São Pedro de Anagni,
Bispo e Confessor.
(+ Itália, 1105)
Provinha da nobre família dos príncipes de Salerno e era monge beneditino em Anagni, quando o Papa Alexandre II, que ali se encontrava exilado, nomeou-o bispo da mesma cidade. Esteve em Constantinopla, a mandado de Alexandre II, como embaixador junto ao imperador. Participou da primeira Cruzada e retornou à sua diocese. Foi canonizado apenas cinco anos decorridos do seu falecimento.
Santa Lídia Filippi -
Igreja de Santa Lídia
Século I
Os apóstolos Silas, Timóteo e Lucas acompanhavam Paulo em sua segunda missão na Europa, quando chegaram em Filipos, uma das principais cidades da Macedônia, que desfrutava de direitos de colônia romana. Lá encontraram uma mulher que lhes foi de grande valor.
Eles já haviam passado alguns dias na cidade. Mas Paulo e seus companheiros pensavam em ficar até o sábado, pelo menos, pois era o dia em que os correligionários judeus se reuniriam para as orações. Como Filipos não tinha sinagoga, o local mais provável para o encontro seria às margens do pequeno rio Gangas, que passava fora da porta da cidade.
Assim entendendo, ao procurarem o lugar ideal para suas preces, como nos narra são Lucas nos Atos dos Apóstolos, eles foram para lá e começaram a falar com as mulheres que já estavam reunidas. Entre elas estava Lídia, uma comerciante de púrpura, nascida em Tiatira, na Ásia.
Ela escutava com muita atenção, pois não era pagã idólatra, acreditava em Deus, o que quer dizer que tinha se convertido à fé dos judeus. E o Senhor abrira o seu coração para que aderisse às palavras de Paulo.
Lídia era uma proprietária de sucesso, rica, influente e popular, exercendo sua liderança entre os filipenses e, principalmente, dentro da própria família. Isso porque a púrpura era um corante usado em tecidos finos, como a seda e a lã de qualidade. Na época, o tecido já tingido era chamado de púrpura, e o mais valioso existente. Usado como símbolo de alta posição social, era consumido apenas pela elite das cortes.
Quando terminou a pregação, Lídia tornou-se cristã. Com o seu testemunho, conseguiu converter e batizar toda a sua família. Depois disto, ela os convidou: "Se vocês me consideram fiel ao Senhor, permaneçam em minha casa". E os forçou a aceitar.
Esta, com certeza, foi a primeira e maior conquista dos primeiros apóstolos de Cristo. A casa de Lídia tornou-se a primeira Igreja católica no solo europeu.
Lídia usou todo o seu prestígio social, sucesso comercial e poder de sua liderança para, junto de outras mulheres, levar para dentro dos lares a palavra de Cristo, difundindo, assim, a Boa Nova entre os filipenses. A importância de Lídia foi tão grande na missão de levar o Evangelho para o Ocidente que cativou o apóstolo Paulo, criando um forte e comovente laço de amizade cristã entre eles.
O culto a santa Lídia é uma tradição cristã das mais antigas de que a Igreja Católica tem notícia. A sua veneração é respeitada, pois seus atos são sinais evidentes de sua santidade.
Considerada a Padroeira dos Tintureiros, santa Lídia é festejada no dia 3 de agosto.
Eustáquio van Lieshout
Bem-aventurado
1890-1943
Humberto van Lieshout, mais tarde conhecido como Padre Eustáquio, nasceu no dia 3 de novembro de 1890, em Aarle Rixtel, na Holanda. Em 1913, ingressou na Congregação dos Sagrados Corações e, no dia 10 de agosto de 1919, foi ordenado sacerdote. Foi Mestre de Noviços, vigário paroquial, cuidando de famílias belgas que, em l914, tiveram que deixar a Pátria por causa da invasão alemã.
Foi enviado como missionário,em 1924, na Espanha e, no ano seguinte, no Rio de Janeiro, Brasil. Em 1925, assumiu, com outros missionários, a pastoral do Santuário da Abadia de Água Suja e outras paróquias de Diocese de Uberaba, e atendimento a outras comunidades. Em 26 de março de 1926, foi nomeado Reitor do Santuário Nossa Senhora da Abadia e Conselheiro da Congregação dos Sagrados Corações no Brasil.
Em suas orientações e curas físicas, Padre Eustáquio falava da disposição de Deus de curar a pessoa integralmente. Indicava medicamentos. Servia-se de folhas e raízes e muitos procuravam sua ajuda. De Romaria, foi transferido para Poá - São Paulo. Por causa do aglomerado de pessoas que o procuravam e pelo transtorno, foi enviado à cidade de Araguari, onde se comunicava quase só com seu amigo Padre Gil. Em 12 de fevereiro passou a coordenar a paróruia de Ibiá. E, no dia 7 do mesmo ano, o encontramos na Capital mineira, na Paróquia de Cristo Rei.
O povo afluía pedindo bênçãos e curas. Em 9 de setembro de 1942, Juscelino Kubitscheck, então Prefeito da Capital, beneficiado por milagre de Padre Eustáquio, doou um terreno, onde foi construída a Igreja dos Sagrados Corações, cuja pedra fundamental foi benzida por Dom Cabral. Padre Eustáquio assim se expressou: "Não verei o fim da guerra. Comecei a igreja, mas não a terminarei".
Em 23 de agosto, após celebrar a missa - durante o retiro que pregava às alunas do Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Belo Horizonte - sentiu-se desfalecer. O diagnóstico do médicos acusou um tipo de tifo causado por uma picada de carrapato. Padre Eustáquio tinha certeza de que não iria sobreviver. Chamava pelo Padre Gil.
Enquanto aguardava, renovou os votos religiosos. E, ante a emoção dos presentes, repetiu a fórmula da profissão religiosa; e, renovou os votos de Pobreza, Castidade e Obediência, como irmão da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria. Depois disse aos irmãos: "Graças a Deus, estou pronto! Mas, como demora o Padre Gil!". Até que dia 30 de agosto, Padre Gil conseguiu chegar. Assim que o viu, Padre Eustáquio conseguiu erguer-se do leito com grande esforço, e disse: "Padre Gil, graças a Deus!" E desfaleceu para sempre.
Belo Horizonte amanheceu de luto, e a Imprensa noticiava seu falecimento. Após sua morte, constatou-se que um devoto foi curado de um câncer. O relato consta no processo de beatificação, iniciado em 1997. E outros milagres se sucederam.
Padre Eustáquio dizia que sua vocação era "amar e fazer amar a Deus". Após o reconhecimento de sua vida e de seus milagres, por parte da Santa Sé, Padre Eustáquio foi beatificado em Belo Horizonte, Brasil, pelo Cardeal José Saraiva Martins, a 15 de junho do ano 2006.