PADRE GABRIELE AMORTH
Famoso Exorcista da diocese de Roma.
CONFISSÕES DO INFERNO
AO MUNDO CONTEMPORÂNEO
4. EXORCISMOS DE 31 DE AGOSTO DE 1975
E – Exorcista.
J – Judas Iscariotes.
E – Judas Iscariotes, nós, Sacerdotes, ordenamos-te, em nome da Santíssima Trindade (...) diz-nos: sois realmente obrigados a partir? Diz a verdade, só a verdade em Nome (...). Pelo poder de todas estas invocações deves dizer a verdade e só a verdade, e também em nome das sagradas relíquias que estão sobre a tua fronte.
J – Tenho que dizer! Tenho que dizer! Em certa medida, faço parte dos demônios. É a eles que estou agregado. Eu tinha uma posição elevada, tinha uma posição elevada, era Bispo.
E – Continua! Diz o que tens que dizer, em Nome (...)!
J – Eu ocupo uma posição superior em relação às outras almas condenadas. Já aqui disse que me deram um canto horrivelmente obscuro no inferno. Como eu invejo... Os outros condenados humanos! Os outros... Em comparação comigo, estão bem. Eu tenho um canto sujo.
E – Continua! Diz o que tens a dizer, em Nome (...)!
J – ELA (aponta para cima) bem me avisou. Ela avisou-me. E eu que não lhe dei ouvidos, eu que não lhe dei ouvidos (lança gemidos medonhos).
E – Continua! diz a verdade, diz o que tens a dizer, em Nome da Santíssima Virgem!
J - Se eu a tivesse escutado! Seja como for, desprezei-a. Eu não gostava d’Ela! Eu não gostava dessa... (É proibido pelo céu de expressar o palavrão que gostaria)
E – Continua! diz a verdade, em Nome da Santíssima Virgem! Diz a verdade Judas, diz o que tens a dizer de sua parte!
J - Para falar a verdade, desde o princípio não me juntei a eles só por causa de Jesus. Eu sonhava com o poder e a realeza, e como nada disso se realizou, fiquei desiludido!
E – Continua a falar. Diz o que a Virgem Santíssima, MÃE de DEUS, quer que digas sobre a Igreja. Diz o que tens a dizer, toda a verdade, em Nome (...)!
J – A Igreja Católica encontra-se numa situação grave. Se Eles lá em cima (aponta para cima) não interviessem, não poderia salvar-se. Mas é preciso que estas palavras se cumpram: “Eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt. 28,20). Haverá uma depuração total, uma depuração terrível, que não nos agrada; ouvis?
E – Continua! Diz a verdade em Nome (...)!
J - A nossa ação no mundo, especialmente nos últimos tempos, atingiu uma intensidade nunca vista.
E – Continua! Diz a verdade em Nome (...)!
J - Pelo menos, desde há mil anos.
E – Continua! Diz a verdade e só a verdade! Em Nome da Santíssima Virgem, diz a verdade sobre a Igreja!
J – O Papa, o Papa... É um mártir. De certo modo poder-se-ia dizer que jaz por terra, que deseja morrer. Não deseja morrer na situação em que se encontra. Tortura-o, o pensamento de que o que diz não é publicado no mundo, e é precisamente aquilo que ele não queria, que é publicado pelos seus Cardeais. Em todo o caso, muitos Cardeais, não todos, lá continuam. O Papa tem imensa dificuldade em atuar. Está numa situação muito pior que uma verdadeira prisão. Nós nos agitamos, fazemos tudo o que podemos. Aliás, já fizemos muito.
E – Continua, diz a verdade, em Nome (...); e só a verdade!
J - Privaram-no da sua liberdade... e assim pouco pode fazer. É por isso que falamos dele como um réptil, só capaz de rastejar, e que já não tem uma palavra a dizer, nem à direita, nem à esquerda, nem à frente, nem atrás. São os outros que o fazem, os falsos, os que gostariam de vê-lo desaparecer.
E – Continua, e diz a Verdade, toda a verdade, e só a verdade da parte da Santíssima Virgem! Continua a dizer o que tens a dizer da parte do Céu!
J – É preciso rezar pelo Papa. Ele sofre mais do que um mártir. Preferiria ser apedrejado como Santo Estevão. É um grande Papa, apesar de estar forçado ao silêncio. Carrega uma cruz. Poucos são os que atingem a sua altura, embora passe por pequeno e impotente. A princípio cometeu alguns erros, mas há muito que os reconheceu. Agora, porém, tem os pés e as mãos atados e até a língua. Ele clama ao Céu que queria restaurar a Ordem, deseja-o, mas os seus pés e as suas mãos estão atados. Já nada pode fazer.
E – Diz a verdade, em Nome (...)
J – Fazem dele o que querem. São lobos que uivam segundo o vento que sopra... O que eles querem... quere-o o povo moderno... a massa. É assim que se tornam populares. Pouco tempo depois, os bons Padres tradicionalistas, que antes nunca tinham posto em dúvida o pensamento do Papa, são induzidos em erro. Mas, o que acontece, é que agora os pensamentos do Papa já não são os seus. Nesta época de terrível confusão, o Papa já não pode fazer praticamente nada. Agora, é preciso que o próprio Deus intervenha... e Ele intervirá, dentro de pouco tempo, em breve.
E – Que significado tem em “breve”? Dentro de alguns anos? Diz em Nome (...) toda a verdade!
J - Não, isso não. Esse momento está mais próximo, mais próximo do que pensais.
E – Diz a verdade, em Nome da Santíssima Virgem, sobre a Igreja e sobre o Papa! Continua a dizer o que tens a dizer mas só a verdade!
J - O mais doloroso para o Papa é verificar como mesmo os Sacerdotes Tradicionalistas duvidam do seu pensamento, da sua vontade. Ele nada pode fazer. Rodeiam-no de subtilezas. Mesmo que ele quisesse publicar alguma coisa, isso nunca chegaria a sair porque controlam tudo.
E – Porque é que o Papa não fala nas audiências; nas audiências públicas? Aí poderia falar livremente.
J - Muitas vezes já nem sequer o pode fazer, já não pode. Muitas vezes mal sabe o que está a dizer. É assim que, então, se dão esses erros e confusões horríveis. É um pobre Papa. A Virgem Santíssima e Cristo têm pena dele. Mas é preciso que ele viva o seu martírio. Há muito que ele preferiria ser morto pelos seus próprios Cardeais a viver assim! Sabe que todos estão contra ele. Sente-o, ele é dotado de uma grande sensibilidade. Tem os nervos muito sensíveis. Não é um Papa enérgico, mas nesta altura também não seria preciso um Papa enérgico. Há muito que o teriam derrubado.
E - Continua a falar a verdade, em nome da Santíssima Virgem. Em nome (...) nós te proibimos de mentir!
J - Fazia parte dos planos de Deus a eleição de um Papa humilde, submisso, abnegado, agora que as coisas estão assim. É preciso que se cumpram as Escrituras. Por isso é que era preciso que viesse agora o Papa Paulo VI. Ele foi realmente o escolhido. Só Eles (aponta para o alto) têm compaixão dele. Mas esta situação não se irá manter durante muito tempo.* O seu martírio em breve terá fim. Mas, para ele, já dura há muito tempo. É que para ele os dias são como semanas, como meses. É preciso rezar por ele, rezar muito mais. É-lhe imensamente penoso ver como a Igreja descarrila e como tudo fica sem consistência. Podeis ter a certeza de que ele prefiriria que tudo se fizesse segundo o antigo estilo. Ele desejaria que este Concílio nunca tivesse sido convocado. Ele bem se apercebe que tem conseqüências terríveis, devastadoras, catastróficas, que já não poderão ser eliminadas. Nem a oração poderá deter os seus efeitos funestos.
E - Continua, diz o que tens a dizer da parte da Santíssima Virgem, sobre a Igreja e o Santo Padre!
J - Era preciso dizer a todos os Bispos que o Papa é influenciado. Mas eles não acreditarão, porque também eles estão cegos. De que lhes serve a erudição e a inteligência, se estão cegos e não crêem. Neste aspecto, nós sabemos ainda mais, sabemos ainda mais que os Bispos.
E - Diz a verdade e só a verdade, em nome da Santíssima Virgem!
J - Eles temem-se mutuamente e têm medo do povo: têm medo de serem rejeitados. Por isso querem dançar ao som do violão do povo, mesmo que ele toque notas falsas.
E - Continua: diz a verdade em nome da Santíssima Virgem!
J - E este violão está de tal modo desafinado que, em breve, já não se poderá tirar das suas cordas qualquer som. E é a isto que se pretende chamar Igreja! Comprendeis? Isto, quer ainda chamar-se Igreja! Uma Igreja maldita, perversa, confusa. Será isto uma Igreja... que em breve ninguém ousará, nem deverá, chamar Igreja!**
E - A frase que disseste “É uma Igreja maldita”, não é da Santíssima Virgem!
J - Não, essa frase é nossa.
E - Diz a verdade e só o que a Santíssima Virgem quer!
J - Apesar de tudo, é a verdade. E decerto modo Ela é que quer que eu diga.
E - Fala em nome da Santíssima Virgem e diz somente a verdade, toda a verdade!
J - Chegamos a um ponto em que, em breve, até as seitas serão melhores que o vosso catolicismo. As seitas, em breve, estarão em melhor posição, pois não possuem a ciência e não são guiadas pelo Espírito Santo, como a Igreja sempre foi. Elas dizem que é o Espírito Santo, mas na realidade o que elas propagandeiam pelo mundo são as suas próprias idéias, da forma que mais lhes agrada.
Há ainda alguns que não querem difundir este gênero de catolicismo; esses gostariam que as coisas se orientassem pela tradição. Eles bem o desejariam, mas são demasiado covardes. A sua covardia é de bradar aos Céus (aponta para cima)!
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...)!
J - Se rezassem muito, alguns ainda compreenderiam, mas para muitos já é demasiado tarde. Como o Céu, a Santíssima Virgem e o Santo Padre o lamentam! Os três, Cristo, Santíssima Virgem e o Santo Padre, estão de acordo. Só eles é que estão de acordo. Os Cardeais (pelo menos muitos) não estão. O seu modo de agir e proceder é contrário à vontade d'Eles lá em cima (aponta para cima) e contrário à vontade do Papa. O Papa encontra-se numa situação terrível, terrível!
* Paulo VI morre em 1978, três anos depois deste aviso, com 81 anos.
** Em vez de uma Igreja de Deus, Divina, ficar-se-ia com uma “igreja” humana, dos homens e para os homens. Se tal se concretizasse, já não se poderia falar em igreja
SERÁ O PRÓPRIO DEUS A DERRUBAR O MODERNISMO.
E - Continua a dizer a verdade, em nome da Santíssima Virgem! Diz tudo o que tens a dizer, em nome (...)!
J - Nós tememos o Papa, embora no fundo não o devêssemos temer assim, pois agora o seu Vaticano é dirigido pelos Cardeais. O Papa sofre continuamente, e assim pode salvar mais almas e fazer mais do que nós desejaríamos.
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem, e só a verdade toda a verdade! Continua!
J - Chegaremos a um ponto que o próprio Deus será obrigado a destruir tudo, a destruir o modernismo. E recomeçar-se-á no ponto onde se ficou, no que era antigo, tradicional, no que correspondia à verdade e que é do agrado dos lá de cima (aponta para cima) e não no que foi criado pelos homens.
E - Continua, diz a verdade da parte da Santíssima Virgem e só a verdade...
J - Se o Papa não estivesse seqüestrado e constantemente vigiado, à direita, à esquerda e dos lados, poderia ainda continuar a governar, fazer com que as suas palavras fossem ouvidas. Mas nestes últimos meses as coisas pioraram.
Praticamente nada chegou ao conhecimento público e o que poderia ter saído, foi imediatamente desmentido, manipulado, mudado... até falsificado. Foi falsificado.
Meio algum, por pior que seja, os impede (aos Cardeais) de alcançar o que têm na cabeça. Nada lhes parece ordinário, porque estamos no fim dos tempos. Não estivéssemos nós ao leme e não tivéssemos os Cardeais sob o nosso poder, decerto eles saberiam fazer melhor. Mas porque agitamos tanto os espíritos e temos tantos adeptos da magia negra a fazer das suas, temos os Cardeais, neste momento, totalmente sob o nosso domínio. O melhor que tendes a fazer, é rezar muito ao Espírito Santo. Aliás, tudo isto já foi dito por mim e por Akabor, a propósito da obediência. Fui eu, Judas, que disse: agora já não é obrigado a obedecer.
A OBEDIÊNCIA NA IGREJA
E - Diz a verdade sobre a Igreja, continua, em nome (...). Tu não tens o direito de mentir, em nome (...)!
J - É divertido: a obediência jamais foi elevada tão alto, como atualmente. De repente, a obediência ficou na moda (ri sarcástico).
E - Diz a verdade, somente a verdade, da parte da Santíssima Virgem!
J - Subitamente, todos apelam à obediência, agora, que ela é fácil!
E - Diz a verdade Judas Iscariotes, não aquilo que te apetece, em nome (...)!
J - Isto vem lá de cima. Nós somos obrigados a dizer a maldita verdade. Agora, que é muito fácil - para aqueles que têm a mentalidade moderna, que gostam de ter muito dinheiro e tudo o mais - a obediência veio de súbito à baila como bala de canhão! Antigamente, não tinha de modo nenhum a atualidade que agora subitamente adquiriu!
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem e só a verdade!
J - Isso agrada-nos. O que é preciso é que continuem assim. Mas a Eles lá em cima, isso não agrada. Os Seus planos são outros e, no fundo, seriam outros, mas é preciso que o Evangelho se cumpra. Todos os Seus planos têm de se realizar, mesmo no meio de grandes catástrofes, mesmo no meio das maiores confusões e conflitos dos povos.
E - Diz a verdade! Continua a dizer a verdade, da parte da Santíssima Virgem!
J - Todos se apóiam no Bispo, mas os Bispos não podem apoiar-se no Papa, pois nada vem do Papa. Creio que vou terminar.
OS RITOS LITÚRGICOS
E - Diz a verdade, toda a verdade, da parte da Santíssima Virgem, diz o que Ela nos quer transmitir por teu intermédio, Judas Iscariotes! Continua a falar, diz tudo o que tens a dizer e só a verdade da parte da Santíssima Virgem!
J - Em 14 de Agosto, Akabor, teve que falar do Aspergesme, que deveria ser reintroduzido no princípio da Missa. É verdade, é verdade! Assim somos obrigados a fugir da Igreja.
E - Diz a verdade, Judas Iscariotes, diz a verdade da parte da Santíssima Virgem!
J - Se não se fizer, permaneceremos lá dentro. O Sacerdote deveria, como era uso antigamente, aspergir os fiéis com o hissope, de uma ponta a outra da Igreja, e isso obrigar-nos-ia a fugir, a fugir também do povo, das pessoas.
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem, toda a verdade e só a verdade!
J - Nós também procuramos perturbar as pessoas. Quando o Sacerdote, com o hissope, asperge de uma ponta a outra da Igreja, então as pessoas podem rezar melhor. Este rito expulsa também as idéias e os poderes da magia negra.
E - Da parte da Santíssima Virgem, diz a verdade!
J - A cerimônia do Aspergesme, os trinta e três Sinais da Cruz, a Tripla formula “Senhor eu não sou digno”, e, no fim da Missa, a oração a São Miguel Arcanjo, as três Ave-Marias e a Salve Rainha, deveriam ser restabelecidos. A sua supressão foi obra nossa e, em certa medida, obra daqueles que estão em nosso poder.
MISSA TRIDENTINA OU MISSA NOVA?
E - Continua a dizer a verdade, da parte da Santíssima Virgem!
J - Além disso, Eles lá em cima, (aponta para cima) gostam mais da Missa Tridentina que da Missa em alemão e da nova Missa, porque nem tudo pode ser traduzido dum modo absolutamente exato.
E - Referes-te à Missa Tridentina, em Latim? Diz a verdade, diz a verdade Judas Iscariotes, só a verdade, da parte da Santíssima Virgem!
J - Os textos são difíceis de traduzir em alemão.* É assim que aparecem essas palavras inexatas, que tiram muitas graças à Missa. Tudo o que não é exatamente pronunciado como Cristo o quer, obtém menos graças. Especialmente no que se refere à Consagração. As palavras da Consagração têm que ser pronunciadas duma maneira perfeitamente exata. Não se pode mudar uma sílaba. É preciso que tudo seja de uma extrema exatidão e rigor. Sabeis como lá em baixo está tudo perfeitamente regulado? Nem sequer na Igreja Católica, agora, se consegue ter uma regulamentação como a nossa.
* O Latim, como língua morta, não falada, que já não evolui, põe um freio considerável, devido a sua rigidez, às interpretações fantasistas ou às traduções falaciosas, como as que freqüentemente se encontram nos textos em línguas vulgares. Os demônios já se tinham referido concretamente à tradução errada da formula da Consagração. Cfr. pp. 26.
AS FESTAS CATÓLICAS
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem e só a verdade! Continua!
J - As festas... as festas católicas! Tudo está mudado e desorganizado; mudaram-se as datas e as pessoas já não compreendem nada. Antigamente, as pessoas podiam pensar com antecedência: “Agora, vem esta ou aquela festa”... e agora... (ri ironicamente).
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem!
J - Agora, as pessoas já nem sequer sabem quando estas festas se realizam, nem em que data são fixadas. Isto é muito vantajoso para nós e é uma perda insensata para os outros, porque havia festas para as quais as pessoas se começavam a preparar com algumas semanas de antecedência. Agora, já não o podem fazer, ou só muito raramente o fazem, porque já não têm as datas das festas presentes na memória; em cada calendário figura uma data diferente. Como é que quereis que se preparem? As pessoas não podem ir ter com os Bispos ou com os Sacerdotes à Igreja e festejar determinada festa aí, em tal data e de tal maneira e, depois, em casa, sozinhos, celebrarem a festa na antiga data.
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem!
J - No entanto, acreditai-me, mesmo no inferno, são as antigas festas que estão em vigor. Estão em vigor, bem mais em vigor que no vosso mundo. Decerto já vos apercebestes disso com a festa de Nossa Senhora do Monte Carmelo
TODOS OS SANTOS, FIÉIS DEFUNTOS, ALMAS DO PURGATÓRIO
J - Era preciso repor todas as festas no seu devido lugar. Então, essa dos fiéis defuntos, tem também que se lhe diga!
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem!
J - As almas do Purgatório encontram-se numa situação terrivelmente desvantajosa. Antigamente ia-se ao cemitério. Cada oração que se fazia, obtinha uma indulgência; deste modo, uma alma podia ir imediatamente para o Céu. Agora isso já não acontece, ou melhor, as pessoas já não são encorajadas nesse sentido. Isso foi suprimido pelo Clero, que afirma que essas indulgências já não têm valor, que só uma é válida, a do dia de Todos os Santos. Que hão-de fazer as almas do Purgatório só com uma única indulgência? Ah! Antigamente libertavam-se milhares e milhares de almas, deveríamos dizer, milhões... e agora? Agora, encontram-se perante uma terrível perda! Elas gritam por socorro e ninguém lhes acode. Aproxima-se o dia dessa festa. Era preciso esclarecer todas as pessoas a este respeito, mas elas não acreditariam. (ri maldoso com satisfação)
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem!
J - E no fundo era uma coisa tão simples! Bastava ir ao cemitério, lançar um pouco de água benta, dizendo uma vez: “Dai-lhe Senhor, o eterno descanso...”, e, às vezes um Pai-Nosso ou outra oração, conforme o que ocorresse ao espírito de cada um. Sempre que procediam assim, com reta intenção, então, por cada oração, era realmente liberta uma alma. Agora, mesmo os bons, que ainda acreditam nisso, são induzidos em erro, quando se lhes diz: “Tu não podes ganhar esta ou aquela Indulgência, isso já não é valido.” É claro que isso só nos tráz vantagens a nós, os do inferno (ri maldoso).
E - Fala somente da parte da Santíssima Virgem, só a verdade e toda a verdade!
J - E quanto a esta grande e única Indulgência, que ainda se pode ganhar, (a do dia de Todos-os-Santos, segundo os modernistas), muitas pessoas acham os seis Pai Nossos demasiado longos. Além disso, com esta indulgência única, já não são muitas as almas que se libertam. O próprio Deus, Ele lá em cima (aponta para cima) há-de pôr as coisas no seu devido lugar, mas para muitos, já será demasiado tarde, excessivamente tarde.
Devo ainda dizer que este assunto das festas dos Santos tem mais importância do que se pensa. As datas foram rapidamente mudadas, não só as das festas dos Santos como também e muito especialmente as festas em honra da Santíssima Virgem. De fato a festa de 8 de Dezembro manteve-se, mas de que vale isso? Há outras festas igualmente importantes. Citemos, por exemplo, a de Nossa Senhora do Carmelo e outras grandes festas e dias comemorativos. Quando as pessoas não vão à Missa, nesses dias, pedir o auxílio da Santíssima Virgem para a sua vida, recebem também menos graças. Isso representa para elas uma grande perda e para nós um magnífico ganho.
OS SACERDOTES E A GRAÇA
E - Fala somente da parte da Santíssima Virgem e apenas a verdade!
J - Se ao menos eu não fosse obrigado a dizer isto! Eu não queria dizê-lo!
E - Continua em nome (...) toda a verdade!
J - De fato, prefiriria não continuar a falar.
E - Continua da parte da Santíssima Virgem, diz só a verdade, em nome (...)!
J - É bem certo o provérbio (alemão) que diz: “só aquele que nada contra a corrente é que apanha água fresca.” Muitos Sacerdotes encontrar-se-ão em breve num pântano pestilento, fétido e sujo, e nem sequer se aperceberão disso. Deixam que este pântano rodeie os seus corpos, e o que é ainda muito pior, o seu espírito, e acabarão por afundar-se nele. É certo que é muito difícil nadar contra a corrente, mas pelo menos recebe-se água fresca. Essa água fresca representa as graças, e é isto que Eles lá em cima querem que se receba. Com esta imagem, quer-se sobretudo significar as almas. Obtêm-se mais graças pela Missa Tridentina ou pela Missa latina, do que por aqueles Sacerdotes que já não celebram convenientemente a Missa, pois assim já não há tantas graças. Já não há uma plenitude de bênçãos nestas Igrejas porque estamos lá nós. Dançaremos nelas à vontade e estaremos em breve lá em maior número que as pessoas.
E - Diz a verdade da parte da Virgem Santíssima, em nome (...).
J - Em breve seremos mais numerosos, a dançar no interior dessas Igrejas, do que as pessoas que essas Igrejas podem conter (ri sarcástico e com uma alegria malvada).
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem!
J - Para cada pessoa podemos mobilizar dois ou três demônios, ou mesmo mais, quando se trata duma alma mais piedosa (ri com malvadez).
AS MULHERES NA CAPELA-MÓR A DAR A COMUNHÃO
J - E a leitura voltada para a assembléia? É-nos extremamente vantajosa, mas é-o ainda mais quando é feita por mulheres (ri com maldade).
