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Mártires em Silêncio...

 

Durante esta Quaresma, sentia frequentemente a Paixão de Nosso Senhor no meu corpo; sentia no fundo do meu coração tudo o que Jesus sofreu, embora exteriormente em nada se manifestassem os meus sofrimentos — sabe deles apenas o confessor.  (Diário N° 203).

 

Hoje estava limpando o quarto de uma das irmãs. Apesar de me esforçar por limpá-lo com o maior cuidado, durante todo o tempo da limpeza ela andava atrás de mim e dizia: “aqui tem um pouco de pó, ali uma pequena mancha no chão”. A cada indicação sua, eu limpava até dez vezes a mesma coisa, só para satisfazê-la. Não é o trabalho que cansa, mas esses resmungos e excessivas exigências. Não lhe foi suficiente todo aquele meu martírio do dia inteiro, mas ainda foi se queixar para a mestra. — “Olhe, madre, que irmã incompetente, que nem sabe fazer as coisas depressa”. — No dia seguinte fui executar o mesmo trabalho sem uma palavra de explicação. Quando começou a me incomodar, pensei comigo: “Jesus, é possível ser mártir em silêncio, pois não é o trabalho que tira as forças, mas esse contínuo martírio”.  Conheci que algumas pessoas têm o dom especial de incomodar os outros. Põem os outros à prova como podem. Nada adianta a uma pobre alma, quando cai nas suas garras; as melhores intenções são mal interpretadas. (Diário N°181 e 182).

 

Um dia, após a santa Comunhão ouvi esta voz: Desejo que Me acompanhes quando vou aos doentes. — Respondi que bem queria, mas em seguida comecei a refletir como poderia fazê-lo, pois as irmãs do segundo coro não acompanham o Santíssimo Sacramento, são sempre as irmãs diretoras que o fazem. Pensei depois comigo mesma que Jesus daria um jeito. Um pouco depois, a madre Rafaela mandou chamar-me e disse-me: “A irmã irá acompanhar Nosso Senhor, quando o padre for visitar os doentes”. — E por todo o tempo em que estive na provação, sempre andei com a vela acesa, acompanhando o Senhor e, como um cavaleiro de Cristo, procurava sempre cingir-me com o cinto de ferro, pois afinal não convinha acompanhar o Rei vestida como de costume. E esta mortificação eu oferecia pelos doentes. (Diário N°183).

 

† 25.04.1933 - Permissões mensais.

 

Ao passar perto da capela, entrar nela.
Rezar nos momentos livres de obrigações.
Aceitar, dar, emprestar coisas pequenas.
Uma segunda merenda de manhã e uma à tarde.
Algumas vezes ter licença de faltar no recreio.
Igualmente, às vezes, poderei não participar dos exercícios em comum.
Às vezes, poderei não participar das orações da noite, ou da manhã.
Às vezes ficar, por algum tempo depois das nove, ocupando-me dos meus trabalhos ou fazer os exercícios espirituais.
Quando tiver um pouco de tempo, escrever ou anotar alguma coisa.
Falar ao telefone.
Sair de casa.
Quando estiver na cidade, entrar numa igreja.
Visitar as irmãs doentes.
Entrar na cela de outras irmãs, em caso de necessidade.
Algumas vezes beber água fora de hora.

 

Pequenas mortificações


Rezar o Terço da Misericórdia Divina, com os braços abertos.
No sábado, uma parte do rosário com os braços abertos.
Algumas vezes, fazer orações, prostrada no chão.
Nas quintas-feiras, fazer a Hora Santa.
Nas sextas-feiras, alguma mortificação maior pelos pecadores agonizantes. (Diário de Santa Faustina N°246)

 

† Não julgar nunca a ninguém, ser indulgente com os outros, e severa para comigo mesma. Tudo referir a Deus e, aos meus próprios olhos, sentir-me o que sou — a maior miséria e o nada. Nos sofrimentos, comportar-me com paciência e calma, sabendo que com o tempo tudo passará. (Diário de Santa Faustina N°253)