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Preparação para a Festa do Natal

 

29.11.1936. Nossa Senhora ensinou-me como devo preparar-me para a festa do Natal. Via-a hoje sem o Menino Jesus. Ela me disse: - Minha filha, busca o silêncio e a humildade, para que Jesus, que reside continuamente em teu coração, possa descansar. Adora- O em teu coração, não saias do teu interior. Pedirei para ti, minha filha, a graça da vida interior para que possas, sem abandonar o teu interior, cumprir exteriormente todas as tuas obrigações com uma exatidão ainda maior. Permanece com Ele continuamente em teu próprio coração. Ele será tua força; com as criaturas relaciona-te na medida em que a necessidade e a tua obrigação o exigirem. És morada agradável do Deus vivo, na qual Ele permanece continuamente com amor e prazer, e a presença viva de Deus que sentes de maneira mais viva e clara confirmar-te-á, Minha filha, naquilo que Eu te disse. Procura proceder assim até o Natal, e depois Ele mesmo te dará a entender de que maneira deverás conviver e unir-te com Ele. (Diário de Santa Faustina Nº 785)

 

30.11.1936. ...Quando, durante as vésperas, continuei a refletir sobre essa espécie de mistura de sofrimento e de graça, ouvi a voz da Mãe Santíssima: Fica sabendo, minha filha, que, embora Eu tenha sido elevada à dignidade de Mãe de Deus, sete espadas de dor transpassaram o Meu Coração. Nada faças para te defender, suporta tudo com humildade, e o próprio Deus te defenderá. (Diário de Santa Faustina N° 786)

 

† Véspera do Natal. Hoje me uni intimamente com a Mãe de Deus e revivi as suas experiências mais íntimas. À noite, antes da cerimônia da fração do pão ázimo, entrei na capela em espírito, partilhei o pão ázimo com os meus mais queridos e pedi à Mãe de Deus graças para eles. O meu espírito estava todo imerso em Deus. Durante a Missa do galo, vi na Hóstia o Menino Jesus, e meu espírito mergulhou Nele. Embora fosse uma pequena Criança, a Sua majestade invadia a minha alma. Senti-me profundamente invadida por este mistério; esse grande rebaixamento de Deus, esse inconcebível despojamento. Durante todo o Natal eu sentia isso vivamente na minha alma. Oh, nunca compreenderemos essa grande humilhação de Deus! — Quanto mais reflito sobre isso...  (Diário de Santa Faustina Nº 182)

 

A irmã K. Veio à tarde e levou-me para passar a festa de Natal em casa. Eu me alegrava por estar, de novo, com a comunidade. Passando pela cidade, eu imaginava que era Belém. Vendo todas as pessoas apressadas, pensei: “Quem medita hoje sobre esse Mistério em recolhimento e silêncio?”. Ó Virgem Imaculada, Vós hoje estais viajando, e eu estou em viagem. Sinto que a viagem de hoje tem o seu significado. Ó Virgem resplandecente, pura como o cristal, toda submersa em Deus, entrego-vos minha vida interior. Fazei tudo de forma que seja agradável ao vosso Filho. Ó minha Mãe, eu desejo tão ardentemente que me entregueis o Menino Jesus durante a Missa do Galo. — E senti no fundo da alma uma presença de Deus tão viva que fazia esforços para conter a alegria, para não dar a conhecer exteriormente o que se estava passando na minha alma. (Diário de Santa Faustina N° 844).

 

25.12.[1936]. Missa do Galo. Durante a santa Missa, a presença de Deus inundou-me toda. Um pouco antes da elevação vi a Mãe, o pequeno Jesus e São José. A Mãe Santíssima disse-me estas palavras: Minha filha Faustina, aqui tens o mais precioso Tesouro — e entregou-me o Menino Jesus. Quando tomei Jesus nos meus braços, a minha alma sentiu uma alegria tão inexplicável que não tenho condições de descrevê-la. Mas, coisa estranha, em seguida Jesus tornou-se pavoroso, horrendo, adulto, torturado — e desapareceu a visão, e era quase a hora da santa Comunhão. Quando recebi Nosso Senhor na santa Comunhão, a minha alma tremia toda sob a influência da presença de Deus. Um dia depois, vi o Menino Deus por um breve instante, durante a elevação. (Diário de Santa Faustina N° 846).