O Santo do Dia.

 

02 de Maio.

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Santo Atanásio
Doutor da Igreja
296+373

 

Houve um tempo em que a Igreja se viu livre da perseguição mortal dos pagãos. Foi no ano 313 e o famoso Edito de Milão transformou o cristianismo de perseguido a favorecido pelos imperadores romanos. Mas a luta não terminou aí, pois na mesma época a semente da discórdia foi plantada no interior do catolicismo, com a heresia de Ário.

 

Foi então que a fé extrema e a dedicação na defesa da divindade de Cristo transformaram Atanásio, o bispo de Alexandria, no mais vigoroso combatente dos hereges.
 

Atanásio nasceu no Egito em 296, filho da cidade da qual seria o bispo mais lembrado. Ainda adolescente, foi considerado um dos homens mais inteligentes de Alexandria entre as celebridades que ali vivam.

 

Ingressou na Igreja por meio do bispo Alexandre. Na qualidade de seu assessor especial, embora fosse apenas diácono, Atanásio participou do Concílio de Nicéia, em 325, e passou para a história da Igreja.
 

Em todos os registros sobre esse Concílio, que definiu o arianismo como heresia, o nome de Atanásio é o mais citado. O arianismo negava a santidade de Jesus. Considerava-o apenas "uma criatura do Pai" e não parte dele, equivalente a ele. Atanásio foi um dos responsáveis na luta para que a Igreja retomasse o caminho apontado e definido pelos apóstolos.

 

Conta-se que os seus discursos empolgantes, com uma argumentação bíblica brilhante e a lucidez de sua doutrina, foram essenciais na defesa e manutenção da ortodoxia cristã. Apontou um por um os erros históricos e dogmáticos dos hereges, conquistando a vitória para a causa católica e, conseqüentemente, o ódio profundo dos arianos.

 

Atanásio foi um religioso muito atuante, discípulo e contemporâneo de figuras muito importantes do clero que a Igreja honrou com a veneração nos altares.

 

Quando morreu o bispo Alexandre, tanto o povo como o clero apontaram Atanásio como seu sucessor. Seu bispado durou quarenta e seis anos, recheados de perseguição e sofrimento. Apoiados pelo imperador, os arianos espalharam calúnias incríveis.

 

Atanásio sofreu cinco exílios seguidos, intercalados com fugas e com afastamentos por vontade própria, que suportou com paciência e determinação. Foi assim que conheceu santo Antão, de quem escreveu a biografia, contando também como era a vida monástica no deserto, o que atraiu muitos cristãos aos mosteiros eremitas.
 

Atanásio morreu, com setenta e sete anos, no dia 2 de maio de 373.

 

Logo depois, foi inserido entre os celebres "Padres da Igreja", sendo canonizado e declarado "doutor da Igreja".

 

Sua festa litúrgica é celebrada no dia de sua morte em todo o mundo cristão.

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Mafalda
Bem-aventurada
1184-1257

 

Mafalda passou para a história do povo português como "rainha santa Mafalda". Ela foi uma das filhas do primeiro rei de Portugal, Sancho I, o Povoador, e da rainha Dulce de Aragão.

 

Em 1184, quando nasceu, herdou o nome de sua avó paterna, Mafalda de Savóia, e tornou-se uma jovem muito bela. Recebeu a educação própria aos nobres.
 

O rei Sancho I morreu em 1211, deixando o reinado para a rainha viúva e o poder efetivo ao ministro Nunes de Lara. Na época, por causa da guerra com os árabes muçulmanos, era importante para o reino de Portugal que se estreitassem os laços de amizade com o reino de Castela, ou seja, com a elite espanhola. Por isso o ministro Nunes acertou o casamento de Mafalda com o rei Henrique I, do trono de Castela.
 

Entretanto, a mãe do rei Henrique I, que não queria o casamento, recorreu à Santa Sé alegando que os dois jovens reis eram parentes e muito jovens. Começou a correr o processo de anulação do casamento. Aos quatorze anos, o rei Henrique I morreu tragicamente. O papa Inocêncio III anulou o matrimônio e a rainha Mafalda regressou a sua pátria.
 

Em Portugal, Mafalda passou a auxiliar monges e monjas com doações a mosteiros. Mais tarde, ingressou no Convento de Arouca, Portugal, e tornou-se monja cisterciense da Ordem de São Bernardo, de cujo convento só saia para fazer peregrinações à catedral do Porto, onde entregava suas jóias no altar de Nossa Senhora, de quem era muito devota. Vivia com humildade e usou sua riqueza patrocinando as obras de caridade, a reconstrução dos povoados, a construção de hospitais e as casas religiosas.
 

Devido às obras de caridade que fez, o papa Alexandre IV, de próprio punho, agradeceu os serviços que ela prestou à Igreja em uma carta de 1255.

 

Mafalda morreu no dia 1º de maio de 1257, no mosteiro de Arouca, Portugal, onde seu corpo foi sepultado.

 

A fama da sua santidade foi logo crescendo e a população passou a referir-se a ela como "rainha santa Mafalda".

 

No século XII, por ocasião da sua exumação, corpo e vestes estavam incorruptos.

 

O papa Pio VI beatificou-a em 1793 e no ano seguinte autorizou o culto público e sua festa litúrgica no dia 2 de maio.

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SANDRA SABATTINI

Bem-aventurada
1961-1984

 

A PRIMEIRA NOIVA BEATIFICADA NA HISTÓRIA DA IGREJA CATÓLICA.

 

No dia 24 de outubro de 2021, Sandra Sabattini se tornará a primeira noiva beatificada na história da Igreja. A jovem leiga italiana estava se preparando para o sacramento do matrimônio com Guido Rossi quando, aos 23 anos, sofreu um atropelamento e, infelizmente, não resistiu. Ela e o futuro esposo pretendiam mudar-se para a África a fim de fundar uma comunidade católica a serviço dos “últimos entre os últimos”.

 

A beatificação será presidida pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, em Rimini, província italiana onde Sandra nasceu em 19 de agosto de 1961. Aos 4 anos, sua família se transferiu para a casa paroquial de San Girolamo, cujo pároco, o pe. Giuseppe Bonini, era irmão de sua mãe. Adolescente, Sandra passou a manter um diário pessoal a partir de janeiro de 1972. Três anos depois, conheceu o padre Oreste Benzi, fundador da Comunidade Papa João XXIII, e seu carisma de servir aos “últimos da sociedade”.  A jovem tornou-se parte da comunidade. Foi o pe. Oreste, aliás, quem começou a promover a causa de beatificação de Sandra.

 

Sandra cursava Medicina e, como voluntária, atendia pessoas doentes. Além disso, todos os dias rezava o terço e meditava sobre a Palavra de Deus, alimentando uma profunda vida espiritual. Na virada de cada ano, costumava fazer oração da meia-noite à 1h da manhã perante o Santíssimo Sacramento. A jovem tinha 20 anos quando conheceu Guido Rossi, que tinha os mesmos propósitos de Sandra. Guido e ela noivaram.

 

Em 29 de abril de 1984, os noivos se dirigiam a mais um encontro da Comunidade Papa João XXIII. Quando Sandra desceu do carro e aguardava para atravessar a rua, um veículo que vinha na direção contrária a atropelou. Ela foi rapidamente socorrida e levada a um hospital de Bolonha, mas não pôde resistir às consequências do impacto brutal e entregou a alma a Deus no dia 2 de maio.