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Santidade e em que ela consiste...

 

Quando refletes sobre o que te digo no profundo do teu coração, tiras maior proveito do que se tivesses lido muitos livros. Oh, se as almas quisessem ouvir a Minha voz, quando falo no profundo dos seus corações, em pouco tempo atingiriam os cumes da santidade. (Diário de Santa Faustina N° 584).

 

Hoje, durante a meditação, Deus deu-me a luz interior e a compreensão da santidade e em que ela consiste. Embora já tenha ouvido isso muitas vezes, em conferências, a alma o compreende de outra forma quando conhece pela luz divina que a ilumina. Nem graças, nem aparições, nem êxtases ou qualquer outro dom que lhe seja concedido tornam a alma perfeita, mas sim a união íntima com Deus. Esses dons são apenas o adorno da alma, mas não constituem a essência nem a perfeição. A minha santidade e perfeição consiste em uma estreita união da minha vontade com a vontade de Deus. Deus nunca força a nossa livre vontade. De nós depende se queremos aceitar a graça de Deus, ou não; se queremos colaborar com ela, ou desperdiçá-la. (Diário, N° 1107)

 

Escreve: - Sou três vezes Santo e abomino o menor pecado. Não posso amar uma alma manchada pelo pecado, mas, quando se arrepende, não há limites para a Minha generosidade com ela. A Minha misericórdia a envolve e justifica. Com a Minha misericórdia persigo os pecadores em todos os seus caminhos, e o Meu Coração se alegra quando eles voltam a Mim. Esqueço as amarguras com que alimentaram o Meu Coração e alegro-Me com a volta deles. Diz aos pecadores que ninguém escapará ao Meu braço. Se fogem do Meu misericordioso Coração, hão de cair nas mãos da Minha justiça. Diz aos pecadores que sempre espero por eles, presto atenção ao pulsar do coração deles, para ver quando baterá por Mim. Escreve que falo a eles pelos remorsos da consciência, pelos malogros e sofrimentos, pelas tempestades e raios; falo pela voz da Igreja e, se menosprezarem todas as Minhas graças, começarei a Me zangar com eles, deixando-os a si mesmos, e dou-lhes o que desejam. (Diário, N° 1728)

 

Compreendi que todo o esforço para atingir a perfeição e toda a santidade consiste no cumprimento da vontade de Deus. O perfeito cumprimento da vontade de Deus é, sem sombra de dúvida, a plenitude da santidade. Receber a luz de Deus, conhecer o que Deus quer de nós e não fazê-lo é uma grande injúria à Sua majestade. Uma alma assim merece que Deus a abandone por completo. É semelhante a Lúcifer, que tinha tanta luz, mas não cumpria a vontade de Deus. Uma extraordinária paz dominou a minha alma quando comecei a refletir que, apesar das grandes dificuldades, eu sempre segui fielmente a vontade de Deus conhecida. Ó Jesus, concedei-me a graça de pôr em prática a Vossa vontade, e tal como cheguei a conhecê-La, ó meu Deus. (Diário de Santa Faustina N° 666)

 

A essência das virtudes é a vontade de Deus. Quem cumpre fielmente a vontade de Deus exercita-se em todas as virtudes. Adoro e bendigo a santa vontade de Deus em todos os acontecimentos e circunstâncias da vida. A santa vontade de Deus é o objeto do meu amor. Nos mais ocultos recônditos da alma vivo a Sua vontade, e ajo exteriormente na medida em que reconheço interiormente que essa é a vontade de Deus. Agradam-me mais os tormentos, sofrimentos, perseguições e todo o tipo de adversidades provenientes da vontade de Deus do que sucessos, elogios e reconhecimentos provenientes do meu próprio querer. (Diário de Santa Faustina N° 678)

 

Quando uma vez perguntei a Jesus como pode suportar tantos delitos e diversos crimes e não os castigar? Respondeu-me o Senhor: Para os punir, tenho a eternidade, mas agora prolongo-lhes o tempo da Misericórdia; contudo, aí deles, se não reconhecerem o tempo da Minha visita. Minha filha, secretária da Minha Misericórdia, estás obrigada não só a escrever e divulgar a Minha Misericórdia, mas também a pedir por eles a graça, para que também eles bendigam a Minha Misericórdia. (Diário N° 1160)

 

Por que hoje estais triste, Jesus? Dizei-me qual é a causa da Vossa tristeza? — E Jesus me respondeu: As almas eleitas que não possuem o Meu Espírito, que vivem segundo a letra, e colocaram essa letra acima do Meu Espírito, acima do espírito de amor. Fundei toda a Minha lei no amor e, no entanto, não vejo esse amor nem sequer na vida religiosa; por isso, a tristeza enche o Meu Coração. (Diário N°1478.)

 

O silêncio é como a espada na luta espiritual; a alma tagarela nunca atingirá a santidade. Essa espada do silêncio cortará tudo que queira apegar-se à alma. Somos sensíveis à fala e, sendo sensíveis, logo queremos responder; não levamos em conta se é da vontade de Deus que falemos. A alma silenciosa é forte; nenhuma adversidade a prejudicará, se perseverar no silêncio. A alma recolhida é capaz da mais profunda união com Deus, ela vive quase sempre sob a inspiração do Espírito Santo. Deus opera sem obstáculo na alma silenciosa. (Diário de Santa Faustina N° 477)

 

Na véspera do retiro, comecei a rezar, para que Jesus me concedesse ao menos um pouco de saúde, a fim de que pudesse participar dele, porque me sentia tão mal que pensava ser este talvez o último. Mas, logo que comecei a rezar, senti um estranho descontentamento, por isso interrompi a oração do pedido e comecei a agradecer ao Senhor por tudo o que me envia, submetendo-me inteiramente à Sua santa vontade — então, senti uma profunda paz na alma. † A fiel submissão sempre e em tudo à vontade de Deus, em todos os acontecimentos e circunstâncias da vida, dá grande glória a Deus. Uma tal submissão à vontade de Deus tem maior valor a Seus olhos do que longos jejuns, mortificações e as mais severas penitências. Oh, como é grande a recompensa por um só ato de amorosa submissão à vontade de Deus! Escrevendo isto, minha alma sente-se extasiada, vendo como Deus a ama e de que paz a alma goza, já aqui na terra. (Diário de Santa Faustina N° 724)

 

13 de agosto de 1936. Nesta noite, a presença de Deus atingiu-me e, imediatamente, conheci a Sua grande santidade. Oh, como me oprime essa grandeza de Deus! Conheço então todo o meu abismo e o meu nada. É um grande tormento, porque do conhecimento provém depois o amor. A alma se lança impetuosamente para Deus e se encontram face a face dois amores: o Criador e a criatura; uma gotinha que quer competir com o oceano. No primeiro momento, a gota gostaria de conter em si esse oceano inesgotável, mas no mesmo momento reconhece que é uma gotinha e, então, é vencida e se esvai toda em Deus — como uma gota no oceano... A princípio, esse instante é um tormento, mas tão doce que a alma, passando por ele, sente-se feliz. (Diário de Santa Faustina N° 702)