O Espirito Santo III.PNG

Novena em honra ao Divino Espírito Santo

(De Santo Afonso Maria de Ligório)

 

Os fiéis que nestes dias, ou em qualquer outro tempo do ano, fizerem a Novena em honra do Espírito Santo, podem ganhar cada dia 300 dias de indulgência, e uma indulgência plenária, debaixo das condições de costume, num dos dias da Novena ou da oitava que a segue.

 

1º Dia da Novena do Espírito Santo

 

O amor é um fogo que abrasa

 

Et apparuerunt illis dispertitae linguae, tamquam ignis – “E apareceram-lhes repartidas umas como que línguas de fogo” (At 2, 3)

 

Introdução. A novena do Espírito Santo é a primeira de todas, porque foi celebrada pelos santos apóstolos e por Maria Santíssima no Cenáculo, entre muitos prodígios. Lembremo-nos de que ao divino Paraclito é atribuído especialmente o dom do amor. Convém, portanto, que nesta novena consideremos o grande valor do amor divino. Em primeiro lugar, o amor é aquele fogo que inflamou todos os Santos a fazerem grandes coisas para Deus. Se quisermos também ficar abrasados, apliquemo-nos sempre, mas em particular nestes dias, à oração, que é a fornalha onde o fogo do amor se acende.

 

I. Deus ordenou na antiga Lei que o fogo ardesse continuamente no seu altar: Ignis autem in altari semper ardebit (Lv 6, 12). Diz São Gregório que os altares de Deus são nossos corações, onde Ele quer que o fogo de seu santo amor arda sem cessar. Por isso o Eterno Pai, não satisfeito de nos ter dado Jesus Cristo, seu Filho, para nos salvar por sua morte, quis dar-nos ainda o Espírito Santo, para que habitasse em nossas almas, e as conservasse continuamente abrasadas de amor.

 

Jesus mesmo declarou que descera à terra exatamente para inflamar com este fogo sagrado os nossos corações, e que o seu único desejo era vê-lo aceso: Ignem veni mittere in terram, et quid volo, nisi ut accendatur? (Lc 12, 49) Eis aqui porque, esquecendo as injúrias e ingratidões dos homens, logo que subiu ao céu, nos enviou o Espírito Santo. – Assim, ó Redentor amadíssimo, na vossa glória, como nos vossos sofrimentos e humilhações, nos amais sempre?

 

Pela mesma razão o Espírito Santo quis aparecer no Cenáculo sob a forma de línguas de fogo: Et apparuerunt illis dispartitae linguae, tamquam ignis (At 2, 3) – “E apareceram-lhes repartidas umas como que línguas de fogo”. Por isso também a Igreja nos faz rezar com estas palavras:

 

“Ó Senhor, fazei que o vosso divino Espírito nos inflame com o fogo que Jesus Cristo veio trazer sobre a terra e que desejou tão ardentemente ver brilhar nela.”

 

– Foi este amor o fogo que inflamou os santos a fazerem grandes coisas para Deus: a amar os inimigos, a desejar os desprezos, a despojar-se de todos os bens terrenos e a abraçar com alegria os tormentos e a morte. O amor não pode ficar ocioso e nunca diz: Basta. A alma que ama a Deus, quanto mais faz por seu Amado, mais quer fazer ainda para mais lhe agradar e ganhar mais e mais a sua afeição.

 

II. O Espírito Santo acende o fogo do amor divino por meio da meditação: In meditatione mea exardescet ignis (Sl 38, 4) – “Na minha meditação se acenderá o fogo”. Se então desejamos arder em amor para com Deus, amemos a oração; ela é a feliz fornalha em que o coração se abrasa neste ardor celeste.

 

Meu Deus, até aqui nada fiz por Vós, que tão grandes coisas haveis feito por mim. Ah! Quanto a minha frieza Vos deve mover a rejeitar-me! Peço-Vos, ó Espírito Santo: Fove quod est frigidum – Aquecei o que está frio. Livrai-me da minha frieza e inspirai-me um grande desejo de Vos agradar. Renuncio a todas as minhas satisfações, e antes quero morrer do que dar-Vos o menor desgosto. – Aparecestes sob a forma de línguas de fogo; consagro-Vos a minha língua, para que não Vos ofenda mais. Ó Deus, Vós me destes a língua para Vos louvar e dela me tenho servido para Vos ultrajar e levar os outros também a ofender-Vos! Arrependo-me de toda a minha alma.

 

Ah! Pelo amor de Jesus Cristo, que na sua vida Vos honrou tanto com a sua língua, fazei com que de agora em diante não cesse de Vos honrar, celebrando vossos louvores, invocando-Vos muitas vezes, falando da vossa bondade e do amor infinito que mereceis. Amo-Vos, meu soberano bem; amo-Vos, ó Deus de amor. – Ó Maria, sois vós a Esposa mais querida do Espírito Santo; obtende-me este fogo divino.

