Sacrifício; celeste, porque é de lá o sacerdote do Sacrifício; celeste, porque do véu vem sua própria força, a Glória de Deus; celeste, porque o efeito é para o céu pela absolvição; celeste, porque foi profetizado com palavras do céu; celeste, porque os profetas eram escolhidos e prefigurados pelo céu; celeste, porque pela presença do Santíssimo Sacramento converte a terra em céu; celeste, porque enche o coração humano com felicidade do céu; celeste, pela finalidade que tem em conduzir os homens para o céu. Quod perfectius esse cognovero, faciam – Farei o que for o mais perfeito.

 

Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão. Servem, principalmente nos últimos três dias, indiretamente, como confirmação da veracidade das visões. Apresentaram-se as mesmas circunstâncias sempre. Não obstante, nada de visões. Contudo, manifestou-se grande ardor de amor. Também senti mais os estigmas, aliás como em muitas ocasiões. Não estou mais anotando isso.

 

2514 – 21 de janeiro de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão.

 

Hoje fui ao hospital. Apesar de o Pe. Ministro ter oferecido o carro para esse fim, renunciei a ele, por amor à pobreza. No caminho, encontrei um menino que conduzia uma mula pelo cabresto. Falou comigo de modo muito confiante. Disse: “O senhor não quer segurar um pouco a mula, para que eu possa montar nela? Porque ela morde”. Por um instante, fiquei em dúvida, pois não sabia se a mula não morderia o cavaleiro, ou se não era traiçoeira.

 

Segurei, o cabresto que o pequeno, com jeito, colocou na posição certa. Eu estava assim protegido. Mais um instante, e o menino havia montado. Pronto, disse ele, e saiu cavalgando. Sozinho não teria conseguido.

 

Assim acontece na oração: Se nós apresentamos um pedido, Deus nos ajuda imediatamente e tudo vai bem. Se omitimos a oração, Deus nos deixa sozinhos, do mesmo modo como eu teria passado por este menino, caso ele não tivesse pedido o favor, a minha ajuda. Fui ao hospital para ouvir a confissão de um irmão em Cristo. Fui somente para isso.

 

 

Amor à Santíssima Trindade

 

 

2516 – 23 de janeiro de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Rezei a santa Missa do Sagrado Coração de Jesus. Os êxtases de amor multiplicaram-se.

 

Já durante a primeira oração, veio o primeiro êxtase de amor. Durante a leitura da Epístola, vieram outros dois, um próximo do outro. Na Consagração, tive um êxtase. Na recepção da Comunhão, vi repentinamente um imenso incêndio no coração. Não era fantasia. Pois esta age de modo diferente.

 

Vi como este ardor de fogo se elevou para o alto, e suas extremidades chegaram até a Santíssima Trindade. Transformaram-se, então, numa coroa de fogo ao redor da Santíssima Trindade. Assim terminou o último, o quinto êxtase de amor. O amor à Santíssima Trindade é o fim e a consumação do amor ao Sagrado Coração de Jesus. “Ninguém chega ao Pai senão por mim. Esta é a vida eterna, para que te conheçam e conheçam aquele que Tu enviaste”. Eu devo fazer o desenho e a descrição. O amado Salvador assim o quer.

 

 

2541 – 9 de fevereiro de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na santa Missa, três êxtases de amor: na Consagração, no Memento dos falecidos e na Comunhão.

 

Ontem, li um artigo sobre as revelações particulares, referentes à condenada devoção à cabeça de Jesus Cristo. De novo, propus-me, firmemente a não envolver-me no assunto. Cheguei, então, ao Memento dos mortos. De súbito, vi por sobre a santa Hóstia a coroa, que ontem me fora colocada sobre a cabeça. Fechei os olhos, de modo que não mais vi a santa Hóstia. Abri os olhos, procurei resistir, mas nada adiantou. A coroa ali estava. Minha resistência até deu ensejo a um breve e autêntico êxtase de amor.

 

Passando este, vi, em vez da santa Hóstia coroada, a face coroada do próprio amado Salvador, em tamanho mais ou menos natural. Nada pude fazer para evitar isso. É claro que se trata duma confirmação da visão de ontem. A coroa ainda estava sobre a minha cabeça, embora menos nítida. Assim, o Divino Sumo Sacerdote parece querer indicar que confere aos seus sacerdotes a sua própria coroa, a atual coroa do sacerdócio e a futura coroa da glória aos que perseverarem no seu amor.

 

Pouco antes das 12h, quando me dirigia ao outro prédio para almoçar, precisamente ao atravessar a rua, vi o amado Salvador em mim, ornado daquela mesma coroa. Isto me livra duma dúvida, que tive há pouco; já há tempo vira a sagrada face de Jesus sobre o meu peito. Fiquei em dúvida se aquela visão não seria uma ilusão. Mas a de hoje mostrou-me claramente que a dúvida não era justificada. Naquele tempo, pus, levianamente, por escrito, que não reconhecia isso como verdadeiro.

 

Dou graças ao Sagrado Coração de Jesus. Tive que fazer os três desenhos, porque assim o quis o amado Salvador.

 

 

2542 – 10 de fevereiro de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na Santa Missa, quatro êxtases de amor: na Consagração, no Agnus Dei, na Comunhão e ao cobrir o cálice.

 

Após a Consagração, vi em mim, quando me lembro, a Sagrada Face do amado Salvador num grande brilho, que se estendia além da minha pessoa. Nisso, eu vi de súbito no interior de um sol. Tive que desenhar isso. O amado Salvador assim o quer.

 

O Cristo vivo em nosso interior: O sacerdote dentro do Sol, sendo um sol ele próprio! Que realidade! Ele há de ser um templo de sol para si mesmo pela pureza do coração. Ele deve ser um templo brilhante como o sol, em que Jesus Cristo, sol dos espíritos e sol da justiça, estabelece sua morada. Ele é um sol para a Santíssima Trindade, pelo ardor de sua caridade para com Deus, por meio da oferta brilhante como sol.

