Santa Catarina Labouré.
Virgem
(+ Paris, 1876)
Em 1830, Nossa Senhora apareceu, em Paris, a Santa Catarina Labouré, então jovem religiosa, e lhe ensinou a devoção da Medalha Milagrosa.
“Mandai cunhar uma medalha com este modelo. Todas as pessoas que o usarem receberão grandes graças, trazendo-a ao pescoço. As graças serão abundantes para as pessoas que a usarem com confiança” – prometeu a Santíssima Virgem. A promessa efetivamente se cumpriu.
Em março de 1832, quando iam ser confeccionados as primeiras medalhas, uma terrível epidemia de cólera, proveniente da Europa oriental, atingiu a cidade de Paris. Mais de 18 mil pessoas morreram em poucas semanas. Num único dia, chegou a haver 861 mortes.
No fim de junho, as primeiras medalhas ficaram prontas e começaram a ser distribuídas entre os flagelados. Na mesma hora refluiu a peste e tiveram início, em série, os prodígios que em poucos anos tornariam a Medalha Milagrosa mundialmente célebre.
Em 1876, ano da morte de Santa Catarina Labouré, mais de um bilhão de Medalhas Milagrosas já espalhavam graças pelo mundo.
Em 1894, a Santa Igreja insistiu a festa litúrgica de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, a ser celebrada neste mesmo dia 27 de novembro.
Santo Virgílio
Século VIII
Entre os monges irlandeses, grandes viajantes, desejosos de peregrinar por Jesus Cristo, ao lado de Columba, Columbano, Quiliano, Gallo, encontramos são Virgílio, apóstolo de Caríntia e padroeiro de Salisburgo.
Nasceu na primeira década do século VIII e foi batizado com o nome de Fergal, depois traduzido para o latim como Virgílio. Católico praticante, ainda jovem voltou-se para a vida religiosa, tornou-se monge e abade do Mosteiro de Aghaboe, na Irlanda. Deixou a ilha em peregrinação evangelizadora no ano de 743 não voltando mais.
Morou algum tempo no reino dos francos, quando o rei era Pepino, o Breve que lhe pedira para organizar um centro cultural. Mas problemas surgiram na região da Baviera, agregada aos seus domínios. Lá, o duque era Odilon, que pediu a Pepino, para enviar Virgilio para a Abadia de São Pedro de Salzburg, atual Áustria. E logo depois Odilon nomeou Virgilio como bispo para aquela diocese.
São Bonifácio, era chamado o apóstolo da Alemanha, atuava como representante do papa na região, e caberia a ele essa indicação e não ao duque Odilon. O que o desagradou não foi a escolha de Virgilio, mas o fato de ter sido feita por Odilon. Ambos nutriam entre si uma profunda divergência no campo doutrinal e Virgílio participava do mesmo pensamento de Odilon. Essa situação perdurou até a morte de são Bonifácio, quando, e só então, ele pôde ser consagrado bispo de Salzsburg.
Mas Virgílio foi homem de fé sólida e de vasta cultura, dominava como poucos as ciências matemáticas, ganhando, mesmo, o apelido de "o Geômetra" em seu tempo. Viveu oito séculos antes de Galileu e Copérnico e já sabia que a Terra era redonda, o que na ocasião e em princípio era uma heresia cristã. Foi a Roma para se esclarecer com o papa, deixou a ciência de lado e abraçou integralmente o seu apostolado a serviço do Reino de Deus como poucos bispos consagrados o fizeram. Revolucionou a diocese de Salzburg com o seu testemunho e converteu aquele rebanho para a redenção de Cristo, aproveitando-se do interesse político do rei.
Em 755, um ano após a morte de são Bonifácio, Virgílio foi consagrado bispo de Salzburg. Continuou evangelizando toda a Áustria, inclusive uma parte do norte da Hungria. Fundou e reabilitou mosteiros e igrejas, com isso organizou o primeiro catálogo e crônica dos mosteiros beneditinos.
Morreu aos 27 de novembro de 784 e foi sepultado na Abadia de Salzburg, Áustria, em meio à forte comoção dos fiéis, que transformaram essa data a de sua tradicional festa. Séculos depois, suas relíquias foram trasladadas para a bela Catedral de Salzburg.
Em 1233, foi canonizado como santo da Igreja católica, e o dia de sua festa mantido. São Virgílio foi proclamado padroeiro de Salzburg.