 

Hino Veni Creator


2º Dia da Novena do Espírito Santo

 

O amor é uma luz que esclarece

 

Ilumina oculos meos, me unquam obdormiam in morte – “Ilumina os meus olhos, para que eu não durma jamais na morte” (Sl 12, 4)

 

Introdução. Um dos maiores males que nos causou o pecado de Adão é o obscurecimento da nossa razão pelo efeito das paixões que nos ofuscam o espírito. Ora, o ofício do Espírito Santo é exatamente dissipar as trevas do pecado e ao mesmo tempo fazer-nos conhecer a vaidade do mundo, a importância da salvação eterna, o valor da graça e o amor imenso que Deus merece pela sua bondade e misericórdia. Se queremos ser iluminados, recorramos muitas vezes ao divino Paráclito.

 

I. Um dos maiores danos que nos causou o pecado de Adão é o obscurecimento da nossa razão pelo efeito das paixões que nos ofuscam o espírito. Muito desgraçada é a alma que se deixa dominar por alguma paixão! A paixão é uma nuvem, um véu, que nos impede de ver a verdade. Como pode fugir do mal aquele que o não conhece!? E este obscurecimento da nossa razão aumenta em proporção do número dos nossos pecados.

 

Mas o Espírito Santo, que é chamado lux beatíssima – luz bemfazeja, com os seus esplendores divinos, não somente abrasa os nossos corações no seu santo amor, como também dissipa as nossas trevas, e nos faz conhecer a vaidade dos bens terrenos, o valor dos eternos, a importância da salvação, o preço da graça, a bondade de Deus, o amor infinito que ele merece e o imenso amor que nos tem.

 

Animalis homo non percipit ea quae sunt Spiritus Dei (1 Cor 2, 14) – “O homem animal não percebe as coisas que são do Espírito de Deus”. O homem chafurdado no lamaçal dos prazeres mundanos pouco percebe as verdades da fé. Eis porque o infeliz tem amor ao que devia odiar e odeia ao que devia amar. Santa Maria Madalena de Pazzi exclamava: O amor não é conhecido! O amor não é amado! Santa Teresa dizia igualmente que Deus não é amado porque não é conhecido. Também os santos pediam sem cessar ao Senhor luz e mais luz: Emitte lucem: ilumina tenebras meas: revela oculos meos – “Enviai vossa luz: dissipai minhas trevas: abri meus olhos”; porque, sem sermos esclarecidos, não podemos evitar os precipícios nem achar a Deus.

 

II. Como fruto desta meditação tomemos a resolução de recorrer muitas vezes ao Espírito Santo nas dificuldades que encontramos não somente nos negócios espirituais da alma, mas também nos corporais, especialmente nas de mais graves consequências. Lembremo-nos, porém, de que Deus não nos comunicará sempre as suas luzes imediatamente; as mais das vezes se servirá, para tal fim, dos nossos Superiores e Pais espirituais que ele deixou como seus representantes na terra: Que vos audit, me audit, et qui vos spernit me spernit (Lc 10, 16) – “Quem vos ouve, a mim ouve, e quem vos despreza, a mim despreza”.

 

Santo e divino Espírito, creio que sois verdadeiramente Deus, e um só Deus com o Pai e o Filho. Adoro-Vos e reconheço-Vos por autor de todas as luzes com as quais me fizestes conhecer o mal que fiz ofendendo-Vos e quanto sou obrigado a amar-Vos. Graças Vos dou e me arrependo sumamente de vos haver ofendido. Merecia que me abandonásseis nas minhas trevas, mas vejo que ainda não me abandonastes.

 

Ó Espírito eterno, continuai a esclarecer-me e a fazer-me conhecer sempre melhor a vossa bondade infinita e dai-me força para Vos amar no futuro de todo o meu coração. Ajuntai graça à graça, para que eu fique docemente unido a Vós e obrigado a não amar senão a Vós. Eu Vo-lo suplico pelos merecimentos de Jesus Cristo. Amo-Vos, ó meu soberano Bem, amo-Vos mais que a mim mesmo. Quero ser todo vosso; recebei-me e não permitais me afaste mais de Vós. – Ó Maria, minha Mãe, assisti-me sempre por vossa intercessão.

 

Hino Veni Creator

 

3º Dia da Novena do Espírito Santo

 

O amor é uma água que apaga a sede

 

Domingo da Ascensão do Senhor Jesus Cristo

 

Qui biberit ex aqua, quam ego dabo ei, non sitiet in aeternum – “Aquele que beber da água que eu lhe der, não terá jamais sede” (Jo 4, 13)

 

Introdução. É com razão que Deus se queixa de tantas almas que vão mendigar junto às criaturas alguns miseráveis e curtos prazeres, e o abandonam, Bem infinito e fonte de todas as alegrias. Nós ao menos não sejamos tão insensatos: apaguemos a nossa sede com as águas do santo amor de Deus, e o nosso coração estará perfeitamente satisfeito. Lembremo-nos, porém, de que a chave que nos abre os canais desta água desejável é a santa oração, que nos alcança todos os bens em virtude da promessa de Jesus Cristo: Pedi e recebereis.