 

Na Missa, o glorioso Sol Divino é chamado a ofertar o Filho glorificado de Deus. Toda a simbologia da luz é aplicável ao sacerdote.

 

 

2550 – 20 de fevereiro de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na santa Missa, três êxtases de amor: na Comunhão, na Consagração e quando proferi as palavras Memento Domine... dormiunt it sommo pacis – Lembrais-vos, Senhor, dos que dormem no sono da paz, vi-me todo em chamas.

 

Outra flama subia das sagradas espécies, e ambas se uniam numa só. O provável significado disso é que o pedido do sacerdote pelo descanso das pobres almas torna-se também o pedido do Sagrado Coração de Jesus. Deste modo, sobe ao trono da Santíssima Trindade um único ardente pedido pela libertação imediata das pobres almas aprisionadas. Tenho que escrever isso.

 

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2553 – 23 de fevereiro de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na santa Missa, três êxtases de amor: na Consagração, na Comunhão e depois de coberto o cálice.

 

Hoje, no dia do aniversário da morte de meu pai, que com tão generosa renúncia consentiu a minha entrada na Companhia de Jesus, rezei a santa Missa por ele.

 

Na oração do Ofertório, ao rezar Domine Jesu Cbriste, Rex gloriae – Senhor Jesus Cristo, Rei da Glória, vi, de súbito, o Divino Salvador diante de mim, em grande esplendor, como Rei da Glória, com o cetro e a coroa. Permaneceu assim durante toda a celebração e após a Consagração, também com o Sagrado Coração visível, e até depois. Ainda ali estava, quando saí da pequena capela. Quando já estava na capela maior, em ação de graças, continuei a vê-lo à distância, em imagem clara, no mesmo ponto da capela pequena.

 

Há cerca de 25 anos, não vivenciara coisa semelhante. Por esta razão, começara, nos últimos tempos, a duvidar de que uma visão semelhante, que tivera em Porto Alegre, seria genuína. O amável Salvador, ao que parece, quis dirimir esta dúvida, concedendo novamente a mesma graça. Somente as pessoas são diferentes. Naquela ocasião, se bem me lembro, foi a querida Mãe de Deus que permaneceu no meu aposento. Tive que desenhá-lo.

 

Certamente o amável Salvador quis mostrar que as palavras ditas pelo sacerdote, na santa Missa, sempre correspondem a uma realidade, ainda que não a percebemos com os sentidos. Neste ponto, é preciso ativar a fé.

 

De vez em quando, Ele nos concede a grande graça de tirar um pouco o véu, ou cortina, para que nos demos conta de quanto são grandes os mistérios, ocultos sob as insignificantes formas externas. A nós cabe aprender a crer.

as palavras ditas pelo sacerdote, na santa Missa, sempre correspondem a uma realidade, ainda que não a percebemos com os sentidos.PNG

2585 – 21 de março de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na santa Missa, três êxtases de amor: entre o beijo do altar e o Orate frates – Orai, irmãos, bastante longo, na Consagração e na Comunhão, muito curto. Já desde o início da santa Missa, via São Bento sobre o altar. Após a Consagração, formou-se em torno dele um forte clarão luminoso de que se destacava nitidamente a sua figura. Tenho que desenhar isso e fazer a anotação. Decididamente, é o que pede o Sagrado Coração de Jesus.

 

 

2586 – 22 de março de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão. Rezei a Missa ferial, única possível hoje, além da Missa pelos falecidos. Foi em honra da Santíssima Trindade.

 

Desde o início, eu via as Santas Pessoas sobre o altar, rodeadas de anjos a adejar em torno das mesmas, certamente, para indicar que também os anjos estão presentes ao santo sacrifício. No momento em que subia ao altar, rezando Aufer a nobis – Afastai de nós, as três Santas Pessoas me abraçaram. Escrevo, porque assim o quer o Sagrado Coração de Jesus. Por sua vontade, também faço o desenho.

 

Ademais, creio que a Santíssima Trindade concede esta demonstração de amor a todo sacerdote que se aproxima dignamente do altar, embora tal não se possa constatar. Impelido pelo Sagrado Coração de Jesus, preciso relatar uma amorosa prova de sua providência.

 

Ontem, quando ainda não terminara a celebração da santa Missa, entrou alguém na capela para celebrar, embora, ao que me consta, isso não seja vontade do Pe. Ministro. Ele deveria vir mais tarde. Tive a idéia de pedir ao Pe. Ministro que impedisse tal estorvo. Mas aí pensei comigo: Foi permissão do amável Salvador. Suporta-o com paciência por amor a Ele. Por isso, não falei.

 

Hoje de manhã, quando ia perturbar-me novamente com aquela presença, pus minha confiança no Sagrado Coração de Jesus. Spera in eo et ipse faciet – Espera nele e Ele providenciará. Ele o fará. Contra toda a expectativa, não sei por que razões, o coirmão não celebrou depois de mim. Parece que não ter importância. Para mim, porém, é uma prova real de que o amado Salvador repara em todas as minúcias, referentes àqueles que Ele ama, e lhes possibilita, por meio das circunstancias, a se convencerem do seu amor. Não tenho paz enquanto não tiver feito o desenho do amplexo recebido da Santíssima Trindade.

 

O amplexo foi tal que cada uma das três Pessoas me abraçaram simultaneamente. Não é possível descrever isso. Eu o desenho, porque assim o quer o Sagrado Coração de Jesus. Não me recordo ao certo se já estiveram presentes os santos Anjos, por isso os omiti. O abraço foi o sinal sensível do perdão que pedira. Só agora me dou conta do sentido do primeiro abraço, do dia 8 de abril de 1937. Foi o sinal sensível do perdão, pedido com as palavras: Ut indulgere digneris omnia peccata meã – Para que perdoeis todos os meus pecados. Logo, é um abraço dado a todo sacerdote que se aproxima do altar de coração sincero. Naquela ocasião, o amável Salvador sozinho me envolveu nos dois braços.

