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O CÉU, O PURGATÓRIO E O INFERNO

 

Um dia, vi duas estradas: Uma estrada larga, atapetada de areia e flores, cheia de alegria e de música e de vários prazeres. As pessoas caminhavam por essa estrada dançando e divertindo-se  − estavam chegando ao fim, sem se aperceberem disso. E, no final dessa estrada, havia um enorme precipício, ou seja, o abismo do Inferno. Essas almas caíam às cegas na voragem desse abismo; à medida que iam chegando, assim tombavam. E seu número era tão grande que não era possível contá-las. E avistei uma outra estrada, ou antes uma vereda, porque era estreita e cheia de espinhos e de pedras, por onde as pessoas seguiam com lágrimas nos olhos e sofrendo dores diversas. Uns tropeçavam e caíam por cima dessas pedras, mas logo se levantavam e iam adiante. E no final da estrada havia um magnífico jardim, repleto de todos os tipos de felicidade e aí entravam todas essas almas. Já no primeiro momento, esqueciam de seus sofrimentos” (Diário, N°153).

 

O CÉU

 

Quando, uma vez, quando rezava fervorosamente aos Santos dos Jesuítas, de repente vi o Anjo da Guarda que me conduzia ao Trono de DEUS. Eu passava por grandes multidões de Santos e reconheci muitos que já conhecia das imagens. Vi muitos Jesuítas que me perguntavam de que Congregação eu era. Quando lhes respondi, perguntaram: “Quem é teu Diretor Espiritual”? Respondi que Frei A.... Quando quiseram falar mais, o meu Anjo da Guarda fez sinal de silêncio e eu passei diante do próprio Trono de DEUS. Vi uma claridade grande e inacessível. Vi o lugar que me estava destinado na proximidade de DEUS, mas como ele era, não sei; porque estava encoberto por uma nuvem. Todavia, o meu Anjo da Guarda me disse: “Aqui está o teu trono pela fidelidade no cumprimento da Vontade de Deus”. (Diário N° 683)

 

27 de Novembro de 1936 – Hoje estive no Céu, em espírito, e vi as belezas inconcebíveis e a felicidade que nos espera depois da morte. Vi como todas as criaturas prestam incessantemente honra e glória a DEUS. Vi como é grande a felicidade em DEUS, que se derrama sobre todas as criaturas, tornando-as felizes, e então, toda honra e glória procedente da felicidade volta à sua fonte e penetram na profundeza de DEUS, contemplando a Sua Vida interior: o PAI, o FILHO e o ESPÍRITO SANTO, a quem jamais compreenderão ou aprofundarão. Essa fonte de felicidade é imutável em Sua Essência, mas está sempre nova, mas sempre jorrando para a felicidade de todas as criaturas. Compreendo agora São Paulo que disse: “Nem o olho viu, nem o ouvido ouviu, nem jamais penetrou no coração do homem o que DEUS preparou para aqueles que O amam”. (Diário N° 777)

 

O PURGATÓRIO

 

Anoitecendo, vi o meu Anjo da Guarda que me mandou acompanhá-lo. Imediatamente me encontrei num lugar coberto de névoas, cheio de fogo, e, dentro deste fogo, uma multidão de almas sofredoras. Essas almas rezavam com muito fervor, mas sem qualquer resultado para elas mesmas. Isto porque, só nós podemos ajudá-las. Elas já viveram e escreveram a sua trajetória existencial, agora estão no Purgatório, se purificando de seus pecados para alcançar o Céu. As chamas que as queimavam não me tocavam. O meu Anjo da Guarda não se afastava de mim, nem por um momento. Perguntei as almas qual era o seu maior sofrimento. Responderam-me, unânimes, que o maior sofrimento era a saudade de DEUS. Vi NOSSA SENHORA que visitava e confortava as almas no Purgatório. As almas chamam nossa MÃE SANTÍSSIMA de “Estrela do Mar”. Ela lhes traz alívio. Queria conversar mais com as almas, mas o meu Anjo da Guarda me fez um sinal para sair. Saímos pela porta dessa prisão de sofrimento, enquanto interiormente ouvi uma voz que me disse: “A Minha Misericórdia não deseja isto, mas a Minha Justiça o exige”. A partir daquele momento, me encontro mais unida às almas sofredoras. (Diário N° 20)