 

I. O amor é chamado também fonte de água viva – “fons vivus, ignis, caritas”. O nosso Redentor disse à mulher Samaritana: Aquele que beber da água que eu lhe der, não terá jamais sede – non sitiet in aeternum (Jo 4, 13). O amor é, pois, uma água que mata a sede; aquele que ama a Deus sinceramente, não busca nem deseja coisa alguma fora de Deus, porque em Deus acha todos os bens. Assim, contente com possuir a Deus, repete sempre na alegria de seu coração: Deus meus et omnia – “Meu Deus e meu tudo”. Ó meu Deus, Vós sois o meu único bem. – Mas Deus queixa-se de tantas almas que vão mendigar junto das criaturas alguns miseráveis e curtos prazeres, e o abandonam, Bem infinito e fonte de todas as alegrias: Me dereliquerunt, fontem aquae vivae, et foderunt sibi cisternas; cisternas dissipatas, quae continere non valent aquas (Jr 2, 13) – “Eles me abandonaram, a mim que sou a fonte de água viva, e cavaram para si cisternas, que não podem reter a água”.

 

Aí está, porque o Senhor que nos ama, e deseja ver-nos contentes, nos clama a todos: Si quis sitit, veniat ad me (Jo 7, 37) – “Se alguém tem sede, venha a mim”. Quem deseja a verdadeira felicidade, venha a mim, dar-lhe-ei o Espírito Santo, que o fará feliz nesta vida e na outra: Qui credit in me, sicut dicit Scriptura, flumina de ventre eius fluent aquae vivae – Sentirá correr de seu próprio seio rios de água viva, como os profetas anunciaram.

 

Aquele, pois, que crê em Jesus Cristo, e o ama, será enriquecido de tantas graças, que de seu coração, ou de sua vontade, que é como seio da alma, fluirão fontes de santas virtudes, que o ajudarão não somente a conservar a própria vida, mas ainda a comunicá-la aos outros. A água misteriosa de que fala Nosso Senhor, é precisamente o Espírito Santo, o amor substancial, que Jesus prometeu enviar-nos do céu depois da sua ascensão: Hoc autem dixit de Spiritu, quem accepturi erant credentes in eum; nondum enim erat Spiritus datus, quia Iesus nondum erat glorificatus (Jo 7, 39) – “Isto disse ele acerca do Espírito, que haviam de receber os que cressem nele; porque ainda o Espírito não fora dado, por não ter sido ainda Jesus glorificado”.

 

II. A chave que abre os canais desta água desejável, é a oração, pela qual obtemos todos os bens em virtude da divina promessa: Petite et accipietis (Jo 16, 24) – “Pedi e recebereis”. Somos cegos, pobres e fracos; mas a oração nos consegue a luz, a riqueza e a força da graça. Com a oração só podemos tudo, dizia São Teodoreto. Oratio, cum una sit, omnia potest. Aquele que ora, recebe tudo que deseja. Deus quer dar-nos suas graças, mas quer ser rogado.

 

Domine, da mihi hanc aquam (Jo 4, 15). Meu Jesus, dir-Vos-ei com a Samaritana, dai-me desta água de vosso amor, que me faça esquecer a terra, e viver para Vós, ó amável Infinito. Riga quod est aridum – “Regai o que é seco”. Minha alma é uma terra seca, que não produz senão abrolhos e espinhos de pecados; ah! Inundai-a com as águas da vossa graça, para que produza algum fruto para vossa glória, antes que a morte me arrebate deste mundo.

 

Ó fonte de água viva, ó Bem supremo, quantas vezes Vos deixei pelas águas lodosas desta terra, que me privaram do vosso amor! Ah! Não ter eu morrido antes de Vos ofender! Mas, no futuro, não quero mais buscar nada fora de Vós. Ó meu Deus, socorrei-me e fazei com que Vos seja fiel. – Maria, minha Esperança, cobri-me sempre com vosso manto.

 

Hino Veni Creator

 

4º Dia da Novena do Espírito Santo

 

O amor é um orvalho que fertiliza

 

Fluat´ut ros eloquium meum, quase imber super herbam – “Distilem como orvalho as minhas palavras, como chuva sobre a erva” (Dt 32, 2)

 

Introdução. Por duas razões o amor é chamado orvalho. Primeiro, porque torna a alma fecunda em bons desejos e boas obras; segundo, porque tempera o ardor das más inclinações e tentações. Se queremos receber este orvalho celestial, apliquemo-nos à oração mental e nunca deixemos de a fazer, ao menos uma vez por dia. Um quarto de hora de meditação basta para apagar o fogo do ódio ou do amor desordenado, por ardente que seja. Ao contrário, a quem não ama a oração, é moralmente impossível vencer as paixões.

