O Santíssimo Nome de Jesus.jpg

Se pedirdes alguma coisa em Meu Nome ao Pai, Ele vo-la dará

 

A constância que os mártires hauriam no Sagrado Nome de Jesus é um fato repetidamente verificado, desde os primeiros tempos da Igreja até aos nossos dias. – Eis dois casos notáveis.

 

O conde Armogasto vence os seus inimigos com o Nome de Jesus

 

Uma tribo dos bárbaros do Norte, os Vândalos, depois de ruir sobre a Europa meridional, transpôs as águas azuis do Mediterrâneo e ocupou o Norte da África.

 

No século V, o conde Armogasto, um dos principais senhores da corte de Genserico, soberano dos Vândalos, foi submetido à tortura por recusar abraçar o arianismo, que o rei adotara como religião oficial.

 

Depois de muitos tormentos, que não conseguiram abalar o ânimo intrépido do mártir, foram todas as partes do seu corpo ligadas por nervos de boi, tão apertados, quanto possível. Armogasto deixou que os algozes procedessem à vontade; depois, levantando os olhos ao céu, pronunciou o Nome de Jesus, e imediatamente todos os nós se quebraram, como fios de teia de aranha.

 

Renovaram os algozes a tentativa, servindo-se de correias mais sólidas; mas, ao Nome de Jesus, todas as correias se quebraram de novo e caíram aos pés do mártir como símbolo grotesco da inanidade dos poderes da Terra.

 

Os carrascos ordenaram então que fosse suspenso numa trave de cabeça para baixo; mas, com assombro de todos, o mártir, pronunciando o Nome adorável do Salvador, adormeceu suavemente naquela posição, tão incômoda, gozando sono tão repousado como se estivesse no mais fofo e cômodo leito.

 

À vista disto, quem não reconhecerá o poder maravilhoso deste Nome Sacrossanto?

 

A coragem espantosa de D. Melchior

 

Em 1861, numa província da imensa China, foi martirizado um bispo chamado Melchior, da Ordem de São Domingos, com requintes da mais perversa ferocidade: – Cinco carrascos, armados duma espécie de machada recortada de tal modo que os dentes aumentassem o sofrimento – relata o tomo I das Missões Cristãs – começaram a decepar-lhe, a rudes golpes, primeiro as pernas, dando-lhe doze machadadas em cada uma, antes que lhas cortassem. Depois, pelo mesmo bárbaro processo, cortaram-lhe os braços e em seguida arrancaram-lhe as entranhas. Por fim, esmagaram0lhe a cabeça e a deitaram os restos sangrentos ao mar.

 

Durante este suplício horrendo, o mártir, enquanto conservou um sopro de vida, repetia com a maior serenidade o Nome de Jesus. Neste Nome sagrado hauria uma força tamanha que durante a tortura inaudita da sua espantosa mutilação, não deixou escapar um grito, nem mostrou sequer uma contração de dor. Dir-se-ia que o seu martírio o deleitava!

 

Confiados nas promessas do Salvador, que nunca deixou de as cumprir, os Santos operaram maravilhas e amavam ternamente o Nome de Deus.


Um dia, um cego de nascença apresentou-se a São Hospício, pedindo esmola.

 

– Queres recuperar a vista? – perguntou o Santo.

 

– Eu não sei o que é a vista, senhor, – respondeu o cego – mas dizem-me que é dom tão precioso que desejaria bem possuí-lo.

 

– Pois bem! – exclamou o Santo – Em nome de Jesus Cristo, que os teus olhos se abram!

 

E imediatamente o cego recebeu a vista.

 

Santa Francisca Romana

 

Santa Francisca, piedosa dama romana, tão célebre pelas suas virtudes, havia merecido de Deus ver frequentemente o seu Anjo da Guarda sob forma sensível. Igualmente lhe foi dado ver, às vezes, o demônio, também sob forma sensível. Falando com o seu confessor, disse-lhe a serva de Deus que o Anjo da Guarda e o espírito mal genuflectiam todas as vezes que o Nome de Jesus era pronunciado com respeito, com a diferença que o Anjo o fazia com reverente amor, e o espírito das trevas, com enfurecido desespero.

