O Santo do Dia.
10 de janeiro.
São Guilherme de Bourges,
Bispo e confessor.
+1209
Descendia da família dos Condes de Nevers. Amando a solidão, ingressou na Ordem de Cister. Designado bispo de Bpurges, na França, destacou-se pela caridade para com os pobres e foi de todos os pontos de vista um modelo de pastor.
Sua educação foi muito religiosa. Desde a infância mostrou o desejo de dedicar a sua vida à serviço de Cristo. Mais tarde, com a vocação definida se consagrou sacerdote.
Entretanto, assim como seu avô, decidiu deixar a vida da sociedade para se retirar à solidão santa. A princípio foi para o mosteiro de Gradmont, mas depois ingressou para a Ordem de Cister e se tornou um monge. Muito preparado espiritualmente e com uma imensa bagagem cultural, foi sucessivamente abade de Pontigny, de Fontaine-Jean, na diocese de Soissons, e finalmente em Chaalis.
Entretanto a morte do arcebispo de Bourges em setembro de 1200 ocasionou uma grande contestação para se saber quem seria designado como sucessor. Para acabar com as divergências foi chamado o bispo de Paris, Otto, o qual, depois de haver rezado ao Senhor, resolveu sortear o cargo e o vencedor foi Guilherme.
Guilherme aceitou mesmo contra a vontade esta designação, se tornando assim o bispo de Bourges. Como novo pastor se ocupou ativamente da sua diocese dando prova de piedade, firmeza, de bondade e humanidade. Foi sob todos os pontos de vista um modelo para o seu rebanho. A sua fama era tal que a nação francesa, e a universidade de Paris, o escolheram como patrono.
Combateu a heresia dos albigenses, que pregavam uma doutrina contrária à do cristianismo, através das orações. Durante o pontificado de Inocêncio III, pediu para participar e seguir com a sua cruzada, sendo prontamente autorizado por ele. Quando se preparava para partir ficou muito doente, morrendo no dia 10 de janeiro de 1209.
Os milagres que se verificaram por sua intercessão logo após o seu falecimento o levaram à canonização, que foi concedida após oito anos de sua morte em 17 de maio de 1218, pelo papa Honório III.
O seu corpo foi colocado em uma urna de ouro e transferido para a sepultura em frente do altar maior da catedral de Bourges. Algumas relíquias foram doadas à abadia de Chaalis e à igreja de São Leodegário em Alvernia.
São Guilherme de Bourges, como ficou conhecido, é festejado no dia 10 de janeiro, o mesmo em que morreu.
Santo Aldo – eremita
De santo Aldo conhecemos bem pouco. Nem sabemos a data e o lugar do seu nascimento. Quando se quer determinar a época em que viveu, fala-se vagamente do século VIII, o período obscuro da História que precede a idade carolíngia. A Itália foi desmembrada em pequenos reinos bárbaros, enquanto sobre o cristianismo pairava a ameaça do islamismo. Conhecemos com segurança o lugar de sua sepultura: primeiro, na capela de são Columbano, depois na basílica de são Miguel, em Pavia.
Uma antiga tradição no-lo mostra como carvoeiro e eremita nas proximidades de Pavia, Carbonária. A inclusão de santo Aldo nos Martirológios da Ordem beneditina faz supor que ele tenha sido monge em Bóbbio, no célebre mosteiro fundado no ano 614 por são Columbano, entre o cenóbio dos orientais e a comunidade monástica criada um século antes por São Bento. A confluência dessas duas formas de ascese parece indicada pela experiência religiosa do santo eremita que celebramos, um orante de mãos calejadas e rosto enegrecido pela fuligem das carvoarias.
Os monges irlandeses de são Columbano não tinham vida eremítica no verdadeiro sentido da palavra. Cada um construía uma cabana para si, de madeira ou de pedra, onde se retirava nas horas dedicadas à oração. Depois saía com seus instrumentos de trabalho para as ocupações diárias onde ganhava o pão com o suor do rosto. Enfim, o eremita se ausentava temporariamente dos homens para dar mais espaço à oração e povoar a solidão exterior com a agradável presença de Deus. Não se evadia da comunidade, mas contribuía para sua edificação com o exemplo de vida santa e caridade ativa.
Podemos, portanto, considerar santo Aldo como feliz enxerto do espírito beneditino com aquele trazido pelos fervorosos missionários provenientes da ilha de são Patrício. A Irlanda, ilha dos bárbaros, transformara-se em ilha dos santos pelo extraordinário florescimento do cristianismo. São Columbano trouxera ao continente uma onda primaveril de nova espiritualidade. Tinha-se produzido um movimento inverso ao que levou o Evangelho à ilha: dezenas de monges e eremitas irlandeses, feitos peregrinos por Cristo, de evangelizados tornaram-se evangelizadores.