A Divina misericordia IV.jpg

A obra da Redenção  - O Santo Sacrifício da Missa.

 

† Certo dia, Jesus me disse que havia de punir uma cidade [54], que é a mais bela da nossa pátria. Esse castigo deveria ser — o mesmo que Deus enviou contra Sodoma e Gomorra[55]. Vi a grande ira de Deus, e um estremecimento atravessou o meu coração. Eu rezava em silêncio. Depois de um momento, Jesus me disse: Minha filha, une-te estreitamente a Mim durante o Sacrifício e oferece ao Pai Celestial o Meu Sangue e as Minhas Chagas em expiação pelos pecados dessa cidade. Repete isso sem cessar durante toda a santa Missa. Faz isto durante sete dias. No sétimo dia, vi Jesus numa nuvem brilhante e comecei a pedir que Jesus olhasse para a nossa cidade e para todo o nosso país. E Jesus olhou benignamente. Quando percebi a benevolência de Jesus, comecei a suplicar-Lhe a bênção. Então, Jesus me disse: Por ti, abençoo todo o país — e fez um grande sinal da cruz com a mão sobre a nossa pátria. Vendo a bondade de Deus, uma grande alegria inundou a minha alma. (Diário de Santa Faustina Nº 39)

 

[54] Provavelmente se tratava de Varsóvia, considerada a mais bela cidade da Polônia (cf. a nota seguinte).

 

[55] Como Sodoma e Gomorra foram destruídas pelo fogo caído do céu (cf. Gn 19,24), assim as cidades polonesas, especialmente Varsóvia, foram na realidade gravemente destruídas durante a Segunda Guerra Mundial pelas bombas de impacto e incendiárias. Sobre esse assunto o diretor espiritual da Ir. Faustina, Pe. M. Sopoćko, durante o processo informativo, fez a seguinte declaração: “Tinha escrito também no Diário que Jesus havia lhe dito que seria destruída, como Sodoma, uma das mais belas cidades da nossa pátria por causa dos pecados que ali vinham sendo cometidos. Quando, mais tarde, depois de haver lido o Diário, questionei-a claramente sobre isso, confirmou que assim era. Tendo lhe perguntado depois por quais pecados Deus infligia uma tal punição, respondeu que seria sobretudo pelo aborto das crianças, assim impedidas de nascer, sendo esse o mais grave pecado que se cometia.” ( Summ., p. 95, início, § 251, ad 54).

 

Sofrimento pelas vítimas do Aborto.

 

Hoje desejei ardentemente rezar uma Hora Santa diante do Santíssimo Sacramento; no entanto, outra era a vontade de Deus. Às oito horas, comecei a sentir dores tão violentas que tive que me deitar imediatamente. Fiquei me contorcendo nessas dores por três horas, isto é, até às onze da noite. Nenhum remédio me ajudou, e vomitava tudo o que engolia. Em certos momentos, essas dores me faziam perder a consciência. Jesus me permitiu conhecer que, dessa maneira, participei da Sua agonia no Jardim de Oliveiras e que Ele mesmo permitiu esses sofrimentos para desagravar a Deus pelas almas assassinadas no ventre de mães perversas. Já passei três vezes por esses sofrimentos; sempre começam às oito horas — [duram] até às onze da noite. Nenhum remédio consegue diminuir esses meus sofrimentos. Quando se aproximam às onze horas, desaparecem por si, e eu adormeço nesse momento; no dia seguinte, sinto-me muito fraca. Quando isso me aconteceu a primeira vez, eu estava no sanatório. Os médicos não podiam descobrir o que era, e nem injeções nem remédio algum me ajudava, e eu mesma compreendia que sofrimentos eram esses. Eu disse ao médico que nunca na vida tinha tido semelhantes dores. Ele afirmou que não sabia do que se tratava. Agora compreendo que sofrimento é esse, porque o Senhor me permitiu conhecer... No entanto, quando penso que talvez algum dia ainda tenha que sofrer dessa maneira, tremo de terror, mas não sei se ainda alguma vez vou sofrer assim; deixo isso para Deus; o que Deus quiser enviar-me, aceitarei tudo com submissão e amor. Queira Deus que eu possa salvar com esses sofrimentos ao menos uma alma do homicídio! (Diário de Santa Faustina Nº 1276)

 

> Aborto provocado: Excomunhão automática.

