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Porque rezar pelas almas do Purgatório?

 

No dia dos fiéis falecidos, entenda o que é Igreja Militante, Padecente e Triunfante, bem retratados na imagem.  A igreja é a comunidade religiosa fundada por Cristo e que, por isso, reúne todos os seus seguidores, porém o Senhor “é Deus de vivos e não de mortos” (Mt 22,32), então todos os membros que O professam atualmente na terra ou O professaram e já se encontram salvos no céu, fazem parte desta única e mesma igreja: Por essa razão temos:

 

Igreja Triunfante (do Céu):

 

São os membros da igreja já falecidos que se encontram salvos, no céu ( os Santos). Eles tem a alegria enorme de estar na presença de Deus, vendo-O como Ele é. Além destes inclui-se também na Igreja Triunfante os anjos, que são mensageiros de Deus e intercedem por nós. Esta é a Igreja eterna, que irá “absorver” a Igreja Militante (nós) e a Padecente (almas do purgatório) no dia do Juízo Final.

 

Igreja Padecente (Purgatório): 

 

É composta pelas almas do purgatório que estão já confirmadas na graça para sempre, ainda que tenham que purificar-se dos seus pecados e das suas “dívidas” de penitência. Não podem ver Deus ainda, mas o Espírito Santo está com elas e nelas e nunca o poderão perder. Estas almas que estão no purgatório, já nada podem fazer e resta-lhes aguardar que chegue o momento de se juntarem a Deus e viverem no seu Amor. Sabemos que, quando estiverem entre os santos do Céu, recordar-se-ão com certeza daqueles que se lembraram delas com Orações e Sacrifícios e serão seus especiais intercessores junto de Deus.

 

Igreja Militante (da terra):

 

Os membros que vivem hoje sobre a terra, membros que lutam incansavelmente contra os poderes diabólicos do mundo e da própria carne  (Ef 6,11-12 ; Gl 5,17) Podemos ainda rezar pelas almas do purgatório, membros da Igreja Padecente, para que se juntem a Deus e do Céu rezem por todos nós, para que lá cheguemos um dia.

 

Podemos aliviar os sofrimentos destas almas e “abreviar” o seu tempo de espera com as nossas orações, penitências ou com as Missas que oferecemos por elas. Os que estão ainda na Terra deverão também rezar uns pelos outros se quiserem ser fiéis a sua obrigação de membros da Comunhão dos Santos.

 

O Purgatório.

 

O purgatório é um lugar de sofrimentos em que as almas se purificam, solvendo suas dívidas, antes de serem admitidas no céu, onde só entrará quem for puro. Sua existência se baseia no testemunho da Sagrada Escritura e da Tradição. Vários Concílios o definiram como dogma; Santos Padres e Doutores da Igreja o atestam a uma voz. Há uma prisão da qual não se sairá senão quando tiver pago o último centavo. (Mal. 18).

 

A Igreja, querendo que não nos esqueçamos das almas, consagrou um dia inteiro todos os anos à oração pelos finados. Determinou que em todas as missas houvesse uma recomendação e um momento especial pelos mortos. Ela aprova, sustenta e estimula a caridade pelos falecidos.

 

Como são esquecidos os mortos! Exclamava Santo Agostinho! E no entanto acrescenta S. Francisco de Sales, em vida eles nos amavam tanto. Nos funerais: lágrimas, soluços, flores. Depois, um túmulo e o esquecimento. Morreu... acabou-se!

 

Se cremos na vida eterna, cremos no purgatório. E se cremos no purgatório, oremos pelos mortos. O purgatório é terrível e bem longo para algumas almas, por isso devemos rezar muito pelas almas, socorrendo as almas, praticando a caridade em toda sua extensão. A devoção as almas do purgatório diz São Francisco de Sales encerra todas as obras de misericórdia, cuja prática, elevada ao sobrenatural nos há de merecer o céu.

 

 A Santa Missa é o sacrifício de expiação por excelência. É a renovação do calvário, que salvou o gênero humano. A cada Missa, diz São Jerônimo, saem muitas almas do purgatório. Depois da Missa...

 

A Comunhão. A Eucaristia é um Sacramento de descanso e paz para os defuntos, diz Santo Ambrósio. E o mesmo afirmam São Cirilo e São João Crisóstomo. Procuremos fazer boas comunhões lembrando-nos que quanto melhor as fizermos tanto mais aliviaremos os mortos. O Papa Paulo V estimulou a prática das comunhões pelas almas padecentes. Temos também as indulgências que entregamos a Deus para solver as dívidas das almas. Recitemos pequenas jaculatórias indulgenciadas. É tão fácil repeti-las em toda hora.

 

É uma mina de ouro que está a nossa disposição. Nossas orações são um meio de ajudar a salvar almas do purgatório.

 

São João Damasceno diz que há muito testemunho encontrado na vida dos Santos que provou claramente as vantagens da oração que se fazem pelos defuntos. Nossos sofrimentos junto a prece tem uma eficácia extraordinária para obter de Deus todas as graças. Aliviemos as almas do purgatório', com tudo que nos mortifica. A Via Sacra é uma prática das mais ricas de piedade. O Rosário é a rainha das devoções indulgenciadas.

 

Santa Gertrudes afirmava que uma palavra dita do fundo do coração e animada de sólida devoção tem mais eficácia que grande número de orações, feitas com pouco fervor.

 

Mais uma forma de ajudar as almas é dar esmola ao pobre em sufrágio das almas benditas. As lágrimas que vossas esmolas enxugarem, o alívio que tiverdes dado aos que padecem fome, sede e frio, serão o alívio no purgatório para as almas sofredoras. É uma dupla caridade, socorrer os pobres por amor das almas. É dar duas vezes. Socorre os vivos e os mortos.