 

I. A Igreja manda-nos pedir ao Espírito Santo, que purifique nossos corações e os torne fecundos por seu salutar orvalho: Sancti Spiritus corda nostra mundet infusio, et sui roris intima aspersione foecundet. O amor faz a alma fecunda em bons desejos, santas resoluções e boas obras: tais são as flores e os frutos da graça do Espírito Santo. – O amor é chamado também orvalho, porque tempera o ardor das más inclinações e tentações. Por isso se diz do Espírito Santo que Ele modera o ardor e refrigera – “In aestu temperies, dulce refrigerium”.

 

Este salutar orvalho desce sobre nossos corações durante a oração. Um quarto de hora de meditação basta para apagar o fogo do ódio ou do amor desordenado, por ardente que seja. A santa meditação é a adega misteriosa de que fala a Esposa dos Cantares: Introduxit me rex in cellam vinariam, ordinavit in me caritatem (Ct 2, 4) – “O rei me introduziu na sua adega, ordenou em mim a caridade”. Aí é que nos enchemos da caridade bem ordenada, pela qual amamos ao próximo como a nós mesmos, e a Deus sobre todas as coisas. Quem ama a Deus, ama a oração, e a quem não ama a oração, é moralmente impossível vencer as próprias paixões.

 

II. Para que não sejamos oprimidos pelos ardores das más inclinações, e afim de que o Espírito Santo possa fertilizar as nossas almas com o orvalho dos seus dons, tomemos hoje a forte resolução de fazer cada dia ao menos uma meia hora de oração mental. São João Crisóstomo compara a oração mental a uma fonte no meio de um jardim; porque sem ela todas as virtudes murcham, ao passo que com ela se conservam frescas e amenas, e se aperfeiçoam constantemente.

Assim como quem sai de um jardim faz um ramalhete das flores que mais o encantam, assim, segundo o aviso de São Francisco de Sales, devemos ao sair da meditação compor um como que ramalhete dos pensamentos que mais nos impressionaram, e durante o dia avivá-los de tempos a tempos, mesmo durante as nossas ocupações.

 

Ó santo e divino Espírito, não quero mais viver para mim mesmo; em Vos amar e agradar quero empregar tudo que me resta da vida. Com este fim Vos peço que me concedais o dom da oração mental. Vinde a meu coração, e ensinai-me Vós mesmo a praticá-la como se deve. Dai-me a força de não deixá-la por tédio no tempo da aridez; dai-me o espírito de oração, isto é, a graça de sempre orar e de fazer aquelas orações que sejam mais agradáveis ao vosso divino Coração. – Por meus pecados me havia perdido; mas por tantos sinais de vossa ternura, reconheço que quereis a minha salvação e santificação. Quero santificar-me para Vos agradar e amar mais a vossa infinita bondade. Amo-Vos, ó meu soberano Bem, meu amor, meu tudo, e porque Vos amo, dou-me todo a Vós. – Ó Maria, minha esperança, protegei-me.

 

Hino Veni Creator

 

5º Dia da Novena do Espírito Santo

 

O amor é um repouso que restaura as forças

 

In pace in idipsum dormiam et requiescam – “Em paz dormirei nele mesmo e repousarei” (Sl 4, 9)

 

Introdução. O efeito principal do amor é unir a vontade da pessoa que ama, à do objeto amado, tanto na prosperidade como na adversidade. Para uma alma que ama a Deus, consolar-se nas humilhações, dores e perdas que sofre, basta saber que o Senhor quer vê-la suportar tal pena. Dizendo somente: Assim o quer meu Deus, acharemos a paz e o contentamento no meio das tribulações e sob o peso da cruz.

 

I. O amor se chama: In labore requies, in fletu solatium“Alívio nas penas, consolação nas lágrimas”. O amor é um repouso que recreia, porque o ofício principal do amor é unir a vontade da pessoa que ama, à do ser amado. Para consolar-se de todas as humilhações que recebe, dores que sofre, perdas que padece, uma alma que ama a Deus, só precisa conhecer a vontade de seu amado que deseja vê-la suportar tal pena.

 

Dizendo somente: Assim o quer meu Deus, ela acha paz e contentamento no meio de todas as tribulações. Esta é a paz divina que transcende todos os prazeres dos sentidos: Pax Dei, quae exsuperat omnem sensum (Fl 4, 7). Santa Maria Magdalena de Pazzi sentia-se inundada de alegria só com o pronunciar das palavras: vontade de Deus.

