A SANTA MISSA É O MAIOR BEM DOS FIÉIS.
Por Pe. Martinho de Cochem
Os Santos Padres e os autores de obras religiosas falam, tantas vezes e com tanta abundância, sobre a utilidade da santa Missa, que é impossível resumi-los; não citaremos, pois, senão alguns textos.
São Lourenço Justiniano diz: "Nenhuma língua humana poderá exprimir os frutos de graças e bênçãos que atrai o oferecimento do santo Sacrifício da Missa. O pecador aí acha a reconciliação com Deus, o justo uma justificação mais ampla; as virtudes aumentam, os pecados são perdoados, os vícios extirpados, os méritos multiplicados, os embustes do demônio descobertos" (Lib. de obedientia).
O Padre Antônio Molina, religioso cartucho, deixou-nos em seus escritos expressões muito próprias para inflamar o coração de um grande amor pela santa Missa. "Nada, diz ele, é tão vantajoso ao homem nem tão útil às almas do purgatório quanto o santo Sacrifício da Missa. Sua excelência é tal, que todas as outras obras e a prática das melhores virtudes não têm o menor valor, comparadamente" (Tratado sobre a dignidade do sacerdote).
O sábio Fornero, Bispo de Hebron, exprime-se do modo seguinte: "Aquele que, com a alma isenta do pecado mortal, assiste à santa Missa com devoção, adquire maior número de méritos do que se cumprisse, pelo amor de Deus, as obras mais peníveis, as peregrinações mais longínquas. Isto é evidente, visto que as obras pias tiram todo o valor e dignidade de seu objeto; ora, que haverá de mais nobre, mais precioso e mais divino do que o santo Sacrifício da Missa?" (Sermão 23).
Marchand assinala a dignidade de nosso Sacrifício nestes termos: "A Igreja católica não possui homenagem mais perfeita para oferecer a Deus, nada tem de mais agradável para apresentar a Maria Santíssima, aos Anjos e aos Santos; nada mais salutar para os justos e para os pecadores do que o santo Sacrifício da Missa".
No prefácio do missal, a Igreja exorta o sacerdote "a ter uma alta idéia da excelência da santa Missa, e a ficar convencido de que, por uma única oblação, rendemos a Deus onipotente uma homenagem mais agradável do que praticando toda a sorte de virtudes e suportando todos os sofrimentos".
- Sabes por quê, caro leitor?
- É porque, na santa Missa, Jesus Cristo pratica todas as virtudes e as oferece a seu Pai com a soma dos méritos da paixão, e estes atos de louvor, de amor, de adoração, de reconhecimento que do Coração de Jesus se elevam ao céu, durante sua imolação sobre o altar, ultrapassam, infinitamente, o culto dos Anjos e dos Santos.
Enfim, a prova mais evidente é o testemunho da Igreja que diz: "Reconhecemos que os cristãos não podem fazer cousa mais santa e mais divina do que este estupendo mistério, no qual a Vítima vivificadora, que nos reconcilia com Deus Pai, é oferecida, diariamente, pelas mãos do sacerdote sobre o altar" (Concílio de Trento, sess. 22).
A santa Igreja quer dizer com isto que o ato mais divino que os sacerdotes possam efetuar, é a celebração da santa Missa, e para os fiéis o ato mais santo é ouvi-la, ajudá-la, mandá-la celebrar e unir-se, intimamente, às intenções do sacerdote.
Caro leitor, abre os olhos e vê, abre os ouvidos e ouve, abre, sobretudo, o coração e goza da consoladora doutrina de tua Mãe, a santa Igreja. Podes fazer grande número de boas e excelentes obras, nenhuma, porém, será tão salutar, útil e meritória para tua alma quanto a piedosa assistência à santa Missa.
Como o sol ultrapassa em brilho e em força, todos os planetas, e é mais útil à terra que todos os outros astros, da mesma maneira, a audição da santa Missa sobrepuja, em dignidade e em méritos, todas as outras ações do dia. E depois de tudo isto considerado, como terás ainda a coragem de assistir ao santo Sacrifício com tantas distrações ou perdê-lo sob ligeiro pretexto?
Se, não obstante, tua preferência fosse pela meditação da Paixão e Morte de Nosso Senhor, exortar-te-íamos a fazê-la durante a santa Missa, pois, estes mistérios aí são renovados. Desejas entreter-te com Jesus Cristo? Ei-lo presente sobre o altar, Homem e Deus. Não julgues que as cerimônias da santa Missa possam perturbar-te a oração; não é distração, mas antes verdadeira atenção, seguir os movimentos do celebrante e lembrar-se da significação das cerimônias.