E - Diz a verdade, em nome de Jesus, Judas Iscariotes!
J - Então, quando as mulheres se colocam à frente, até as pessoas piedosas, homens ou mulheres que desejariam concentrar-se na oração, não deixam de pensar: “Que vestido é que ela traz hoje? Como lhe fica o chapéu? Foi recentemente ao cabelereiro?...” (ri com satisfação maldosa).
E - Diz a verdade, em nome da Santíssima Trindade!
J - Os seus sapatos estão na moda? Estes sapatos são 3 ou 5 centímetros mais altos que os antigos? Usa meias escuras ou claras? (ri a bandeiras despregadas).
E - Judas diz a verdade e só a verdade, da parte da Santíssima Virgem!
J - Não se vê um pouco da sua combinação? (ri sarcástico)
E - Diz apenas, o que a Santíssima Virgem tem para nos dizer, diz somente isso e nada mais! O que acabas de dizer é da tua autoria?
J - De certo modo fui obrigado a dizê-lo. Tive que o dizer, como complemento. No fundo é mesmo assim. É assim que as pessoas pensam e, antes de qualquer outra coisa, reparam na sua figura. Isso é evidente. Antigamente as mulheres usavam véu, mas há muito que se deixaram disso. Mas, mesmo que já não usem véu, o seu lugar não é na capela-mór. O Papa e os Céus (aponta para cima) não querem isso.
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem, só a verdade!
J - Mas o pior é quando as mulheres são encarregadas de distribuir a Sagrada Comunhão. Então, já, não há mais graças e bênçãos. É que as suas mãos não são consagradas, são mãos de mulheres. Não quero dizer que o mal esteja no fato de serem mãos de mulheres, mas sim, no fato de não serem consagradas. Cristo escolheu só e unicamente os homens para o Sacerdócio e não as mulheres. Mas é o orgulho, o orgulho, o pecado original dos anjos, a razão disto.*
E - Continua a dizer a verdade, da parte e em nome da Santíssima Virgem.
J - No fundo estas mulheres sentem-se orgulhosas por poderem dar nas vistas a atuar lá à frente. Acreditai! Os Sacerdotes, mesmo os modernos que dentro em breve verão tudo atirado para o caixote do lixo, acabarão por compreender que, com todas as suas teorias e brilhantes inovações, não vão a lado algum. Contudo, não querem voltar atrás, no caminho que tomaram. Por outro lado, também não sabem bem como arranjar as coisas de molde a agradarem às pessoas. E é assim que muitos Sacerdotes chamam uma mulher para a capela-mor. Pensam que é mais um motivo para atrair as pessoas (ri sarcástico), pois as suas Igrejas são ocupadas até um terço da sua real capacidade!
E - Judas Iscariotes, continua a falar da parte da Santíssima Virgem e diz só a verdade!
J - Estão cada vez mais próximos do protestantismo; quer dizer, o protestantismo é, em certa medida, melhor que a Igreja Católica moderna.
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem!
J - O protestantismo! Eles não sabem mais nada; eles não sabem mais nada desde que as coisas ficaram assim, mas os católicos!
E - Continua a falar da parte da Santíssima Virgem, Judas Iscariotes!
J - Os protestantes estarão em breve mais próximos de Deus que o catolicismo moderno: Eles não sabem mais, como já disse, mas de certa maneira podem vir a saber. Os homens inteligentes reconhecem que a Igreja Católica, a boa, bem entendido, é a verdadeira Igreja. Muitos converter-se-iam. Mas, na situação em que a Igreja se encontra atualmente, eu diria, ou melhor, nós os do inferno diríamos que o protestantismo em breve se encontrará numa melhor posição.
* Belzebu no Exorcismo de 7 de Novembro de 1977 acrescentaria isto: “ O mundo de hoje quer ser aprovado. Quer pôr as mulheres na capela-mór, no altar, mulheres espampanantes e metediças. E isto apesar da Mãe de Deus nunca ter tido uma função na Igreja, apesar de Cristo não querer que a mulher entre no Santo dos santos, como castigo, porque o pecado original vem de Eva e foi ela que caiu em primeiro lugar, Cristo disse isto um pouco antes de Sua Paixão...”. É preciso lembrar que o ato de dar a Comunhão é em si mesmo um ato de sacerdócio e é por isso que compete normalmente ao Sacerdote.
E - Continua a dizer a verdade, da parte da Santíssima Virgem, e só a verdade!
J - E quanto à pregação! Há lugares onde as homilias são feitas por mulheres. Ele, lá em cima, (aponta para cima), não quer isso.
E - Continua, diz a verdade e só a verdade da parte da Santíssima Virgem!
J - Deus quer que a homilia seja feita por um homem consagrado, porque assim a pregação tem maior efeito sobre os fiéis. Uma mulher não consagrada está longe de ter a mesma eficácia, abstraindo mesmo do fato das pessoas não se concentrarem nas suas palavras. Uma mulher que prega não pode ser boa, não pode pregar com seriedade, pois se tivesse um espírito sério e fosse boa, não se dedicaria a pregações. A Imitação de Cristo, as virtudes à Cruz e os Santos, são assuntos atualmente pouco abordados na Missa ou nas homilias. Mesmo os Sacerdotes consagrados já não se lhes referem a maior parte das vezes.
E - Continua a dizer a verdade, da parte da Santíssima Virgem e diz só a verdade!
J - Se esta mulher não aprofundar ao máximo o tema da sua pregação, como poderão as pessoas tirar algum proveito dela? Quando, muito, poderão acorrer-lhes pensamentos estranhos. Nem sempre isso acontece, mas dum modo geral pode dizer-se que uma pregação dessas é tempo perdido.
O PADRE VOLTADO PARA OS FIÉIS
J - O Padre voltado para os fiéis também não é bom, sobretudo para as mulheres. Passa-se o mesmo que com as mulheres na capela-mór. Agora, são as mulheres que se interrogam: como são seus cabelos? Está bem penteado? Terá ido ao barbeiro? Repara, agora tem o cabelo frisado e antigamente, não. Que belos dentes, tem! (ri irônico).
E- Continua a dizer a verdade em nome da Santíssima Virgem e só a verdade!
J - Os paramentos ficam-lhe bem, ele é ainda tão jovem... pena que seja Padre (ri jocoso)... etc... Mas se ele celebrasse voltado para o altar, estes pensamentos não ocorreriam às mulheres: Quando ele se virasse, depois delas terem rezado, já nada disso teria importância. Deus bem sabe porque é que a Missa deve ser celebrada de costas viradas para o público.
O TABERNÁCULO DEVE SER DIGNO DAQUELE QUE LÁ RESIDE
E - Diz a verdade, sob as ordens da Santíssima Virgem, e só a verdade! Continua!
J - O Sacrário devia estar no centro. Que significado tem, ao entrar-se numa Igreja moderna, ser-se primeiro obrigado a procurar o Sacrário? Não se sabe se está à frente, se atrás ou de lado. Em muitas Igrejas constroem-se mesmo Sacrários que não se sabe se são tocas de raposa (ri com malvadez)...
E - Diz a verdade e só a verdade, sob as ordens da Santíssima Virgem, Judas Iscariotes!
J - ...se cofres-fortes (mal pode conter o riso).
E - Diz a verdade, Judas Iscariotes, só a verdade, sob as ordens da Santíssima Virgem!
J - Agora há também muitos que fazem Sacrários de qualquer maneira, em ferro. Claro que também poderiam ser utilizados carris do caminho de ferro (ri maldoso).
E - Diz a verdade, só a verdade, em nome (...)!
J - Um tabernáculo - Estais a ouvir-me? - Deve ser dourado. Isto é: nem o ouro, nem as pedras mais preciosas seriam dignas de encerrar o que ele encerra. Estariam bem longe de ser merecedoras do que ele abriga. É uma vergonha, mesmo nós lá em baixo, temos de o reconhecer, é uma vergonha ver as Igrejas e Tabernáculos que os homens constroem.
A DANÇA NOS LUGARES SAGRADOS
E - Diz a verdade, acaba com o riso, diz a verdade sob as ordens da Santíssima Virgem!
J - E que dizer das Igrejas onde se celebram Missas à tarde ou mesmo de manhã e onde em seguida se realizam bailes! Devo falar de sexo, e não apenas de dança, porque na maior parte dos casos em que há dança, há erotismo. Poderia dizer-se que não há um único baile onde não se cometam pecados, quer corporais, quer espirituais, ou onde não se dê ensejo a que se cometam mais tarde. A dança é invenção nossa. Mas agora são os próprios Sacerdotes católicos a promover estas festas e estas danças. Para que as pessoas ainda vão às suas casas, têm que lhes oferecer estes divertimentos. Então, a palavra de ordem é: cerveja a jorros, dança e música (ri novamente cheio de satisfação).
E - Diz a verdade e só a verdade, em nome (...)!
J - Chegaremos ao ponto, ou melhor, chegamos ao ponto de certos Padres que ainda se dizem católicos, mas que já há muito o não são, chamarem às suas Igrejas adeptos de certas seitas, digamos, da missão pentecostista etc..., para que eles dêem testemunho das suas patranhas. Se não é o Espírito Santo que reina, somos nós (e em certa medida é a magia negra) que reina. E as pessoas estão tão cegas que já não sabem para onde fica o Leste ou o Oeste. Claro que para nós, isto é como “um campo ceifado.” São assim os Sacerdotes que temos atualmente.
A ARTE RELIGIOSA
E - Continua a dizer a verdade, em nome da Santíssima Virgem, e só a verdade, somente as verdade sob as ordens da Santíssima Virgem!
J - Sim, a Santíssima Virgem! Isso também tem que se lhe diga. De fato, coloca-se a sua imagem a um canto ou bem ao fundo, de maneira que se veja o menos possível. Muitas vezes existe uma pequena imagem da Virgem, de mau gosto (se é que se consegue compreender de quem é a imagem). Quanto às imagens modernas, na maioria dos casos não se sabe se se trata da mulher de um “gangster” ou de algum lá de cima (aponta para cima).
E - Sob as ordens da Santíssima Virgem, diz a verdade!
J - Nos lugares onde ainda existem imagens belas da Santíssima Virgem, as pessoas são mais facilmente impelidas à oração. É por isso, que Eles lá em cima, querem que...
E - Continua a dizer a verdade sob as ordens da Santíssima Virgem, diz tudo o que tens a dizer sob as Suas ordens!
J - ... apareçam belas obras de arte, pelo menos imagens boas e belas, que “falem” às pessoas. O Sacrário deve ficar, como já foi dito, no centro, ricamente ornamentado, dourado se for possível, arranjado de tal modo que todo o aspecto da Igreja seja harmonioso. Que não se assemelhe a uma casota de cão, ou (quase gostaria de o dizer) a um curral de porcos (ri sarcástico).
E - Diz a verdade, sob as ordens da Santíssima Virgem! Abdica dessas expressões, que vêm lá de baixo!
J - Vêm lá de baixo, mas fui autorizado a dizê-las (respira alto e com dificuldade).
O SANTÍSSIMO SACRAMENTO DO ALTAR
E - Continua a dizer a verdade, diz tudo o que tens a dizer sob as ordens da Santíssima Virgem! Continua a falar!
J - O Santíssimo Sacramento: O Santíssimo Sacramento já não é adorado. Está totalmente posto de lado. As exposições do Santíssimo Sacramento são agora raras. Fazem-se ainda em alguns atos de reparação e entre os “tradicionalistas”. Fora disso são muito raras. Este Sacramento... se soubésseis como é Grande!
E - Continua a falar em nome (...)!
J - O Santíssimo Sacramento do Altar! Se soubésseis as bênçãos que jorram, as bênçãos que d'Êle jorravam antigamente, quando era exposto no Sacrário e o povo diante d'Êle, fazia a adoração reparadora! Isso era de grande eficácia para os pecados. Todas essas coisas deixaram de existir e é por isso que também menos almas se salvam. Não quero continuar a falar, não quero falar mais!
O SANTO ROSÁRIO
E - Continua, sob as ordens da Santíssima Virgem, diz tudo o que Ela te encarregou de dizer, mas só a verdade!
J - Tenho de acrescentar o seguinte (respira com grande dificuldade): A grande maioria dos Sacerdotes estão cegos. Somos nós que os cegamos. Mas, com um pouco de boa vontade e com muita oração ao Espírito Santo, acabariam, a pouco e pouco, por compreendê-lo. O Rosário seria então um remédio universal. Porém, também ele foi suprimido em quase todo o lado. Já não está na moda, como se costuma dizer.
E - Continua, sob as ordens da Santíssima Virgem, diz toda a verdade, diz o que tens a dizer!
J - Os Mistérios Dolorosos seriam os mais preciosos dos três. Sem dúvida que todos os são, mas a meditação dos Mistérios Dolorosos contribui mais para a salvação das almas. É por isso que lá em cima (aponta para cima), são considerados os mais preciosos.
O ROSÁRIO E A IMITAÇÃO DE CRISTO.
E - E os outros Mistérios? Fala, em nome (...)!
J - Também são bons. Claro que são bons e dum modo especial os Mistérios Gloriosos, com a dezena que convida à contemplação do Pentecostes, à descida do Espírito Santo. Todos são bons, mas os Mistérios Dolorosos são preciosos pois estão associados à contemplação da Agonia de Cristo no Jardim das Oliveiras, da flagelação, da coroação de espinhos, do carregamento da Cruz e da morte na Cruz.
O livro Imitação de Cristo devia ter sido fermento, devia ter sido alimento, pão para a humanidade. Mas foi rejeitado como o foram milhares de livros que existem. Citemos por exemplo os livros de Agreda, Emmerich, etc... Muitos outros livros sobre a vida dos Santos caíram igualmente no esquecimento.
Mas os livros da Catarina Emmerich e Maria Agreda têm a vantagem de pôr sob os olhos das pessoas a vida de Cristo, dum modo impressionante e de lhes mostrar a pobreza extraordinária em que Jesus Cristo, a Santíssima Virgem e S. José viveram. Se as pessoas seguissem o seu exemplo, decerto não viveriam tão obcecadas pelo dinheiro, como tantas vezes acontece, e o orgulho não as cegaria tanto. Haviam de compreender que as únicas coisas abençoadas pelo Céu são a humildade, as virtudes e as obras de misericórdia como muito justamente se costuma dizer e, sobretudo, a perfeita Imitação de Cristo e a própria entrega de si mesmo aos lá de cima (resmunga).
E - Continua a dizer a verdade, só a verdade, sob as ordens da Santíssima Virgem!
J - Lúcifer paralisa-me. Já não posso mais, não quero dizer mais nada. Obrigaram-me a falar demais, a mim, Judas Iscariotes. (respira alto e com dificuldade)!
E - Continua a dizer a verdade Judas Iscariotes!
J - A Imitação de Cristo, seria bom; a cruz seria bom. Na cruz está a salvação. Na cruz está a vitória. A cruz é mais forte que a guerra. Oh! Como lúcifer me atormenta por eu dizer estas coisas!
E - Continua a dizer a verdade! Lúcifer vai-te, sai desta mulher! Tu não lhe podes fazer mal, em nome (...)!
J - Ele está nas proximidades.
E - Vai-te Lúcifer, tu não tens nada a fazer aqui! Judas Iscariotes continua! Lúcifer não pode fazer-te mal, em nome (...)!
J - Ele atormenta-me. É unicamente graças a Ela, lá em cima (que me amou intensamente) que ele não me tortura ainda mais terrivelmente no inferno. Sim! Este velho, este louco, este monstro medonho.
E - Continua a dizer a verdade, sob as ordens da Santíssima Virgem, continua a dizer o que Ela nos quer transmitir! Lúcifer não pode fazer-te mal!
J - Ele faz-me mal, mas não me interessa! Ficarei satisfeito se não for obrigado a continuar a falar. Isso só me recorda as minhas próprias maldades. Gostaria de poder voltar atrás, poder voltar atrás (suspira miseravelmente).
A DEVOÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM
E - Continua, sob a ordem da Santíssima Virgem! Diz o que tens a dizer!
J - A Congregação Mariana era bom, mas agora já o não é. Nos lugares onde ainda existe já não é boa. Aliás, já quase não existe, porque duma maneira geral a Santíssima Virgem foi banida das Igrejas. Atualmente, são muito poucas as pessoas que agem segundo a sua vontade e os seus desejos. Há pouco quem a imite e ainda menos quem pratique a Verdadeira Devoção, segundo S. Luiz Grignon de Montfort. É preciso dizer que ela é difícil. A verdadeira devoção e a oferta de si mesmo não são fáceis. Nós tudo fazemos para impedir essas coisas. Mas para as pessoas é a melhor coisa que podem fazer: A melhor entre as melhores. Ela (aponta para cima) tem um grande poder, Ela protege os seus filhos como me teria protegido a mim, se eu simplesmente o tivesse querido (geme desesperado).
E - Continua a dizer a verdade, Judas Iscariotes! Lúcifer não pode fazer-te mal, nem impedir-te de falar. Diz o que a Santíssima Virgem tem a dizer-nos, por teu intermédio! Tens de falar sob as Suas ordens, em nome (...).
J - Os cânticos em louvor da Santíssima Virgem, nas Igrejas modernas, ouvem-se ainda uma vez todos os anos bissextos (geme como se estivessem a atormentá-lo).
E - Lúcifer, proibimos-te de fazer mal a Judas Iscariotes ou perturbá-lo! É preciso que ele possa falar!
J - Só se ouvem uma vez todos os anos bissextos e, quando isso ainda acontece, são cânticos que não penetram até o fundo da alma, cânticos que não falam ao espírito. Isso é-nos muito vantajoso porque já muitas almas se salvaram e voltaram ao bom caminho por causa dos cânticos em louvor da Santíssima Virgem. Tomemos por exemplo o cântico “Maria zu lieben” (Para amar Maria). Diz assim: “Tu és a Mãe, quero ser teu filho, só teu, na vida e na morte!” (geme como um miserável). Não! Não quero dizer estas coisas!
E - Diz a verdade, em nome (...)!
J - Quero calar-me!
E - Sob as ordens da Santíssima Virgem, fala, em nome (...)!
J - Quero calar-me... muitos textos, nos países de língua alemã, foram modificados pelos Bispos. O cântico “Milde Königin gedenke!” (Lembra-te doce rainha...) é também um que nós tememos, porque contém esta bela frase: “Deverá o mais pobre dos teus filhos deixar-te sem ser socorrido?” Estas palavras já provocaram, em muitos, bons pensamentos e conseguiram-nos salvar no último momento. Ou então, quando se diz: “Olhai-me pobre e miserável pecador...” Mas para nós, no inferno, é bom que não sejam entoados. É bom, é mesmo muito bom.
E - Diz a verdade, sob as ordens da Santíssima Virgem, diz somente o que a Santíssima Virgem quer!
J - Depois, os cânticos em honra do Santíssimo Sacramento: “Kommet, lobet ohne End” (Vinde, Louvai sem fim). O Stern im Meere, Fürstin der liebe, (Estrela do mar, Soberana do Amor); há e havia centenas de cânticos belos e bons. Mas a Igreja moderna sabe muito bem, isto é, nós sabemos muito bem, por onde devemos começar a destruir na Igreja Católica. Nós somos obrigados, é o velho (lúcifer) que o quer, é ele que fala, é ele que o exige. Nós conseguimos, conseguimos agora o que sempre desejamos. Atingimos o ponto culminante. Estamos no auge. Neste ponto só falta o Aviso. Só falta o Aviso.*
* Trata-se do “Aviso” que foi anunciado pela Santíssima Virgem em Garabandal, em 01 de Janeiro de 1965. (Cf. o Segundo Advento, a Montanha de Garabandal, ed. Tudo Instaurar em Cristo).
O SACERDOTE COMO PREGADOR E O SEU AUDITÓRIO
E - Diz a verdade, sob as ordens da Santíssima Virgem, Judas Iscariotes, diz o que Ela nos quer transmitir por teu intermédio!
J - Em muitos, o que falta é a humildade. Em muitos Sacerdotes de hoje, o que falta é a humildade, porque se fossem humildes não seriam tão covardes. Então, teriam a coragem de proceder bem, de cumprir os seus deveres, mesmo com risco de serem humilhados, é por aí que nós temos domínio sobre eles. Muitas coisas dependem dessa virtude.
Atualmente, a humildade é escrita com letras extremamente pequenas, tão pequenas que mal se podem ler. Está ainda escrita em poucos, mas só em muito poucos é que está gravada com letras maiúsculas.
É claro que se esta virtude já não figura nas pregações, como é que quereis que as pessoas a pratiquem ou pratiquem outras virtudes? Onde é que poderá ir buscar a matéria, a inspiração, o bom espírito que deve reinar, a não ser às homilias? Não foi um grande Santo que disse: “Quando o demônio quer apoderar-se duma alma, não a deixa ir aos sermões?” Mas às homilias que agora se fazem, pode o demônio, tranquilamente, deixar ir as pessoas (ri com uma satisfação).
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem e acaba com o riso!
J - Porque são sobretudo anedotas ou elocubrações sobre o Concílio, fazendo o pregador mais o papel de conferencista que de pregador (dá gargalhadas). Apesar disso, as pessoas estão suspensas das suas palavras. Mas por quanto tempo ainda?
E - Diz a verdade em nome (...)!
J - Bebem as suas palavras e crêem sem hesitar em tudo o que ele diz, porque é Sacerdote e recebeu do Bispo a sua missão. Ele fala assim, lê aquilo todos os Domingos não do púlpito, cá de baixo naturalmente, porque as pessoas... isso também tem que se lhe diga... (volta a rir alto).
E - Diz a verdade, diz o que tens a dizer, da parte da Santíssima Virgem, diz toda a verdade!
J - Um Padre tem... eu não quero falar disso.
E - Fora daqui lúcifer! Tu não podes fazer mal, tu não podes impedir Judas de falar! Judas, diz a verdade, em nome (...)!
J - Um Padre tem maior eficácia quando fala do alto do púlpito, do que em baixo, em frente do microfone. Antigamente, quando os Padres falavam do púlpito, com a sua voz natural, as suas palavras eram muito mais eficazes do que agora, cá em baixo, em frente de cinqüenta alto-falantes.
E - Diz a verdade, toda a verdade, da parte da Santíssima Virgem, só a verdade. Diz o que Ela quer transmitir por teu intermédio, Judas Iscariotes!
J - É assim, e aí é que reside toda a nossa astúcia. Quando as pessoas eram obrigadas a olhar para o púlpito e de certo modo, é lógico que se olhe para quem fala não se distraíam a reparar em todos os chapéus, penteados, casacos ou gravatas. Eram obrigados a olhar para a boca, quando muito para a cabeça do pregador. Mas agora as coisas não se passam assim. Olham para a frente e são distraídos pelos outros.
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem! Lúcifer não te pode perturbar.
J - E a astúcia de tudo isto reside no fato de se terem organizado as coisas de forma a que os Padres já não falem do púlpito. Isso é um fato capital, e representa para nós uma grande vantagem. A idéia de falarem à frente foi engendrada por nós. Fomos também nós que o quisemos. E nós conseguimos, nós conseguimos tudo! Sim, obtemos tudo o que queremos (ri triunfante).
