Sobre Conventos e Igrejas.
17.12.[1936]. Ofereci o dia de hoje pelos sacerdotes. Neste dia sofri mais do que em qualquer outro — tanto interior como exteriormente. Eu não sabia que era possível sofrer tanto num só dia. Procurei fazer a Hora Santa, na qual o meu espírito sentiu o amargor do Jardim das Oliveiras. Estou lutando sozinha, sustentada pelo Seu braço, contra todas as dificuldades que se colocam diante de mim como muralhas intransponíveis. No entanto, confio no poder do Seu Nome e nada temo. (Diário de Santa Faustina N° 823)
Em certa ocasião, o Senhor me disse: Ferem-Me mais as pequenas imperfeições das almas escolhidas do que os pecados das almas que vivem no mundo. — Fiquei muito triste ao saber que as almas escolhidas causavam sofrimentos a Jesus, e Jesus me disse: — Não são apenas essas pequenas imperfeições; desvendarei a ti o segredo do Meu Coração e mostrarei os sofrimentos que Me causam as almas escolhidas. A alma escolhida alimenta continuamente o Meu Coração com a ingratidão por tantas graças. O amor delas é morno, e o Meu Coração não pode suportar que as almas Me obriguem a rejeitá-las. Outras não confiam na Minha bondade e nunca querem experimentar a doce familiaridade nos seus próprios corações, mas procuram-Me em algum lugar distante e não Me encontram. O que mais Me fere é essa falta de confiança na Minha bondade. Se a Minha morte não vos convenceu do Meu amor, o que vos convencerá? Muitas vezes, uma alma Me fere mortalmente, e aí ninguém Me consola. Utilizam as Minhas graças para Me ofender. Existem almas que desprezam as Minhas graças e todas as provas do Meu amor. Não querem ouvir a Minha voz, mas caminham para o abismo do inferno. Essa perda das almas causa-Me tristeza mortal. Neste caso, em nada posso ajudar a alma, embora Eu seja Deus, porque ela Me despreza; tendo o livre-arbítrio, tanto Me pode rejeitar como amar. Tu, dispensadora da Minha misericórdia, fala a todo o mundo da Minha bondade, e com isso consolarás o Meu Coração. (Diário de Santa Faustina N° 580).
Quase toda solenidade na santa Igreja proporciona-me um mais profundo conhecimento de Deus e uma graça especial, por isso me preparo para cada solenidade e uno-me estreitamente com o espírito da Igreja. Que alegria ser uma filha fiel da Igreja! Oh, quanto amo a santa Igreja e todos os que nela vivem; olho para eles como para membros vivos de Cristo, que é a sua Cabeça. Inflamo-me de amor com os que amam, sofro com os que sofrem, a dor me consome quando olho para os tíbios e ingratos. É nessas ocasiões que procuro dedicar um tal amor a Deus, que seja reparação por aqueles que não O amam, que retribuem a seu Salvador com a negra ingratidão. (Diário de Santa Faustina N° 481)
Ó meu Deus, estou consciente de minha missão na santa Igreja. O meu constante empenho é pedir misericórdia para o mundo. Uno-me estreitamente com Jesus e transformo-me em sacrifício suplicante pelo mundo. Deus nada me negará, se eu Lhe pedir com a voz do seu Filho. Meu sacrifício nada é por si só, mas, quando o uno ao de Jesus Cristo, torna-se onipotente e tem o poder de aplacar a ira de Deus. Deus nos ama no Seu Filho, e a dolorosa Paixão do Filho mitiga continuamente a Sua cólera. (Diário de Santa Faustina N° 482)
Compreendi, em determinado momento, como não agrada a Deus a ação, ainda que seja a mais louvável, mas que não tenha o selo da intenção pura. Tais ações despertam, antes, o castigo de Deus do que a Sua recompensa. Que na nossa vida o seu número seja o mínimo possível! No entanto, na vida religiosa elas não devem existir absolutamente. (Diário de Santa Faustina N° 484)