 

Santo Edmundo

 

Conta Santo Afonso de Ligório que um piedoso inglês chamado Edmundo, estando um dia no campo, se afastou dos seus companheiros, para se entregar à piedade e a oração, num vale solitário.

 

De súbito, notou que estava a seu lado um formoso menino que sorria, e lhe disse:

 

– Deus te salve, meu caro Edmundo.

 

E perguntou-lhe em seguida se o conhecia.

 

Não – respondeu Edmundo.

 

Como?! – volveu a belíssima criança, cujos olhos refulgiam. – Não me reconheces? Pois bem: se queres conhecer-me, olha-me de face.


Olhou-o Edmundo e viu-lhe na fronte estas palavras: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus. E a criança acrescentou:

 

– Eis o meu nome. E eu quero que, em memória do amor que te tenho, todas as noites faças o sinal da cruz, pronunciando estas palavras. Com isto, serás livre da morte repentina; e todos os que fizerem o mesmo terão a mesma felicidade.

 

Fiel a esta recomendação, Edmundo fazia diariamente, com toda a devoção, o sinal da cruz, pronunciando as palavras: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.

 

Um dia, o demônio, que em vão procurava cansá-lo e dissuadi-lo desta prática, segurou-lhe as mãos, para que não pudesse fazer o sinal da salvação, mas bastou o Nome de Jesus para por em fuga Satanás.

 

São Gregório de Tours e outros grandes exemplos

 

São Gregório de Tours conta-nos que, quando era rapaz novo, seu pai esteve para morrer. Ele rezou, pedindo graças a Deus a cura do doente. À noite, o seu Anjo da Guarda apareceu-lhe e mandou-lhe escrever o Nome de Jesus num cartão e pô-lo debaixo da almofada do pai. Gregório fez o que o Anjo mandara e logo começou a melhorar o doente, ficando em pouco tempo completamente curado.

 

São Bernardo experimentava a máxima consolação em repetir o Nome de Jesus. Era como se tivesse mel na boca e sentia uma paz deliciosa no coração. Todos os que repetem frequentes vezes este Nome Divino sentem, como ele, os seus corações encherem-se de paz e de força.

 

Santo Agostinho diz que mesmo antes da sua conversão, lhe desagradavam os livros em que não encontrasse o Nome de Jesus.


Conta São Boaventura, que São Francisco de Assis tinha um amor tão profundo ao Nome de Jesus que, quando o pronunciava, a sua voz e o seu rosto mostravam a impressão do respeito e veneração que lhe causava este Nome sagrada.

 

São Francisco de Sales nunca pronunciava o Nome de Jesus senão com os sentimentos da mais terna piedade e da mais profunda veneração.

 

– Ah! Como seremos felizes – exclama o glorioso Doutor da Igreja – se à hora da nossa morte e durante a nossa vida pronunciarmos muitas vezes e amorosamente o santo Nome de Jesus! Ele será como que a senha que nos dará entrada livre no reino dos Céus, porque o Nome de Jesus é o Nome do nosso Redentor. Devemos, pois, com grande frequência, pronunciar este Nome sagrado durante a nossa vida, pois que o Eterno Pai o deu a Seu Filho para que a todos nos salvasse. Como é doce e suave este Nome! É bálsamo divino, próprio para curar todas as chagas da nossa alma. Este Nome santíssimo alegra os anjos, salva os homens e faz tremer os demônios Devemos, pois, gravá-lo fundo nos nossos corações e nos nossos espíritos, para que, pronunciando-o, muitas vezes, com amor, bendizendo-o e honrando-o nesta vida, sejamos dignos de cantar eternamente no Céu cm os espíritos bem-aventurados.

 

São Leonardo de Porto Maurício tinha particular veneração pelo Nome de Jesus. Levava-o escrito no estandarte a que chamava a sua bandeira e sob o qual congregava os soldados de Jesus Cristo.

 

Quando falava deste Nome sagrado e fazia ver todas as doçuras, todas as alegrias, todas as consolações que nele se contém, a sua comoção era tanta e comunicava-se de tal maneira ao auditório que as lágrimas lhe embargavam a voz e se viam correr também no rosto de todos os assistentes.