E - Diz a verdade, só a verdade, da parte da Santíssima Virgem. Lúcifer não poderá interromper-te, Judas Iscariotes! Fala em nome (...)!
J - Nós até conseguiremos, aliás já o conseguimos , que as mulheres e sei lá quem mais, possam ir à Missa com vestidos impróprios, sem que os Sacerdotes as mandem embora. Pelo contrário, há alguns que dizem que é preciso praticar o amor ao próximo...
E - Fala! Deita a verdade cá para fora, em nome (...)!
J - Dizem que é preciso praticar o amor ao próximo, que não se pode julgar uma pessoa pela maneira como anda vestida, bem ou impropriamente, mas que o que é preciso é olhar para os sentimentos do coração (ri com uma satisfação maldosa).
E - Diz a verdade, da parte da Santíssima Virgem e só a verdade!
J - Antigamente era diferente. Uma pessoa dessas, ou melhor dizendo, uma “descarada”, era expulsa da Igreja pelo Sacerdote. Antigamente havia ordem, mas agora já qualquer “descarada” pode entrar (ri atrevido).
E - Diz o que a Santíssima Virgem te encarrega de dizer, Judas Iscariotes. Só a verdade, só o que a Santíssima Virgem nos quer transmitir por teu intermédio!
J - O que depois se passa, quando estas pessoas estão na Igreja, é absolutamente normal (interrompe-se).
E - Continua a dizer a verdade em nome (...).
J - Quando algumas pessoas deste gênero estão na Igreja, as cabeças andam num rodopio. Viram-se para a direita, para a esquerda, para a frente, para trás, esticam-se e voltam-se na direção do que desejam ver (ri alto). Com tudo isso, a oração não tarda também a desaparecer (ri maldoso).
E - Diz a verdade, em nome (...)!
J - Então a oração fica suspensa num prego ou presa num mata-moscas (ri irônico).
E - Sob as ordens da Santíssima Virgem, diz a verdade, diz o que a Santíssima Virgem nos quer transmitir!
J - E assim, a oração já nem sequer se pode libertar do mata-moscas; quando muito contorcer-se na rede do sexo (interrompe-se).
O TRAJE ECLESIÁSTICO
E - Diz a verdade em nome (...)!
J - Era bom que os Sacerdotes voltassem a usar sotaina preta. Nós já fomos obrigados a dizê-lo, as almas danadas já o disseram (*). Quando um Padre se apresenta à paisana em camisa com gravata espampanante (nem é preciso sê-lo) ninguém sabe se é repórter ou... (ri irônico).
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem, somente a verdade!
J - ... um diplomata, um diretor (ri a bandeiras despregadas) ou mesmo um conferencista, que...
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem, só a verdade!
J - ...que... (ri sarcástico).
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem, acaba lá com o riso, deixa-te de graças! Fala agora, sob as ordens da Santíssima Virgem
J - ... ou qualquer outro “burro” à pesca de bombas eróticas.
E - Diz a verdade e só o que é da vontade da Santíssima Virgem!
J - Tudo está relacionado, tudo está relacionado! (continua a rir com malvadez).
E - Diz a verdade sob as ordens da Santíssima Virgem diz o que Ela quer transmitir, Judas Iscariotes!
J - É precisamente isto...! (resmunga).
E - Fala em nome de Jesus!
J - Não quero!
E - Tens que dizer a verdade! Fala, Judas Iscariotes!
J - Foi o que eu fiz.
E - Tens de falar, sob as ordens da Santíssima Virgem!
J - Quando um Padre se apresenta em camisa desportiva, mesmo elegante, o resultado é que qualquer “galinha choca” pode pensar que ele a deseja. Será este exemplo digno dum Padre? Que exemplo é que dá um Padre nestas condições? Quantos erros não se verificaram nos últimos anos por causa disto? Quanto mal não se poderia ter evitado se os Padres ainda se apresentassem vestidos com o seu verdadeiro, primitivo, antigo, bom e tradicional... (resmunga).
E - Diz a verdade em nome da Santíssima Virgem, diz o que tens a dizer! Fala!
J - ... não apenas bom... (geme).
E - Diz a verdade! Fala! Que a verdade total saia cá para fora! Fala Judas Iscariotes, em nome (...)!
J - ... mas conveniente traje ou...
E - Continua em nome (...)! Lúcifer, tu não tens o direito de o atormentar!
J - ... na sua sotaina (**) sacerdotal, no seu traje... ou nem sei como dizê-lo. Tomemos, como exemplo, os beneditinos. A muitos Padres ficaria muito melhor o hábito de S. Bento do que um fato à civil, desmazelado, que jamais poderá representar o que deve. Olhemos o hábito de S. Francisco com o capuz. A quantos leigos, a simples vista deste hábito, mesmo ao longe, não sugeriria pensamentos melhores! Nem era preciso estar junto dele. Quantas vezes não se jogou num instante destes a salvação duma alma! Dá-se também o caso de haver pessoas que pensam que se ainda há padres, apesar de tudo, Deus tem de existir, pois do contrário, esses homens não usariam hábito.
E - Continua a dizer a verdade, da parte da Santíssima Virgem, diz o que tens a dizer que é da vontade da Santíssima Virgem, somente a verdade!
J - E a pessoa pensa para consigo: Se é verdade que Deus existe, algo tem de mudar em mim. Que devo fazer? E toda a noite esse pensamento vai ganhando força na sua alma; por fim, essa pessoa decidir-se-á pelo caminho que a conduzirá a um religioso de hábito, a um homem de sotaina negra, ou a um Padre de hábito beneditino... sei lá como é que eles se chamam.
Isto só vos traria benefícios, a vós e ao mundo inteiro. Seria imensamente vantajoso para as almas. Só por isto, milhares e milhares de almas seriam salvas. Quer nos comboios, nos lugares públicos, em toda a parte, onde se encontrasse um Padre assim, quantas mulheres, quantas pessoas, não se comportariam melhor, menos negligentemente, ou seja, de outra maneira (interrompe-se).
E - Diz a verdade, Judas Iscariotes! Diz o que a Santíssima Virgem quer que digas, somente a verdade, em nome (...)!
J - Quantos raios salutares não penetrariam, então, na alma dessas pessoas, com este pensamento: “Ele é Padre, representa a benção Divina, o Santíssimo Sacramento, tem todo o poder. Deus é o seu sustentáculo; nós já nada podemos fazer, todos temos de morrer...” As coisas poderiam muito bem passar-se assim, como eu acabo de contar. Repeti-lo mais uma vez ainda, porque...
E - Diz a verdade Judas Iscariotes, diz o que a Santíssima Virgem te encarrega de dizer. Lúcifer, tu não podes impedir Judas Iscariotes de falar, nem sequer perturbá-lo, em nome (...)!
J - ...porque é horrível quando uma mulher em mini-saia se senta em frente dum Padre à paisana, sem saber que ele é Padre. De fato, ela verifica, quer pelo seu olhar, quer pelo seu comportamento, que ele tem algo de mais elevado. Ela sente-o de certa maneira e isso leva-a a tentar aproximar-se ainda mais dele. Nada disso aconteceria se ele usasse o traje ou hábito religioso. Casos como este, levaram muitos Padres a desviar-se do bom caminho, a casarem e, conseqüentemente, a abdicarem das suas funções sacerdotais. A Igreja Católica está numa situação difícil. Atingiu o ponto zero.
E - Diz a verdade Judas Iscariotes! Lúcifer tu não tens o direito de impedir Judas Iscariotes de falar, nem podes perturbá-lo! Judas Iscariotes, diz o que a Santíssima Virgem te encarregou de transmitir!
J - (Só se percebem sons guturais indefiníveis e uma sensação de estrangulamento).
(*) Num Exorcismo anterior, que não se encontra publicado nesta obra.
(**) Tudo indica que a batina perturba terrivelmente o Diabo. Daí a grande resistência em dizer o valor do traje.
SÓ A INTERVENÇÃO DE DEUS
E - Fala, Judas Iscariotes, em nome (...)! Lúcifer, tu não tens o direito de perturbar; vai-te, em nome (...)!
J - Só a intervenção do próprio Deus, d'Aquele lá de cima (aponta para cima), pode ainda salvar a Igreja. Temo-la totalmente presa nas nossas malhas. Corre o perigo de perecer. A situação é crítica. Está encurralada pelos modernismos, pelas idéias dos professores, dos doutores, dos Padres que se crêem mais inteligentes que os outros. Só a oração e a penitência a podem ainda ajudar, mas são bem poucos os que as praticam (respira profundamente e com dificuldade).
O INFERNO EM TODO O SEU HORROR
E - Diz a verdade Judas Iscariotes. Lúcifer, tu não tens nada que estar a incomodar. Vai-te deixa Judas Iscariotes falar, em nome (...)!
J - É uma grande vitória para nós que só já muito poucos Padres falem do inferno! O inferno em todo o seu horror devia pintar-se nas paredes. Mesmo que o fizessem, isso não chegaria para vos dar uma pálida idéia do seu horror. Onde é que encontrais ainda um Padre que fale sobre o inferno, a morte, o Purgatório ou sobre qualquer outro assunto do gênero? Só muito poucos o fazem! E estes não chegam para o exército, para a multidão de pessoas, que se encontram no caminho da perdição.
E - Continua, Judas Iscariotes! Lúcifer, tu não podes impedir nem perturbar Judas Iscariotes quando ele fala. Ele tem que dizer o que a Santíssima Virgem o encarrega de dizer, em nome (...)!
J- É também um dos motivos principais...
E - Continua a dizer a verdade, o que a Santíssima Virgem quer que digas, Judas Iscariotes!
J - ...um suporte a que nos podemos agarrar. O fato de já não se pregar sobre o inferno, é nos imensamente vantajoso. Devia falar-se dos horrores do inferno, em toda a sua extensão, e isso não bastaria ainda. Já o disse aqui: “O inferno é muito mais horrível que aquilo que vulgarmente se pensa (suspira e chora).
MISSÕES POPULARES E VERDADEIRA RENOVAÇÃO
J - Se ao menos se pregassem estas coisas e se voltassem a organizar missões populares, muitas pessoas, milhares delas, voltariam a aproximar-se da confissão. Agora, não o fazem. Nós já tivemos ocasião de dizer que as cerimônias penitenciais não podem de modo algum substituir a confissão. Nós tememos as missões populares como a peste, pois já contribuíram para a salvação de muitas almas.
Os pregadores das missões populares falavam sobretudo do inferno, do Purgatório, da conversão e da morte. Isto levava a luz a muitas almas: eram como uma mecha que os Sacerdotes colocavam junto das pessoas e em que elas se apoiavam, pois ninguém ama a morte, ninguém ama o diabo. Todos recuavam assustados e cada qual pensava para consigo: “Se as coisas se passam assim, tenho que retomar o caminho do bem. Ele tem razão.”
Quando um Padre segue a boa e verdadeira tradição, como Eles lá em cima querem (aponta para cima), quando ainda celebra convenientemente a Santa Missa, quando é guiado pelo Espírito Santo, quando é muito piedoso, então as suas bênçãos e a sua influência são muito maiores. O mesmo se pode dizer dos seus sermões. As pregações de muitos Padres são muito superficiais. As suas Missas já não são fonte de bênçãos abundantes, talvez de muito poucas; de qualquer modo, de menos bênção do que no caso de um Padre piedoso. E isso é lógico.
O Céu permite que um Sacerdote que quer realmente o bem, que se deixa guiar pelo Espírito Santo, que se entrega totalmente a Deus e que só faz o que Ele quer (aponta para cima), possua uma eficácia muito maior e exerça uma influência também maior sobre as pessoas que freqüentam a Igreja. O mesmo se passa com a leitura do Evangelho e com as outras leituras, do princípio ao fim da Missa: o poder de tal Sacerdote é muito maior, muito mais extenso, que o de um Sacerdote vulgar, morno ou quase apóstata. Esses já não se interessam, são demasiado covardes para celebrar a Missa e para fazer o bem como deveria ser, segundo a vontade do Céu... Não quero falar... não quero continuar a falar.
E - Judas Iscariotes, diz a verdade, diz o que tens a dizer sob as ordens da Santíssima Virgem! Lúcifer, tu não podes perturbar Judas Iscariotes, tens de ir para o inferno, lá é que é o teu lugar! Judas Iscariotes, continua a dizer o que a Santíssima Virgem quer, diz toda a verdade e só a verdade, diz tudo o que tens a revelar.
J - (Judas geme).
E - Vai-te lúcifer! Tu não podes incomodar, nem impedir Judas Iscariotes de falar! Judas Iscariotes continua em nome (...)!
J - É preciso que apareçam Sacerdotes corajosos. Naturalmente, era melhor que fossem os próprios Bispos a manifestarem-se contra os abusos da Igreja. As pessoas deviam reunir-se. Era preciso que se voltasse a dizê-lo nas práticas, que fosse gritado do alto dos telhados. Devia gritar-se do alto dos púlpitos tudo o que eu, Judas, acabo de dizer. Penso, dum modo especial, no Aspergesme e na bênção do fim da Missa, durante a qual se deve ficar de joelhos! Naturalmente que se deve ficar de joelhos! A posição de pé atrai menos bençãos, pois não agrada a Deus. Ficar em pé, de braços caídos, talvez sem rezar, durante a bênção final, é ofensivo para Deus. É horrível. Nós, no inferno, revoltar-nos-íamos, se pudéssemos, mas evidentemente isso agrada-nos, isso até nos agrada.
A ANTIGA MISSA ENCERRA GRAÇAS INFINDAS
E - Mas fala agora, sob as ordens da Santíssima Virgem, diz apenas o que Ela nos quer transmitir.
J - Se os trinta e três Sinais da Cruz voltassem, que aliás estão relacionados com a vinda de Jesus Cristo! Tudo foi previsto, foi Jesus quem preparou tudo assim, por intermédio do Espírito Santo. Se tudo isso fosse restabelecido, desde a “aspersão” até a oração a S. Miguel Arcanjo, e se voltasse a celebrar a Missa como Cristo quis, então... não quero dizer mais nada.
E - Diz a verdade, Judas Iscariotes! Tens de dizê-la, sob as ordens da Santíssima Virgem!
J - ...então, milhares de almas que se perdem, que sofrem a condenação eterna, seriam salvas! O erro está na Missa, principalmente na Missa. Uma torrente infinda de graças decorria da Missa, quando ainda era convenientemente celebrada. A Missa é o fator principal. A Missa e a Comunhão são o que há de maior para vós, católicos. Todos os místicos, todas as Aparições da Santíssima Virgem, têm de se apagar perante esta realidade.
A Santa Missa tem um valor infinito, incalculável. É o próprio Cristo que sobe ao altar com toda a sua plenitude de graças, que nós tanto odiamos. Numa Missa devidamente celebrada somos obrigados a fugir. Fugimos logo ao Aspergesme. Servindo-nos de uma imagem, podemos dizer que nos limitamos a espreitar receosos por uma fenda. Pelo contrário, na Missa moderna, podemos dançar à volta, até... nem quero dizê-lo.
ESTARÁ CRISTO AINDA PRESENTE EM TODOS OS SACRÁRIOS?
E - Diz a verdade, diz o que a Santíssima Virgem quer transmitir, só a verdade!
J - ... até na capela-mór, mesmo em frente do Sacrário. Pois já não é em todos os Sacrários que... não quero dizer isto, não quero dizê-lo (rosna com violência).
E - Diz a verdade, tens de dizê-la Judas Iscariotes, sob as ordens da Santíssima Virgem! Lúcifer tu não podes perturbá-lo!
J - Eles, no Céu, lamentam que a Hóstia consagrada já não se encontre em todos os Sacrários.
E - O quê? Diz a verdade, em nome (...)!
J - Se ao celebrar a Missa, o Sacerdote já não crê nas palavras da consagração e não tem a intenção de consagrar, então a Hóstia não é consagrada. É apenas pão, como dizem os protestantes e as seitas. A maioria dos Sacerdotes “marimbam-se”, e só fazem o que o povo ordena. Querem ser elogiados no seu modernismo e na sua presunção, que quase lhes salta pela cabeça (resmunga).
E - Diz a verdade e só a verdade, diz tudo o que tens a dizer, sob as ordens da Santíssima Virgem, Judas Iscariotes!
J - Mais lamentável, para Eles lá em cima (aponta para cima), é as pessoas pensarem que recebem Cristo na Hóstia... quando é apenas pão. Efetivamente, já não é Cristo. Isso representa uma enorme perda de graças e, assim, desviam-se mais facilmente do bom caminho. Até pelos próprios Sacerdotes são enganados!
E - Diz a verdade, Judas Iscariotes, em nome (...)!
J - Tenho também a acrescentar que Eles, lá em cima, não gostam que se usem Hóstias castanhas. Só são toleradas em caso de extrema necessidade. Normalmente, deve dar-se preferência a pão branco, até porque Jesus é a Inocência personificada (respira com dificuldade).
E - Continua, Judas Iscariotes, diz tudo o que tens a dizer da parte da Santíssima Virgem! Lúcifer não pode incomodar-te. Ele tem de partir para o inferno, onde é o seu lugar. Judas Iscariotes, continua a falar, em nome (...)!
J - Se, quando o Papa aparece à varanda, onde tem o hábito de falar, pudesse dizer tudo o que devia e queria, sem influências estranhas, então os homens arrepiavam caminho. Iria ainda a tempo, mas é precisamente disso que ele é impedido. Se ele ao menos pudesse sair, uma vez que fosse, e dizer o que queria... mas antes seria... (rosna).
E - Da parte da Santíssima Virgem, diz a verdade, em nome (...)!
J - ...calado, se falasse livremente. Ele bem sabe que não pode dar um passo em falso. Preferiria morrer a suportar essa situação mas, por outro lado, tem consciência de que deve levar a sua cruz ao Calvário. Tem que viver a Paixão até ao fim quer queira, quer não. O Papa tem que passar pela prensa como Cristo passou, não na mesma medida, mas tem que passar.
E - Continua Judas Iscariotes, diz apenas o que a Santíssima Virgem quer que digas! Lúcifer não te pode perturbar, tem que te deixar falar, em nome (...)!
J - Não se acredita no que o Céu anuncia por intermédio das almas privilegiadas, no que Ela (aponta para cima) encarrega as almas privilegiadas de anunciar, em nome de Jesus Cristo. Também já não se acredita nas Aparições do próprio Cristo. Jesus e Sua Mãe já afirmaram bastantes vezes, tal como agora, que na Igreja, tudo está podre, mas os Bispos também o não crêem. Os lugares das aparições, não apenas os recentes como também os mais recentes, nem sequer são reconhecidos. Em Lourdes ou Fátima acredita-se ainda, embora dum modo muito superficial, mas também aí as graças já não correm tão abundantemente, pois os próprios Sacerdotes já não celebram a boa Missa. Há...(interrompe-se).
E - Diz a verdade, Judas Iscariotes, em nome (...)!
J - Há certos Sacerdotes, mesmo nesses lugares, que gostariam de celebrar uma Missa de sua invenção, pode dizer-se assim para ultrapassar os outros. Neste aspecto, Fátima ocupará em breve o primeiro lugar e Lourdes...
E - Diz a verdade, sob as ordens da Mãe de Deus! Lúcifer não tem o direito de te perturbar, nem de te impedir de falar!
J - ... e Lourdes não lhe ficará atrás durante muito tempo! Há muitos católicos que já não vão a Lourdes porque acham que é antiquado honrar a Santíssima Virgem e ir em peregrinação.
ERROS NA CONDUTA DA IGREJA
E - Sob as ordens da Santíssima Virgem, continua a dizer a verdade, diz tudo o que tens a dizer, o que a Santíssima Virgem quer transmitir por teu intermédio!
J - Se todos os Padres, sem exceção, num rasgo de inteligência, reconhecessem como está a Igreja e qual a sua situação, ficariam horrivelmente apavorados. Certamente modificariam a sua conduta, pelo menos um grande número deles. Mas é precisamente este rasgo de inteligência que lhes falta, a eles que crêem que a Igreja é guiada pelo Espírito Santo.
E - Diz a verdade da parte da Santíssima Virgem e só a verdade!
J - Estes Padres concentram-se sobre a nova Igreja. Afinal de contas, a Igreja são eles, e podem mudar o que lhes agradar, pois o Espírito Santo também reside neles. Deste modo, não se dão conta que desobedecem ao Papa, o chefe da Igreja, e que tudo isso não vem dele. É que a ação do Espírito Santo se exerce através da palavra do Papa e não por uma palavra que eles querem virar e revirar à sua vontade (resmunga).
E - Continua Judas Iscariotes, da parte da Santíssima Virgem, diz o que Ela nos quer transmitir, em nome (...)!
J - Naturalmente, tudo o que nós divulgamos por intermédio dos cardeais, não vem de modo algum do Espírito Santo. (Notável síntese que desmistifica a vaidade da atual vida Eclesiástica ao mais alto grau).
E - Judas Iscariotes, diz a verdade, diz o que a Santíssima Virgem te encarregou de dizer; continua, em nome (...)!
J - Alguns deles serão exterminados como a erva daninha - como se diz e tão bem no exorcismo - , mas isso não acontecerá a todos. Alguns compreenderão ainda... Quanto aos Bispos, isso também tem que se lhe diga, os Bispos...
E - Diz o que tens a dizer, da parte da Santíssima Virgem!
J - Eu também fui Bispo. Se eu pudesse voltar atrás, cumpriria melhor os meus deveres, mil vezes melhor. Os Bispos...
E - Da parte da Santíssima Virgem, continua!
J - Muitos Bispos, mais valia que nunca tivessem sido! Bem melhor seria que fossem os mais ínfimos dos leigos, em vez de ter a palavra e a cruz porque para eles tudo isso não passa de camuflagem e...
E - Diz a verdade, em nome (...), diz o que tens a dizer da sua parte!
J - ... põe a máscara do bem, mas por baixo só há vermes e podridão. Até para nós, é...
E - Diz a verdade, sob as ordens da Santíssima Virgem, tudo o que Ela quer transmitir por teu intermédio, Judas Iscariotes, em nome (...)!
J - Mas é que eu não quero continuar a falar, não quero!
E - Tens que falar da parte da Santíssima Virgem. Lúcifer não pode impedir-te de dizer toda a verdade!
J - Já falei bastante... (resmunga)
O CASO DE ECÔNE
E - Fala! Fala da parte da Santíssima Virgem! Tens de dizer tudo o que Ela nos quer transmitir por teu intermédio!
J - Já falei bastante, já falei bastante! O que eu disse foi o principal. As pessoas deviam agrupar-se e, apesar de todas as perseguições, Ecône há de triunfar. Esse maldito Ecône triunfará! (rosna).
E - Em nome de Jesus, deixa isso! Diz a verdade! Diz o que a Santíssima Virgem quer que digas!