Em certo momento, 12.04.1935. À noite, mal me tinha deitado na cama, logo adormeci, mas, assim como adormeci, mais depressa ainda fui acordada. Veio visitar-me uma pequena Criança e acordou-me. Pelo aspecto, essa Criança parecia ter um ano de idade. Admirei-me que falasse tão bem, pois crianças nessa idade não falam, ou falam muito confusamente. Era indescritivelmente bela, semelhante ao Menino Jesus, e disse-me estas palavras: Olha para o céu. — E quando olhei, vi estrelas brilhantes e a lua, e então perguntou-me essa Criança: Estás vendo a lua e as estrelas? — Respondi que estava vendo, e ela me respondeu com estas palavras: Essas estrelas são as almas dos fiéis cristãos, e a lua representa as almas religiosas. Repara que grande diferença de luz existe entre a lua e as estrelas; assim, também no céu há uma grande diferença entre a alma religiosa e a de um fiel cristão. — E disse-me mais: A verdadeira grandeza está no amor a Deus e na humildade. (Diário de Santa Faustina N° 424)
Um pouco depois, vi novamente aquela Criança que me tinha acordado; era extremamente bela e disse-me estas palavras: A verdadeira grandeza da alma está no amor a Deus e na humildade. Perguntei a essa Criança: “De onde sabes que a verdadeira grandeza da alma está no amor a Deus e na humildade, pois só os teólogos conhecem coisas assim, e tu nem sequer estudaste o catecismo — como podes saber disso?”. E ela me respondeu: Sei, e conheço todas as coisas — e nesse momento desapareceu. (Diário de Santa Faustina N° 427)
Já não consegui dormir mais; a minha mente estava cansada com tudo o que vira — e comecei a refletir sobre tudo aquilo. Ó almas humanas, quão tarde reconhecereis a verdade. Ó abismo da Misericórdia Divina, derramai-Vos quanto antes sobre o mundo inteiro, de acordo com o que Vós mesmo dissestes. (Diário de Santa Faustina N° 428)
Quando me encontrava em certa igreja com uma das irmãs, assistindo à santa Missa, senti a grandeza e majestade de Deus, senti que esse santuário estava impregnado de Deus. A Sua majestade me envolvia e, embora me atemorizasse, enchia-me de paz e alegria; conheci que nada pode resistir à Sua vontade. Oh, se todas as almas [soubessem] quem reside nos nossos santuários, não haveria tantas ofensas e tanto desrespeito nesses lugares santos. ( Diário de Santa Faustina N° 409)
No final da via-sacra que eu estava rezando, Nosso Senhor começou a se queixar das almas religiosas e sacerdotais, da falta de amor nas almas eleitas. – Permitirei que sejam destruídos conventos e igrejas. – Respondi: “Jesus, mas tantas almas Vos glorificam nos conventos”. – O Senhor respondeu: Essa glória fere o Meu Coração, porque o amor foi expulso dos conventos. Almas sem amor e dedicação, almas cheias de egoísmo e amor-próprio, almas orgulhosas e presunçosas, almas cheias de perversidade e hipocrisia, almas tíbias, que têm calor apenas para elas mesmas manterem-se vivas. O Meu Coração não pode suportar isso. Todas as graças que diariamente derramo sobre elas, escorrem por elas como por uma rocha. Não posso suportá-las porque não são boas nem más. Instituí os conventos para santificar por eles o mundo. Deles deve brotar uma forte chama de amor e sacrifício. E se não se converterem e não se inflamarem do amor primitivo, Eu os entregarei ao extermínio deste mundo... Como poderão sentar-se na prometida sede do julgamento do mundo, se as suas culpas são mais graves que as do mundo – se não há penitência nem reparação? ... Ó coração que Me recebeste pela manhã e já ao meio-dia suspira ódio contra Mim sob as mais diversas formas! Ó coração escolhido especialmente por Mim, será que foste escolhido pra Me fazeres sofrer mais? Os grandes pecados do mundo ferem o Meu Coração como que superficialmente, mas os pecados da alma eleita transpassam o Meu Coração... (Diário de Santa Faustina nº 1702)