 

2589 – 25 de março de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na santa Missa, dois breves êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão. À noite, às 7h, bênção na capela da comunidade. No momento da exposição do Santíssimo, veio o êxtase. Flamas de amor cercavam o Santíssimo e lançavam-se em direção de toda a capela. No momento da bênção, vi como as chamas desciam sobre cada um dos jesuítas ajoelhados nos bancos. Tive que registrar e desenhar tudo.

Flamas de amor cercavam o Santíssimo e lançavam-se em direção de toda a capela. No momento da bênção, vi como as chamas desciam sobre cada um dos jesuítas ajoelhados nos bancos.PNG

2593 – 29 de março de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. No êxtase de amor, após a Consagração, vi o amado Salvador na cruz. Após a caridade incompreensível do dia 26 de março, quando me envolveu em seus santos braços, Ele mostra o máximo amor por mim, por todos os sacerdotes e por todos os homens, sacrificando sua vida por mim, da maneira mais cruel, na cruz, para merecer as graças que agora derrama sem medida sobre mim, sobre os sacerdotes e sobre toda a humanidade. E precisamente na Consagração torna a oferecer-se por mim, para que também eu me ofereça por Ele.

 

Ao segundo êxtase de amor, após a Comunhão, não quis dar atenção. Mas é impossível. O amado Salvador o quer. Eu desenhara a cruz vista de frente, mas tinha visto de lado. Julgava que diferença tão insignificante não merecia atenção. Mas o amável Salvador não me deu descanso até que desenhasse a cruz bem de acordo com a realidade, isto é, de pé, inclinada, bastante mal traçada. Mas que fazer? Sua Santíssima vontade seja cumprida. Ele não tolera inexatidão, muito menos inverdade.

 

 2601 – 4 de abril de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração da santa Hóstia, vi esta e o cálice no centro de um sol. Quis deixar de mencionar isso. Mas o Sagrado Coração quer que o escreva e o desenhe.

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 2679 – 14 de junho de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na santa Missa, cinco êxtases de amor: na Consagração, antes do Pai Nosso, durante o mesmo, na Comunhão e ao cobrir o cálice. Este foi o mais intenso. 

 

De súbito, vi, através de uma densa camada de nuvens que se alargava em direção ao alto, o céu aberto. Quanto me lembro, vi, primeiro, os queridos Santos, depois a Santíssima Trindade, especialmente o Pai Celeste, que olhava para mim com indescritível bondade e amável agrado.

 

Esta visão perdurou até a bênção, ainda que um pouco menos intensa, depois que readquiri a liberdade de movimentos. A Santíssima Trindade deu a bênção ao mesmo tempo em que eu a dava, dizendo: In nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti, que como no dia 1º de janeiro de 1939.

 

Tive que desenhar e escrever isso. Graças sejam dadas ao Sagrado Coração de Jesus. Ontem à noite, na bênção, vi-me dentro do Sagrado Coração de Jesus, de modo diverso das outras ocasiões. Pois vivo constantemente incluído neste Sagrado Coração de Jesus, de modo diverso das outras ocasiões. Pois vivo constantemente incluído neste Sagrado Coração. Bondade imensurável do Sagrado Coração. Tive que acrescentar posteriormente os queridos Santos.

A Santíssima Trindade deu a bênção ao mesmo tempo em que eu a dava, dizendo In nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti.PNG

2680 – 15 de junho de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na Santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão.

 

Ontem à noite, na bênção da novena, em preparação para a festa do Sagrado Coração de Jesus, de amanhã, estive em ardor desde o início. De repente, senti no peito um aperto terrível, de modo que me encolhi, abalado, e senti ser-me extraído o coração. Depois vi, primeiro menos, depois mais claramente, como o amável Salvador, que aparecia sobre o altar, implantava seu Coração no meu peito e punha no seu peito o meu coração. Não era possível qualquer duvida.

 

No momento, me senti muito envergonhado, prestes a derramar lágrimas. Sinto-me em total impossibilidade de corresponder a um tal amor. Então, repito o pedido íntimo: “Ajuda-me a amar-Te. Pede o que quiseres. Quero que tudo Te pertença. Ajuda-me apenas a Te agradecer”. Ignoro o que há de especial em meu coração para que seja favorecido com tamanha graça. Nisso, parece-me estar escutando o amável Salvador: “Se tenho prazer em agir assim, que te importa?” Por isso, confio na bondade do Sagrado Coração de Jesus. Ele fará tudo bem. Tive que fazer o desenho.

 

2689 – 24 de junho de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na santa Missa, três êxtases de amor: na Consagração, durante o Pai Nosso e na Comunhão. Durante as orações do cânon, antes da Consagração, esteve presente São João Batista, rodeado de anjos, talvez por ter levado uma vida muito pura e ele próprio ser chamado anjo. Mais tarde, tornei a vê-lo, brevemente, de maneira imprecisa. Depois, não mais o vi. Tenho que escrever e desenhar isso. O Sagrado Coração de Jesus o quer.

 

2692 – 27 de junho de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na meditação, muitas lágrimas; também na santa Missa, sensação de lágrimas.

 

Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão; neste último êxtase, me vi levantado do chão para o interior da Santíssima Trindade, de modo a encontrar-me entre o Pai Celeste e o amado Salvador, porém não na mesma altura. Esta é certamente uma prova extraordinária do amor da Santíssima Trindade para com o sacerdote, que tem acesso ao trono da Santíssima Majestade de Deus, e é elevado à participação no mais íntimo e confidencial amor. Si dederit bomo omnem substantiam domus suae pro dilectione, quasi nibil despiciet eam (Cant. 6,8). Se alguém oferecesse toda a fortuna de sua casa, em troca do amor, estaria disposto a suportar os maiores desprezos. Logo, sacrificar tudo. Devo escrever e desenhar isso. Toda a honra ao Sagrado Coração de Jesus.

