Milagre Eucarístico de Bolsena Itália IV.jpg

Milagre Eucarístico de Bolsena - Itália - 1263.

 

A Catedral de Orvieto, na Itália, guarda um dos milagres Eucarísticos mais importantes na história da Igreja e que motivou o Papa Urbano IV a instituir a Solenidade de Corpus Christi.

 

Em Bolsena – Itália – 1263, Pe. Pedro de Praga duvidava sobre a presença de Cristo na Eucaristia e realizou uma peregrinação a Roma para rogar sobre o túmulo de São Pedro uma graça de fé.

 

Ao regressar, enquanto celebrava a Santa Missa em Bolsena, na cripta de Santa Cristina, a Sagrada Hóstia sangrou, manchando o corporal com o preciosíssimo sangue.

 

A notícia chegou rapidamente ao Papa Urbano IV, que estava muito perto de Orvieto e mandou que o corporal fosse levado até ele. A venerada relíquia foi levada em procissão e diz-se que o Pontífice, ao ver o milagre, ajoelhou-se diante do corporal e, em seguida, o mostrou à população.

 

Mais tarde, o Santo Padre publicou a bula “Transiturus”, com a qual ordenou que fosse celebrada a Solenidade de Corpus Christi em toda a Igreja na quinta-feira depois do domingo da Santíssima Trindade.

 

Do mesmo modo, o Papa Urbano IV encomendou a Santo Tomás de Aquino a preparação de um ofício litúrgico para a festa e a composição de hinos, que são entoados até o dia de hoje: Tantum Ergo, Lauda Sion.

 

A santa relíquia é conservada na Catedral de Orvieto e pode ser apreciada em uma capela construída em honra a este milagre Eucarístico. O corporal sai em procissão todos os anos durante a Festa de Corpus Christi e são presididas as celebrações Eucarísticas na Catedral.

 

São João Paulo II, durante sua visita à Catedral de Orvieto em 1990, assinalou que “Jesus se converteu em nosso alimento espiritual para proclamar a soberana dignidade do homem, para reivindicar seus direitos e suas justas exigências, para transmitir-lhes o segredo da vitória definitiva sobre o mal e a comunhão eterna com Deus”.

 

https://www.acidigital.com

Milagre Eucarístico de Bolsena Itália I.jpg
Milagre Eucarístico de Bolsena Itália II.jpg
Milagre Eucarístico de Bolsena Itália III.jpg

"Corpus Christi"

 

A Solenidade em honra ao Corpo do Senhor – “Corpus Chisti” –, que hoje celebramos na quinta-feira após a oitava de Pentecostes, mais precisamente depois da festa da Santíssima Trindade, foi oficializada somente em 1264 pelo Papa Urbano IV.

 

A festa de Corpus Chisti foi instituida, tendo como testemunho estes dois fatos: as visões de Santa Juliana e o milagre eucarístico de Bolsena.

 

Nos registros da Igreja, Santa Juliana de Cornillon, em 1258, numa revelação particular, teria recebido de Jesus o pedido para que fosse introduzida, no Calendário Litúrgico da Igreja, a Festa de Corpus Domini.

 

Santa Juliana nasceu, em 1191, nos arredores de Liège, na Bélgica. Essa localidade é importante, e, naquele tempo, era conhecida como “cenáculo eucarístico”. Nessa cidade, havia grupos femininos generosamente dedicados ao culto eucarístico e à comunhão fervorosa.

 

Tendo ficado órfã aos cinco anos de idade, Juliana, com a sua irmã Inês, foram confiadas aos cuidados das monjas agostinianas do convento-leprosário de Mont Cornillon. Mais tarde, ela também uma monja agostiniana, era dotada de um profundo sentido da presença de Cristo, que experimentava vivendo, de modo particular, o Sacramento da Eucaristia.

 

Inicio da festa

 

Com a idade de 16 anos, teve a primeira visão. Via a lua no seu mais completo esplendor, com uma faixa escura que a atravessava diametralmente. Compreendeu que a lua simbolizava a vida da Igreja na Terra; a linha opaca representava a ausência de uma festa litúrgica, em que os fiéis pudessem adorar a Eucaristia para aumentar a fé, prosperar na prática das virtudes e reparar as ofensas ao Santíssimo Sacramento.