 

Oh, que terríveis mistérios ocorrem durante a santa Missa. Um grande mistério realiza-se durante a santa Missa. Com quanta devoção deveríamos ouvir e participar dessa morte de Jesus! Conheceremos um dia o que Deus faz por nós em cada santa Missa e o grande dom que nela nos prepara. Somente Seu amor divino pôde proporcionar tal dádiva. Ó Jesus, meu Jesus, que grande dor domina a minha alma ao ver a fonte de vida que jorra com tanta doçura e força para cada alma. E, no entanto, vejo almas murchas que secam por sua própria culpa. Ó meu Jesus, fazei que a força da misericórdia envolva essas almas. (Diário de Santa Faustina N° 914)

 

Sexta-Feira Santa. Às três horas vi Jesus crucificado, que olhou para mim e disse: Tenho sede. — Então, vi que do Seu lado saíam os mesmos dois raios que estão na Imagem. Então, senti na alma um desejo de salvar almas e de aniquilar-me pelos pobres pecadores. Ofereci-me em sacrifício ao Pai Eterno pelo mundo inteiro, com Jesus agonizante. Com Jesus, por Jesus e em Jesus está a minha união Convosco, Pai Eterno. Na Sexta-Feira Santa Jesus já estava sofrendo na alma de uma forma diferente do que na Quarta-Feira Santa. (Diário de Santa Faustina N° 648)

 

"Ouve, Minha filha! Embora todas as obras que surgem da Minha vontade estejam sujeitas a grandes sofrimentos, reflete se alguma delas esteve sujeita a maiores dificuldades do que a obra diretamente Minha – a obra da Redenção. Não deves preocupar-te demais com as adversidades. O mundo não é tão forte quanto parece; sua força é estritamente limitada. Deves saber, Minha filha, que, se a tua alma estiver repleta do fogo do Meu puro amor, então as dificuldades sumirão como a neblina perante os raios do sol, e não ousarão importunar uma alma assim. Todos os adversários têm medo de enfrentá-la, porque sentem que essa alma é mais forte que o mundo inteiro...” (Diário de Santa Faustina Nº 1643)

 

Quando, pela primeira vez, experimentei esses sofrimentos , foi do seguinte modo: um dia, depois dos votos anuais, durante a oração, vi uma grande claridade. Dessa claridade, saíram raios que me envolveram e, com isso, senti uma dor horrível nas mãos, nos pés e no lado, e os espinhos da coroa. Eu sentia esses sofrimentos durante a santa Missa, nas sextas-feiras, mas isso durava apenas um breve instante. Isso repetiu-se em várias sextas-feiras, e depois deixei de sentir sofrimentos até o momento presente, isto é, até o fim de setembro deste ano. Porém, ao longo dessa doença, na sexta-feira, durante a santa Missa, senti que me atingiam esses mesmos sofrimentos. Isso se repete a cada sexta-feira e, algumas vezes, no encontro com uma alma que não está em estado de graça. Embora tal sofrimento seja raro e dure muito pouco — não deixa de ser terrível. Sem uma especial graça de Deus, não o suportaria. Exteriormente não tenho nenhum sinal desses sofrimentos. O que vai acontecer a seguir — não sei. Seja tudo pelas almas... (Diário de Santa Faustina N° 759)

 

Durante a adoração, Jesus me disse: Minha filha, sabe que o teu amor vivo e a compaixão que tens para Comigo foram um consolo para Mim no Jardim das Oliveiras. (Diário de Santa Faustina Nº 1664)

 

Durante a Hora Santa, à noite, ouvi estas palavras: “Estás vendo a Minha misericórdia para com os pecadores, que neste momento se manifesta com todo o seu poder. Repara como escreveste pouco sobre ela; isso é apenas uma gota. Faz o que estiver ao teu alcance para que os pecadores conheçam a Minha bondade”. (Diário de Santa Faustina Nº 1665)

 

† 1934. Em determinado momento, durante a Quaresma, vi por sobre a nossa capela e casa uma grande claridade e também uma grande escuridão. Observei a luta dessas duas potências... (Diário de Santa Faustina N° 307)

 

1934. Quinta-Feira Santa. Jesus me disse: Desejo que faças o sacrifício de ti mesma pelos pecadores, especialmente por aquelas almas que perderam a esperança na Misericórdia de Deus. (Diário de Santa Faustina N° 308)

 

Deus e as almas — Ato de oferecimento

 

Diante do céu e da terra, diante de todos os coros dos anjos, diante da Santíssima Virgem Maria, diante de todas as potestades celestes, declaro a Deus Uno e Trino que hoje, em união com Jesus Cristo, Salvador das almas, faço espontaneamente o oferecimento de mim mesma pela conversão dos pecadores, especialmente por aquelas almas que perderam a esperança na Misericórdia de Deus. Esse sacrifício consiste em eu aceitar, com total submissão à vontade de Deus, todos os sofrimentos, receios e temores que oprimem os pecadores, entregando-lhes em troca todos os consolos que tenha na alma, provenientes da convivência com Deus. Numa palavra, ofereço por eles tudo: santas Missas, santas Comunhões, penitências, mortificações e orações. Não tenho medo dos golpes — dos assaltos desferidos pela justiça de Deus — porque estou unida a Jesus. Ó meu Deus, desejo, dessa maneira, desagravar-Vos por aquelas almas que não confiam na Vossa bondade. Confio, contra toda [esperança], no oceano da Vossa Misericórdia. Meu Senhor e meu Deus, meu quinhão — minha herança pelos séculos — não baseio este ato de oferecimento nas minhas próprias forças, mas na força que decorre dos méritos de Jesus Cristo. Repetirei diariamente este ato de oferecimento com a oração seguinte, que Vós mesmo me ensinastes, Jesus: “Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de Jesus como fonte de Misericórdia para nós, eu confio em Vós!”. (Diário de Santa Faustina N° 309)

 

Quinta-Feira Santa, durante a santa Missa.