† Oh, como a ingratidão da alma eleita fere a Jesus! Seu inconcebível amor sofre um martírio. Deus nos ama com todo o Seu Ser infinito, que Ele é, e eis que um mísero grão de pó despreza esse amor. O meu coração dilacera-se de dor ao conhecer essa ingratidão. (Diário de Santa Faustina N° 698)
No primeiro dia do retiro, veio falar comigo uma das irmãs, que se preparava para os votos perpétuos, e me confidenciou que não tem absolutamente confiança em Deus e qualquer coisa a desanima. Respondi-lhe: “Foi bom que a irmã me falasse disso, eu vou rezar pela irmã”. E disse-lhe ainda algumas palavras sobre como é dolorosa para Jesus a desconfiança, e ainda mais de uma alma eleita. Disse-me que, a partir dos votos perpétuos, ela se exercitaria na confiança. Agora sei que até as almas escolhidas e avançadas na vida religiosa ou espiritual não têm a coragem de confiar plenamente em Deus. E isso acontece porque poucas almas conhecem a insondável misericórdia de Deus, a Sua grande bondade. (Diário de Santa Faustina N° 731)
Quando quis interceder por eles, não pude encontrar nada para sua justificação e, não podendo pensar em nada naquele momento para sua defesa, a dor apertou-me o coração e eu chorava amargamente. Então, o Senhor olhou-me bondosamente e consolou-me com estas palavras: "Não chores, existe ainda um grande número de almas que Me amam muito, mas o Meu Coração deseja ser amado por todos, e, porque o Meu amor é grande, por isso os ameaço e castigo." (Diário de Santa Faustina nº 1703)
Resumo do Catecismo sobre os votos religiosos
P. O que é o voto?
R. O voto é uma promessa voluntária, feita a Deus, de realizar a ação mais perfeita.
P. O voto obriga em coisas ordenadas pelos mandamentos?
R. Sim. A realização da ação em coisas ordenadas pelos mandamentos é de dúplice valor e mérito, enquanto sua negligência é uma dupla transgressão e maldade, porque, quando se transgride o voto, se acrescenta então ao pecado contra o mandamento ainda o pecado do sacrilégio.
P. Por que os votos religiosos têm valor tão elevado?
R. Porque constituem o fundamento da vida religiosa, aprovada pela Igreja, na qual os membros, unidos numa sociedade religiosa, se comprometem a buscar incessantemente a perfeição através dos três votos religiosos: da pobreza, castidade e obediência, de acordo com as regras.
P. O que significa buscar a perfeição?
R. Buscar a perfeição significa que o estado religioso por si só não exige perfeição já adquirida, mas obriga, sob pena de pecado, ao trabalho diário para consegui-la. Portanto, o religioso que não queira aperfeiçoar-se negligencia a principal obrigação do seu estado.
P. O que são votos religiosos solenes?
R. Os votos religiosos solenes são tão estritos que, apenas em casos extraordinários, só o próprio Santo Padre pode dispensá-los.
P. O que são votos simples?
R. São votos menos rigorosos. Dos perpétuos e anuais dispensa a Santa Sé.
P. Qual a diferença entre o voto e a virtude?
R. O voto abrange apenas o quem é ordenado sob pena de pecado, ao passo que a virtude se eleva mais alto e facilita o cumprimento do voto. E ao contrário – transgredindo o voto, comete-se uma falta e uma transgressão a virtude.
P. A que obrigam os votos religiosos?
R. Os votos religiosos obrigam a buscar as virtudes e a total submissão aos superiores e às regras, em virtude em virtude do que o religioso entrega a sua pessoa à Ordem, renunciando a todos os direitos sobre si próprio e as suas atividades que dedica ao serviço de Deus.
Do voto de pobreza
O voto de pobreza é a espontânea renúncia ao direito à propriedade, ou ao seu uso, com o objetivo de agradar a Deus.