 

Entretanto, a visão de hoje, com o do dia 25, significa, para a alma do sacerdote, o amor da Santíssima Trindade, ainda que de outra maneira. Aquela é a visualização da palavra Dilectus meus mibi – O meu amado é para mim, porque, no dia 25 de junho, a Santíssima Trindade havia se entregue de todo a mim, et ego illi – e eu a Ela. Hoje, Ela se dignou atrair-me inteiramente a si. Este é, provavelmente, o verdadeiro sentido, que aduzo porque o Sagrado Coração de Jesus não se contentou com a outra situação e me concedeu esta

 

 2695 – 30 de junho de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na santa Missa, quatro êxtases de amor: na Consagração, na oração Nobis quoque, antes do Domine non sum dignus e na Comunhão.

 

Já ontem, parecia-me que a Santíssima Trindade se achava presente, sensivelmente, bem próxima ao altar. Nada escrevi a respeito, porque omito tudo o que posso evitar. Hoje, percebi, quanto posso lembrar-me, logo após a Consagração, a Santíssima Trindade.

 

As três Santas Pessoas eram maiores do que eu. Eu estava junto ao altar, entre as três Santas Pessoas. Isto é outra demonstração da grande dignidade do sacerdote, que tem acesso ao Santíssimo dos Céus, no altar, ao qual a Santíssima Trindade desce na hora do sacrifício. Demonstra, ainda, o íntimo amor da Santíssima Trindade ao sacerdote, que julga digno de permanecer em tão estreita proximidade da Santíssima Majestade de Deus e, é claro, mostra também a prontidão em atender benignamente seus pedidos.

 

O pensamento dessa bondade e condescendência sem limites desconcertou-me. Perturbado e incapaz de retribuir ou corresponder, ao menos de alguma forma, a um tal amor, pedi intimamente socorro. Todo o ardor experimentado a seguir, na Ação de Graças, pareceu-me ser nada, nada, nada.

 

Sentindo minha impotência, pedi ao Sagrado Coração que ele próprio realizasse seus propósitos, e pus-me ao seu inteiro dispor. Spera in eo et ipse faciet. Põe a tua esperança nEle e Ele providenciará.

 

Na Comunhão, pareceu-me que a Santíssima Trindade se unia, pequenina, à santa Hóstia, e que assim entrava no meu coração, onde permaneceu, embora um tanto menos nítida que antes.

 

Isto é outra demonstração da grande dignidade do sacerdote, que tem acesso ao Santíssimo dos Céus, no altar, ao qual a Santíssima Trindade desce na hora do sacrifício.PNG

2697 – 2 de julho de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na santa Missa, seis êxtases de amor: no Glória, na coleta, na Consagração, na Comunhão, na purificação e ao cobrir o cálice.

 

O último foi intenso. Vi-me, de súbito, acima do altar, unido a Ele em amistoso abraço. Ele me abraçou, e eu a Ele. Inaudito. A seguir, na Ação de Graças, eu lhe disse: “Estou envergonhado diante de todo o Céu”. Quero, pois, pertencer totalmente ao seu Divino Coração. Que Ele disponha de mim como lhe aprouver. Tenho que escrever e desenhar isso.

 

Essa demonstração de amorosa amizade vale para todos os sacerdotes. É a realização das palavras: Iam nom dicam vos servos sed amicos meos – Já não vos chamo servos, mas amigos, que são repetidas, solenemente cantadas, na liturgia da ordenação sacerdotal.

 

Após a Consagração, esteve presente também a Santíssima Mãe de Deus, por alguns momentos.

 

2699 – 4 de julho de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão.

 

Desde o início, vi, sobre o altar, o amado Salvador na cruz, em tamanho natural. Durante o Pai Nosso, vi-o envolvido em esplendor. Enquanto pronunciava as palavras Domine non sum dignus – Senhor, eu não sou digno, vi como o Salvador crucificado estendia as mãos para mim, para significar a sua infinita misericórdia para com o sacerdote.

 

Precisamente no instante em que o sacerdote reconhece ser indigno de receber o Senhor em seu coração, Ele precisamente por este gesto, em sua amorosa bondade, acha o coração tão bem preparado que tem verdadeiro desejo de nele entrar, para comunicar-lhe a liberalidade dos frutos de sua paixão.

 

Tive que fazer dois desenhos e anotar isso. Lamento não saber desenhar melhor. Na meditação: lágrimas.

vi, sobre o altar, o amado Salvador na cruz, em tamanho natural.PNG

2702 – 7 de julho de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração, após as palavras consecratórias, saíam chamas de fogo de dentro do cálice em direção da minha boca.

 

O significado evidente é que o primeiro pensamento de Jesus, no instante de sua presença sacramental sobre o altar, é a união íntima e cordial com o dileto sacerdote, que lhe doou a vida sacramental.

 

Logo no início da santa Missa, vi o amado Salvador sobre o altar, mostrando seu amoroso Coração, provavelmente por ser a primeira sexta-feira do mês.

 

O Sagrado Coração de Jesus exige que o escreva e desenhe.

 

2707 – 11 de julho de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Repetidas vezes, tenho lembrado as consoladoras palavras: Unidos eternamente, e tive a idéia de que elas valiam somente para mim. Isto tanto mais que, hoje de manhã, ao acordar, novamente vi essas palavras no alto.

 

Mas na santa Missa, rezada em honra do Sagrado Coração de Jesus, às palavras supra quae propitio – sobre as quais profecio, lá estavam de novo as palavras: “Eternamente unidos” a certa altura, envoltas em luz. Isso perdurou durante a oração Súplices – Suplicantes.

 

Portanto, essas palavras se referem a todos os sacerdotes, não incondicionalmente, mas como consoladora promessa. Porque o sacerdote se imola junto com o divino Cordeiro sobre o altar ao Pai Celeste. A ele se une no ósculo do altar às palavras: ut quotquot – para todos os que participam.

 

Por isso usufrui da consoladora promessa de que o ósculo do altar se estenda à união eterna na mais íntima comunhão de vida na contemplação de Deus: unidos eternamente.