 

"Hoje, depois das vésperas, saiu uma procissão para o cemitério. Eu não pude ir ao cemitério porque estava de plantão na portaria, mas isso não me impediu absolutamente de rezar pelas almazinhas. Quando a procissão voltou do cemitério para a capela, a minha alma sentiu a presença de muitas almas. Compreendi a grande justiça de Deus e como cada um tem que pagar até o último centavo." (Novembro: 01.11.1937 – Diário N° 1375) > O Manual das Indulgências...

 

O INFERNO

 

"Hoje conduzida por um Anjo, fui levada às profundezas do Inferno. É um lugar de grande castigo, e como é grande sua extensão. Tipos de tormentos que vi: 1°) o primeiro tormento que constitui o Inferno é a perda de Deus; 2°) o segundo, o contínuo remorso de consciência; 3°) o terceiro, o de que esse destino já não mudará nunca; 4°) o quarto tormento, é o fogo, que atravessa a alma, mas não a destrói; é um tormento terrível, é um fogo puramente espiritual aceso pela ira de Deus; 5°) o quinto é a contínua escuridão, um horrível cheiro sufocante e, embora haja escuridão, os demônios e as almas condenadas vêem-se mutuamente e vêem todo o mal dos outros e o seu; 6°) o sexto é a continua companhia do demônio; 7°) o sétimo tormento, o terrível desespero, ódio a Deus, maldições, blasfêmias. São tormentos que todos os condenados sofrem juntos, mas não é o fim dos tormentos.

 

Existem tormentos particulares para as almas, os tormentos dos sentidos. Cada alma é atormentada com o que pecou, de maneira horrível e indescritível. Existem terríveis prisões subterrâneas, abismos de castigo onde um tormento distingue-se do outro. Eu teria morrido vendo esses terríveis tormentos, se não me sustentasse a Onipotência de Deus. Que o pecador saiba que será atormentado com o sentido com que pecou, por toda a eternidade. Estou escrevendo isso por ordem de Deus, para que nenhuma alma se escuse dizendo que não há Inferno, ou que ninguém esteve lá e não sabe como é.

 

Eu, Irmã Faustina por ordem de Deus, estive nos abismos do Inferno para falar às almas e testemunhar que o Inferno existe. Sobre isso não posso falar agora, tenho ordem de Deus para deixar isso por escrito. Os demônios tinham grande ódio contra mim, mas, por ordem de Deus, tinham que me obedecer. O que eu escrevi dá apenas a pálida imagem das coisas que vi. Percebi, no entanto, uma coisa: o maior número das almas que lá estão, é justamente daqueles que não acreditavam que o Inferno existisse. Quando voltei a mim, não podia me refazer do terror de ver como as almas sofrem terrivelmente ali e, por isso, rezo com mais fervor ainda pela conversão dos pecadores; incessantemente, peço a misericórdia de Deus para eles. "O meu Jesus, prefiro agonizar até o fim do mundo nos maiores suplícios a ter que Vos ofender com o menor pecado que seja." (Diário  N° 741)

 

Em determinado momento, vi Satanás, que se apressava e procurava alguém entre as Irmãs, mas não encontrava. Senti na alma a inspiração de lhe ordenar, em nome de Deus, que me confessasse o que estava procurando entre as Irmãs. E confessou, embora de má vontade: “Estou procurando almas ociosas.”  Então, novamente ordenei, em nome de Deus, que me dissesse a que almas tem mais acesso no Convento e, outra vez confessou-me, de má vontade: “As almas preguiçosas e ociosas.”  Notei então que, de fato, não há tal gênero de almas nesta Casa. Alegrem-se as almas atarefadas e cansadas. (Diário, N° 1127)

 

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