J - Apesar de tudo, triunfará! Que é que pensais? De onde é que vêm tantos adeptos? Quiçá, algures do inferno? Esses adeptos vêem nitidamente onde está o bem e como se deve caminhar. Sentem claramente que a imitação de Cristo e o verdadeiro sacerdócio residem unicamente na renúncia, no sacrifício e no caminho da Cruz. Eles bem o sabem, e por isso é que têm tantos candidatos ao sacerdócio. Têm muito mais que os outros, que ainda gostariam de se vangloriar do que têm... mas que em breve perderão a bazófia...
E - Continua! Diz o que tens a dizer da parte da Santíssima Virgem!
J - Os modernistas bem vêem que o seu jogo está no fim e que Ecône é superior. É por isso mesmo que o combatem (geme).
E - Deixa a estola em paz! Tu não podes fazer-nos mal! Continua, em nome de Jesus!
J - No fundo, somos nós que estamos naqueles que combatem Ecône. Eles próprios nos ajudam como bons instrumentos. São boas ferramentas, boas e úteis, que não gostaríamos de atirar já fora. As suas teorias são-nos úteis no inferno.
E - Continua a dizer a verdade, sob as ordens da Santíssima Virgem, e não aquilo que é do vosso agrado!
J - Nós também temos que dizer estas coisas. Tínhamos que referir isto para que se ficasse com uma visão de conjunto. É preciso assinalar bem o encadeamento das coisas, para que todos possam compreender... Mas agora não quero, não quero falar mais!
O CELIBATO ECLESIÁSTICO
E - Lúcifer não pode incomodar-te. Continua a dizer o que a Santíssima Virgem te encarrega de dizer, em nome (...)!
J - E quanto a confissão... e ao celibato, também há que se lhe diga! Quando um Sacerdote vive em celibato, tanto as mulheres como os homens têm mais confiança nele, sobretudo relativamente à confissão. Se fosse casado podia acontecer que uma dessas bruxas (ri trocista) perguntasse ao marido o que disse a fulana de tal na confissão. Podia sentir-se terrivelmente curiosa em saber o que disse este ou aquele, sobretudo se tivesse interesse para o seu modo de pensar. Mas se o Sacerdote vive e persevera no celibato, se imita a vida virginal de Cristo, então até o mais “burro” compreenderá e qualquer um pode pensar: “Aqui, posso ir. Aqui posso dizer tudo. Nada passará daqui, tudo ficará entre nós. Se eles conseguem guardar o celibato, também são capazes de se calar.” Mas já não pensam assim em relação aos que são casados. Pelo contrário, a sua opinião é bem diferente: “Este casou-se, não pode guardar o celibato, como poderia... (ri com malvadez)... como poderia calar o bico se já nem é senhor do seu corpo?”
E - Diz a verdade e só a verdade da parte da Santíssima Virgem!
J - Cristo quer o celibato. Não se pode tirar um só I ou til. Os que se casaram devem voltar atrás, arrepender-se do seu erro... Seria melhor que esses arrepiassem caminho, reconhecessem os seus erros, que..., mas justamente...
DISPONIBILIDADE PARA CONFESSAR
E - Continua, diz o que a Santíssima Virgem te encarrega de dizer. Lúcifer não pode perturbar-te. Continua a falar! Diz o que tens a dizer-nos, sob as ordens da Santíssima Virgem, e só a verdade!
J - Mesmo que as pessoas queiram confessar-se, têm muita poucas ocasiões para o fazer. O tempo destinado à confissão é, no máximo, uma hora. E só vêm alguns velhos (ri irônico).
E - Continua, diz a verdade, diz o que tens a dizer, da parte da Santíssima Virgem!
J - Assim o confessor sente-se desanimado e interroga-se: “Tão poucos e só velhos? Em breve mais valerá desistir de confessar: será que também nós teremos de enveredar pelas cerimônias penitenciais?” E então, quando os velhos terminam de rezar, o Padre sai do confessionário e alguns dos que ainda aguardavam pensam que já não poderão ser atendidos se não se precipitarem para o confessionário. Assim não podem... (dá gargalhadas).
E - Acaba com o riso e diz a verdade da parte da Santíssima Virgem!
J - ...não podem, com medo de que o confessor lhes escape, não podem preparar-se devidamente, como aliás o teriam feito se as condições tivessem sido outras (ri a bandeiras despregadas).
E - Da parte da Santíssima Virgem diz a verdade!
J - Não quero continuar a falar, não quero!
E - Tens que continuar, tens que falar, tens que dizer o que a Santíssima Virgem quer! Tens que transmitir tudo o que Ela quer e nada mais!
J - Se os Padres confessassem horas seguidas, se na Sexta-Feira Santa falassem da morte de Cristo, poderiam nessa altura aproveitar para falar da morte do homem. Poderiam lembrar que todos têm de morrer e que devem preparar a sua alma. Deste modo, milhares de almas poderiam ser arrancadas ao inferno (geme como um miserável).
E - Larga-me, tu não podes arrancar-me a estola, em nome (...)!
J - Nós não queríamos fazê-lo, mas somos obrigados por belzebú e lúcifer, que querem que vos perturbemos.
E - Belzebú e lúcifer tem que desaparecer! Judas Iscariotes, tu, somente tu, fala da parte da Santíssima Virgem, em nome (...)!
J - Nós semeamos a confusão por toda a parte. Desde que belzebú aqui se encontra temos um grande poder. Ele movimenta-se em todas as direções e espalha a confusão por onde pode.
5. EXORCISMO EM 12 DE JANEIRO DE 1976.
E – Exorcista.
J – Judas Iscariotes.
(Contra Veroba, demônio do coro das Potestades)
E - Comandamos-te, Veroba, em nome (...) que digas a verdade, tudo o que quer a Santíssima Virgem.
V - Mesmo os bons combatem os bons! Antigamente não era assim! Antigamente, os bons estavam unidos! Começou a loucura que vai alcançar o máximo! Mas tudo se tornará pior.
E - Continua, em nome (...)
V - Atualmente, os homens já não se debruçam sobre a Sagrada Escritura. Aliás, por toda a parte a apresentam de modo diferente, ou seja, deformada, organizada de outra forma, traficada para agradar a cada um. Só se deveria defender a Sagrada Escritura não falsificada, a antiga, a boa. O resto provém de combinações e pode-se dizer que está envenenando.
E - Continua a dizer a verdade (...)!
V - A Grande Senhora, quer salvar todos os que puder. O mundo está tão pervertido, que Ela já não pode salvar as almas em massa. No entanto, Ela quer ainda fazer tudo o que puder. Ela ama os seus filhos, ama-os mais do que merecem muitos deles.
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...)!
V - Se nós ainda pudéssemos ser amados com um décimo desse amor (geme horrivelmente)! Ela ama os seus filhos, como só uma Mãe os pode amar. Esta é a razão porque é preciso que muitos homens bons, leigos, tomem consciência de que é necessário rezar e também sofrer pela salvação das almas, que de outro modo se perderiam ou se afundariam ainda mais nos caminhos da perdição. A confusão é de fato terrível, mas ainda virá a ser pior. No entanto, deveis fazer o que Ela quer!
E - Que é que a Santíssima Virgem quer? Fala, em nome (...)!
V - Quer que persevereis neste caminho e não vos desvieis dele um milímetro sequer, mesmo que o diabo ataque com todo o seu poder.
E - Diz a verdade, diz o que tens a dizer da parte da Santíssima Virgem e em nome da Santíssima Virgem!
V - Consolai-vos com o Papa: ele sofre ainda mais que vós. Há muito que ele deseja que tudo chegue ao fim. No entanto, terá de continuar a rezar e a fazer sacrifícios. Vós deveis dar-lhe o vosso apoio. Os leigos têm também de colaborar. Neste momento é absolutamente necessário um maior discernimento para examinar todas as idéias, mesmo as melhores, pois cada um julga-se na posse da melhor idéia, mesmo quando falsa.
E - Continua a dizer a verdade Veroba, diz o que a Santíssima Virgem te encarregou de dizer! Tu não tens o direito de mentir!
V - Se Ela não estivesse no Céu e se pudesse desencorajar, há muito que teria cruzado os braços. Mas Ela é paciente, infinitamente mais paciente do que todos os homens juntos... Oh, se Ela ainda pudesse exercer esta paciência conosco! (geme horrivelmente). Nós, os do inferno, já deixamos de ter esperança. A única coisa que nos resta agora é fazer revelações para vós. Ah! Como é horrível termos de revelar agora, o que não desejaríamos.
E - Continua a dizer o que tens a dizer, em nome da Mãe de Deus!
V - Em breve, Jesus Cristo já não estará presente em todas as Missas. Mesmo agora, Ele já não está presente em todas. Há muitos Sacerdotes que já não acreditam na presença sacramental de Cristo, pela Consagração. É lamentável! A Missa deixa de ser fonte de graças e quando ainda o é, é-o de muito poucas! Se todos aqueles que se dizem Padres celebrassem convenientemente a Missa - a Missa de Pio V - o mundo mudaria dum modo extraordinário. Infelizmente, não é esse o caso. Por isso, continuamos a insistir junto dos Cardeais, dos Bispos, dos Sacerdotes e, por fim, dos leigos. Um Cardeal, um Bispo ou um Padre, continua a ser muitíssimo mais importante que um leigo, pelo menos para nós.
E - Veroba, continua! Diz o que tens a dizer da parte da Santíssima Virgem, em nome (...)!
V - Se Ela, a Poderosa, ainda pudesse chorar, - Ela pode-o nas suas Aparições se Ela ainda pudesse chorar no Céu, a terra inteira ficaria inundada com as suas lágrimas. Ela ainda tem piedade destes miseráveis vermes da terra. Ela tem compaixão deles e volta a chamá-los, tenta retê-los, mas os homens já não A querem ouvir. Como cegos, deixam-se enredar nos fios dessas marionetes, que apenas são os nossos cartazes publicitários. Mas as pessoas não se convencem disso. E essa é a nossa grande vantagem!
E - Continua a dizer a verdade Veroba, em nome (...)!
V - Mesmo Judas, com a sua traição odiosa, não foi tão mau como muitos Sacerdotes dos tempos de hoje. Judas não agiu ocultamente. Ele sentia que Jesus estava ao corrente do seu pecado. Então arrependeu-se, atirou os 30 dinheiros para o Templo e disse: “Entreguei sangue inocente.” Haverá um Sacerdote da nossa época que procede assim? Os Sacerdotes de hoje são muito piores. Nenhum se arrepende do mal que comete. É como uma doença contagiosa. Estão infectados até à medula, mas ajudam-se uns aos outros para que tudo permaneça camuflado. Mas durante quanto tempo ainda? No dia em que a verdade vier ao de cima, a vantagem será então da Igreja e não nossa. O papel representado pela Igreja até aos nossos dias, não pode ser atirado fora ou posto de lado como um par de sapatos velhos e usados, ou um gibão cossado que tem de ser remendado!
E - Continua a dizer a verdade, em nome da Santíssima Trindade!
V - É triste para a Poderosa e para o Céu ver que tantas almas boas, que Ela ama, que andavam de mão dada com o Céu, estejam agora paralisadas. Muitos já não sabem o que devem fazer no meio de tanta confusão. Surge assim o perigo de, insensivelmente, enveredarem pelo caminho do erro. É por isso que eu, Véroba, tenho que dizer o seguinte: “Deveis rezar muito ao Espírito Santo. Nunca se reza em demasia ao Espírito Santo.”
E - Continua a dizer a verdade Veroba! Diz tudo o que tens a dizer da parte da Santíssima Virgem!
V - Não o queria dizer! Já não quero dizer mais nada!
E - Tens que revelar tudo, da parte da Santíssima Virgem e em nome da Santíssima Trindade!
V - Ela manda dizer: “Não desespereis, mesmo que os justos errem por vossa culpa.” Jesus sempre disse: “Virão tempos em que aqueles que vos matarem pensarão estar a render culto a Deus.” Esses tempos chegaram. Não sereis mortos agora, muitos já o foram, mas vós não. É preciso que suporteis algumas perseguições. Mas ainda virão tempos piores. Esta situação talvez já não dure mais dez anos. Nós próprios não o sabemos ao certo. Só sabemos que já não falta muito.
O próprio Cristo disse: “Vós não sabeis nem o dia, nem a hora, em que virá o Filho do Homem.” Estas palavras valem não só para o fim do mundo, como ainda para os Castigos! Referem-se ainda aos castigos e também à morte de cada homem em particular.
O Aviso está incluído no castigo. Não será nada ligeiro. Com o Aviso começará o Castigo - será, por assim dizer, a primeira parte do Castigo.
E - Diz a verdade, Veroba, diz o que tens a dizer, mas só a verdade!
V - Esta situação já não durará mais dez anos. Segundo as nossas contas é bem possível que o Aviso..., mas como disse atrás, nós, no inferno, não o sabemos ao certo* (rosna horrivelmente). As muitas orações dos fiéis têm evitado o Castigo. De fato, é paradoxal continuar a rezar, pois com o retardamento do Aviso e do Castigo, a confusão aumentará. Apesar disso, tereis de rezar muito. A Virgem assim o quer, porque assim há muitas almas que ainda se poderão salvar (grita horrivelmente) .
* Efetivamente só Deus conhece o futuro. Os demônios e almas condenadas só podem fazer previsões, mais ou menos fundamentadas, sobre os acontecimentos futuros.
6. EXORCISMO DE 5 DE FEVEREIRO DE 1976.
E – Exorcista.
J – Judas Iscariotes.
(Contra Allida, demônio do coro dos Arcanjos)
A VIRTUDE E O VÍCIO
E - Diz a verdade, Allida, em nome da Santíssima Trindade!
AL - Nós estamos agradecidos aos lá de cima, por o dia do Castigo ainda não ter chegado. É que assim temos ainda mais tempo para atacar as almas. Eles lá em cima (aponta para o alto) têm tudo na mão. Nós, no inferno, receamos que o grande Aviso apareça em breve.
E - Diz a verdade em nome (...)!
AL - Já desistimos de pensar nisso...
E - Diz a verdade em nome da Santíssima Virgem e em nome (...)!
AL - Porque todos os sinais que apareceram agora no mundo inteiro, no Clero, na natureza, falam nesse sentido, nós tememos que... Que é que pensam? Nós conhecemos também o que está escrito no Apocalipse.
E se fizermos comparações, qualquer burro terá que admitir que chegamos a esse tempo, só com alguns pequenos sobressaltos, porque Aqueles lá em cima ainda têm piedade.
E - Diz a verdade, Allida, fala em nome (...)!
AL - Temos que dizer, porque Eles lá em cima o querem: “Não percais a cabeça, sede firmes como o granito e duros como o ferro e o diamante, praticai o bem passo a passo, segui a tradição. O novo já se vê aonde leva. Muitas crianças, por exemplo, estão tão avançadas que já sabem tudo sobre sexo, mesmo antes de largarem as fraldas... Metem-lhe essas coisas na cabeça de tal maneira que com cinco ou seis anos já têm o crânio cheio dessas coisas. Há mesmo instituições como jardins-infantis, escolas, etc. que não sabem fazer nada melhor ou mais inteligente, que meter o sexo à força na cabeça das crianças. E que se passa com os jovens na puberdade?
Os pais não sabem o que fazer. Mal ousam falar com o Sacerdote e junto dele manifestarem-se contra esta educação. Dizem para consigo: “Ele é Padre, sabe o que faz” (rosna). A juventude já está pervertida mesmo antes de se agüentar nas duas pernas. Assim, a última e a ante-penúltima gerações, jamais darão verdadeiros soldados de Cristo, a não ser que se faça uma mudança completa da situação.
Os jovens estariam melhor em campos de concentração do que em certos centros educacionais, que mais não fazem do que lhes inocular o sexo como um veneno. E tudo isso é feito com um sabor a cristianismo moderno, que aparece como complemento. Em Sodoma e Gomorra tudo era mais visível. Nesses tempos, a perversão não era assim inoculada gota a gota (rosna). De fato, em Sodoma e Gomorra a situação era grave, mas eles sabiam que pecavam. Sentiam-no.
As crianças de hoje, muitas vezes, já nem sabem que pecam.
Só demasiado tarde é que se dão conta de que foram precipitados para o pecado. Os grandes responsáveis por essa situação, os Padres, professores e educadores, não sabem senão dum modo confuso que têm culpa na sua maneira de agir. Escutam às vezes a voz da consciência, outras vezes pensam que é o Espírito Santo.
E - Em nome da Santíssima Trindade, da Imaculada Conceição, de Nossa Senhora do Monte Carmelo, do Santo Cura d'Ars e de Catarina Emmerich, continua, diz o que tens a dizer!
AS ORIGENS DO PROTESTANTISMO
AL - Jamais reinou uma confusão tão grande como agora! No tempo da Reforma deu-se uma crise muito grande, mas o que se passou então foi sobretudo uma cisão no seio da Igreja. Os bons continuaram do bom lado e os outros passaram simplesmente para o Protestantismo. Mas os luteranos desse tempo eram ainda melhores do que os maus católicos de agora. Foi, então, para a Igreja uma grande crise, mas agora a situação é mais funesta. Então, as pessoas, mesmo os protestantes, tinham consciência de terem agido mal.
Quando se dividiram em três grupos, Lutero, Calvino, Zuínglio compreenderam bem depressa que aquilo não poderia ser a verdadeira Igreja, pois estes três homens viviam em conflito entre si. Tinham consciência de que o catolicismo estava em crise, no entanto verificavam que pelo menos os bons tinham por eles a unidade. De boa vontade arrepiariam caminho, pelo menos Lutero, mas já era demasiado tarde.
Nós (aponta para baixo) já o tínhamos bem preso.
E - Em nome (...) diz o que tens a dizer, Allida!
AL - Fomos nós que inspiramos Lutero e foi o velho (lúcifer) que se encarregou de Zuínglio.* Era preciso que fosse o velho a fazê-lo, até ele alcançar o vigor de uma planta rija, que cresce como erva daninha (rosna malicioso). Nem sequer precisa de muita chuva. Como se sabe, o mal desenvolve-se muito mais depressa do que o bem. Pulula de todas as maneiras e só dificilmente se pode conter.
O bem é sempre mais duro e mais difícil. O bem não cresce com tanta facilidade e mesmo quando cresce, e o interessado pensa que já subiu bem alto, pode de repente precipitar-se lá do alto da montanha e ser obrigado a recomeçar do zero.
O mal, ao contrário, cresce e pulula como a erva daninha, sem sofrer qualquer dano. Sobe e cresce e ninguém o pode deter. A perversão assemelha-se a uma montanha sinistra., que tudo obscurece, tudo corrompe, tudo sufoca e infecta. Quando o mal se instala, assemelha-se a uma epidemia, que contamina multidões inteiras. Pelo contrário, a virtude tem grande dificuldade em crescer. Não é tão fácil, tão atraente, tão espalhada. Mas nós não queremos falar disto! É horrível ser obrigado a dizer estas coisas (rosna furioso)!
* Contemporâneo de Lutero, assumiu posições mais radicais e “ultrapassou” Lutero na maior parte das teses heréticas.
7. EXORCISMO DE 30 DE MARÇO DE 1976
E – Exorcista.
J – Judas Iscariotes.
( Contra Judas Iscariotes (J) e
Belzebú, demônio do coro dos Arcanjos (B))
A VIRGEM SANTÍSSIMA COMANDA
E - Em nome de Jesus, diz-nos, quem tem de falar?
J - Judas tem de falar.
E - Judas Iscariotes, nós Sacerdotes representantes de Jesus Cristo, coman-damos-te em nome da Santíssima Trindade (...) diz-nos quando é que te vais embora. Judas Iscariotes, fala!
J - Por agora, isso é uma questão supérflua. Primeiramente é preciso pôr os vossos assuntos em ordem (rosna).
J - O assunto que se refere à publicação deste livro (rosna de novo). E isso ainda não é tudo.
E - Que significa “não é tudo?” Diz a verdade, tens de falar. Diz a verdade, em nome (...)!
J - Nós não queremos falar. Já não queremos dizer mais nada.
E - Em nome do Santíssimo Sacramento do Altar, que tu traíste, depois da Última Ceia, tens de falar agora!
J - Se eu tivesse sabido, nunca O teria traído!
E - Nessa santa tarde traíste Jesus e agora, em seu Nome, e em nome de todos os Santos Apóstolos e Papas, que não atraiçoaram Cristo tens de falar. Diz agora a verdade e só a verdade. Tens de falar, Judas Iscariotes!
J - O que está impresso, está em ordem, mas isso não é ainda tudo.
E - Então que é que falta? Diz a verdade em nome (...)!
J - É precisamente isso que nós queremos dizer: Ide para casa, ide-vos embora.
E - Não, agora não vamos para casa! Agora tem de falar Judas Iscariotes e Belzebú. Nós vos ordenamos que digais só a verdade! Em nome (...) tendes de dizer o que a Santíssima Virgem nos quer transmitir por vosso intermédio. Sob as suas ordens tens de falar! Que é que é preciso ainda dizer?
J - Como nós (aponta para cima) A odiamos!
E - Sim, mas em nome de Nossa Senhora do Monte Carmelo, tendes de dizer a verdade!
J - (geme) Não nos podeis exigir isso!
E - Podemos sim! Ela é vossa Rainha e Soberana. Todo o inferno lhe deve obedecer!
J - De acordo, Ela, (aponta para cima), de acordo, Ela deve... (geme como um miserável), Ela lá está com coroa e cetro e sobre a coroa tem essa cruz (os seus gritos comovem). Oh! Como A tememos!
E - Em nome da Santíssima Virgem, diz-nos tudo o que nos tens a transmitir, mas só a verdade!
J - Nós não queremos que uma mulher mande em nós, não queremos.
E - Em nome da Santíssima Trindade, do Pai (...) diz toda a verdade!
J - Tenho de repetir coisas que já foram ditas e tenho de acrescentar coisas novas.
E - Judas Iscariotes, diz tudo o que a Santíssima Virgem te encarregou de dizer, em nome da Santíssima Trindade (...)!
J - Sem entrar em pormenores, Veroba disse que as vossas orações eram um paradoxo, pois sem elas o Aviso já teria surgido. No entanto, o verdadeiro motivo deste retardamento é outro: é para que mais alguns homens ainda se salvem.
E - Continua a falar, diz o que tens a dizer da parte da Santíssima Virgem, mas só a verdade. É Ela quem agora te ordena, Judas!
J - A Santíssima Virgem quer que este maldito livro seja largamente difundido. E isso era só o que nos faltava; que todo o mundo soubesse o que nós tramamos. As pessoas, poderiam talvez mudar de vida, começariam certamente a mudar de vida, começariam certamente a duvidar de tudo o que nós propagamos através de Roma, e voltar-se-iam para a antiga tradição. Só nos faltava mais esta, só nos faltava mais esta.
E - Continua a falar, em nome da Santíssima Virgem. Diz só o que ela quer que transmitas! Fala agora! É tudo?
J - É claro que Ela (aponta para cima) quer que digamos outras coisas.
E - Tens que dizer a verdade, em nome (...)! Tens de falar para a Igreja!
J - Já fiz demais pela Igreja, por esse maldito “caixote de lixo.”