 

Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão.

 

Tive que escrever e desenhá-lo. Posteriormente fui obrigado a trocar a figura ereta em pé pela inclinada, porque desta forma é realçada de forma mais clara a união do sacerdote com o Cordeiro sacrifical por meio do beijo. Como Deus quiser.

Porque o sacerdote se imola junto com o divino Cordeiro sobre o altar ao Pai Celeste. A ele se une no ósculo do altar às palavras ut quotquot – para todos os que participam.PNG

#2710 – 14 de julho de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na santa Missa, três êxtases de amor: na Consagração, antes do Agnus Dei e na Comunhão.

 

Durante a leitura do Evangelho da Missa de São Boaventura, vi, acima de mim, raios luminosos e, em seguida, um sol nas palavras Vos estis lux mundi – Vós sois a luz do mundo. O sacerdote é a luz do mundo por meio do anúncio da doutrina do Sagrado Coração de Jesus e por meio da sua vida, semelhante à dos Anjos no meio de um mundo depravado.

 

No êxtase após a Consagração, vi o amado Salvador abraçar-me com ambos os braços, desprendidos da cruz; também isso, provavelmente, vale para todos os sacerdotes. A Consagração é a morte sacrifical do Senhor. Importa que o sacerdote se ofereça a si mesmo em íntima união com o Cordeiro do sacrifício.

 

O abraço do Divino Salvador, a atrair a si o sacerdote, é prova de ilimitado amor; ilimitado amor a oferecer-se para ser abraçado e amado por ele, e ser ofertado ao Pai Celeste. O amado Salvador, em sua grande bondade, quis dar-me certeza sobre esta visão.

 

Ao meio-dia, tive de súbito a mesma visão durante o exame de consciência. O amado Salvador me abraçou com seus braços, desprendidos da Cruz, e eu o abracei; e desta vez o atraí a mim, para dentro do meu coração. E ele permitiu que o fizesse. A seguir, fiz o mesmo insistente pedido ao seu Divino coração: “Concede que Te ame sinceramente”.

A Consagração é a morte sacrifical do Senhor Importa que o sacerdote se ofereça a si mesmo em íntima união com o Cordeiro do sacrifício.PNG

2712 – 16 de julho de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. O mesmo que no dia 1.1. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão.

 

Ontem, vi, na Consagração, o amado Salvador na cruz, em tamanho natural, bem à minha frente. Eu temia que fosse ilusão, porque a imagem parecia sem vida. Após muito hesitar, resolvi descrever a visão como julgo tê-la visto. Mas, quando me dispus a escrever, o amado Salvador não me permitiu que escrevesse sequer uma sílaba. Foi-me fisicamente impossível acrescentar qualquer coisa às poucas palavras de ontem. Conformei-me, e quanto me lembro, pensei: “Se a visão foi genuína, o amado Salvador a repetirá”.

 

E Ele o fez de modo totalmente inesperado, pois hoje, quanto me recordo, vi o amado Salvador pregado na cruz, diante de mim em tamanho natural, logo no início da Missa. Quanto pude perceber, ele pronunciava comigo as palavras da Missa. Vi-o, nitidamente, mover os lábios e, ao menos uma vez, dirigir os olhos para o alto, em oração. Isso durou por toda a Missa, embora não pudesse estar continuamente atento ao fato.

 

Desenhei precisamente o momento da oração Súplices te rogamos – Suplicantes Te rogamos, por ser mais fácil desenhá-lo.

 

2832 – 10 de novembro de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Lágrimas. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão. No início da santa Missa, vi a Santíssima Trindade. Quando, durante o oferecimento do cálice, pronunciava a oração prescrita, vi meu coração no lugar mais alto do cálice, mas sem que este desaparecesse totalmente. É o que sempre digo aos seminaristas no exercício do ritual da Missa. Devemos oferecer a Deus o próprio coração junto com as oferendas. Tenho que escrever e desenhar isso.

 

2844 – 22 de novembro de 1939. Doce Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão. No momento em que pronunciava as palavras: Benedic boc sacrificium tuo sancto nomini praeparatum – Abençoai este sacrifício, preparado para o vosso santo nome, vi como a cruz feita a mão se transformava em chamas. Tenho que escrever e desenhar o fenômeno.

 

2850 – 28 de novembro de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Durante a contemplação, muitas lágrimas. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão. Na oração Supplices te rogamus – Suplicantes te pedimos, o amável Salvador fez-se presente na cruz.

 

No ósculo do altar, durante a oração quotquot ex bac altaris participacione – para que a participação deste altar, comprimi os lábios sobre sua chaga lateral.

 

No Memento, vi o amável Salvador na cruz na minha frente. Quando já estive pronto com o Memento e queria prosseguir, notei que Ele me atraía para si.

 

Como eu temia novamente que fosse um jogo da imaginação, primeiramente resisti. Depois, percebi que era inútil resistir. Então cedi ao impulso do amável Salvador, desci mais e mais na profundidade.

 

O amável Salvador abraçou-me com seus dois braços e me deixou descansar bastante tempo em seu Sagrado Coração. Ao descrever esta demonstração de amor, não consegui evitar as lagrimas. Pedi ao amável Salvador, enquanto beijava afetuosamente minha cruz, que ele me concedesse ser-lhe fiel. Eu tive que desenhar e escrever tudo isso.

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2867 – 15 de dezembro de 1939. Doce Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão.

 

Ontem, pouco tempo depois de ter escrito o relatório, pareceu-me que o amável Salvador desenhava a segunda visão citada. Eu não queria negar-me, mas pretendia ser cauteloso e aguardar.

 

Na Missa, preparei-me primeiramente contra qualquer fantasia. Mas durante o êxtase, depois da Consagração, vi primeiro a visão que eu tinha visto ontem. O amável Pai Celeste segurava a cruz em que estava o amável Salvador. De sua chaga lateral fluía novamente sangue, mas não em cima de mim, e sim, para o lado. Todavia, pouco a pouco a cena mudava. O jato de sangue tomou a minha direção e finalmente me alcançou. Também não ficou nisso.