 

Nesta vida cada um deve levar sua cruz; mas, diz Santa Teresa: A cruz é dura para quem a arrasta, não, porém, para aquele que a abraça. Assim é que o Senhor sabe ao mesmo tempo ferir e curar, segundo a expressão de Jó: Vulnerat et medetur (Jó 5, 18). Por sua doce unção, o Espírito Santo torna suave e amável até os opróbrios e tormentos. – Ita, Pater, quoniam sic fuit placitum ante te (Mt 11, 26) – “Sim, meu Pai, seja, feita a vossa vontade”. Assim orou Jesus Cristo e nós também devemos repetir estas palavras do Salvador todas as vezes que a adversidade nos visitar: Sim meu Pai, assim seja, porque é vossa vontade. Quando trememos sob ameaça de alguma desgraça temporal, repitamos sempre:

 

“Fazei, ó meu Deus: aceito desde já tudo que fizerdes. Protesto que quero viver onde Vós quiserdes, sofrer tudo o que quiserdes e morrer quando quiserdes”.

 

É também utilíssimo oferecer-se muitas vezes a Deus no decurso do dia, como o fazia Santa Teresa.

 

II. Ah! meu Deus, quantas vezes, para fazer a minha própria vontade, contrariei a vossa e cheguei a desprezá-la. Disto me aflijo mais que de todos os males. De aqui em diante quero de todo o coração amar-vos e obedecer-vos. Loquere, Domine, quia audit servus tuus (1 Rs 3, 10) – “Falai, Senhor, vosso servo vos escuta”. Dizei o que quereis de mim; quero fazer em tudo a vossa santa vontade. Este será para sempre o meu santo desejo, pois sois o meu único amor. Ajudai a minha fraqueza, ó Espírito Santo. Vós sois a mesma bondade; como, portanto, posso amar outro tesouro senão a vós? Conjuro-vos, atraí para vós, pela doçura de vosso amor, todos os afetos do meu coração. Renuncio a tudo para dar-me a vós sem reserva.

 

† “Recebei, Senhor, toda a minha liberdade. Aceitai a minha memória, a minha inteligência e toda a minha vontade. Tudo o que tenho e possuo fortes vós que me destes; venho vo-Lo restituir e tudo entregar ao vosso beneplácito. Dai-me somente o vosso amor com a vossa graça e bastante rico sou, nada mais vos peço”(300 dias de indulg. uma vez por dia.). – Faço o mesmo pedido a vós, ó Mãe do Belo Amor, Maria, e espero que m’o obtereis pela vossa poderosa intercessão.

 

Hino Veni Creator

 

6º Dia da Novena do Espírito Santo

 

O amor é uma virtude que fortifica

 

Fortis est ut mors dilectio – “O amor é forte como a morte” (Ct 8, 6)

 

Introdução. Quanto se trata de agradar ao objeto amado, o amor vence tudo; não há dificuldade que resista ao amor; porque, aquele que ama, não sente o sofrimento, ou se o sente, o ama. O sinal, pois, mais certo para conhecer se uma pessoa ama deveras a Deus é a sua fidelidade na adversidade como na prosperidade. Dizemos que amamos a Deus, mas até agora que fizemos por ele? Como suportamos as cruzes que nos manda para nosso bem?

 

I. Assim como não há força criada que resista à morte, assim não há dificuldades que não ceda ao ardor de uma alma amante. Quando se trata de agradar ao objeto amado, o amor vence tudo, perdas, desprezos, dores. Nada é bastante duro para resistir ao fogo do amor, diz Santo Agostinho: Nihil tam durum, quod non amoris igne vincatur. O sinal mais certo, pois, para conhecer se uma pessoa ama deveras a Deus, é sua fidelidade em amar na adversidade como na prosperidade.

 

Dizia São Francisco de Sales que Deus é tão amável quando nos aflige, como quando nos consola, porque faz tudo por amor e até quando mais nos aflige nesta vida é que nos testemunha mais o seu amor. São João Crisóstomo julgava São Paulo mais feliz nos ferros que arrebatado ao terceiro céu.

 

Também os santos mártires se regozijavam no meio dos tormentos e agradeciam ao Senhor como um grande favor que lhes dispensava o terem que sofrer por seu amor. E os outros santos, que não acharam tiranos para os atormentar, tornaram-se carrascos de si mesmos pelas penitências com que se castigaram, afim de se fazerem agradáveis a Deus. Aquele que ama, diz Santo Agostinho, não sente sofrimento, ou se o sente, o ama: In eo quod amatur, aut non laboratur, aut ipse labor amatur.

 

II. Ó Deus de minha alma, digo que vos amo; mas que faço por vosso amor? Nada. É então um sinal de que não vos amo, ou vos amo muito pouco. Meu Jesus, enviai-me o Espírito Santo, que me venha dar a força de sofrer e fazer alguma coisa por vosso amor antes de minha morte. Ah! Meu amado Redentor, não permitais que eu morra neste estado de frieza e ingratidão em que eu tenho vivido até hoje. Concedei-me a graça de amar os sofrimentos, depois de tantos pecados que me tornaram digno do inferno.