E - Fala agora para a Igreja, a Santa Igreja, que jamais perecerá, em nome (...)!
J - Bem! Não tenho outro remédio senão falar.
E - Sim, as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Vós não tendes poder para destruir a Igreja.
J - Sobre a Igreja falaremos mais tarde. Primeiro quero continuar com o tema que estava a tratar. Da Igreja falaremos mais tarde!
E - Então fala, Judas Iscariotes, diz o que a Santíssima Virgem quer, em nome (...)!
J - Ela quer que eu ainda acrescente mais qualquer coisa ao assunto do sexo e aos problemas da juventude. Ela quer que todos saibam que é preciso falar do altar, sobre esses assuntos, que é preciso pregar sobre as virtudes (respira com dificuldade); que é preciso que todos saibam, como a culpa pesa... ouvis?... como pesa e aonde conduz.
OS PECADOS DOS HOMENS
E - Que culpa, fala em nome (...)!
J - A culpa dos pecados em geral e de cada pecado em particular. Poder-se-á falar de cada um destes pecados separadamente, em sermões diferentes, ou agrupá-los num mesmo sermão, como for mais útil a cada um, mas antes deve invocar-se sempre o Espírito Santo.
E - Judas Iscariotes, fala em nome da Santíssima Trindade (...), Judas, fala!
J - É preciso que a juventude, que os crentes, tomem consciência da gravidade do pecado, como ele é imensamente grave e funesto, de onde vem e aonde conduz, como vem, como poderia evitar-se, o que é preciso fazer para o atenuar, para o eliminar completamente. (geme).
E - Judas Iscariotes, continua a dizer a verdade da parte da Santíssima Virgem, da Rosa Mística!
J - Em primeiro lugar é preciso dizer que a oração é um dos pilares mais sólidos, em que assenta a vida cristã. É preciso proclamá-lo dos púlpitos e não ao microfone. Mil microfones não substituem o púlpito. Quando um Padre fala do púlpito, os fiéis ficam diretamente suspensos da Palavra de Deus. Não olham para a frente, para trás, para os lados, numa palavra, evitam qualquer possibilidade de distração e podem concentrar-se muito melhor.
E - Mas tudo isso já foi dito aqui segundo a vontade da Santíssima Virgem!
J - Sim, já foi dito, mas é preciso que eu volte a repeti-lo, é preciso que seja referido mais uma vez.
E - Quando é que tu falaste disto, Judas Iscariotes? Ainda te lembras? Fala em nome (...)!
J - Sim, em 31 de Outubro.
E - Continua, continua em nome (...)!
J - A culpa é muito maior do que qualquer um de vós o poderá imaginar. Nós, os demônios, somos horríveis. Temos medo uns dos outros. Temos um aspecto horrível. É-nos insuportável estar próximo uns dos outros. Se ao menos não tivéssemos que nos encarar! Mas temos, a isso somos obrigados! Temos que viver neste charco diabólico por toda a eternidade, e temos que nos encarar.
Quando somos obrigados a olhar o pecado ou a culpa nos homens, apodera-se de nós um grande terror. Podereis assim imaginar a gravidade da culpa, que consegue aterrorizar-nos, a nós demônios, habituados a tantas coisas, que permanecemos dia e noite neste horrível tormento, que somos obrigados a contemplar hora a hora, minuto a minuto, este espetáculo, terrível entre os terríveis. O pecado aterroriza-nos. Assim, podereis imaginar a gravidade da culpa, sobretudo diante d'Aquele que está lá em cima (aponta para cima) e cuja majestade ultrapassa. Tinha de dizer isto (geme dum modo lastimoso)!
A MAJESTADE DE DEUS
E - Continua a dizer a verdade, Judas Iscariotes e só a verdade...)!
B - Se conhecêsseis a Sua Majestade (aponta para o alto)! Não é Judas que o diz, é Belzebú. Sou eu, Belzebú, quem a partir deste momento vai falar.
E - Bom, tu conheceste melhor do que Judas a majestade de Deus. Fala, em nome (...)!
B - É que Judas não contemplou a Majestade de Deus. Isto é, ele viu a humanidade de Deus e a partir dela conseguiu deduzir algo da sua majestade. Mas Judas não viu Deus na sua grande majestade, como eu o vi (suspira). Sabeis como é? Eu vi-o, isto é, não como vocês o hão de ver um dia. Mas pude compreender a sua grandeza e uma grande parte foi-me dada a sentir e a conhecer. Nós não possuíamos ainda a beatitude total perfeita, mas já tínhamos atingido um grau elevado. Mas tínhamos inveja d'Ela (aponta para o alto), nós não queríamos dar-Lhe o prazer de nos governar ou dominar. Daí deriva o que irá seguir-se.
E - Continua a dizer a verdade Belzebu, em nome da Santíssima Virgem, que te ordena que fales, mas diz só a verdade!
B - De fato, Ela é-nos superior, é-nos terrivelmente superior.
MARIA, MÃE DA IGREJA
E - Fala Belzebú em nome do Pai (...) e sob as ordens da Imaculada Conceição!
B - Foi precisamente a mim que Ela escolheu para dizer isto. Se Ela tivesse escolhido Allida, mas Ela quer que seja eu. Agora, escutai bem! Tenho de falar, Ela obriga-me.
E - Tanto melhor. Fala em nome (...)!
B - Ela lá está, com a coroa e o cetro. Ela lá está, quase que me esmaga. Foi assim: a princípio, com os Apóstolos, quando Ela, a Mãe (aponta para cima), vivia ainda, foi Ela por assim dizer, a orientadora da Igreja, que começava a dar os seus primeiros passos. Ela tinha que rezar para que a Igreja se desenvolvesse convenientemente, para que se desenvolvesse como (rosna)...
E - Em nome do Pai, do Filho (...) diz a verdade!
B - ...como devia desenvolver-se, segundo a vontade do Espírito Santo. Ela ficava dia e noite de joelhos, rezava para que a Igreja crescesse e se libertasse do Antigo, isto é, da lei mosaica e que a circuncisão desaparecesse. Ela compreendia que a circuncisão fôra conveniente numa determinada época e que, segundo a lei dessa época, tinha sido necessária. Mas depois da vinda de Cristo e da Sua obra, já não o era. Jesus Cristo ainda se submetera à circuncisão, mas Ele não queria que ela continuasse. A partir desse momento existia o Santo Sacrifício da Missa (rosna).
E - Belzebú, continua, sob as ordens da Santíssima Trindade, do Pai (...) da Imaculada Conceição, sob cujas ordens, hoje, tens de falar!
B - A Santíssima Virgem estava presente, quando os Apóstolos celebraram a primeira Missa. Depois da Ascensão de Cristo, a Santíssima Virgem participava sempre da Santa Missa celebrada pelos Apóstolos e recebia a Sagrada Comunhão. Preparavam-se durante horas para a Santa Missa. Quem é que procede assim, nos tempos de hoje? Poucos ou nenhuns. Muitas vezes os Apóstolos preparavam-se dias inteiros só para a celebração de uma Missa.
Certa ocasião, a Santíssima Virgem retirou-se durante dez dias para rezar dia e noite. Então foi levada ao Céu e pôde contemplar a majestade infinita de Deus. Deus, a Santíssima Trindade, ordenou-nos a nós, lá em baixo, que subíssemos do inferno (aponta primeiro para baixo e depois para cima). Ainda não era a esfera celestial perfeita, mas já era uma esfera superior. Fomos obrigados a subir e a contemplar essa criatura, quer o desejássemos, quer não.
A Santíssima Trindade obrigou-nos a contemplá-La, na sua majestade, quase perfeita. A sua majestade e esplendor eram maiores do que quando a tínhamos visto anteriormente. A Santíssima Virgem vencera, tinha-nos vencido. Vimo-La revestida de Sol. Seja como for, vimo-La em grande majestade, com a lua a Seus pés, isto é, o mundo. O mundo inteiro é significado pela lua, que Ela tem aos pés, e como adversário a serpente, que nos representa a nós.
Como nós suplicamos a Deus! Como nós imploramos a Majestade Divina, que afastasse aquela visão! Até Lhe suplicámos que nos precipitasse imediatamente ao inferno, a fim de que nos pudéssemos afundar nas esferas infernais, de tal modo nos era difícil suportar o seu olhar! Mas Ele não nos deixou partir. Tivemos ainda de suportar uns momentos aquele olhar terrível (solta gemidos cheios de desespero).
E - Fala em nome da Santíssima Trindade, do Pai (...)!
B - Não podeis imaginar o tempo que passamos em deliberações para descobrir a melhor forma de enfraquecer ou molestar, nem que fosse só um pouco, aquela criatura! (aponta para cima). Mas nada conseguimos. Ela vencia-nos em toda a parte. Era soberana em toda a parte. Durante anos, durante séculos, deliberamos, para vencer o que podíamos, o que poderíamos fazer, quando Ela lá estivesse. E quando isso aconteceu, nós nem sequer A reconhecemos imediatamente...
E - Não A reconheceram imediatamente?
B - ...Imediatamente, não. Sentimos que devia ser Ela. Sentimos que devia tratar-se duma criatura extraordinária, incrivelmente virtuosa, sobre quem não tínhamos qualquer poder. O porque, não o compreendemos logo (rosna e geme violentamente)... nem compreendemos quem se escondia lá atrás. Eu, Belzebú e Lúcifer, convocamos todo o Conselho.* Quando tivemos a certeza absoluta de que era Ela, deliberamos longamente, dia e noite, a ver o que poderíamos fazer para A prejudicar. Até convocamos os melhores mágicos.
Ordenamos-lhes que A (aponta para cima) molestassem, no seu corpo e na sua alma, para que a sua força enfraquecesse, a sua oração não nos fosse tão desastrosa, e para que deixasse de exercer um poder tão grande. Nós já víamos que seria Ela quem teria, mais tarde, a Igreja nas mãos. O próprio Pedro caía a seus pés, quando era preciso (resmunga). Ela tem um poder imenso, porque Ela é a criatura mais perfeita e a mais amada por Deus. Foi um ser duma perfeição incrível. Depois de Deus, está milhares e milhares de vezes acima das criaturas. Mesmo o seu esposo, S. José, que estava milhares e milhares de vezes acima dos outros homens, era-lhe ainda imensamente inferior.
Então prosseguimos nas nossas deliberações, e os feiticeiros concordaram fazer tudo, para a molestar. Tudo tentaram, mas Ela perseverava na oração e continuava imperturbável. Apercebia-se certamente do que fazíamos, mas nada conseguimos. Não conseguimos molestar esta terrível criatura, pois Ela não estava submetida no pecado original como o resto da humanidade.
Nem mágicos, nem feiticeiros, nem ninguém lhe poderia fazer mal. Nós, demônios e os feiticeiros, só podemos molestar as criaturas humanas, e dum modo especial, os possessos. Mas sobre Ela, os mágicos infernais não tinham qualquer influência. Acometeu-nos então uma fúria infernal, um furor louco de que só o inferno é capaz, quando verificamos que todos eles nada podiam contra esta criatura incompreensível, predestinada por Deus. Então precipitamo-nos sobre mágicos e feiticeiros e neles descarregamos todo o nosso furor. Receberam o dobro do mal que Lhe (aponta para cima) deviam ter feito (geme).
E - Continua Belzebú, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, em nome da Imaculada Conceição, sob cujas ordens tens de falar agora. Diz a verdade!
B - É para mim um tormento horrível que tenha de ser eu a falar destas coisas. Precisamente eu!
E - Continua a dizer a verdade e só a verdade! Tu não tens o direito de mentir!
B - Deixa-me em paz. A mulher (refere-se à possessa) tem quase um ataque cardíaco; deixa-me em paz!
E - É a Santíssima Virgem que te ordena...
B - Nós não queremos falar mais, não!
E - Tens de falar! Fala!
B - Não, deixa-me em paz! (rosna). E - Tens que falar agora, em nome da Santíssima Trindade (...)!
B - Não se pode descrever a fúria do inferno quando se viu que todas as nossas tentativas tinham sido vãs. Como nada tínhamos conseguido, voltamos a refletir na maneira de A molestar, mas Ela destruiu os nossos intentos perversos e tudo o mais. Ela é mais poderosa do que nós. É que Ela era uma criatura escolhida por Deus, escolhida dum modo especial. Enquanto a Terra subsistir até ao fim do mundo, nunca se encontrará ninguém que se assemelhe, e desde o começo do mundo até a eternidade jamais haverá alguém que se lhe possa igualar. E Ele, lá em cima (indica os Céus), não podia ter imaginado nada mais atroz, não podia lembrar-se de nada mais vergonhoso, do que obrigar-nos a subir a essa Esfera para nos apresentar esta criatura. Isso foi para nós uma terrível derrota (fala em tom lamuriento).
Teríamos preferido ficar no fundo do inferno, no meio do fogo mais cruel, a ser obrigados a contemplar essa... Nós não podemos dizer o que queremos, mas se isso fosse possível, gostaria de usar expressões bem mais injuriosas. Ela não o permite.
E - Diz a verdade! Tens de falar em nome da Santíssima Virgem, em nome da Santíssima Trindade!
B - Sermos forçados a contemplar esta criatura, revestida da maior Santidade com coroa e cetro, eleita pelo Altíssimo (lança gritos medonhos), foi ultraje para nós. Tenho ainda essa visão diante dos olhos. E essa visão de então, enlouquece-nos ainda (grita). É como se tudo tivesse sucedido hoje, e o mesmo se passa com os outros. Ainda agora isso nos faz saltar de raiva. Quando pudemos, foi mais uma autorização que uma ordem, voltar ao inferno, lançamo-nos em fúria uns contra os outros. Podeis imaginar como nos maltratamos... pois era-nos insuportável ter de nos ver uns aos outros. É horrível sentirmo-nos dominados por uma criatura assim, por uma mulher! É horrível! É uma loucura!
Relacionado com esta ocasião, devo acrescentar mais uma coisa... (uiva e grita dum modo horrível). Quando Ela foi chamada a colaborar na formação da Igreja, fundada por Seu Filho, mergulhava de tal modo na oração que o Todo-Poderoso teria vontade de segurá-la nas Suas mãos, tal era o Seu deleite.
* Palavra que utiliza a grande vidente espanhola Madre Agreda. Foi durante um 2º Conselho diabólico, depois da morte de Jesus, que se estabeleceu o novo plano de domínio do mundo. O demônio fala aqui no primeiro Conselho, realizado depois de verificarem a identidade de Maria e de suspeitarem da Sua Missão.
A REDAÇÃO DOS EVANGELHOS
Um dia chegou o Apóstolo Barnabé acompanhado de um outro, inclinaram-se diante d'Ela e chamaram-lhe a atenção para a necessidade de escreverem os Evangelhos. Invocaram longamente o Espírito Santo e perseveraram dias inteiros em oração. Rezar assim, já não é vulgar nos dias de hoje, a não ser em circunstâncias e lugares extremamente raros. Sim, rezaram dias inteiros, assaltaram o Céu com orações, para saber quem seria escolhido para escrever os Evangelhos. E então a Santíssima Virgem designou Lucas, João, Marcos e sei lá quem mais para escrever essa “porcaria.” Como isso nos contrariou.
Podereis imaginar tudo o que sentimos, quando saíram esses textos de Mateus, Marcos, Lucas e João? (rosna furioso). Pensai apenas que estes quatro foram escolhidos pela Santíssima Trindade e pela Santíssima Virgem na sua terrível majestade. Nem mesmo Pedro foi encarregado de o fazer. Nem ele. Ele era a pedra, tinha a missão geral de tudo, e a Igreja fôra fundada sobre Ele. Contudo, a redação dos Evangelhos foi confiada aos quatro Apóstolos, já mencionados.
E - Diz a verdade em nome (...)!
B - Então o Espírito Santo desceu sobre eles, sob a forma de uma pomba, e foi assim que os quatro tinham sido escolhidos. Todos viram. Mas agora não quero continuar a falar.
E - Tens que falar, em nome do Pai (...), em nome da Imaculada Conceição, tens de falar agora; continua Belzebú!
B - Quando Barnabé e ainda um outro foram visitar a Santíssima Virgem, Ela disse-lhes: “Deveis contar em especial a vida de Cristo, compreendeis? É Ele que deve ser glorificado, é Ele que deve estar sempre no primeiro plano. Deixai que eu me apague. Quanto a mim, relatareis apenas a Incarnação e o Nascimento de Cristo, o que é indispensável. Deixareis de lado o resto.” Embora eles estivessem ao corrente e tivessem visto coisas extraordinárias e elevadas não puderam escrevê-las. Isso foi para eles um sacrifício. Mas Ela queria apagar-se por humildade, para que o Filho de Deus, o seu Jesus Cristo, sobre o qual a Igreja fôra fundada, ficasse no primeiro plano. Mas Ela, a Mãe de Deus, é o grande sinal de Deus e, em certa medida, simboliza também a Igreja. Ele, Jesus, ama a Igreja como uma Esposa. Então, para os dois Apóstolos não ficarem tristes, disse-lhes que Cristo mais tarde haveria ainda de falar d'Ela, através da humanidade ou através não sei de quem (lança gritos horríveis).
E - Maria de Agreda.
B - (Virando-se para o Sacerdote): Adivinhaste: Maria de Jesus, de Agreda. Disso não sabemos mais do que vós. Sim, nós amaldiçoamos esses livros, nós tememo-los. E ser ainda obrigado a confessá-lo... * (rosna e grita ansioso).
* O livro de Agreda, A Mística Cidade de Deus, foi escrito em 1665.
Para adquirir os livros de Maria de Jesus Agreda - Mosteiro Portaceli - Caixa Postal, 595 - CEP:84001-970 - Ponta Grossa - Paraná. ou Editora Correio da Rainha da Paz | Rua João do Couto Satyro, 23 - 82300-540 - Curitiba/PR Telefones (41) 3272-6442 - (41) 3053-0403 - www.rainhadapaz.net
O COMEÇO DA IGREJA
E - Continua a dizer a verdade e só a verdade em (...)!
B - No maldito começo da Igreja fui deixado de lado. A Santíssima Virgem e os Apóstolos foram os instrumentos. O papel desempenhado por Ela (aponta para cima) foi decisivo; foi-o dum modo extraordinário. Nós nada pudemos fazer. Muitas vezes mergulhava na oração, dia e noite, pelos Apóstolos, para que eles fizessem as coisas como deviam ser feitas. Para que nós não os vencêssemos, Ela rezou muitas vezes dia e noite. E freqüentemente ficava dia e noite de joelhos, sem comer (resmunga desesperado). É por isso que Ela agora goza de um poder tão grande. Isto são verdades sublimes que nós somos obrigados a revelar-vos. Nós bem gostaríamos que este livro saísse sem esta parte (gane como um cão).
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...)!
B - Nós não queremos dizer estas coisas, não queremos... e também não queremos continuar a falar. Eu, belzebú, não quero continuar a falar.
E - Tu, Belzebú, tens de continuar a falar em nome da Santíssima Trindade, em nome da Imaculada Conceição (...)!
B - Então Ela disse que queria ficar em segundo plano. Queria-o unicamente por humildade. Em parte alguma queria aparecer em lugar de destaque, embora fosse uma criatura poderosa. Nós próprios o temos de reconhecer. Ela estava e está a uma enorme distância, acima de nós, a uma grande distância dos vossos Anjos. E quando eu digo, distância, não me refiro a uma distância em léguas, mas a uma que se perde no infinito. Isto significa “tão longe”, que há uma distância gigantesca entre os Anjos e Ela (geme). É uma criatura terrivelmente majestosa, mas quis permanecer escondida. Procedeu assim para mostrar aos homens que também eles deviam permanecer ignorados, como também deviam ser humildes. Mas os homens não procedem assim. Nada fazem em relação ao que Ela realizou e ao que foi realizado graças a Ela...
E - Diz a verdade, em nome (...)!
B - Embora os homens não possam nada, não sejam nada, gostam que falem deles, enquanto esta Criatura, infinitamente predestinada, não queria que falassem dEla. Portanto, apagou-se. E isso foi para nós muitíssimo vantajoso. Pois começaram a aparecer seitas (ri maldoso) que não reconheceram esta Criatura. Se Ela tivesse dito abertamente quem era, se os Apóstolos tivessem relatado os milagres extraordinários obtidos por sua intercessão e se tudo isso figurasse nos Evangelhos, essas seitas não teriam crescido como a erva (solta gemidos).
Apareceram então milhares de seitas, seitas que combatem ferozmente a Santíssima Virgem, seitas que combatem os católicos, unicamente porque estes reconhecem esta Criatura predestinada. Elas combatem esta Mulher porque crêem que esta maneira de proceder (dos católicos) põe Cristo em segundo plano.
No entanto, Ela só serviu a Cristo. Só O quis glorificar. Tudo o que fez, foi por Ele e pela Sua Igreja. Ela manteve-se sempre no escondimento e isso foi para nós uma grande vitória. No entanto, procedendo assim, ensinou a humildade, e isso constituiu para nós uma grande derrota. Mas isto só é conhecido dos católicos. Por amor de seu Filho, Ela quis ficar esquecida para que Ele reinasse e tivesse um papel primordial.
Mesmo no que respeita aos seus sofrimentos, só aceitou um papel de segundo plano, o que era indispensável. Os Apóstolos, no entanto, estavam constantemente a ver como Ela se humilhava, como tudo previa extraordinariamente, quanto sofria, o que era obrigada a suportar e a padecer. Ela é muito pouco engrandecida nos Evangelhos. Se ao menos, não tivesse sido tão humilde! Mas coube-nos ainda esta vantagem, que deu origem às seitas. Mas também isso foi permitido por Deus.
E - Em nome do Pai... da Imaculada Conceição, da Rosa Mística, tens de falar agora belzebú, tens de dizer toda a verdade!
B - A partir desse momento apareceram as seitas. Os seus adeptos pensavam que Maria desempenhara apenas um papel marginal, que fôra escolhida apenas para receptáculo d'Esse que está lá em cima (aponta para cima), e que poderia agora desaparecer como uma velha...; não me deixaram utilizar a expressão.
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...)!
B - Nós somos delicados. Nós não usamos palavras “muito grosseiras.” Apenas os condenados humanos as dizem. Nós somos mais delicados que esses. Devo acrescentar outra coisa que me ocorreu agora. Quando Judas foi obrigado a falar, no dia 31 de Outubro, não foi Judas que riu pela boca desta mulher (a possessa). É que Judas nunca ri. Como nós já uma vez dissemos, Judas está no canto mais sombrio. Ele é o desespero personificado. Quando Judas foi obrigado a falar, não foi ele que riu, pela boca dessa mulher, foram os condenados humanos que riram da malvadez (grita). É preciso que nunca esqueçais isto: Judas nunca ri. Nós tínhamos que dizer isto. Esta observação refere-se às revelações de Judas, em 31 de Outubro.
E - E agora tens mais alguma coisa a acrescentar? Continua, sob as ordens da Santíssima Virgem e da Santíssima Trindade (...)!
B - Sim, esta charlatã... E agora chego ao ponto de questão, mas não quero dizer, não quero dizê-lo.