 

O Salvador crucificado, ou melhor, ao Pai Celeste com o amável Salvador, inclinou-se um pouco para mim e, pareceu-me, fui em sua direção. Assim, estando eu um pouco acima do altar, bebi diretamente da chaga lateral o Santíssimo Sangue, que até agora eu só havia recebido em forma de jato. Tenho que escrever e desenhar isso. Graças sejam dadas ao Sagrado Coração de Jesus. Segundo êxtase, na Comunhão.

 

O significado é claroo Santíssimo Sangue flui na Missa, primeiramente para todos, depois especialmente para o sacerdote, que tem a felicidade de beber o Santíssimo Sangue diretamente do Sagrado Coração de Jesus.

o Santíssimo Sangue flui na Missa, primeiramente para todos, depois especialmente para o sacerdote, que tem a felicidade de beber o Santíssimo Sangue diretamente do Sagrado Coração de Jesus.PNG

2877 – 25 de dezembro de 1939. Dulcíssimo Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Nas três santas Missas, dois breves êxtases de amor em cada uma: durante a Consagração e a Comunhão.

 

Na segunda missa, vi o Menino Jesus sobre o Corporal, após a Consagração. Logo depois, eu vi-o no meio de um sol radiante. Depois das muitas demonstrações de amor do Sagrado Coração de Jesus, logo no início da novena de Natal, não esperava, já por esse motivo, nenhuma nova graça: levo o Menino Jesus sempre comigo. Eu o vejo dentro de mim. Isso dá motivo a fortes impulsos de amor.

 

Fui de noite à igreja paroquial a fim de ouvir confissões e preparar as almas para receber o Menino Jesus. À 1h, deitei novamente. Após curto sono, acordei. O Menino Jesus estava dentro de mim. Eu o vejo e o abraço. Adormeço novamente. Acordo outra vez. O ardor de amor é quase insuportável. Vejo-me obrigado a escrever e desenhar isso.

 

2928 – 17 de janeiro de 1940. Dulcíssimo Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Na meditação, lágrimas.

 

Madalena: Rabboni. Meu Mestre no aniquilamento diante da Divina Majestade. Ideo quod perfectius esse cognovero faciam – Por isso farei o que for mais perfeito. Na santa Missa, dois êxtases de amor, mas ambos breves, na Consagração e na Comunhão.

 

No início da Consagração, notei, de repente, que o amável Salvador estava na cruz diante de mim. Porém não prestei mais atenção nisso. Afinal, poderia ser uma ilusão. Mas após a adoração da santa Hóstia, percebi, com clareza, o amável Salvador na cruz.

 

Assim que disse as primeiras palavras: Hic est – este é o cálice, caíram gotas do Santíssimo Sangue da chaga lateral para dentro do meu cálice. Quando prossegui: Calix sanguinis mei – cálice do meu sangue, o sangue jorrou abundante para dentro do cálice. Santa e consoladora verdade! O sangue de Jesus Cristo, Filho de Deus, jorra realmente, mesmo que oculto sob um véu, sob minha mão sobre o altar.

 

Que graça para mim que Ele se dignou retirar o misterioso véu e mostrar-me a realidade.

o Santíssimo Sangue flui na Missa, primeiramente para todos, depois especialmente para o sacerdote, que tem a felicidade de beber o Santíssimo Sangue diretamente do Sagrado Coração de Jesus.PNG

2933 – 18 de janeiro de 1940. Dulcíssimo Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Na santa Missa, dois êxtases de amor breves: na Consagração e na Comunhão.

 

Na primeira parte da Consagração, percebi, exatamente como ontem, o amável Salvador da cruz. No início da consagração do cálice, novamente gotas e jato do Santíssimo Sangue para dentro do cálice. Logo me passou pela cabeça: é repetição. Mas de repente, o Santíssimo Sangue transbordou por cima da borda do cálice e se derramou sobre o corporal. Meu primeiro pensamento foi: ele está escorrendo para o PurgatórioEm todo caso, ele foi distribuído para toda a Igreja e para toda a humanidade.

 

Amável amor, pela vontade do teu Santíssimo Sangue, salva as almas, principalmente aquelas pessoas que morrem hoje.

 

Tenho que fazer o desenho e escrever isso. Na Comunhão, o amável Salvador na cruz estava novamente firme diante de mim e eu bebi novamente, como já em outra ocasião, o Santíssimo Sangue de sua chaga do lado.

 

 

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A Hóstia em Grande Esplendor

 

 

2936 – 21 de janeiro de 1940. Dulcíssimo Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão.

 

Logo depois da consagração da santa Hóstia, vi-a em grande esplendor e, em volta dela, um sol, mas apenas em volta da santa Hóstia. No entanto, logo desapareceu.

 

Quando eu ia para o quarto, pelo corredor, depois da santa Missa, vi dentro de mim, em grande esplendor, a Santíssima Trindade. Em volta de mim formou-se um sol, que me envolveu totalmente.

 

Eu tenho que desenhar e escrever isso.

Logo depois da consagração da santa Hóstia, vi-a em grande esplendor e, em volta dela, um sol, mas apenas em volta da santa Hóstia.PNG

2937 – 22 de janeiro de 1940. Dulcíssimo Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Na Santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão. Tudo isso apesar de ter que lutar constantemente contra a impaciência.

 

Nas duas últimas visões, vi o amável na cruz e um anjo, que recolhia num cálice o sangue que vi correr na santa chaga do lado. Logo me veio à mente: isso eu já vi mais vezes, pelo menos algo parecido. Mas de repente, a cena se transformou numa outra que eu nunca vira e que nunca supunha nem esperava.

 

O anjo colocou seu cálice cheio diante de mim no altar. Eu deveria, portanto, beber o sangue que ele acabara de recolher no cálice e que escorrera do lado vivo do amável Salvador. Era, portanto, o meu cálice da Missa. Muito bonito e piedoso. Prossegui com a santa Missa e bebi o verdadeiro Santíssimo Sangue.

