DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DAS DORES.jpg

Stabat Mater: A sequência de Nossa Senhora das Dores

(Conforme consta no Lecionário III (Santoral), pp. 173-174)

 

De pé a Mãe dolorosa,

junto da cruz, lacrimosa,

via Jesus que pendia.

 

No coração transpassado

sentia o gládio enterrado

de uma cruel profecia.

 

Mãe entre todas bendita,

do Filho único, aflita,

à imensa dor assistia.

 

E, suspirando, chorava,

e da cruz não se afastava,

ao ver que o Filho morria.

 

Pobre mãe, tão desolada,

ao vê-la assim transpassada,

quem de dor não choraria?

 

Quem na terra há que resista,

se a mãe assim se contrista

ante uma tal agonia?

 

Para salvar sua gente,

eis que seu Filho inocente

suor e sangue vertia.

 

Na cruz por seu Pai chamando,

vai a cabeça inclinando,

enquanto escurece o dia.

 

Faze, ó Mãe, fonte de amor,

que eu sinta em mim tua dor,

para contigo chorar.

 

Faze arder meu coração,

partilhar tua paixão

e teu Jesus consolar.

 

[Começa aqui a forma breve]

 

Ó santa Mãe, por favor,

faze que as chagas do amor

em mim se venham gravar.

 

O que Jesus padeceu

venha a sofrer também eu,

causa de tanto penar.

 

Ó dá-me, enquanto viver,

com Jesus Cristo sofrer,

contigo sempre chorar!

 

Quero ficar junto à cruz,

velar contigo a Jesus,

e o teu pranto enxugar.

 

Virgem Mãe tão santa e pura,

vendo eu a tua amargura,

possa contigo chorar.

 

Que do Cristo eu traga a morte,

sua paixão me conforte,

sua cruz possa abraçar!

 

Em sangue as chagas me lavem

e no meu peito se gravem,

para não mais se apagar.

 

No julgamento consegue

que às chamas não seja entregue

quem soube em ti se abrigar.

 

Que a santa cruz me proteja,

que eu vença a dura peleja,

possa do mal triunfar!

 

Vindo, ó Jesus, minha hora,

por essas dores de agora,

no céu mereça um lugar.

 

 

 

Segue também o texto original, em latim, tomado do Missale Romanum de 1962 (p. 657):

 

Stabat Mater dolorósa

Iuxta Crucem lacrimósa,

Dum pendébat Fílius.

 

Cuius ánimam geméntem,

Contristátam et doléntem,

Pertransívit gládius.

 

O quam tristis et afflícta

Fuit illa benedícta

Mater Unigéniti!

 

Quae moerébat et dolébat,

Pia Mater, dum vidébat

Nati poenas ínclyti.

 

Quis est homo qui non fleret,

Matrem Christi si vidéret

In tanto supplício?

 

Quis non posset contristári

Christi Matrem contemplári

Doléntem cum Fílio?

 

Pro peccátis suae gentis

Vidit Iésum in torméntis,

Et flagéllis súbditum.

 

Vidit suum dulcem Natum

Moriéndo desolátum,

Dum emísit spíritum.

 

Eia, Mater, fons amóris

Me sentíre vim dolóris

Fac, ut tecum lúgeam.

 

Fac, ut árdeat cor meum

In amándo Christum Deum

Ut sibi compláceam.

 

Sancta Mater, istud agas,

Crucifíxi fige plagas

Cordi meo válide.

 

Tui Nati vulneráti,

Tam dignáti pro me pati,

Poenas mecum dívide.

 

Fac me tecum pie flere,

Crucifíxo condolére,

Donec ego víxero.

 

Juxta Crucem tecum stare,

Et me tibi sociáre

In planctu desídero.

 

Virgo vírginum praeclára,

Mihi iam non sis amára,

Fac me tecum plángere.

 

Fac, ut portem Christi mortem,

Passiónis fac consórtem,

Et plagas recólere.

 

Fac me plagis vulnerári,

Fac me Cruce inebriári,

Et cruóre Fílii.

 

Flammis ne urar succénsus,

Per te, Virgo, sim defénsus

In die iudícii.

 

Christe, cum sit hinc exíre,

Da per Matrem me veníre

Ad palmam victóriae.

 

Quando corpus moriétur,

Fac, ut ánimae donétur

Paradísi glória.

Amen. Allelúia.

 

Fonte: pilulasliturgicas