ANA CATARINA EMMERICH E MADRE AGREDA
E - Fala Belzebú, em nome da Santíssima Trindade!
B - A propósito do começo da Igreja devo acrescentar que embora os Evangelhos pouco contenham sobre a Santíssima Virgem, mais tarde, inspirados pelo Céu, em visões e revelações, grandes Santos lançaram muita luz sobre a vida e obra d'Essa que está lá em cima (aponta para cima). Um dos maiores é a Catarina Emmerich, que nem sequer ainda foi canonizada (ri maldoso). Ela não foi só uma das almas mais sofredoras, mais humildes, mais missionárias, como é também uma das maiores Santas do Céu. A outra é Maria de Jesus Agreda. Viveu em Agreda. Era Abadessa. Já os seus pais se tinham retirado para um convento (rosna)... tinham prometido consagrar-se à vida religiosa. Eles é que obtiveram a sua filha, a sua predileta, a graça de ter essas malditas visões.
E - Fala agora, em nome (...), fala agora sobre o ponto essencial a que te referiste!
B - Como os Evangelhos contêm muito pouco sobre a Santíssima Virgem, é seu desejo que nos confusos tempos que correm, que do alto dos púlpitos se recomende a leitura dos livros de Maria de Jesus Agreda. Eles não deviam faltar em nenhuma família católica. Todos deviam possuir esses volumes (grita desesperado).
E - Continua a falar em nome da Santíssima Trindade, em nome da Imaculada Conceição, sob cujas ordens tens de falar!
B - Ela quer que os Sacerdotes digam que estes livros não devem faltar em nenhuma família católica, que deveriam mesmo recomendá-los aos protestantes. Quando os leitores verificarem toda a riqueza destes livros, não tardarão a compreender que Ela...
E - Continua em nome da Santíssima Trindade (...)!
B - Ela é uma Criatura eleita e predestinada, uma criatura duma grandeza imensa jamais atingida por qualquer mortal. Os Sacerdotes devem fazer compreender aos fiéis que é necessário divulgar estes livros, tão instrutivos, pelo mundo inteiro e, sobretudo, lê-los. Aí podereis compreender a nossa derrota em toda a sua extensão e amplitude, tal como a grandeza e dignidade desta criatura, que nos esmaga a cabeça (range os dentes). Ela quer (lança gritos horríveis)... não quero falar, não quero falar (chora)... É que não posso auxiliar Aquela que está lá em cima (aponta para cima), mas sim quem o “velho”, (lúcifer) quer. Não quero falar.
E - Mas tu tens de falar em nome (...), em nome da Imaculada Conceição, em nome da Anunciação da Santíssima Virgem, em nome de S. Miguel Arcanjo, tens de falar!
B - Isto está fora do nosso campo de ação, não é nada conosco! Nós temos a missão de seduzir os homens. Não queremos conduzi-los ao bom caminho. Por estes livros os homens seriam levados a trilhar caminhos melhores (grita).
E - Continua! Tens de falar em nome da Imaculada Conceição, em nome de Nossa Senhora do Monte Carmelo! Tu não podes mentir! Continua!
B - Nestes livros aprendereis como a Santíssima Virgem viveu e morreu. Para conhecer os planos eternos de Deus, tanto quanto esses planos podem ser conhecidos pelos homens, é lá que se encontram as fontes seguras e dignas de fé. Aí, os fiéis verão o fundamento de todas as coisas.
E - Continua a falar, em nome (...)!
B - Reconheceriam n'Ela (aponta para cima) uma criatura universal, acabariam por render-se perante tanta humildade e dignidade. Até nós A tememos, nós próprios temos que capitular perante tais atributos. Quanto mais vós, criaturas humanas, que não passais todos de poços de imundicie! Não valeis um pataco! Nós somos muito superiores... quando mais Ela (aponta para cima).
E - Em nome (...) continua!
B - Se vós pudésseis contemplar ao menos um décimo da sua dignidade, preci-pitar-vos-íeis imediatamente no pó e é bem contra a minha vontade que eu digo isto! Nós vimos, fomos obrigados a vê-la, fomos obrigados. Não desejamos que A venhais a ver, pois nós queremos que vos precipiteis bem cá para baixo e não para cima. Também as pessoas instruídas, os acadêmicos, deveriam ser informados sobre esta Maria de Jesus Agreda, antes de se juntarem aos Sacerdotes para combater os “tradicionalistas.
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...)!
B - Mesmo os “tradicionalistas” estão muito longe, imensamente longe de conceber uma tal dignidade, a não ser dum modo aproximado, mesmo que leiam estes livros. Mas devem ser lidos por vós, em nome de Deus. Vós não podeis passar sem o fazer, nem mesmo os leigos. E vós padres, deveis anunciá-lo a todas as criaturas. Tenho que repeti-lo. É preciso proclamá-lo do alto dos púlpitos. Essa, que está lá em cima, quer que estes livros sejam conhecidos nos quatro cantos do mundo.
Falarei em seguida da Segunda. Catarina Emmerich, alma expiadora. Tinha de estar sempre deitada de costas, tais eram as suas dores e sofrimentos. Não teve nada a dizer durante a sua vida, mas, quando morreu todo o Dülmen estava em chamas. Quando de todos os lados acorreram com os carros dos bombeiros deveriam ter visto naquilo um sinal do Céu... mas os homens são estúpidos. Que sabem os homens? Nada compreendem... são estúpidos como cepos.
E - Em nome (...) diz a verdade!
B - Um cepo é ainda mais inteligente. Aqui e acolá, pode apresentar ainda uma folhinha verde, mas os homens, esses, só tem lixo e palha.
E - Continua, diz a verdade em nome da Imaculada Conceição, em nome da Bem Aventurada Virgem Maria e de S. Miguel Arcanjo!
B - Esta Catarina Emmerich teve de falar para a Igreja, fez vaticínios sobre a Igreja e sofreu e rezou muito por ela. Já em pequenina, a sua capacidade de sofrimento era enorme. Nós tínhamos-lhe um ódio terrível. Tão pequenina e já fazia Via Sacra, e imitava à letra a humildade d'Aquela que está lá em cima... Ah!... e a cruz, cruz também, tal como Aquela, que está lá em cima.
Foi uma grande Santa. Nós receávamo-la muito e, por isso mesmo, queríamos destruí-la, mas não o conseguimos. Ela safava-se sempre, embora tivesse sofrido doenças mortais, que oferecia sempre pelos outros, para que eles pudessem obter ainda a graça de se converterem. Só morreu quando Aqueles lá em cima (aponta para cima) verdadeiramente o quiseram, pois foram Eles que acolheram a sua alma venerável, a sua alma santa... porque ela era uma Santa... no Céu. Há no Céu muitos santos, quero dizer muitos Santos canonizados por Roma, que são menos santos e menores que ela. Ah! Como é horrível ser obrigado a confessá-lo!
E - Sim, continua a dizer a verdade, em nome (...)!
B - Se ela for canonizada, pensamos nós, então os seus livros serão conhecidos. Enquanto não o for, os seus livros não serão tão bem aceitos. É por isso que os Bispos não querem ouvir falar deles. Talvez um ou outro já os tenha lido, mas isso são fatos isolados, sem conseqüências. Devo ainda acrescentar que ela é uma Santa poderosa no Céu (chora). Há muito que os seus livros deviam ter sido difundidos pelo mundo inteiro. É preciso que vós também o proclameis do alto dos púlpitos. E agora não digo mais nada, mais nada (gane como um cão).
E - Fala em nome da Imaculada Conceição, da Bem-Aventura Virgem Maria, em nome de S. Miguel Arcanjo!
B - Dos seus livros, é sobretudo o volume Vida e Morte da Venerável Catarina Emmerich que deve ser difundido. Deveríamos atar esses livros às costas das crianças para que aprendessem a caminhar com a cruz que o Senhor pôs no seu caminho. Esta pequenina Santa já ia, aos quatro anos, fazer a Via Sacra, mesmo à noite, ficando com os pés feridos, ensangüentados, tudo para a glória do Seu Rei Crucificado. De manhã a mãe tinha de lhos ligar, e nem sequer sabia de onde ela vinha, pois a pequena nada dizia (uiva) Catarina foi uma grande alma sofredora. No seu quarto, o frio era glacial. É que ela era muito pobre e mesmo quando os seus lençóis estavam lisos com o frio e, no meio deles, ardia com febre, nunca pedira para lhos mudarem. Ela queria viver a sua Paixão e oferecê-la humildemente. Onde é que se vêem, hoje em dia, almas assim? Religiosas compadecidas substituíam-lhe os lençóis. Catarina não o teria exigido e acabaria por morrer de frio ou ficaria entorpecida. Ela tudo suportava pelo seu Senhor Crucificado. É inimaginável o que ela fazia por Ele.
Ela é uma poderosa Santa que nós sempre tememos. Sentimos repugnância por estas pessoas, que renunciam a si mesmas, seguem voluntariamente o caminho da cruz e tudo oferecem pelos outros. Há grandes santos que fazem muitos milagres, que são considerados grandes aos olhos do Senhor, que têm o dom de ler nas consciências, como ela aliás também tinha, mas como ia dizendo, embora esses possam ser mais conhecidos, embora a eles acorram milhares de pessoas, embora sejam grandes santos, não se lhe podem comparar e não se lhe comparam. Era uma alma sofredora, humilde, apaixonada por Deus. Deus amou-a e glorificou-a dum modo muito especial e é por isso que Ele quer que seja canonizada
E - Continua a falar, em nome (...)!
B - Já há muito e não só agora, que ela o deveria ter sido. Deve-se falar às pessoas dos seus livros e das suas numerosas visões e revelações. É preciso que o façais por amor à dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela desejava-o e o próprio Jesus o deseja também. Dos seus textos, devereis citar em primeiro lugar A Dolorosa Paixão de Jesus Nosso Senhor. Este livro também não devia faltar em nenhuma família, sobretudo numa família que se preze de ser católica (geme). Mas chega de conversa por agora!
E - Tens de continuar! Em nome do Pai (...) em nome da Imaculada Conceição, da Bem-Aventurada Virgem Maria, de S. Miguel Arcanjo, de todos os Santos Anjos, tens de falar Belzebú!
B - Jesus Cristo e a Santíssima Virgem concederam a estas duas grandes Santas visões e revelações para que chegassem ao conhecimento dos fiéis. Estes devem recebê-las nos seus corações, seguirem-nas e transmitirem-nas aos outros. Não se trata de uma anedota, mas de algo muito sério, muito grande, que já foi profetizado pela Santíssima Virgem, quando disse outrora aos Apóstolos: “Deus proverá, o Céu proverá, para que o meu nome, no devido tempo... (gane como um cão).
E - Diz a verdade, em nome (...)!
B - ...venha a ser glorificado e conhecido e que tudo o que deve ser revelado a meu respeito, o seja na devida altura.” Agora já é a altura. Estamos agora em pleno Apocalipse. E Ela é o Grande Sinal. É por isso que as pessoas devem ler estes livros, porque em Emmerich, mas mais especialmente em Maria de Jesus, se fala do Apocalipse, do Grande Sinal, da Santíssima Virgem.
E - Continua a dizer a verdade, diz o que tens a dizer da parte da Santíssima Virgem, da Imaculada Conceição, de S. Miguel Arcanjo e de todos os Santos Anjos e Arcanjos!
B - Se as pessoas lessem estes livros (solta sons como gemidos) compre-enderiam facilmente que a hora chegou. Compreenderiam melhor o Apocalipse e o que está escrito na Bíblia. Vós não passais de grandes burros! Os homens são imensamente estúpidos, deixam que tesouros tão valiosos se percam, lhes escapem, se enferrugem (ri maldoso).
E - Diz a verdade, em nome (...)!
B - Permitem que estes preciosos tesouros de valor infinito apodreçam e fiquem escondidos. E o que devia ficar escondido é difundido (ri torcista). Como, por exemplo, Bíblias que de Bíblias nada têm, vidas de Santos que de religioso nada têm também. Esse gênero de livros é mais dirigido de baixo do que do alto (arreganha os dentes, malicioso). Não passam de palavreado ôco. Até um burro ou um cavalo é mais inteligente; duma maneira ou de outra, eles sentem o que o seu dono quer. Mas aqui (no mundo) não é assim. Só quando já é demasiado tarde é que se apercebem que deveriam ter procedido dum modo diferente.
Ah! Para nós, estes escritos de Ana Catarina Emmerich e Maria Agreda, são livros malditos, que desde há muito tememos e sempre temeremos. Nós, lá em baixo, há muito tempo, nem sei bem há quanto, deliberámos para ver o que poderíamos fazer contra eles... e os homens nem sequer os lêem (ri sarcástico). Mesmo aqueles que se dizem bons católicos, não os têm em casa! (as suas gargalhadas transformam-se em gemidos).
E - Diz a verdade em nome (...), da Imaculada Conceição, da Bem-Aventurada Virgem Maria, de S. Miguel Arcanjo, S. José, de todos os Coros dos Espíritos Bem Aventurados!
B - Deveis informar as pessoas. Todos os Padres, os “tradicionalistas” e mesmo os modernistas, deviam proclamar do altar que é necessário difundir estes livros por toda a parte e o mais rapidamente possível, para que sejam lidos. Se isso acontecer e se o seu conteúdo fosse posto em prática, ainda que aproximadamente, muitas almas se haveriam de salvar (geme horrivelmente).
E - Continua, em nome da Santíssima Trindade!
B - Catarina Emmerich teve visões sobre a Dolorosa Paixão de Jesus para que ela fosse conhecida dum modo mais direto e mais profundo, pois os Evangelhos não relatam senão fragmentos. Embora os Apóstolos tivessem conhecido mais pormenores, resumiram-na muito. Nas visões desta grande Santa há partes sintetizadas e resumidas que são horrivelmente extensas para nós. Aprende-se, por exemplo, a maneira de conseguir um arrependimento perfeito, que desempenha um papel primordial na confissão. Aprende-se a não ofender tanto o Senhor, que tanto sofreu. Os seus padecimentos são descritos duma maneira mais profunda do que em qualquer outro livro (rosna). Estes livros deveriam figurar em todas as livrarias, sobretudo nas católicas, que os deveriam possuir em quantidade, e não apenas um exemplar.
E - Belzebú, diz qualquer coisa sobre os sofrimento secretos de Cristo na Quinta-feira Santa, em nome (...)!
B - Não nos agrada falar desse assunto, mas porque se está na Quaresma, Ela deseja que ao menos algumas frases...
A PAIXÃO DE CRISTO
E - Então fala dos sofrimentos secretos de Cristo, como tu os viste, em nome (...)!
B - Nós nos olhamos muito, não queríamos ver nada daquilo. Rodopiávamos à sua volta como setas e ferimo-nos uns aos outros, cheios de cólera e raiva (grita). Naturalmente, sabíamos o que se passava. É claro que sabemos mais do que se poderá pensar. Mas a essa, a esta Emmerich, foi tudo mostrado dum modo positivo. Ela viu, por exemplo, que no Jardim das Oliveiras, Nosso Senhor Jesus Cristo sofreu muito mais horrivelmente do que se poderia imaginar.
Mesmo durante a sua vida, várias vezes suou sangue de angústia. Nós, demônios, perseguimo-Lo horrivelmente no Jardim das Oliveiras. Ele viu como nós, numa multidão medonha, nos precipitávamos sobre Ele. Tínhamos as formas dos pecados, que os homens deveriam cometer mais tarde. Era nosso intento conseguir que, pela visão desse horror, o Filho de Deus perdesse a coragem de suportar esta Paixão. Ele viu um horror imundo que lhe fez sair pelos poros um suor de sangue.
Nestes momentos de obscuridade e horror abomináveis, Ele pensava que a sua Paixão, que era apenas dum homem - Ele era Deus, mas nessa altura não se sentia mais que um homem - não chegaria para apagar e expiar um pecado tão grande. Quis-se retirar, tremia sob a violência do sofrimento. Foi então que apareceu um Anjo com o Cálice para o fortificar. Na realidade, esse Cálice não era senão a aceitação daquele sofrimento. Ao beber o Cálice, Ele confirmava apenas que aceitava a Paixão (geme) e que estava disposto a beber todo o cálice até o fim (geme). Graças a isso, vós, poços de imundície, vereis um dia o Céu, a que nós jamais teremos acesso (furioso).
Mais tarde, Cristo foi ainda flagelado. Durante a flagelação o seu corpo foi ferido e lacerado até os ossos. Quando foi crucificado já não tinha sequer metade dos seus cabelos. Tinham-Lhos arrancado quase todos, o que aliás foi muito bem feito. Tinha uma figura elegante e pés de viajante. À força de tanto andar a pé, tinha a pele dura e calosa. Ao contrário, as mãos eram muito finas, demasiado finas para carregarem uma cruz tão pesada. Se nós tivéssemos podido provar só um pouco do seu Sangue derramado, só uma gota, então também nós o haveríamos de adorar por toda a eternidade.
Porém, Ele não no-lo permitiu. Para nós, já era demasiado tarde (rosna). Depois, na cruz, quando foi suspendido, tudo ofereceu por vós. Fazer tudo aquilo pelos homens, atiçou ainda mais o furor do inferno. Quando estava suspenso na cruz, era como um verme, como já disse Akabor: já não era homem... por vós. Porque é que Ele fez aquilo por vós? Por nós não o teria feito (solta gemidos que comovem). Um verme e não um homem, esmagado por todos (chora)!
Era como se Ele tivesse tomado sobre Si o peso dos pecados de toda a humanidade; parecera-Lhe ser o maior dos criminosos. Parecia-Lhe que fôra abandonado e repudiado por Deus Pai, de tal modo os seus verdugos O tinham golpeado, picado, flagelado e, por fim, deixado a esvair-se em sangue (resmunga) E tudo isto Ele fez por vós! Porque é que nós não o conseguimos evitar? (chora)
Se o próprio Senhor tanto fez por vós, quanto não deveríeis reparar uns pelos outros para evitar que tantas almas fossem para o inferno? Ele, que era Deus e não tinha pecados, realizou algo extraordinário, algo que jamais será realizado por qualquer mortal: e se Ele sofreu torturas tão atrozes, então vós deveríeis passar por toda a vida sob o machado do carrasco. E isso não seria muito, não seria nada que não tivésseis merecido.
Mas os homens não compreendem isto. Só pensam em levar uma vida de gozo, apesar do seu Mestre ter marchado à sua frente, com a Cruz e o bom exemplo, e ter suportado tormentos infernais. Sim, Ele suportou tormentos infernais. Mas durante pouco tempo. Nós próprios, no nosso ódio, admiramo-LO por ter feito tudo isto por vós! Jamais nos passara pela mente que Ele pudesse fazer uma tal coisa por um lixo imundo. Já o tínhamos previsto, mas nunca imaginávamos que fosse uma dádiva tão imensa. Com tudo isto, quero ainda dizer que é preciso insistir na necessidade, durante a Quaresma, de fazer penitência em união com Cristo Jesus.
Durante quarenta dias Ele jejuou como nenhum homem mais jejuou ou jejuará... e também Ele sentiu a dureza da fome...
A CRUZ E O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA ABREM O CÉU
B - Durante quarenta dias preparou-se para a Sua Vida pública e também para o Seu grande Sacrifício. Ele sabia que se tratava dum sacrifício tão vasto como o mundo, duma eficácia universal, que Ele, Deus, devia oferecer ao Todo-Poderoso, em reparação da culpa do pecado, a fim de que vós pudésseis chegar à visão eterna de Deus.
Sem isto, na melhor das hipóteses, veríeis apenas o Paraíso, caso o conseguísseis. Iriam assim muito mais homens para o inferno, porque não teriam acesso às graças que obtém o Santo Sacrifício da Missa. São incalculáveis as graças decorrentes do Sacrifício incruento da Cruz, por cuja oferta, o Sangue de Cristo corre de novo. Nós, lá em baixo (aponta para baixo), odiamos este Sacrifício da Missa, que é celebrado todos os dias em muitas Igrejas.
Em muitas casas de Deus, nem sempre é convenientemente celebrado. Antigamente, era horrível para nós, quando se celebrava o tradicional Sacrifício da Missa. Efetivamente, é a renovação do Sacrifício de Cristo na Cruz que apaga os pecados e que obtém graças extraordinárias para a salvação das almas, que, sem isso, se perderiam aos milhares e viriam para o inferno. Devo ainda acrescentar isto (solta gemidos): não digo mais nada, não quero dizer mais nada.
E - Em nome da Santíssima Trindade (...) diz a verdade, o que Maria quer que digas!
B - Eu não quero dizer mais nada, não posso continuar a falar. Se quiserdes que fale, é preciso que reciteis ainda um pequeno exorcismo. Lúcifer está furioso. Desejaria estrangular-me. Eu não devia ter dito estas coisas. Se continuo a falar, quando eu chegar lá abaixo, castiga-me.
E - (Recitação do exorcismo). Por ordem da Mãe de Deus, lúcifer não poderá fazer-te mal, pois tu falaste para a Igreja! Ele não poderá fazer-te mal!
B - Eu era um grande Anjo, era o segundo em grandeza. É por esse motivo que lúcifer se enfurece e diz: “Já que és tão grande, devias saber que não deves dizer tantos disparates. Devias ter mais cautela!” É isto que ele vai dizer (range os dentes com violência). Ela (aponta para cima) ordenou-me que falasse, porque eu estava presente na queda dos Anjos. Eu era o segundo em dignidade e é por isso que Ela me força a falar desta “porcaria.” Ela continua a ter poder sobre nós, os lá de baixo (resmunga com violência).
OS NOMES
E - Belzebú, sob as suas ordens, tens que falar agora e dizer só a verdade!
B - Quero ainda acrescentar o seguinte: ao escrever estas revelações, deveis mencionar o meu nome. E deveis proceder do mesmo modo relativamente aos outros demônios. Deveis sempre assinalar quem falou. Não é em vão que dizemos quem fala.
E - Belzebú, em nome da Santíssima Virgem tens de falar!
B - Ela permite que nós digamos os nossos nomes... quem fala, e depois Ela quer também que se indique quem falou. Sobretudo quando se tratar de assuntos importantes, Ela quer que se saiba qual o demônio que escolheu, qual o que devia falar...
E - Belzebú, tens que falar agora, em nome (...)!
B - Como sou bem conhecido, o meu nome deve ser mencionado.
A ESTUPIDEZ HUMANA
B - No dia 12 de Janeiro, Veroba referiu-se ao Aviso e ao Castigo. Disse que se devia mencionar no livro. Também explicou porque é que o Aviso ainda não surgiu e ainda o fato da oração ser paradoxal. Vós, homens, não valeis nada (ri maldoso), vós nada sois e nunca sereis nada. Sois burros, podem-vos repetir sete vezes a mesma coisa. Que é que tendes na cabeça, miolos de mosca ou um crivo?