 

Tive que desenhar isso, apesar do grande trabalho que me deu a segunda representação. Mas de nada adiantou. O Sagrado Coração de Jesus, em cuja honra eu rezei a santa Missa, insiste nisso. Também tenho que fazer o registro.

 

Eu disse que era o cálice da Missa. Mais precisamente foi assim: o anjo tinha um cálice, que trouxe cheio do Santíssimo Sangue para o altar, exatamente no lugar onde estava o cálice da Missa. Vi como o anjo inclinou um pouco o seu cálice da Missa, enquanto que a parte inferior dos dois ainda estava separada.

 

Além disso, não me lembro de ter visto algo mais. Portanto, é verdade: o anjo fez do seu e do meu cálice um único. Tive que acrescentar isso.

 

vi o amável na cruz e um anjo, que recolhia num cálice o sangue que vi correr na santa chaga do lado.PNG

2942 – 27 de janeiro de 1940. Doce Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão.

 

Ao receber a Comunhão, vi a santa Hóstia descer dentro do meu coração em forma de uma chama de fogo. Desta chama formou-se uma cruz chamejante com os braços iguais para cima e para baixo, para a direita e para a esquerda. Finalmente ela tomou a forma de uma cruz normal, em cuja haste minhas mãos estavam estendidas.

 

A graça da Comunhão faz o ser humano tomar a forma do Salvador que sofre. “Toda vez que comerdes deste pão e beberdes deste sangue, devereis anunciar a morte do Senhor”.

 

Eu tenho que fazer o desenho e escrever isso.

 

A graça da Comunhão faz o ser humano tomar a forma do Salvador que sofre Toda vez que comerdes deste pão e beberdes deste sangue devereis anunciar a morte do Senhor.PNG

2953 – 6 de fevereiro de 1940. Ó Doce Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Na meditação, muitas lágrimas. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão.

 

Nesta última, vi o amável Salvador sentado. Eu me ajoelhei diante dele e pude beijar sua mão esquerda. A visão perdurou inalterada até me convencer de que a posição de joelhos era expressamente a desejada. Apesar de todo amor que o Divino Salvador demonstra no sacerdote, ele não pode abrir mão das demonstrações de respeito, que convêm à sua Santíssima Majestade.

 

Quando Ele propicia ao sacerdote ir ao altar, este deve saber que isso é uma demonstração de graça, pela qual deve ser grato com toda humildade.

 

Eu tive que fazer o desenho e escrever isso. Posteriormente, acredito, ocorreu-me o verdadeiro sentido da visão que no início eu procurava inutilmente.

 

Hoje é terça-feira de carnaval, dia em que devemos pedir perdão ao amável e profundamente ofendido Coração de nosso Senhor. E nós também pedimos perdão através da adoração ao Santíssimo Sacramento, que hoje fica exposto durante o dia todo. Mas mesmo aí introduz-se, furtivamente, a falta de respeito. Ao terminar de fazer o desenho, fui visitar o amável Salvador no Santíssimo Sacramento exposto.

 

Ali vi um irmão, que estava limpando o pó dos bancos, e isso diante do Santíssimo exposto. Por isso eu lhe disse que tal coisa não convinha. Resposta: O Pe. Ministro me ordenou. Mas isso não convém, eu repeti, e fui para meu lugar. Quando o irmão prosseguiu no seu trabalho, não pude mais suportar esta falta de respeito. Disse-lhe que ele deveria deixar isso. Eu mesmo iria desculpá-lo junto ao Pe. Ministro, e fui imediatamente até ele. Como não o encontrei no quarto, quis evitar qualquer adiamento da desculpa. Escrevi algumas linhas, comunicando o que havia acontecido.

 

Com isso pedi desculpas tanto pelo irmão, quanto por mim. O Pe. Ministro me procurou sem demora e eu lhe pedi desculpas novamente.

 

2954 – 7 de fevereiro de 1940. Doce Coração de Jesus. Como no dia 1.1.

 

Antes da Consagração, vi o amável Salvador na cruz, bem diante de mim, os olhos voltados para o céu, como para dizer: Quem irá me proteger contra desrespeitos? Pois eu pensava sempre no acontecimento de ontem e receava que era melhor ter deixado as coisas como estavam ao invés de prejudicar a autoridade do Pe. Ministro.

 

Mas após minhas primeiras palavras, já não havia mais nada a fazer. De qualquer forma, eu o fiz da melhor maneira possível. Após a Consagração, o amável Salvador inclinou-se da cruz e me abraçou como no dia 14 de julho de 1939. Tive que escrever e desenhar isso.

 

2958 – 11 de fevereiro de 1940. Dulcíssimo Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Na meditação, muitas lágrimas. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão.

 

No ofertório do cálice, vi saírem do Coração do Crucificado na cruz do altar, raios que desceram sobre o cálice e sobre mim. Eles deveriam dar a entender que o sacerdote, com seu sacrifício, proporciona honra e alegria ao amável Salvador. Ao elevar a santa Hóstia, desceram raios de luz em minha direção. O santo Sacrifício é oferecido pelo Sagrado Coração de Jesus ao sacerdote, também para sua própria santificação.

 

Tive que fazer o desenho e escrever isso.

 

No ofertório do cálice, vi saírem do Coração do Crucificado na cruz do altar, raios que desceram sobre o cálice e sobre mim.PNG
Ao elevar a santa Hóstia, desceram raios de luz em minha direção. O santo Sacrifício é oferecido pelo Sagrado Coração de Jesus ao sacerdote, também para sua própria santificação.PNG

2960 – 13 de fevereiro de 1940. Doce Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Na meditação, muitas lágrimas. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão.

 

Nesta última, vi o Divino Salvador na cruz, o Espírito Santo sobre ele, o Pai Celeste segurando nas mãos o amável Salvador crucificado. Eu mesmo estive envolto em chamas de amor, que cercavam também a Santíssima Trindade. Em torno da chama de amor, vi alguns anjos, admirados, olhavam para o amor ilimitado que a Santíssima Trindade demonstrava ao sacerdote.