 

Ó meu Deus, todo bondade e todo amor, desejais habitar em minha alma onde tantas vezes vos expulsei; vinde, estabelecei nesta vossa morada, dominai nela e fazei-a toda vossa. Amo-vos, ó meu Senhor, e já que vos amo, comigo estais, como São João m´o afirma: Qui manet in caritate, in Deo manet, et Deus in eo (1 Jo 4, 16) – “Aquele que mora no amor permanece em Deus e Deus nele”. Se, pois, estais comigo, aumentai em mim as chamas de vosso amor, fortificai as cadeias que me prendem a vós, afim de que eu suspire somente por vós, busque somente a vós, e assim unido convosco, não me separe jamais do vosso amor. Ó meu Jesus, quero ser vosso, todo vosso. – Ó minha Advogada e Rainha, Maria, alcançai-me o santo amor e a perseverança.

 

Hino Veni Creator

 

7º Dia da Novena do Espírito Santo

 

Pelo amor a alma torna-se morada de Deus

 

Ego rogabo Patrem, et alium Paraclitum dabit vobis, ut maneat vobiscum in aeternum – “Rogarei a meu Pai, e ele vos enviará outro Consolador, afim de que more sempre convosco” (Jo 14, 16)

 

Introdução. É esta a magnífica promessa de Jesus Cristo em favor daquele que O ama: Se me amais, rogarei ao Pai, e ele vos enviará o Espírito Santo, afim de que more sempre convosco. Deus, portanto, habita na alma que O ama. Lembremo-nos, porém, de que Deus é cheio de zelos. Quer habitar só na alma, e não está contente, se não o amamos de todo o coração e queremos dividir o nosso amor entre ele e as criaturas.

 

I. O Espírito Santo é chamado Hóspede das almas: “Dulcis hospes animae”. É o efeito da magnífica promessa de Jesus Cristo em favor daquele que O ama: “Se me amais, guardai os meus mandamentos; e rogarei ao Meu Pai, e Ele vos enviará outro consolador, o Espírito Santo, afim de que more sempre convosco: “Ut maneat vobiscum in aeternum”. Sim, sempre, porque o Espírito Santo não desampara nunca uma alma, a não ser que seja expulso por ela: “Non deserit, nisi deseratur”.

 

Deus portanto, habita em toda a alma de que é amado; mas declara não ficar satisfeito, se não o amamos de todo o nosso coração. Escreve Santo Agostinho, que o senado romano se recusou a admitir Jesus Cristo no número dos deuses, dizendo que Ele é um Deus soberbo que quer ser adorado com exclusividade. Isto é verdade: Nosso Senhor não aceita rival num coração que O ama; quer habitar nele só e ser amado mais que todos. Se Ele não se vê amado acima só, tem, por assim dizer, segundo a expressão de São Tiago, zelos das criaturas com que é dividido esse coração, que ele deseja só para si: “Ad invidiam concupiscit vos Spiritus qui habitat in vobis” (Zc 4, 5). Numa palavra, como diz São Jerônimo: Jesus é um Deus cheio de zelos: Zelotypus est Iesus.

 

É este o motivo porque o Esposo celeste louva a alma que, semelhante à rola, vive na solidão escondida do mundo: “Pulchrae sunt genae tuae, sicut turturis” (Ct 1, 9). Não quer que o mundo tenha parte no amor desta alma, deseja-a toda inteira para si. Se ele ainda louva a sua Esposa, chamando-a jardim fechado – Hortus conclusus, soror mea sponsa (Ct 4, 12) – , é porque ela não deixa entrar em seu coração nenhum afeto terreno. Ah! Jesus não merece todo o nosso amor? “Totum tibi dedit, nihil sibi reliquit”, diz São João Crisóstomo: Ele nos deu tudo, seu sangue e sua vida; mais do que isto não podia nos dar.

 

II. Se queremos que Deus habite em nossa alma com a plenitude de sua graça, consagremo-la hoje de novo toda inteira e sem reserva a seu serviço e repitamos esta nossa consagração muitas vezes durante o dia, especialmente na oração mental, na santa comunhão e na visita ao Santíssimo Sacramento.

 

Lembremo-nos de que há três meios principais pelos quais uma alma se pode dar toda a Deus. Primeiro, evitar todas as faltas deliberadas, ainda que pequenas, e para este fim reprima o mais insignificante desejo desordenado e mortifique a satisfação dos sentidos. Segundo, escolher, entre as coisas boas, a melhor, que mais agrade a Deus. Terceiro, aceitar com paz e gratidão, das mãos do Senhor, tudo o que mortifica o nosso amor próprio e em particular os desprezos. Lembremo-nos de que tem mais valor aos olhos de Deus um desprezo sofrido em paz e por amor a Ele, do que mil mortificações e mil práticas.