Se não fosse Aquele que existe lá em cima (aponta para cima), todos os vossos ossos se soltariam. É Ele quem carrega permanentemente com a vossa carcaça. Sem Ele não passaríeis de esfregões e de farrapos. É por isso que nós, lá em baixo, não podemos compreender que professores, doutores e tantos outros, tenham uma presunção tão grande. Porque serão assim tão vaidosos, quando não passam de porcaria que há-de ser corroída por vermes?*
E - Belzebú, continua, em nome e sob as ordens da Santíssima Trindade (...)
B - A propósito desta presunção, Ela quer que se acrescente isto. Ela acha pouco apropriado que esses homens se exaltem tanto; eles são uma abominação diante de Deus. Ela acha tudo isso disparatado, pois Ela procedeu sempre com perfeita humildade. Ela teria tido razões para cingir bem alto a coroa e brandir o cetro. Ela teria tido motivo para o fazer! Fê-lo alguma vez? Em todo o caso, não foi na Terra. No entanto, Ela foi exaltada conforme o que está nas Escrituras, pois Jesus disse: “Quem se humilha será exaltado, quem se exalta será humilhado.” Quer dizer, aquele que se eleva a si mesmo será em seguida horrivelmente humilhado, não só num grau apenas, mas numa infinidade de graus. Compreendeis o que queremos dizer?
Quem se exalta não será humilhado em outro tanto, mas ficará um milhão de vezes mais abaixo. Mas quem se humilhar, por mais alto que esteja - nós somos sábios, sabemos bem como as coisas se passam! (sublinha as palavras com um gesto do dedo) - receberá segundo a parábola do banquete, em que Jesus disse: “Aquele que se sentar no último lugar, será chamado pelo senhor do banquete a ocupar o primeiro lugar...” Quero dizer, com isto, que aqueles que se humilham não serão apenas exaltados em outro tanto, mas ocuparão uma posição milhares de vezes superior à que tinham, e isto por toda a eternidade.
Devo acrescentar que é um paradoxo e um sinal de grande estupidez querer elevar-se neste mundo. Tenho que o dizer, pois é abominável aos olhos do Senhor. Se os homens tivessem plena consciência daquilo que fazem, horrorizar-se-iam consigo próprios - (ri maldoso).
* O demônio, que é orgulhoso, ele mesmo uma criatura, mostra aqui a repugnância e o profundo desprezo que sente pela natureza humana, inferior à angélica, mortal.
A VIRTUDE FUNDAMENTAL DA HUMILDADE
B - Se Ela não se tivesse colocado sempre em último lugar, mesmo abaixo de S. José, que no entanto sempre soube reconhecer o elevado grau da sua dignidade, e se Ela não tivesse sido tão humilde, não teria hoje, nem nunca teria tido, este poder sobre a Igreja e sobre o mundo. Não teríeis n'Ela Aquela Mãe que tudo faz por vós, medianeira de graças inefáveis, graças que só Ela pode obter e que nunca teria podido obter se não vos tivesse dado o exemplo em primeiro lugar. Ela praticou a humildade em todas as virtudes, até ao último grau de heroísmo. Se Ela não o tivesse feito, especialmente esta maldita virtude da humildade, ter-nos-íamos podido aproximar dela. E, decerto, isso teria constituído mais um êxito para nós, demônios! (grita irritado).
E - Belzebú, continua a falar em nome da Santíssima Trindade (...)!
B - O mesmo acontece com os homens. E isto é claro como água: a falta de humildade abre as portas ao vício. Nós adquirimos domínio sobre uma pessoa a partir do momento em que a sua sabedoria ou o que lhe chamais lhe sobe à cabeça. Há muito que o homem deixou de ser sábio e tem miolos de galinha. Mesmo quando se julga sábio e se eleva um pouco, cai logo depois. Mas eu não quero falar destas coisas. Conheço-as por experiência própria, pois passaram-se conosco. Como nós caímos, milhares e milhões de vezes! (uiva lastimoso).
E - Continua, belzebú, em nome (...)!
B - Por esse motivo, vós Padres, deveis falar do pecado original, do orgulho. Devíeis empregar todos os esforços no sentido de fomentar a virtude da humildade. Falai dos Santos que a praticaram num grau elevado. Citai, por exemplo, Catarina Emmerich, Santa Tereza do Menino Jesus e tantos outros.
Pregai sobre S. João Maria Vianney. Ele alimentava-se de batatas. Uma ocasião comeu batatas pôdres, já cheias de bolor, durante quinze dias (rosna). Nem sequer se queria deitar na cama que lhe tinham posto ao lado! Achava-a demasiado boa para si. Não temos qualquer poder sobre pessoas dessa espécie, que chegam a achar-se indignas de se deitarem numa cama vulgar e que não procedem assim para se vangloriarem perante os outros de que são bons, dizendo, por exemplo: “Olhai, eu não quero deitar-me na cama boa, sou um homem virtuoso, vou deitar-me na cama mais incomoda.”
Pelo contrário, escondem-no dos outros homens. S. João Maria Vianney encobriu sempre que não comia como deveria ser. É que ele possuía a verdadeira humildade. O mesmo se pode dizer de Catarina Emmerich. Ela nunca quis mostrar como se sentia mal, nem o que trazia sobre o seu corpo. Só quando as pessoas viram e disseram: “Em que estado horrível ela se encontrava! É preciso fazer qualquer coisa!” É que ela deixou que a mudasse, porque era absolutamente indispensável. Mas quis continuar a viver na maior pobreza. Dormia num leito miserável, já quase desfeito. O seu maior desejo era levar uma existência apagada. Por isso é que as avezinhas do Céu vinham pousar nos seus ombros.
Os Santos recebem estes sinais de predileção: os Santos dum modo geral, mas principalmente os humildes. Estes gozam duma predileção muito especial, lá em cima. Alcançaram rapidamente o Céu, enquanto outros percorrem penosamente, passo a passo, o duro caminho que a ele conduz. A virtude da humildade deve ser novamente pregada. Só depois dela é que vêm todas as outras. Depois vem a virtude da pureza, bem adaptada à nossa época (respira com dificuldade), em seguida a verdade, e todas as outras. É preciso dizer aonde tudo isto conduz. Também é preciso citar exemplos.
E - Lúcifer, retira-te! Tu belzebú, tens de falar da parte da Santíssima Virgem, em nome da Santíssima Trindade (...)!
B - Teremos de denunciar em primeiro lugar, o vício do orgulho. Devemos dizer que a virtude da humildade devia ser escrita com letras capitais. Seguem-se, naturalmente, a cólera, o roubo e todos os outros. Deve preocupar-se sempre fazer comparações, dar exemplos vividos e verificados na vida dos Santos (dá berros horríveis). Deixem-me!
E - Continua, Belzebú, continua em nome do Pai (...) da Imaculada Conceição, da Bem-Aventurada Virgem Maria e Mãe de Deus... (neste momento é interrompido por Belzebú).
B - Procedeis bem, procedeis bem, mas é preciso insistir muito; deveis assinalar, com mais insistência, o efeito devastador do pecado. Sobretudo, neste tempo de Quaresma, deveis acentuar a gravidade do pecado, gravidade que ultrapassa a imaginação. Daí a conhecer, com toda a clareza, as conseqüências do pecado que são mais horríveis do que vós podeis imaginar. É o pecado e as suas conseqüências que deveis retratar com a maior clareza possível. Sabei-lo agora, mas os outros Padres devem também proceder assim, pois isto não é apenas para vós. Se eles o não fizerem, não cumprindo com a sua obrigação, causarão grande dano e privar-se-ão a si e a todos os que se encontram na sua dependência de muitas graças. Todos os fiéis sofrerão com isso e não receberão as graças que de outro modo poderiam receber.
A IMITAÇÃO DE CRISTO
E - Belzebú, fala por ordem da Santíssima Virgem, em nome (...) diz a verdade!
B - A propósito destas virtudes, devo acrescentar que é preciso que esse nojento livro, a Imitação de Cristo, de Thomas Kempis, que nós lá em baixo tanto tememos (gane como um cão), seja citado, difundido e lido. Não deve faltar em nenhuma família católica e deve ser lido. O melhor seria ler um capítulo todas as noites e esforçar-se por seguir e pôr em prática os seus ensinamentos. Na medida do possível, deveria ler-se a antiga edição, a completa; na edição moderna já foram feitas algumas modificações. Com o andar do tempo acabam por mudar tudo! Por isso, deveis procurar arranjar os livros antigos. Se houver poucos, será preciso reeditá-los.
Em todo o caso, também deveríeis pregar sobre A Imitação de Cristo, utilizar e desenvolver os assuntos que nela se encontram, inculcá-los no coração dos fiéis. A Imitação de Cristo é o verdadeiro grão e não palha. É uma obra que vem do Céu. O Céu a quer e a recomenda, já que ela põe a Cruz de Cristo sob os olhos de todos, concretamente, ensinando como se deve imitar a Cruz de Cristo. Assim, o homem aprende como Cristo sofreu e como ele próprio deverá sofrer se quiser avançar um passo ou um decímetro atrás d'Ele. Deve ter sempre presente que, com tudo isto, ainda estará longe de ser um santo e que se deve julgar com humildade. É imprescindível que insistais neste ponto.
Há milhares de pessoas, poderíamos dizer milhões, que crêem que são boas porque fizeram isto ou aquilo. Mas isso não basta! Só serão verdadeiramente boas quando não se acharem ainda boas, pensando que fizeram muito pouco e que poderiam ter feito muito mais. Serão boas quando se julgarem com humildade e fizerem por Cristo tudo o que estiver nas suas mãos.
OS DEVERES DA MULHER VISTOS PELA SANTÍSSIMA VIRGEM
B - A Santíssima Virgem diz que Ela sempre cumpriu os seus deveres caseiros, que o fez com humildade, para maior glória de Deus e com o objetivo único de servir a Cristo e que não convém que uma pessoa se queira enaltecer acima dos seus serviços e deveres.
Ela faz-me dizer que nunca esteve presente durante a vida pública de Cristo, embora tivesse grande desejo de O acompanhar. Ela amava o seu Filho a tal ponto que vê-Lo partir lhe causou uma dor e um tormento enorme. Ela sentia-se-lhe ligada, como se Ele fosse parte do seu próprio corpo. Os laços que a prendiam a Ele eram mais fortes que os dum irmão à irmã ou de um pai à mãe. Só se sentia bem na sua proximidade, mas apesar de tudo isso quis manter-se ignorada e ficou em casa. A partir desse momento só O viu raras vezes.
Procedendo assim, revelou a sua humildade, para que também as pessoas aprendessem a ser humildes. Foi alguma vez personagem principal no Altar ou na Missa? Quis manter-se sempre ignorada, embora fosse a criatura mais grandiosa, a mais universal. Ela vale mais que todos os Padres e religiosos juntos. Ela é a maior entre as maiores, escolhida por Deus para guiar a Igreja e para ser Sinal, para ser o grande Sinal, a Mãe do Salvador. Ela é também a Rainha dos Anjos. Mas é preciso dizer a todos que, apesar disso, viveu ignorada e entregue aos seus trabalhos caseiros.
Não compete à mulher desempenhar funções públicas, por exemplo, como conselheira do Governo ou Doutora de Ciências.
Não é conveniente mostrar-se assim e, por outro lado, desprezar os deveres de dona de casa. Qualquer trabalho, mesmo o mais insignificante e humilde de uma dona de casa, que serve a Deus e à sua família de todo o coração, tem mais valor do que a mais bela e melhor conferência duma mulher doutora, ainda que o seu discurso ressoe através de todos os microfones e seja registrado por todos os jornais. Uma mulher destas vale muito menos lá em cima do que uma Mãe que leva a sua Cruz cotidiana, educa bem os seus filhos e aceita o filho que concebeu.
Quando tudo suporta com paciência, faz o seu trabalho humildemente, alimenta, cuida e veste os seus filhos, educa e limpa a prole, tem mais valor, perante a “malta dos três, lá de cima” (refere-se a Santíssima Trindade) do que uma mulher que só pensa em fazer figura. Poderíamos citar aqui as palavras: “Quem se humilha será exaltado, e voará como uma flecha.” Quando uma mulher não aceita os seus deveres caseiros e só aspira a grandezas, não pode conservar-se humilde.
Toda a mulher que se quiser elevar, será humilhada no Céu. Pelo contrário, todas as que se humilham, encontram-se no bom caminho. Obtêm para as suas famílias e para os povos muito mais graças do que outra que só pense em brilhar. Como resultado do orgulho surge o aborto. A mulher já não quer ser apenas “mãe de família”, com um papel a desempenhar: a educação dos filhos. Quer ser e parecer algo mais. Este é um dos motivos da morte de muitas crianças por aborto. É claro que há muitas mães que se encontram em grande necessidade. Essas deveriam ser auxiliadas por palavras e obras. Deveriam deixar viver o filho, mesmo que fosse muito duro. O seu sacrifício transformar-se-ia em fonte de bênção.
E - Em nome da Santíssima Trindade, do Pai (...)!
B - Se as mulheres estivessem mais tempo ao fogão e preparassem boas refeições aos maridos, decerto não haveria tantos divórcios, como atualmente. Se as mulheres cumprissem melhor os seus deveres de donas de casa e proporcionassem aos maridos um ambiente caseiro mais agradável, não haveria tantas desavenças e separações.
Se não existissem tantos homens e mulheres em concubinato, haveria mais cônjuges dotados de espírito de sacrifício e menos lares desfeitos. Quando desaprendem, no tempo de concubinato, o que é o sacrifício e não sabem o que é renunciar como quereis que venham a constituir família? Aos seus olhos, o casamento exige muitos sacrifícios e privações. Sempre assim foi, é assim e há-de ser sempre assim.
Entre os que viveram juntos durante muito tempo, poucos são os que vêm a casar. Além disso, é muito difícil para uma pessoa que durante anos viveu à vontade, voltar atrás e corrigir-se. Mesmo que essa pessoa quisesse mudar de vida, ser-lhe-ia bem mais difícil do que a uma outra que viveu normalmente, sem divagações para a esquerda ou para a direita, para a seu belo prazer colher aqui as uvas e ali os rabanetes.
BOAS LEITURAS E IMAGENS PIEDOSAS
E - Em nome (...) diz a verdade! Diz o que a Santíssima Virgem quer que digas e só a verdade!
B - Devo acrescentar ainda o seguinte: o livro, A Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, os livros da venerável (Santa para o Céu) Catarina Emmerich, assim como os de Maria de Jesus Agreda e o livrinho Imitação de Cristo de Thomas Kempis, têm grande valor (geme). Não quero falar disso.
E - Em nome (...) diz a verdade!
B - É preciso que estes livros sejam difundidos. Mas também é necessário procurar neles temas para homilias, ideais, o que é muito importante para o confuso mundo de hoje, para os fiéis do nosso tempo.
E - Diz a verdade Belzebú, fala em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, da Imaculada Conceição, de S. Miguel Arcanjo!
B - Tenho que falar do imenso valor destas “desbotadas” estampas com imagens piedosas. Já falei uma vez acerca deste assunto. Deveis falar dele, do alto dos púlpitos, e é também necessário que fique registrado no livrinho. Sobretudo as estampas que contêm promessas têm um grande valor. E vós deveis dar a conhecer essas promessas, que foram feitas a pessoas piedosas. Muitos não as conhecem e até ao presente nunca as leram. A propósito da estampa com a Agonia de Cristo, onde Cristo está ajoelhado no Jardim das Oliveiras com o Cálice, há uma oração à qual estão ligadas grandes promessas. É necessário mencionar também a imagem de Jesus Misericordioso e o Terço da Misericórdia, a que estão também ligadas promessas importantes.
Seria ótimo ter destas estampas em grandes quantidades por toda a parte, distribuí-las e mesmo... sim, lançá-las por todo o lado e, se isso fosse possível, colá-las às costas de cada um. Sois tão estúpidos como cegos! Tendes à vossa disposição essas pagelas, essas promessas, esses privilégios e não o utilizais, pelo menos a grande maioria das pessoas não se servem delas! Há ainda outros folhetos deste gênero, por exemplo, o da Santa Brígida da Suécia e do Coração de Jesus. A devoção ao Coração de Jesus está atualmente muito reduzida. A ela estão também ligadas grandes promessas e o mesmo se pode dizer da devoção ao Imaculado Coração de Maria. A Verdadeira Devoção, segundo S. Luiz Maria Grignion de Montfort, também quase caiu no esquecimento. Se soubésseis o valor destes folhetos com imagens, que acabo de mencionar, em particular as da Santa Face, da Agonia de Cristo e de Jesus Misericordioso, pôr-lhe-íeis uma moldura em ouro, tal como ao Terço!
E - Belzebú, tu citaste ainda outras. Quais?
B - A devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Coração Imaculado de Maria, com as suas importantes promessas, o Terço da Misericórdia, a contemplação da amarga Agonia de Cristo e a devoção à Santa Face estas cinco ocupam o lugar de honra. Difundi-as por toda a parte. Ela (aponta para cima) assim o quer. Deveis falar delas nas vossas homilias. Estas devoções encerram grandes virtudes. Se as pessoas conhecessem estas coisas, se soubessem perseverar na oração, ter-se-iam convertido ou, pelo menos, não cairiam tão baixo (geme).
O PAPA E A IGREJA
E - Belzebú, continua a falar, diz tudo o que tens a dizer...
B - A situação atual do mundo é muito grave. O Papa sofre tanto. Como lhe é insuportável ver o que se passa! É um mártir, sofre mais do que Santo Estevão! Como ele já pouco pode dizer, deveis ao menos dedicar-vos à difusão destes livros de Maria Agreda, de Catarina Emmerich e da Imitação de Cristo. É isso que os lá de cima desejam.
* O livro de Agreda, A Mística Cidade de Deus, foi escrito em 1665.
Para adquirir os livros de Maria de Jesus Agreda - Mosteiro Portaceli - Caixa Postal, 595 - CEP:84001-970 - Ponta Grossa - Paraná. ou Editora Correio da Rainha da Paz | Rua João do Couto Satyro, 23 - 82300-540 - Curitiba/PR Telefones (41) 3272-6442 - (41) 3053-0403 - www.rainhadapaz.net
E - Que é que tens ainda a dizer, Belzebú? Fala em nome da Santíssima Trindade!
B - Dar-se-á, sem dúvida, um grande combate, um grande combate! Ela, lá em cima (aponta para cima), bem o sabe.
E - Diz a verdade, em nome da Santíssima Trindade, da Santíssima Virgem Maria, do S. Miguel Arcanjo, e em nome de todos os Santos Anjos e Arcanjos!
B - O Papa sofre horrivelmente por causa da nova Missa. Ele sabe que o documento relativo à Missa não foi acolhido como ele desejaria, e que a nova missa... (solta gritos horríveis).
E - Em nome da Santíssima Trindade, diz a verdade!
B - Ah! Nós não gostamos de falar do Papa. Temos mais que fazer, temos que nos ocupar dos homens. Nós já não podemos atacar pessoalmente o Papa (rosna desesperado).
E - Belzebú, tens de dizer a verdade, em nome da Santíssima Trindade (...), da Bem Aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus! Diz o que tens a dizer!
B - Nós já uma vez afirmámos que o Papa Paulo VI tinha elaborado e queria promulgar um documento a favor da antiga Missa. Por outras palavras: o Papa queria reintroduzir a Missa de S. Pio V, a Missa Tridentina. Tinha redigido, com todo o cuidado, um documento nesse sentido. Era, então, seu desejo publicá-lo Urbi et orbi. Alguns dos seus subordinados entraram em deliberação para verem como poderiam impedir o restabelecimento da antiga Missa. Redigiram então outro documento, que imitava o primeiro duma maneira tão perfeita, quer no formato, quer na redação, que seria difícil uma pessoa aperceber-se, à primeira vista, de que se tratava dum documento falso.
E - Porque é que o Espírito Santo permite estas coisas? Belzebú diz a verdade (...)!
B - Permite-as, para que se cumpram as Escrituras. Há muito que se afirma que virão tempos tão confusos que cada um dirá: “Cristo está aqui!” ou “Cristo está ali!” Hoje, uns dizem “Isto é melhor” outros afirmam “aquilo é melhor”, e ninguém sabe o que quer. Cada um pensa que é bom, que é superior, e põe-se à frente dos outros. Há mesmo pessoas que seguem a muitos “Cristos”..., e outras que seguem somente um... normalmente o falso (ri maldoso).
E - Mas a Igreja Católica é guiada pelo Espírito Santo (...). Em nome (...)!
B - Sem dúvida que a Igreja é guiada pelo Espírito Santo, mas se certos Cardeais e Bispos não forem melhores, não é culpa nossa que se deixem levar pela nossa malícia.
E - Continua Belzebú, diz o que tens ainda a dizer em nome (...)!
B - No fundo, a Igreja não precisava de sofrer esta crise, mas é necessário que as coisas se passem assim, que o mundo seja passado a crivo, segundo a profecia do próprio Cristo. Virão brevemente tempos em que só haverá uma esquerda e uma direita e nenhuma situação intermédia. Talvez as coisas não se passassem assim, se não tivéssemos chegado a esta confusão. É preciso que o mundo seja passado a crivo. Os cristãos que ficarem serão melhores que os dos últimos cinco séculos da Igreja.
E - Em nome da Santíssima Trindade, do Pai, do Filho do Espírito Santo, nós te ordenamos Belzebú, que digas tudo o que tens a dizer da parte da Santíssima Virgem!
B - Eu, Belzebú, devo ainda dizer que as revelações do Apocalipse de S. João, tal como se encontram na Bíblia, são mal compreendidas pela maior parte das pessoas, porque foram escritas numa linguagem misteriosa. Para melhor as compreender deve consultar-se o livro de Maria Agreda. Lá se encontra a explicação de muitas coisas relativas à Revelação.
Estamos nos últimos tempos e é por isso que todos os fiéis devem pegar nestes livros e seguir os seus ensinamentos. Neles encontrarão uma melhor informação sobre todas estas coisas.
VERDADEIRAS E FALSAS ALMAS PRIVILEGIADAS
E - Belzebú, diz a verdade em nome da Santíssima Trindade, da Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, diz o que tens a dizer!
B - Atravessamos uma época de grande confusão e guerras. Aquilo que os lá de cima mais lamentam é o aparecimento, hoje em dia, de tantas almas privilegiadas que, na realidade, não o são. Muitas destas almas privilegiadas não o são verdadeiramente. Devo acrescentar ainda - e faço-o contra a minha vontade -, que muitos fiéis têm tendência a seguir, com fanatismo, os que se dizem almas privilegiadas. Na verdade, isso é mais fácil do que seguir a Cruz.
Relativamente às autênticas almas privilegiadas, encontramos sempre a Cruz, a incredulidade, a oposição e contradição. E as coisas passam-se assim, porque nós, demônios, permanecemos por detrás de tudo e não queremos o bem. Mas a maioria dos fiéis, pelo menos grande parte deles, tem mais tendência a seguir, não as autênticas almas privilegiadas, mas aquelas onde há muita charlatanaria e fanatismo.
Nunca houve tantas falsas almas privilegiadas como atualmente! É por isso que muitos fiéis, mesmo fiéis piedosos, são induzidos em erro, sobretudo quando se trata de pessoas pouco inteligentes. Nós temos um grande poder e utilizamo-lo especialmente para tentar as almas boas. Estamos a trabalhar afanosamente.