 

Com efeito, ele está unido a Ela através do amor. Ele também lhe agrada especialmente quando, na Comunhão, se une ao sacrifício, que acabou de oferecer.

 

Eu tenho que fazer o desenho e escrever isso.

 

vi o Divino Salvador na cruz, o Espírito Santo sobre ele, o Pai Celeste segurando nas mãos o amável Salvador crucificado Eu mesmo estive envolto em chamas de amor,.PNG

2978 – 2 de março de 1940. Dulcíssimo Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Na meditação, muitas lágrimas. Na santa Missa, dois êxtases de amor breves: na Consagração e na Comunhão.

 

Vi o amável Salvador como Ecce homo, mais ou menos três vezes. Eu queria reprimir isso. Mas não deu. Também no Santíssimo Sacramento, o amável Salvador foi maltratado e desprezado, foi um homem do sofrimento. E quantas vezes sofreu isso até das almas que estão ligadas a Ele por profundo amor.

 

 

2981 – 5 de março de 1940. Doce Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Na meditação, muitas lágrimas. Santa Missa.

 

Quando, no início da santa Missa, pisei do degrau do altar, desceu uma torrente de fogo sobre mim. Certamente, uma demonstração de quão agradável é para a Santíssima Trindade o sacrifício que o sacerdote está para oferecer, mas também quanto preparo Deus exige do sacerdote, pois pede até mesmo fervor de fogo, para celebrar dignamente.

 

Também no início, notei como o ardor de fogo desceu.

 

Aconteceu o mesmo quando, no Ofertório, lavei as mãos. Novamente vi a chama de fogo que veio sobre mim. E de repente vi meu coração iluminar-se com grande brilho, mas apenas por um instante. Cor mundum crea in me Deus. Lavabo inter innocentes manus meas – Cria em mim um coração puro.

 

Entre os inocentes lavarei as minhas mãos. Faz-se alusão ao efeito de lavar as mãos. Das mãos se transfere a pureza ao coração.

 

Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão. Eu tenho que fazer o desenho e escrever isso.

Novamente vi a chama de fogo que veio sobre mim.PNG

2989 – 13 e 14 de março de 1940. Doce Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Na Santa Missa, dois êxtases e amor: na Consagração e na Comunhão.

 

Na oferta do cálice, vi-o, de repente, dentro de uma chama de fogo que se elevou, mas apenas brevemente.

 

Primeiro, eu não queria escrever nada sobre isso. Mas não há sossego enquanto o desenho e a descrição não forem feitos mesmos já à tardinha. O Sagrado Coração de Jesus assim o quer.

 

Deve ser o significado das palavras que o sacerdote diz durante o sacrifício do cálice: que cálice se eleve como agradável perfume.

 

 

A Mãe de Deus em Grande Esplendor

 

 

2990 – 15 de março de 1940. Nossa Senhora das Dores. Dulcíssimo Coração de Jesus. Na Santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão.

 

Um pouco antes da Consagração, vi a amável Mãe de Deus em grande esplendor como Imaculada, apesar de hoje termos a festa em honra ao seu sofrimento.

 

Ontem escrevi uma carta ao nosso assistente em Roma, Pe. Crivelli, sobre um livro “Chamas Divinas”, em que são atribuídas ao Divino Salvador coisas que não estão bem de acordo com a pureza angelical. Escrevi num tom de certa indignação.

 

Hoje de manhã, quando estava no confessionário, pensei: não sei mais como chegar ao Menino Jesus. Eu sentia, como já aconteceu uma vez no passado, seu bracinho pousando no meu pescoço e a pressão do seu bracinho como se Ele quisesse agradecer-me por ter tomado a defesa de sua honra e pureza.

 

Depois, visitei o Santíssimo Sacramento na nossa capela da Mãe de Deus. Ali percebi, novamente, quanto me recordo, a mesma carícia do Menino Jesus, porém não tão claramente.

 

De repente, a amável Mãe de Deus estava ali pessoalmente e me entregou o seu divino Menino de quem eu recebera a carícia. Creio que foi assim. Foi tudo muito rápido.

 

Tive que escrever e desenhar isso. Certamente a Imaculada queria mostrar, através desta afável bondade, a sua satisfação.

 

visitei o Santíssimo Sacramento na nossa capela da Mãe de Deus.PNG

3002 – 27 de março de 1940. Dulcíssimo Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Na meditação, muitas lágrimas. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão.

 

Logo após a Consagração, na oração Unde et memores – por isso, lembrados, vi, durante as palavras: et plebs tua sancta – e teu povo santo, a santa Igreja e uma multidão interminável de fiéis atrás de mim, pelos quais eu rezava como sacerdote do Altíssimo.

 

Quando dava a última bênção, vi uma incontável multidão. A Bênção da santa Missa vale evidentemente para toda a santa Igreja. Pois o sacerdote tem que dar a bênção, também quando reza a Missa sozinho.

 

Eu tenho que escrever e fazer o desenho.

Quando dava a última bênção, vi uma incontável multidão.PNG

3004 – 29 de março de 1940. Doce Coração de Jesus. Como no dia 1.1. Na meditação, muitas lágrimas. Na santa Missa, dois êxtases de amor: na Consagração e na Comunhão.

 

Na primeira, quando levantei minhas mãos no êxtase de amor, vi-me, de repente, na cruz com os braços abertos.

 

O mesmo se repetiu após a Comunhão. Christo confixus sum cruci. Estou pregado com Cristo na cruz. Assim como o amável Salvador está pregado na cruz de maneira misteriosa na santa Missa, assim também o sacerdote está pregado com Ele.

 

Na Comunhão, ele se transforma totalmente no Divino Salvador, que sofre. Eu tenho que fazer o desenho e escrever isso.

 

Fonte: Autobiografia e Diário do Padre Reus.