 

Ó meu Deus, bem vejo que me quereis todo para Vós. Tanta vezes Vos expulsei da minha alma. Mesmo assim não Vos dedignais de nela entrar e unir-Vos a mim. Ah! Tomai agora posse de todo o meu ser; dou-me inteiramente a vós. Aceitai-me, ó meu Jesus, e não permitais que eu viva de agora em diante um instante sequer sem vosso amor. Vós me buscais, e eu não busco senão a Vós. Quereis minha alma, e ela só Vos quer a Vós. Vós me amais, e eu também vos amo; e já que me amais, prendei-me tão perfeitamente convosco, que não me aparte mais de vós. – Ó Rainha do céu e minha querida Mãe, Maria, em vós ponho minha confiança.

 

Hino Veni Creator

 

8º Dia da Novena do Espírito Santo

 

O amor é um vínculo

 

Super omnia autem caritatem habete, quod est vinculum perfectionis – “Acima de tudo, tende e caridade, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3, 14)

 

Introdução. Antes da vinda de Jesus Cristo, os homens afastavam-se de Deus, e aferrados à terra, recusavam unir-se ao seu Criador. Mas nosso amável Senhor enviou-nos o Espírito Santo, afim de que, assim como Ele é o vínculo indissolúvel que une o Pai ao Verbo Eterno, assim una nossas almas a Deus pelo amor. Procuremos, pois, estar fortemente ligados por este vínculo de perfeição, e não correremos mais risco de nos afastar de Deus. Antes de tudo, porém, é necessário que livremos nosso coração de todos os laços que o prendem ao mundo.

 

I. Assim como o Espírito Santo, amor incriado, é o laço indissolúvel que une o Pai e o Verbo Eterno, assim é este mesmo Espírito que une nossas almas a Deus. A caridade, diz Santo Agostinho, é uma virtude que nos une a Deus: Caritas est virtus coniungens nos Deo. Daí este grito de alegria de São Lourenço Justiniano: Ó Amor, tu és então um vínculo de tal maneira forte, que pudeste encadear um Deus e uni-Lo a nossas almas! O caritas, quam magnum est vinculum tuum, quo Deus ligari potuit! – Os laços do mundo são laços de morte, mas os de Deus são laços de vida e salvação: Vincula illius alligatura salutares (Eclo 6, 31). Porquanto são vínculos de amor, e o amor nos une a Deus, nossa única e verdadeira vida.

 

Antes da vinda de Jesus Cristo os homens separavam-se de Deus; aferrados à terra, recusavam unir-se ao seu Criador; mas o Senhor, cheio de ternura, os atraiu a si pelos laços de amor, como tinha prometido por Oséas: In funiculis Adam traham eos, in vinculis caritatis (Os 11, 4) – “Eu os atrairei com cordas de Adão, com os vínculos da caridade”. Estes laços são os seus benefícios: luzes, apelos ao seu amor, promessas do paraíso; mais é sobretudo o dom que nos fez de Jesus Cristo no sacrifício da cruz e no Sacramento do altar, e enfim, o dom de Espírito Santo. Por isso exclama o Profeta: Solve vincula colli tui, captiva filia Sion (Is 52, 2) – “Rompe as cadeias de teu pescoço, filha cativa de Sião”. Ó alma, criada para o céu, desfaze-te dos laços da terra para te unires a Deus pelos laços do santo amor.

 

II. Caritatem habete, quod est vinculum perfectionis (Cl 3, 14) – “Tende a caridade, que é o vínculo da perfeição”. O amor é um laço que reúne todas as virtudes, e torna a alma perfeita. Daí a seguinte palavra de Santo Agostinho: Ama, et fac quod vis – Ama a Deus e faze o que queres, porque quem ama a Deus tem cuidado de evitar tudo que causa desgosto ao objeto de seu amor e procura agradar-lhe em tudo.

 

Dulcíssimo Jesus, muito me haveis obrigado a amar-Vos; muito Vos custou obter o meu amor. Ingratíssimo seria eu, se Vos amasse pouco, ou dividisse o meu coração entre Vós e as criaturas, depois que por mim derramastes vosso sangue e sacrificastes vossa vida! Quero desapegar-me de tudo, e por em Vós só todos os meus afetos. Muito fraco sou para executar esta resolução; Vós, que me a inspirais, dai-me a força de a cumprir.

 

Amadíssimo Jesus meu, feri meu pobre coração com a suave seta do vosso amor, para que não cesse de arder no desejo de Vos possuir e consumir-me de amor para convosco. A Vós procure sempre, a Vós só deseje, a Vós ache sempre. Ó meu Jesus, só a Vós quero e nada mais. Fazei com que eu repita sempre durante a minha vida, e sobretudo na hora da minha morte: Meu Jesus, só a Vós quero e nada mais. – Ó Maria, minha Mãe, fazei com que de hoje em diante eu não queira senão a Deus.