P. Que bens estão relacionados com o voto da pobreza?
R. Todos os bens e objetos pertencentes à Congregação. Não se tem direito ao que foi dado, coisas ou dinheiro, desde que tenha sido aceito. Todos os donativos ou presentes a título de gratidão ou outro, pertencem à Congregação. Quaisquer ganhos pelo trabalho, ou mesmo rendas, não podem ser utilizados sem violar o voto.
P. Quando se transgride ou viola o voto segundo o sétimo mandamento?
R. Transgride-se quando, sem permissão, alguém se apodera, para si ou para outros, de uma coisa pertencente à casa. Quando se retêm alguma coisa sem permissão, com objetivo de apoderar-se dela. Quando, sem autorização, se vende ou se troca alguma coisa pertencente à Congregação. Quando se utiliza uma coisa para outro fim, que não o indicado pelas Superioras, ou quando se dá a alguém, ou se aceita sem licença. Quando, por negligência, destrói-se ou estraga alguma coisa. Quando, transferindo-se de uma casa a outra, leva-se alguma coisa sem permissão. Nos casos de transgressão do voto da pobreza, o religioso é igualmente obrigado à restituição à Congregação.
Da Virtude de Pobreza
É uma virtude evangélica que obriga o coração a desprender-se dos apegos às coisas temporais; a ela, o religioso, em virtude da profissão, está estritamente obrigado.
P. Quando se peca contra a virtude da pobreza?
R. Quando se desejam coisas contrárias a essa virtude. Quando se tem apego a alguma coisa, quando se usa de coisas supérfluas.
P. Quantos e quais são os graus de pobreza?
R. Praticamente, são quatro os graus de pobreza na profissão. Não dispor de algo independente dos superiores (matéria estrita de voto). Evitar o supérfluo, contentar-se com as coisas indispensáveis (constitui a virtude). De boa vontade dar preferência às coisas piores, e isto com satisfação interior tais como a cela, o vestuário, a alimentação, etc. Alegrar-se com a indigência.
Do voto de Castidade
P. A que obriga esse voto?
R. A renunciar ao casamento e a evitar tudo que seja proibido pelo sexto ou pelo nono mandamento.
P. A falta contra a virtude é violação do voto?
R. Toda a falta contra a virtude é ao mesmo tempo violação do voto, porque aqui não existe a diferença entre o voto e a virtude como na pobreza ou na obediência.
P. Todo mau pensamento é pecaminoso?
R. Nem todo mau pensamento é pecaminoso, mas torna-se tal quanto à consideração da mente une-se a aquiescência da vontade e o consentimento.
P. Além dos pecados contrários à pureza, existe alguma coisa que traz prejuízo à virtude?
R. Traz prejuízo à virtude a dissipação dos sentidos e da imaginação e a liberdade dos sentimentos, a familiaridade e as amizades particulares.
P. Quais são as maneiras de preservar a virtude?
R. Subjugar as tentações interiores com o pensamento da presença de Deus e também com a luta sem temor. E quanto às tentações exteriores, evitar as ocasiões. Geralmente existem sete maneiras principais. Vigiar os sentidos, evitar as ocasiões, evitar a ociosidade, afastar rapidamente as tentações, evitar todas as amizades particulares, ter o espírito da mortificação, revelar todas as tentações ao confessor. Além disso existem cinco meios de garantir a virtude: a humildade, o espírito de oração, a preservação da modéstia, a fidelidade à Regra, a sincera devoção à Santíssima Virgem Maria.
Do voto de Obediência
O voto de obediência é superior aos dois primeiros, porque ele propriamente constitui uma oferta total, um holocausto, e é o mais necessário, porque constrói e vivifica todo o organismo da vida religiosa.
P. A que obriga o voto de obediência?
R. O religioso, através do voto de obediência, promete a Deus que obedecerá aos legítimos superiores em tudo que lhe ordenarem de acordo com as regras. O voto de obediência torna o religioso dependente do superior em virtude das regras, em toda a sua vida e em todas as questões. — O religioso comete pecado grave contra o voto todas as vezes que não obedece a uma ordem dada (43) em virtude da obediência ou das regras.