 

Em toda a parte em que pregava missões, recomendava aos ouvintes que escrevessem este Nome bendito nas suas portas. Em Porto-Ferrajo, capital da ilha de Elba, certo homem, que assistira ao sermão do Santo, quis escrever o Nome do Salvador sobre a porá da sua morada. Mas esta porta dava também serventia à loja de um judeu que a isso se opôs formalmente. O mais que o piedoso cristão pôde fazer, foi gravar o Nome sagrado sobre as suas janelas.

 

Dias depois, rebentou no estabelecimento do israelita violento incêndio, que tudo devorou rapidamente. Mas, ao chega às janelas em que estava escrito o Nome de Jesus, as chamas extinguiram-se por si próprias, respeitando a habitação do cristão.

 

Toda a cidade testemunhou este claro prodígio, prova irrecusável do poder do Nome de Jesus.

 

Santa Cristiana – Havia no Kurdistão o velho costume de, quando alguém adoecia, sobretudo se era uma criança, levar o doente de porta em porta, perguntando a todos se conheciam remédio para aquela doença.

 

Um dia, os pais de uma criança, que adoecera gravemente, começaram a angustiosa peregrinação. Interrogando uma escrava cristã, esta respondeu:

 

– Eu não conheço nenhum remédio terrestre para salvar o vosso filho; mas o Deus que eu adoro, pode, se assim Lhe aprouver, dar saúde até aos que já deixaram de viver.

 

Entregaram-lhe, os ansiosos pais a criança, e a escrava, deitando-a num leito, pronunciou sobre ela o Nome de Jesus e restituiu-a cheia de vida e saúde à desolada mãe.

 

Chegou à corte a nova desta cura milagrosa. A rainha, atormentada nessa ocasião por tenaz e dolorosa enfermidade, mandou logo vir a escrava à sua presença. Esta pronunciou sobre a doente o Nome de Jesus e imediatamente a soberana se sentiu curada.

 

Mais tarde, o próprio rei se salvou dum grande perigo de vida, invocando o Nome do Deus dos Cristãos.

 

Estes repetidos prodígios fizeram com que os soberanos e muitos dos seus súditos abraçassem a religião cristã.

 

A veneração do povo por esta piedosa escrava, que tanto contribuiu para a glorificação do Nome de Jesus, nunca esmoreceu e a Igreja aponta-no-la como modelo a seguir, tendo-a elevado ao culto dos altares. A sua festa celebra-se a 15 de Dezembro: é Santa Cristiana.

 

Santo Alexandre – Estando em Bizâncio o Imperador Constantino, queixaram-se-lhe alguns filósofos pagãos de que a religião de seus pais, isto é, o paganismo, se via obrigada, dia a dia, a ceder campo ao cristianismo. Não podiam compreender este fato e solicitaram que lhes obtivesse uma conferência com o bispo da cidade, que era Santo Alexandre, para discutirem.

 

O piedoso prelado, que não possuía o dom da eloquência, aceitou todavia a controvérsia. Confiado na assistência divina do Salvador, convidou os adversários a que escolhessem, entre eles, quem se encarregasse de defender a sua causa.

 

Os filósofos pagãos elegeram para representante das suas ideias um que era reputado, na opinião de todos, orador de notável talento e valoroso poder de dialética.

 

Congregaram-se os disputantes, diante da corte e perante numeroso auditório.

 

O defensor do paganismo começou um discurso sabiamente preparado, mas nisto, Santo Alexandre disse: Jesus.

E o pagão ficou confundido sem poder articular palavra.

 

Santo Inácio de Loyola – O amor extraordinário de Santo Inácio a este Nome levou-o a dar à sua Ordem a designação de Companhia de Jesus.

 

São Francisco de Regis tinha o costume de saudar todos os conhecidos e desconhecidos com estas palavras: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Fonte: Livro Santíssimo Nome de Jesus - Lisboa Portugal - Pe. Paulo O’Sullivan, irlandês e dominicano.