 

Hino Veni Creator

 

9º Dia da Novena do Espírito Santo

 

O amor é um tesouro que encerra todos os bens

 

Infinitus thesaurus est hominibus; quo qui usi sunt, participes facti sunt amicitiae Dei – “Ela é um tesouro infinito para os homens; do qual os que usaram têm sido feitos participantes da amizade de Deus” (Sb 7, 14)

 

Introdução. O coração humano está sempre procurando bens capazes de torná-lo feliz. Enquanto se dirige às criaturas para os obter, nunca se satisfaz, por mais que receba. Ao contrário, um coração que só quer a Deus, acha logo a felicidade, porque o Senhor lhe satisfará todos os desejos e o fará contente mesmo no meio das maiores tribulações. Felizes de nós, se conhecemos o grande tesouro do amor divino e procuramos obtê-lo a todo custo, desapegando-nos das coisas criadas!

 

I. O amor é o tesouro de que fala o Evangelho, o qual nos cumpre adquirir a custo de tudo mais. A razão é porque ele é realmente aquele bem infinito que nos faz participante da amizade de Deus. Aquele que acha Deus, acha tudo que pode desejar: Delectare in Domino, et dabit tibi petitiones cordis tui (Sl 36, 4) – “Deleita-te no Senhor, e Ele te concederá as petições do teu coração”. O coração humano está sempre procurando bens capazes de torná-lo feliz. Enquanto se dirige às criaturas para os obter, nunca se satisfaz, por mais que receba. Ao contrário, um coração que só quer a Deus, Deus lhe satisfará todos os desejos. Quais são com efeito os homens mais felizes da terra, senão os santos? E porque? Porque só querem e buscam a Deus.

 

Estando um príncipe a caçar, vi um solitário percorrendo a floresta, e perguntou-lhe o que fazia nesse deserto. Mas vós, Senhor, retorquiu logo o anacoreta, que vindes buscar aqui? – Eu, acudiu o príncipe, ando em busca de caças – E eu, tornou o solitário, busco a Deus.

 

O tirano que martirizou São Clemente de Ancira, ofereceu-lhe ouro e pedras preciosas para conseguir que ele renegasse a Jesus Cristo; mas o santo, dando um profundo suspiro, exclamou: Pois que! Um Deus posto em paralelo com um pouco de lama! – Feliz de quem conhece o tesouro do divino amor e procura obtê-lo! Quem o conseguir, despojar-se-á por si mesmo de tudo, para não possuir senão a Deus. “Quando o fogo pega na casa”, dizia São Francisco de Sales, “lançam-se todos os utensílios pela janela”. E o Padre Segneri, o moço, grande servo de Deus, tinha costume de dizer: “O amor divino é um roubador que nos tira todos os afetos terrenos ao ponto de exclamarmos então: Senhor, que desejo senão a vós?” Deus cordis mei, et pars mea Deus in aeternum (Sl 72, 25) – “Deus de meu coração, e a minha porção, Deus, para sempre”.

 

II. Ó mundanos insensatos, exclama Santo Agostinho, ó homens, aonde ides para contentar o vosso coração? Bonum quod quaeritis, ab ipso est. Aproximai-vos de Deus, recuperai a sua graça, buscai o seu amor, porque só Ele pode dar-vos a felicidade que andais procurando – Nós ao menos não sejamos tão insensatos, e como nos exorta o mesmo santo Doutor, de hoje em diante, busquemos unicamente o amor de Deus, busquemos o único bem, no qual estão encerrados todos os outros: Quaere unum bonum, in quo sunt omnia bona. Mas não podemos achar este bem, sem renunciar a todo o afeto pelas coisas da terra, como o ensina Santa Teresa: Desapega o teu coração das criaturas e acharás a Deus.

 

Meu Deus, no passado não foi a Vós que busquei, mas busquei a mim mesmo e às minhas satisfações; e por elas me apartei de Vós, que sois o Bem supremo. Mas Jeremias me consola, assegurando-me que sois só bondade para os que Vos buscam – Bonus est Dominus animae quaerenti illum (Lm 3, 25). Amadíssimo Senhor meu, compreendo o mal que fiz deixando-Vos, e arrependo-me de todo o coração. Vejo que sois um tesouro de valor infinito; não querendo deixar inútil esta luz, renuncio a tudo, e escolho-Vos para único bem dos meus afetos.

 

Ó meu Deus, meu amor, meu tudo, por vós suspiro. Vinde, ó Espírito Divino, e com o santo fogo do vosso amor, consumi em mim todo o afeto de que não sois o objeto. Fazei-me todo vosso, e que tudo vença para Vos agradar. Ó Maria, minha advogada e Mãe, ajudai-me com as vossas orações.

 

Hino Veni Creator

 

Fonte: LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 104-123)