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PADRE GABRIELE  AMORTH

 

Famoso Exorcista da diocese de Roma.

 

UM EXORCISTA DIALÓGA COM OS PSIQUIATRAS

  

Como distinguir entre os malefícios e os males psíquicos?

 

- Como compreender se um paciente precisa das orações de um exorcista ou da cura de um psiquiatra?

 

São temas fundamentais que geram incertezas e incredulidade.

 

Nos últimos tempos, não há dúvida de que as ciências psi (psiquiatra, psicologia, psicanálise) conheceram um grande desenvolvimento. Muito mais que grande parte do clero, ao deixar de acreditar na atividade extraordinária do demônio e na eficácia dos exorcismos, passou a considerar que todos os problemas deste tipo devem ser curados pelas ciências psi.

 

Por outro lado, os próprios psiquiatras, muitas vezes, encontraram-se perante casos que não são explicáveis pelos critérios dos seus conhecimentos, ou que parecem insolúveis e que, se alguém já percebeu isso, foram resolvidos pelos exorcistas.

 

A dificuldade é real. Porventura para o exorcista é o caso extremo, como a dificuldade de diagnóstico. De boa vontade aceitei a proposta de participar de uma conferência com debate, na manhã de 16 de abril de 1993, a convite do psiquiatra Alessandro a importância que representou para mim o fato de me encontrar diante de um auditório qualificadíssimo, de nível universitário: interessa-me observar o efeito que a minha intervenção provocaria, mas sobretudo estava interessado nas perguntas e objeções que iriam ser dirigidas a mim.

 

A iniciativa realizou-se na clínica de psiquiatria da Universidade de Roma, na sede de Tor Vergata, no âmbito da atividade da Sociedade Italiana de Psiquiatria Transcultural. O tema gerou evidente interesse, tanto que atraiu mais de quarenta participantes, entre os quais o professor Antonino Iaría, diretor do hospital psiquiátrico de Roma, Santa Maria della Pietà; o professor Sergio Mellina, diretor do departamento de psiquiatria do Centro de Higiene Mental da USL de Roma 5; a doutora Maria Ilena Marozza, o doutor Alfonso Troisi e o doutor Ilarco Zanasi; o investigador da cátedra de psiquiatria da Universidade de Roma Tor Vergata; o professor Luigi Aversa, psiquiatra e presidente do Centro Italiano de Psicologia Analítica (C.I.P.A.).

 

Não se esconde que senti certo temor a respeito de minha capacidade para compreender as perguntas deles (imagine, então, ter que responder!), se me tivessem sido formuladas numa linguagem médica; motivo pelo qual pedi a assistência do doutor Stefano Ferracuti, assistente no departamento de ciências psiquiátricas e medicina e psicológica da Universidade La Sapienza, que assistiu aos meus exorcismos por várias vezes.

 

Acrescento ainda que no dia 12 de abril de 1995 fui convidado para apresentar uma conferência sobre o mesmo tema, seguida de debate, no âmbito da USL ROMA E, em colaboração com o Curso de Prevenção primária nos Departamentos de Saúde Mental. Também neste caso a participação foi ótima. Neste capítulo apresento uma elaboração destas suas experiências.

 

Decido escrevê-la porque ilustra a seriedade com que foi tratado o problema e o método que utilizei, e que utilizarei em seguida, ou seja, a forma discursiva da minha conferência e o debate que se seguiu.

        

Fonte: Extraído do Livro "Exorcistas e Psiquiatras" - Pe. Gabriele Amorth - Ed. Palavra & Prece.