 

Durante cerca de 20 anos, Juliana, que entretanto se tinha tornado priora do convento, conservou no segredo essa revelação. Depois, confiou o segredo a outras duas fervorosas adoradoras da Eucaristia: Eva e Isabel. Juliana comunicou essa imagem também a Dom Roberto de Thorete, bispo de Liége. Mais tarde, a Jacques Pantaleón, que, no futuro, se tornou o Papa Urbano IV. Quiseram envolver também um sacerdote muito estimado, João de Lausanne, pedindo-lhe que interpelasse teólogos e eclesiásticos sobre aquilo que elas estimavam.

 

Foi precisamente o Bispo de Liége, Dom Roberto de Thourotte, que, após hesitações iniciais, aceitou a proposta de Juliana e das suas companheiras, e instituiu, pela primeira vez, a solenidade do Corpus Christi na sua diocese, precisamente na paróquia de Sainte Martin. Mais tarde, também outros bispos o imitaram, estabelecendo a mesma festa nos territórios confiados aos seus cuidados pastorais. Depois, tornou-se festa nacional da Bélgica.

 

Festa de Corpus Christi

 

Dessa forma, a festa foi crescendo cada vez mais, e outros bispos faziam a mesma coisa em sua diocese. Tomou tal proporção, que veio a tornar-se não só uma festa do território da Bélgica, mas sim de todo o mundo. Sendo que, a festa mundial de Corpus Christi foi decretada oficialmente somente em 1264, seis anos após a morte de irmã Juliana, em 1258, com 66 anos.

 

Na cela onde jazia, foi exposto o Santíssimo Sacramento e, segundo as palavras do seu biógrafo, Juliana faleceu contemplando, com um ímpeto de amor, a Jesus Eucaristia, por ela sempre amado, honrado e adorado.

 

Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada, em 1599, pelo Papa Clemente VIII.  Como vimos, ela morreu sem ver a procissão de forma mundial.

 

O Milagre de Bolsena

 

Depois da morte do Papa Alexandre IV, foi eleito o novo Papa, o cardeal Jacques Panteleón. Naquela época, a corte papal era em Orvieto, um pouco ao norte de Roma. Muito perto dessa localidade fica a cidade de Bolsena, onde, em 1264, aconteceu o famoso Milagre de Bolsena.

 

Em que consiste esse milagre? Um padre da Boemia, Alemanha, que tinha dúvidas sobre a verdade da transubstanciação, presenciou um milagre. Durante uma viagem que fazia da cidade de Praga a Roma, ao celebrar a Santa Missa na tumba de Santa Cristina, na cidade de Bolsena, Itália, no momento da consagração, viu escorrer sangue da Hóstia Consagrada, banhando o corporal, os linhos litúrgicos e também a pedra do altar, que ficaram banhados de sangue.

 

O sacerdote, impressionado com o que viu, correu até a cidade de Orvieto, onde morava o Papa Urbano IV, que mandou a Bolsena o Bispo Giacomo, para ter a certeza do ocorrido e levar até ele o linho ensanguentado. A venerada relíquia foi levada em procissão a Orvieto em 19 junho de 1264. O Pontífice foi ao encontro do Bispo até a ponte do Rio Claro, hoje atual Ponte do Sol. O Papa pegou as relíquias e mostrou à população da cidade.

Começo da celebração mundial

 

O Santo Padre, movido pelo pelas visões de Santa Juliana, pelo prodígio e também a petição de vários bispos, fez com que a festa do Corpus Christi se estendesse por toda a Igreja por meio da bula Transiturus de hoc mundo, em 11 de agosto de 1264. Esses fatos foram marcantes para se estabelecer a festa de Corpus Christi.

 

A morte do Papa Urbano IV, em 2 de outubro de 1264, um pouco depois da publicação do decreto, prejudicou a difusão da festa. Mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e, no concílio geral de Viena, em 1311, ordenou mais uma vez a adoção desta festa. Em 1317, foi promulgada uma recompilação das leis por João XXII e assim a festa foi estendida a toda a Igreja.

 

Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/historia-da-igreja/conheca-a-historia-da-festa-de-corpus-christi-para-bem-viver-esse-dia/