Da virtude da Obediência
A virtude da obediência eleva-se acima do voto e abrange as regras, os regulamentos e até mesmo os conselhos dos superiores.
P. A virtude da obediência é indispensável ao religioso?
R. A virtude da obediência é tão necessária ao religioso que, mesmo que faça o bem, se o fizer contrariando a obediência, [os seus atos] tornam-se maus, ou sem mérito.
P. Pode-se pecar gravemente contra a virtude da obediência?
R. Peca-se gravemente quando se despreza a autoridade, ou a ordem do superior, e quando da desobediência decorrer prejuízo espiritual ou temporal para a congregação.
P. Que faltas ameaçam o voto?
R. Preconceitos e antipatias para com o superior, murmurações e críticas; lentidão e negligência.
Graus da Obediência
Execução pronta e plena. — Obediência da vontade, quando a vontade leva a mente a submeter-se ao juízo do superior. Santo Inácio apresenta, além disso, três meios que facilitam a obediência. No superior, quem quer que ele seja, ver sempre a Deus. Justificar diante de si mesmo a ordem ou a opinião do superior. Aceitar toda ordem como se fosse de Deus, sem discutir ou analisar. O meio geral é a humildade. Não há coisas difíceis para o humilde. (Diário de Santa Faustina nº 93).
Pecados da língua.
A língua é um membro pequeno, mas realiza grandes coisas. A religiosa que não sabe calar-se nunca atingirá a santidade, ou seja, jamais será santa. Que não se iluda — a não ser que através dela esteja falando o Espírito de Deus; neste caso, não é permitido calar-se. Mas, para ouvir a voz de Deus, é preciso ter o silêncio na alma e permanecer em silêncio, não com um silêncio sombrio, mas com o silêncio na alma, isto é, estar recolhido em Deus. Pode-se falar muito e não interromper o silêncio e, ao contrário, pode-se falar pouco e sempre romper o silêncio. Oh, que dano irreparável implica a inobservância do silêncio! Faz-se um grande mal ao próximo, porém ainda maior à própria alma. (Diário de Santa Faustina N° 118).
Do meu ponto de vista e experiência, a regra do silêncio deveria estar em primeiro lugar. Deus não se comunica à alma tagarela que, como o zangão na colmeia, zumbe muito, mas não fabrica mel. A alma tagarela é vazia interiormente. Não há nela nem virtudes sólidas, nem familiaridade com Deus. Não há nela condições para levar uma vida mais profunda, para a doce paz e silêncio, em que reside Deus. A alma que não saboreou a doçura do silêncio interior é um espírito inquieto e perturba o silêncio dos outros. Vi muitas almas nos abismos do inferno por não terem observado o silêncio. Elas mesmas me disseram isso, quando lhes perguntei qual tinha sido a causa da sua perdição. Eram almas de religiosas. Meu Deus, que grande dor, pois afinal poderiam não apenas estar no céu, mas até mesmo serem santas! Ó Jesus, Misericórdia! Tremo quando penso que devo prestar contas da minha língua. Nela está a vida, mas também a morte; muitas vezes matamos com a língua, cometemos verdadeiros homicídios, e ainda consideramos isso como coisa pequena? Realmente, não compreendo consciências assim. Conheci uma pessoa que, tendo sabido de certa coisa que dela se falava... adoeceu gravemente, e resultou disso que perdeu muito sangue e derramou muitas lágrimas. E esse triste resultado não foi causado por uma espada, mas apenas pela língua. Ó meu Jesus silencioso, tende misericórdia de nós! (Diário de Santa Faustina N° 119).
Conselho espiritual.
† J.M.J. Cracóvia, 27.10.1935 Frei Andrasz .
