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IMITAÇÃO DE CRISTO.

  

A Confissão da própria fraqueza, e as misérias desta vida.

 

Continuamos neste texto a transcrever as inspirações e locuções celestiais ao Frei Tomás de Kempis, retiradas da abençoada Obra “Imitação de CRISTO”, e que a todos os irmãos recomendamos a leitura e meditação.

 

Alma fiel: “Contra mim confessarei a minha iniqüidade” (Sl. 31,5); confessar-vos-ei, SENHOR, a minha fraqueza.

 

Muitas vezes a menor coisa basta para me abater e entristecer.

 

Proponho agir valorosamente, mas assim que me sobrevém uma pequena tentação, vejo-me em grandes apuros. Às vezes é de uma coisa mesquinha que me vem grave aflição.

 

E quando me julgo algum tanto seguro, vejo-me, não raro, vencido por um sopro, quando menos o penso.

 

Olhai, pois, Senhor, para esta minha baixeza e fragilidade, que conheceis perfeitamente. Compadecei-vos de mim e tirai-me da lama, para que não fique atolado (Sl 68,18) e arruinado para sempre.

 

É isto que amiúde me atormenta e confunde em vossa presença: o ser eu tão inclinado a cair, e tão fraco a resistir às paixões.

 

E embora não me levem ao pleno consentimento, muito me molestam e afligem seus assaltos, e muito me enfastia o viver sempre nesta peleja.

 

Nisto conheço minha fraqueza, que mais depressa me vem do que se vão essas abomináveis fantasias da imaginação.

 

Ó poderosíssimo Deus de Israel, zelador das almas fiéis, olhai para os trabalhos e dores de vosso servo, e assisti-lhe em todos os seus empreendimentos!

 

Confortai-me com a força celestial, para que não me vença e domine o homem velho, a mísera carne, ainda não inteiramente sujeita ao espírito, contra a qual será necessário pelejar enquanto estiver nesta miserável vida.

 

Ó! que vida é esta, em que nunca faltam as tribulações e misérias, em que tudo está cheio de inimigos e ciladas!

 

Porque mal acaba uma tribulação ou tentação, outra já se aproxima, e até antes de acabar um combate, muitos outros já sobrevêm, e inesperados.

 

E como se pode amar uma vida cheia de tantas amarguras, sujeita a tantas calamidades e misérias?

 

Como se pode chamar vida o que gera tantas mortes e desgraças?

 

E, não obstante, muitos amam e procuram nela deleitar-se.

 

Muitos ainda adjetivam o mundo de enganador e vão, e ainda assim lhes custa deixá-lo, porque se deixam dominar pelos apetites da carne.

 

Muitas coisas nos inclinam a amar o mundo, outras a desprezá-lo.

 

Fazem amar o mundo a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida; mas as penas e as misérias que estas coisas se seguem geram o ódio e aborrecimento do mundo.

 

Infelizmente, o vil deleite vence a alma mundana, que “julga delícia o estar em meio dos espinhos” (Jó 30,7), porque nunca viu nem provou a doçura de Deus, nem a intrínseca suavidade da virtude.

 

Mas aqueles que perfeitamente desprezam o mundo e procuram viver para Deus, em santa disciplina, experimentam a doçura divina, prometida aos verdadeiros abnegados; os que mais claramente conhecem os erros grosseiros do mundo e seus vários enganos.

 

Ao lermos e meditarmos profundamente este abençoado texto, temos de ter presente que é ação do ESPÍRITO SANTO, a graça da consciência do pecado e da ofensa a DEUS, bem como da identificação e sensibilização para os descaminhos da humanidade, que sobrevive, em sua grande maioria, longe da Verdade que é DEUS: SUA Palavra, Mandamentos e Sacramentos.

 

“Louvado seja DEUS, por SEUS Anjos e SEUS Santos!”