Muitos dos “milagres” que acontecem no seio de certas seitas e que se passam com certas almas privilegiadas, vêm lá de baixo (aponta para baixo). Pretende-se que tudo acontece pelo Espírito Santo, mas na realidade tudo é realizado por nós (aponta para baixo), em nome do inferno. Nós podemo-nos transformar em “Anjos de Luz.” Também é possível curar doentes, em nosso nome, se isso servir duma maneira vantajosa aos nossos objetivos.
É mais fácil aos perversos realizarem coisas extraordinárias pelo poder do inferno e em seu nome, do que às autênticas almas privilegiadas obterem do Céu coisas extraordinárias e verdadeiros milagres. A estas últimas é necessário muita oração e virtude. Por esse motivo é que com as almas privilegiadas autênticas se dão muito menos milagres visíveis. Além disso, acontece às vezes também que almas privilegiadas autênticas se desviem de Deus. É preciso estar muito atento. Também aqui é preciso lembrar aquele aviso: “Examinai tudo, e guardai o que é bom” (Tess. 5,21).
OS ÚLTIMOS TEMPOS
B - Cristo disse: Tempos virão em que vos será dito: “Cristo está aqui”, “Ei-lo ali.” Se alguém vos disser: “Ele está no deserto”, não o acrediteis, pois surgirão falsos Cristos e falsos profetas, que darão grandes sinais, de maneira tal que, se fosse possível, até os eleitos seriam enganados. Estas palavras poderiam aplicar-se muito bem às falsas almas privilegiadas. Muitos correm atrás delas como atrás de falsos Cristos. De fato, o Anti-Cristo surgirá como um falso Cristo, mas estas palavras podem aplicar-se também ao que acabo de referir.
E - Belzebú, diz a verdade em nome da Santíssima Trindade (...)!
B - Estais agora na prova, mas a Igreja ressuscitará com novo esplendor.
E - Em nome de (...)!
B - Escutai uma comparação tomada da figueira: quando no tronco aparecem as folhas, sabeis que o Verão está próximo. Assim também, quando virdes suceder estas coisas, sabereis que está perto o Reino de Deus (Lc.21,29-31). Agora, esse tempo está terrivelmente perto. Ela (aponta para cima) manda dizer: “Coragem! Fazei penitência e convertei-vos, enquanto ainda é tempo”... pois o Seu Dia vai chegar (ruge como um leão), o Dia da Justa cólera de Deus.
RESPOSTAS A ALGUMAS CRÍTICAS PELO PADRE ARNOLD RENZ, SDS.
1. Cristo não aceitou o testemunho dos demônios e ordenou-lhes: “Calai-vos”.
a) O próprio Cristo estava presente. Ainda não tinha revelado a Sua divindade e não necessitava do testemunho dos demônios. O Pai testemunharia por Ele.
b) Cristo também ordenou aos Seus Apóstolos que se calassem. Depois da Sua Transfiguração no Monte Tabor disse aos Apóstolos: “Não faleis a ninguém desta visão, enquanto o Filho do Homem não ressuscitar dos mortos” (Mt. 17,9).
c) A pouco e pouco Cristo foi preparando os homens para a revelação da Sua divindade. Por esse motivo é que recusou o testemunho dos demônios. Mas permitiu também que eles dissessem: “Nós sabemos quem és: és o Santo de Deus” (Lc. 4,34). Ele poderia ter impedido esta declaração, contudo não o fez.
2. Nós temos os ensinamentos da Igreja, não precisamos do testemunho dos demônios.
a) Os demônios não nos ensinam verdades de fé. Quando falam de si próprios, sobretudo quando dizem o que querem, misturam habitualmente e habilmente a verdade e o erro.
b) Não se devem fazer perguntas indiscretas. Quando isso acontece, deve contar-se com respostas mentirosas. Isto não se aplica só aos demônios, mas também aos videntes e às almas privilegiadas. Infelizmente, são muitas vezes tomados por agências de informações. Por exemplo, uma vez perguntaram ao Santo Cura d'Ars: “O meu marido está no Purgatório?” Ele respondeu: “Isso é que não lhe sei dizer. Nunca lá estive.”Pelo contrário, noutra ocasião, respondeu: “O homem em questão, salvou-se. Teve tempo de fazer um ato de contrição.”Neste caso havia um motivo especial. Não se tratava apenas de dar a resposta a um pergunta curiosa.
c) A existência dos demônios é um fato. A Sagrada Escritura informa-nos sobre a existência do inferno e dos demônios. O Papa fala da existência e da ação dos demônios. Apesar disso, muitos não o acreditam. Por esse motivo é que a Santíssima Virgem disse ao Padre Gobbi: “O Papa sofre e reza; está sob uma cruz que o consome e que o mata. Agora, ele também falou, mas a sua voz é como a semente caída no deserto. A minha Igreja transformou-se num deserto, ou em algo ainda pior.”* Através dos possessos a existência e a ação dos demônios tornam-se palpáveis. Ela é, além disso, um sustentáculo para a nossa fé.
d) As verdades ensinadas pela Igreja estão atualmente reduzidas ao silêncio. Por exemplo, quem falou nestes últimos anos do Inferno e dos demônios? O inferno e os demônios foram praticamente considerados tabu para a pregação da Igreja, do Reino de Deus. Só com o caso Kligenberg** é que o problema voltou a ser discutido à escala mundial. Resultado: Uma divisão dos espíritos em que uns acreditavam e outros negavam a existência de satanás e do inferno. Daí resultou, por outro lado, uma negação dos fatos, por outro, uma fé renovada. Muitos, porém, foram levados a refletir sobre o inferno e satanás, o que nunca teria acontecido se não fosse o caso Klingenberg.
e) Nós não necessitaríamos nem das revelações feitas nos lugares de Aparições, nem das revelações de Videntes ou almas privilegiadas, se lêssemos mais seriamente a Sagrada Escritura. Assim, por exemplo, Maria diz ao Padre Gobbi: “As Minhas mensagens multiplicam-se tanto mais, quanto mais a voz dos meus servos se recusa a anunciar a verdade. Aquelas verdades tão importantes para a vossa vida já não são proclamadas, por exemplo: os ensinamentos sobre o Paraíso que vos espera, sobre a Cruz de Meu Filho que vos salva, sobre o pecado que fere o Coração de Jesus e o Meu, sobre o inferno, no qual tantas almas se precipitam diariamente, sobre a urgência da oração e da penitência.”
f) Se os demônios se limitassem a falar de si próprios, tínhamos que recusar as suas revelações. Mas, precisamente nestes últimos casos de possessão, a Santíssima Virgem mostra o Seu poder e a Sua soberania. Ela obriga os demônios a manifestar verdades necessárias à Igreja do nosso tempo, verdades esquecidas que é preciso relembrar.
g) Os ensinamentos da Igreja são recusados, do mesmo modo que as mensagens da Santíssima Virgem nos lugares das Suas Aparições e as revelações das almas privilegiadas. Recusam-se as lágrimas, as lágrimas de sangue da Mãe do Céu. Agora, a Santíssima Virgem tenta ainda um novo meio: as revelações dos demônios. Mas também elas, por sua vez, só são aceitas onde ainda brilha um mínimo de boa vontade.
h) As revelações dos demônios não são senão um favor do Céu, uma prova do Amor pleno de solicitude da Santíssima Virgem.
i) A Santíssima Virgem disse, nas bodas de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser.” Mas hoje, já não se faz o que Ele nos diz. A Santíssima Virgem repete-nos hoje, mas com mais urgência: “Fazei o que Ele vos disser.” Ela di-lo mesmo através dos demônios, para que nós sejamos salvos e para que contribuamos para a salvação dos outros.
j) Como, Mãe da Igreja, assim a definiu Paulo VI no Concílio, tudo quer fazer para salvar os Seus filhos, os resgatados por seu Filho. Teriam, porventura, as almas menos valor para Ela do que para o inferno, que emprega todos os esforços, que trabalha sem cessar, para as perder?
* Referia-se à alocução de S.S. Paulo VI sobre o demônio. Os textos destas locuções encontram-se em “Nossa Senhora aos Seus Sacerdotais”, Braga, 1986.
** Caso de uma rapariga que morreu durante o exorcismo oficial.
3. Mas como é possível que os demônios falem entre si, falem em detrimento do inferno? Eles só podem querer o mal da Igreja!
a) É claro que os demônios só querem fazer-nos mal. Não nos querem dizer o que contraria o inferno. O seu objetivo principal é denegrir a Igreja, sempre que isso for possível. Mas já Goethe punha estas palavras na boca do demônio: “Eu sou a força que só quer o mal, e que contudo, pratica sempre o bem.” *
b) O que se passa com os possessos é precisamente isto: o poder da Santíssima Virgem exprime-se de maneira tangível, quando força os demônios a anunciar o bem e a verdade.
c) Os demônios não querem fazer estas revelações. Só as fazem quando são obrigados, sob o poder e as ordens da Santíssima Trindade e a da Santíssima Virgem. Só fazem estas revelações quando, intimados em nome da Santíssima Trindade, da Santíssima Virgem, do Coração Imaculada de Maria ou em nome de Jesus, são obrigados a dizer a verdade e só a verdade. (No texto, estas exigências feitas aos demônios foram, na sua maioria abreviadas ou omitidas, por falta de espaço e para que a leitura não se tornasse excessivamente monótona). Mas sem essas ordens, pode acontecer, como aliás aconteceu ouvir o demônio exclamar: “Estás a ser insolente.” Porquê? interrogou o exorcista . “Dizes apenas: diz a verdade! Se falas só em teu nome, então não somos obrigados a revelar o que quer que seja!”
d) Estas revelações são uma dádiva que o Céu concede à Igreja. Se assim forem consideradas podem fazer muito bem. Para muitas almas, podem significar o bem espiritual e a salvação, para a Igreja, a renovação. Por isso mesmo é que os possessos sofrem tão horrivelmente, sofrem até ao limite do possível. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a jovem Annelise Michel, no caso Klingenberg, que morre depois do exorcismo. A esse respeito, confessarão os demônios: “Nós atormentámo-la para lá de qualquer medida, a tal ponto que deveria ter desesperado e desistido. Nós esperávamos que, no seu desespero caísse nas nossas mãos. Mas não conseguimos alcançar o nosso objetivo! Ela resistiu e nós, demônios, fomos horrivelmente injuriados por lúcifer.” E os demônios acabaram mesmo por confessar: “Se ela não foi imediatamente para o Céu, decerto chegou bem alto, bem alto.”
Aqueles que conhecem a vida da possessa destes “Avisos” puderam verificar os sofrimentos monstruosos que ela desde há anos vem agüentando. Tais sofrimentos e uma vida assim são garantia da autenticidade desta possessão e destas revelações. É por isso que o livro constituirá uma obra importante, para o bem das almas e para a Igreja.
e) O inferno agita-se e procura destruir o livro. Sem a proteção da Santíssima Virgem e da Santíssima Trindade não se teria conseguido vencer os obstáculos e as dificuldades, e a sua publicação jamais teria sido possível. Os próprios demônios tiveram que reconhece-lo. Aliás, todos aqueles que nele colaboraram, bem o sabiam, mesmo sem as revelações demoníacas. Estas, só o vieram a confirmar mais tarde.
f) Para os exorcismos e adjurações a partir de 10 de Junho e até 3 de Julho posso dizer que segui as instruções do “Ritual Romanum”, segundo as quais o exorcista não se deve deixar levar no engodo das palavras dos demônios ou pôr perguntas sobre questões futuras ou secretas, pois não é nisso que consiste o seu trabalho.
g) Pelo desenrolar das “Confissões” verificou-se que a Santíssima Virgem decerto, como um último recurso, quis revelar pela boca dos demônios o que é útil para a Igreja e para o bem das almas. Só neste sentido, é que foram feitas perguntas e exigidas novas revelações, mas “somente a verdade e o que a Santíssima Virgem quer.”
h) Antes das revelações importantes foram exigidas certas e determinadas orações, “para que nós (demônios) sejamos obrigados a dizer a verdade.”
i) Se os demônios não falassem a “linguagem do inferno”, a possessão não seria autêntica. Os demônios voltam sempre a exprimir o seu ponto de vista. O leitor reconhecerá facilmente quando os demônios exprimem o seu próprio ponto de vista.
j) Os demônios estão ligados ao “instrumento”, no seu modo de falar. Também é possível que as idéias do “instrumento” (da pessoa possessa) se misturem com as suas revelações. É por isso que é sempre necessário confrontar as revelações com os ensinamentos verdadeiros da Santa Igreja. “Examinai tudo, retendo apenas o que for bom” diz S. Paulo.
k) Num tempo em que os demônios são particularmente poderosos como parece ser agora o caso, parece muito oportuno que a Santíssima Virgem, a vencedora de todos os combates de Deus que há-de esmagar a cabeça a satanás, os force a fazer revelações mesmo contra a sua vontade, para bem dos homens e da Igreja. Também isto é um triunfo de Maria.
m) Se Ela pede constantemente que o livro seja impresso o mais rapidamente possível (porque o tempo urge?), certos pontos mais obscuros não puderam ser acompanhados de notas explicativas.
n) Durante a realização deste livro rezou-se muito. Os próprios demônios pediam constantemente, da parte da Santíssima Virgem, certas e determinadas orações. “Rezai muito ao Espírito Santo!”
Se o leitor, por seu lado, aceitar este convite, decerto tirará grande proveito desta leitura. Há-de receber a luz necessária, mesmo para aquelas passagens que não têm a necessária clareza.
* O demônio pratica e quer só o mal, mas Deus faz com que tudo concorra para o bem daqueles que ama, inclusivamente a ação do diabo.
N.B. A documentação final esclarece alguns pontos controversos do Exorcismo e dá ao leitor a linha doutrinal da Igreja nestas matérias.
O QUE É A POSSESSÃO?
Pelo Padre Arnold Renz, SDS
Provas da existência do demônio: Elas encontram-se nos ensinamentos de Cristo nas Sagradas Escrituras; nos ensinamentos do magistério eclesiástico; nos ensinamentos dos Papas, representantes de Cristo. Estes ensinamentos concordam: o demônio existe.
A ação do demônio: O demônio exerce um grande poder, não apenas pela sua ação íntima sobre os homens e pela tentação, para os fazer cair em pecado e os afastar de Deus, mas também pelo seu domínio sobre determinadas pessoas através da possessão.
A Possessão: Embora a possessão não possa ser provada nem confirmada pela Ciência (Psicologia) ela tenta estudá-la, saindo assim da sua competência. A sua existência tem, no entanto, de ser aceita. Mesmo abstraindo dos ensinamentos do Magistério e das Sagradas Escrituras, ela foi experimentada por Santos (por ex: S. João da Cruz, o caso duma religiosa na vida de Santa Teresa de Ávila, o Santo Cura d'Ars e tantos outros). A história da Igreja fornece um grande número de casos de possessão, que não são aqui mencionados.
É preciso grande prudência na aceitação de certos casos de possessão, pois existem doenças psicológicas que se assemelham muito a possessões. Há diferentes fenômenos, ou manifestações, que provam a possessão. O mais evidente á a reação ao exorcismo feito apenas mentalmente: é o chamado “exorcismus probativus.” Mas mesmo neste caso é possível que os demônios se escondam, que não se manifestem e não reajam. No caso de não reagirem, isso não prova que eles não estejam presentes. Mas se reagem, isso prova que há possessão. Um fator importante é fornecido pelo comportamento perante objetos benzidos, relíquias, água benta, medalhas... Mas, neste caso, não é preciso que a pessoa saiba previamente que os objetos estão benzidos.
O comportamento perante a água vulgar e a água benta é um sinal da presença dos demônios. Certas pessoas tem o dom de distinguir a água vulgar da água benta, mas a sua reação não é uma rejeição furiosa. A reação furiosa não se pode explicar dum modo natural.
Um outro sinal comprovativo é o sucesso do exorcismo. Citamos apenas um caso: o dos pequenos possessos de Illfurt(1). Estes demônios puderam ser expulsos. Depois da sua expulsão, por exorcismos que se prolongaram durante dois anos, as crianças ficaram absolutamente normais.
O fracasso do exorcismo será um sinal negativo?
a) Se não há realmente possessão, o exorcismo não pode resultar. Em certos casos pode até mesmo prejudicar.
b) Há casos de possessão que têm um objetivo particular: por exemplo, a purificação de uma pessoa que vive no pecado ou o castigo para uma vida de pecado, mas também há especialmente casos de pessoas que se consagram ao diabo. Tais casos são, na maior parte das vezes, longos e exigem um esforço enorme da parte do exorcista, mas não são casos desesperados, sobretudo se a pessoa tiver boa vontade (o caso de Magda com o Padre Rodewyk). (2)
c) Um caso particular de possessão é o que se chama “possessão expiadora.” As pessoas em causa não são pessoalmente culpadas. Podem, por exemplo, ter sido amaldiçoadas. Porque é que num ou noutro caso a maldição dá efeito e noutros não? Continua a ser um mistério. Se certas pessoas aceitam sofrer por outras, tal disposição pode traduzir-se em possessão. A possessão obriga a um sofrimento horrível. A história mostra que os possessos que sofreram muito tempo não chegam a velhos (o caso dos meninos de Illfurt). Há possessos que sofrem pela humanidade, pela Igreja ou por determinados grupos de pessoas, por exemplo, Sacerdotes.
d) Quando se consideram certos casos como, por exemplo, o de Nicolau Wolf, de Rippertschwand,(3) ou o de Altotting,(4) pode-se pensar que estes casos têm uma missão especial a cumprir na Igreja: não só pelos sofrimentos evidentes, mas também pelas suas revelações. Podíamos citar aqui o caso que é objeto desta obra ou o caso Klingenberg.(5) As revelações feitas nestes casos devem ser consideradas um testemunho e um auxílio à Igreja nos tempos difíceis que atravessa. Estes casos resistem ao exorcismo até se cumprirem determinados objetivos. No caso de Klingenberg, o sofrimento prolongou-se até à conformação com Cristo e a morte na Cruz. Anneliese morreu de fome e sede.
O demônio declara nesta obra a propósito de Klingenberg: “Deus submeteu esta família e a todos os que tomaram parte no assunto, a uma prova indizível. Ele chamou a Si essa pobre alma sofredora, para que acabasse o seu martírio e pudesse gozar da Beatitude eterna.” Acrescentaram depois: “Mesmo que ela (Anneliese) não tivesse sido imediatamente elevada à eterna Bem-Aventurança, ficou muito alto, muito alto”(10 de Junho de 1977). A morte de Anneliese foi permitida por Deus e não devida a um fracasso do exorcismo.
Em que é que consiste exatamente a possessão?
No caso dos possessos, o demônio não só toma posse da alma da pessoa, como é o caso do pecado grave ou “pecado mortal”, como também do corpo e das forças físicas, psíquicas, de modo que a pessoa deixa de poder dispor livremente do seu corpo, do seu espírito e da sua vontade. Outro demônio apoderou-se deles. A pessoa possessa não pode reagir contra o que os demônios querem fazer por seu intermédio. No entanto, uma ponta de inteligência, a mais profunda, e a vontade, podem opor-se a todo o mal que os demônios querem impôr. Neste caso, a pessoa não comete qualquer falta. Ainda menos se pode falar de culpa, se durante a “crise”, ou depois dela, a pessoa não se lembra de nada. Foi o caso, por exemplo, das crianças de Illfurth que, no fim, de nada se lembravam do que tinha acontecido durante a possessão.
Muito especialmente, nos casos de “possessões expiadoras”, há o que se chama a possessão lúcida, isto é, a pessoa possessa sabe totalmente ou em parte, o que faz e diz. Nestes casos, estamos perante um sofrimento imensamente penoso, que é suportado com pleno conhecimento.
Causas da possessão: Resumindo: pode haver um pecado grave, que abre as portas aos demônios. Pode acontecer que a pessoa em causa se entregue ao demônio por um pacto assinado com o seu próprio sangue (o caso de uma religiosa, na vida de Santa Teresa de Ávila e S. João da Cruz) que essa pessoa se entregue a práticas ocultas ou que tenha uma intenção especial: reparação ou algo semelhante.
A possessão e a Ciência: Satanás e a possessão pertencem ao sobrenatural. A Ciência não tem acesso ao sobrenatural. Ela ocupa-se dos fenômenos. Se a Ciência discute sobre satanás ou sobre a possessão, ultrapassa os limites da sua competência e não merece crédito. O mesmo se pode dizer quanto à Psicologia e à Medicina.
É razoável e até aconselhável, quando se desconfia de que há possessão, pensar em primeiro lugar, nas causas naturais e também nas doenças psíquicas. Mas a razão exige que se atenda à possibilidade de uma possessão. Um exame cuidadoso do caso deve estabelecer as causas do estado da pessoa. O fracasso da Medicina no tratamento do caso pode ser um sinal de possessão. Quando a Ciência desiste, é preciso que o caminho fique aberto ao exorcismo, ao remédio apresentado pela Igreja, conforme as ordens de Cristo: “Expulsai os demônios”(Mt.10,8). O erro, segundo o qual, Cristo estaria condicionado pela mentalidade do seu tempo, relativamente aos demônios, contradiz a Sua Divindade e deve ser rejeitado.
A Possessão é uma doença?
Fundamentalmente a possessão não é uma doença; no entanto, pode atrelar-se a uma doença. Muitas das vezes, as doenças dos possessos desaparecem com a expulsão do demônio e não podem ser combatidas pela medicina.
Que é exorcismo?
O exorcismo é o remédio da Igreja, que se esforça por expulsar o demônio pela oração, por leituras da Sagrada Escritura, por adjurações*, intimações em nome de Jesus, uso da água benta, bênçãos, Sinais da Cruz, a imposição da estola, a imposição das mãos. Seria um erro pensar que basta um único exorcismo para expulsar os demônios. É um duro combate entre o exorcista e os demônios. Estes repetem constantemente: “Nós não somos obrigados a partir já.” É por isso que também aqui é válido o aforismo: Deus tem a última palavra a dizer.
NOTAS
1) Padre P. Sutler: “O poder de satanás e a sua ação.”
Editora Siegfried Hacker, Grobenzell, 7. ed. 1975. História dos pequenos possessos de Illfurt. Há tradução em francês na editora Résiac.
2) P. Adolf Rodewyk, SJ: “A possessão demoníaca nos Tempos de Hoje.” o caso Magda. Edição alemã de Paul Pattloch, Aschaffnbourg, 1976.
3) Johann Erni Sermões do diabo Nicolas Wolf, de Rippertschwand. Editora Siegfried Hacker. Grobenzell, 1975. Edição alemã.
4) Teufelspredigt von Altoltting Sermões do diabo de altoltting.
5) Sobre o “Caso Klingenberg” ainda não há nada publicado em definitivo.
* Adjurações: Rogo, pedido instante, emprego do nome de Deus e dos Santos para imprecação; esconjuro; exortação.
Não confundir com Abjurar que significa: Renunciar, desdizer, negar com falso testemunho.