“Não fazer nada sem o consentimento das superioras. Sobre essa questão é preciso refletir bem e rezar muito. Importa ser muito prudente nestas coisas, visto que a irmã tem aqui a vontade de Deus, certa e clara, porque está ligada a esta congregação pelos votos e ainda por cima perpétuos; portanto, não deve haver dúvidas, e o que a irmã tem no seu interior são apenas iluminações de algo que está sendo criado. Deus pode fazer alguma alteração, mas coisas assim são muito raras. Enquanto a irmã não obtiver um conhecimento mais claro, não tenha pressa. As obras de Deus andam devagar e, se são de Deus, podem ser conhecidas claramente e, se não são, elas se desvanecerão; obedecendo, não se erra. Mas, é preciso falar sinceramente de tudo ao confessor e obedecer-lhe cegamente. Agora, a irmã não tem outra escolha a não ser conformar-se com o sofrimento, até a hora do esclarecimento ou da solução dessas questões”. “A irmã está em boa disposição quanto a essas coisas e peço que continue a ser tão cheia de simplicidade e de espírito de obediência — isso é um bom sinal. Se a irmã continuar nessa disposição, Deus não permitirá que a irmã seja induzida ao erro; mas, na medida do possível, mantenha-se afastada dessas coisas e, se apesar disso elas ocorrerem, deve aceitá-las tranquilamente, sem ter medo de nada. Você está em boas mãos, nas mãos do Deus de bondade. Em tudo isso que você me contou não vejo qualquer ilusão, ou que contradiga a fé; são coisas boas em si mesmas, e até seria desejável se houvesse um grupo de almas que pedissem a Deus pelo mundo, porque todos necessitamos de oração. Você tem um bom diretor espiritual, deixe guiar-se por ele e fique tranquila; seja fiel à vontade de Deus e cumpra-a. Quanto às tarefas, cumpra o que lhe mandam, da maneira que mandam, ainda que isso seja muito humilhante e difícil. Escolha sempre o último lugar, e então lhe dirão: ‘Sente-se mais à frente’. Deve considerar-se, tanto em espírito, quanto na sua conduta, como a última de toda a casa e de toda a congregação. Em tudo e sempre, a máxima fidelidade a Deus”. (Diário da Irmã Faustina, N° 506)
Então, vi a meu lado um dos sete Espíritos, radiante como anteriormente, sob uma forma luminosa. Continuamente via-o a meu lado e, mesmo enquanto estava viajando de trem, eu o via. Reparei que em cima de cada uma das igrejas por onde passava encontrava-se um anjo, embora envolvido por uma luz mais pálida do que a do espírito que me acompanhava na viagem. E cada um dos espíritos que cuidavam dos santuários inclinava-se diante desse espírito que me acompanhava. Quando atravessei o portão do convento em Varsóvia, esse espírito desapareceu. Agradeci a Deus por Sua bondade, por nos dar anjos por companheiros. Oh, como as pessoas consideram pouco o fato de terem sempre perto de si um hóspede como esse, que é, ao mesmo tempo, testemunha de tudo! Pecadores, lembrai-vos de que também vós tendes uma testemunha dos vossos atos. (Diário de Santa Faustina N° 630)
Hoje o médico decidiu que não devo ir à santa Missa, mas apenas à santa Comunhão. Desejava ardentemente participar da santa Missa, porém o confessor, de acordo com o médico, disse que eu devia obedecer: “É a vontade de Deus que a irmã fique boa e, por isso, não pode mortificar-se seja com o que for. A irmã seja obediente que logo Deus a recompensará”. — Senti que essas palavras do confessor eram palavras de Nosso Senhor e, embora tivesse pena de não participar da santa Missa, em que Deus costumava conceder-me a graça de ver o Menino Jesus, coloquei a obediência acima de tudo. Mergulhei na oração e rezei a penitência; então, de repente vi o Senhor, que me disse: Minha filha, fica sabendo que Me dás maior glória por um ato de obediência do que por longas orações e mortificações. Oh, como é bom viver sob a obediência, viver com a consciência de que tudo o que faço é agradável a Deus! (Diário de Santa Faustina N° 894).