 

29.03.1934. — Faço-te participante da Redenção do gênero humano. És o alívio na hora da Minha agonia. (Diário de Santa Faustina N° 310)

 

Quando recebi permissão do meu confessor para fazer esse ato de oferecimento, entendi logo que esse ato foi agradável a Deus, porque logo comecei a sentir os seus efeitos. Imediatamente a minha alma tornou-se como um rochedo: árida, cheia de tormentos e inquietações. Diversas blasfêmias e maldições se amontoavam nos meus ouvidos. A desconfiança e o desespero se alojaram no meu coração. É essa a condição dos pobres, que assumi sobre mim. A princípio assustei-me muito com essas coisas horríveis, mas na primeira confissão fui tranquilizada. (Diário de Santa Faustina N° 311)

 

09.08.1934. Adoração noturna nas quintas-feiras.

 

Fiz a adoração das onze à meia-noite, oferecendo-a pela conversão dos pecadores endurecidos, especialmente por aqueles que perderam a esperança na Misericórdia de Deus. Refletia quanto Deus sofreu e que grande amor nos demonstrou, e nós não cremos que Ele nos ame tanto. Ó Jesus, quem o compreenderá? Que grande dor para o nosso Salvador! E com que nos convencerá do Seu amor, se a própria morte não o conseguiu? Convoquei todo o céu para que, juntamente comigo, desagravasse o Senhor por essa ingratidão de algumas almas. (Diário de Santa Faustina N° 319)

 

Quinta-feira. Adoração noturna. Quando cheguei para a adoração, logo me envolveu o recolhimento interior. Vi Nosso Senhor amarrado ao tronco e logo sobreveio a flagelação. Vi quatro homens que se revezavam em açoitar o Senhor com azorragues. O meu coração desmaiava só de olhar para esses suplícios. Então, o Senhor me disse estas palavras: Sofro uma dor ainda maior do que esta que estás vendo. E, Jesus deu-me a conhecer por quais pecados submeteu-se à flagelação: foram os pecados da impureza. Oh, por que terríveis sofrimentos morais passou Jesus quando se submeteu à flagelação! — Então, Jesus me disse: Olha e repara bem o gênero humano na presente condição. E, imediatamente, vi coisas horríveis: afastaram-se os algozes de Nosso Senhor e vieram flagelá-Lo outras pessoas que seguravam nas suas mãos os chicotes e castigavam sem piedade o Senhor. Eram sacerdotes, religiosos e religiosas e os mais altos dignitários da Igreja, o que muito me surpreendeu. Havia leigos de diversas idades e classes — todos descarregavam sua maldade sobre o inocente Jesus. Ao ver isso, meu coração entrou numa espécie de agonia. E, quando O flagelavam os carrascos, Jesus se calava e olhava para longe, mas quando O flagelavam essas almas que mencionei acima, cerrava os olhos e um gemido surdo, mas terrivelmente doloroso escapava-lhe do Coração. E o Senhor me fez conhecer, detalhadamente, a gravidade da maldade dessas almas ingratas: Estás vendo, este é o sofrimento maior que a Minha morte. Então, calaram-se também os meus lábios, comecei a sentir (186) em mim a agonia e senti que ninguém me consolaria nem me arrancaria desse estado a não ser Aquele que me introduziu nele. Então, o Senhor me disse: Estou vendo a dor sincera do teu coração que trouxe enorme alívio ao Meu Coração. Olha e consola-te. (Diário de Santa Faustina N° 445)

 

Então vi Nosso Senhor pregado na cruz. Enquanto Jesus, por alguns momentos, estava suspenso nela, vi uma legião inteira de almas crucificadas da mesma forma que Jesus. E vi uma segunda e ainda uma terceira legião de almas. A segunda legião não estava pregada na cruz, mas essas almas seguravam firmemente a cruz em suas mãos. A terceira legião de almas, no entanto, não estava nem crucificada, nem segurava firmemente a cruz nas mãos. Essas almas arrastavam a cruz após si e estavam insatisfeitas. Então Jesus me disse: Estás vendo — essas almas que são semelhantes a Mim em sofrimentos e desprezo? Elas serão também semelhantes a Mim na glória; e as que forem menos parecidas Comigo no sofrimento e no desprezo — essas também terão menos semelhança Comigo na glória. Entre as almas crucificadas — o maior número era daquelas que pertenciam ao estado religioso. Vi também crucificadas almas minhas conhecidas, o que me causou grande alegria. Então Jesus me disse: Na meditação de amanhã, refletirás sobre o que viste hoje. E logo Jesus desapareceu. (Diário de Santa Faustina N° 446)